sábado, 6 de agosto de 2011

ROSA DE HIROSHIMA

Aquele gesto, aquela ação destrutiva, realizada há exatos sessenta e seis anos, deixou uma marca indelével nas almas sensíveis do planeta.

No dia 6 de agosto de 1945, a cidade japonesa de Hiroshima foi literalmente destruída. A primeira bomba atômica foi detonada pelo homem como arma de guerra. O piloto foi um jovem coronel, de nome Paul Tibbets Jr., então com 30 anos, que escolheu pessoalmente um quadrimotor B-29, batizando-o com o nome “Enola Gay”, em homenagem à sua mãe.

Em 1973, no auge da ditadura, Vinicius de Moraes exibiu um poema – que virou música por João Apolinário e Gerson Conrradi. A música foi a décima terceira mais executada nas rádios brasileiras no ano de 1973. Em 2009, a revista Rolling Stone brasileira listou Rosa de Hiroshima como a número 69 entre As 100 Maiores Músicas Brasileiras.


Letra: Vinicius de Moraes
Música: João Apolinário / Gerson Conrradi


Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas

Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas

Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária

A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica

Sem cor sem perfume
Sem rosa, sem nada


sexta-feira, 5 de agosto de 2011

HABEAS PINHO


Em 1955 em Campina Grande, na Paraíba, um grupo de boêmios fazia serenata numa madrugada do mês de junho, quando chegou a polícia e apreendeu o violão. Decepcionado, o grupo recorreu aos serviços do advogado Ronaldo Cunha Lima, então recentemente saído da Faculdade e que também apreciava uma boa seresta. Ele peticionou em Juízo, para que fosse liberado o violão.

Aquele pedido ficou conhecido como "Habeas Pinho" e enfeita as paredes de escritórios de muitos advogados e bares de praias no Nordeste.

Mais tarde, Ronaldo Cunha Lima foi eleito Deputado Estadual, Prefeito de Campina Grande, Senador da República, Governador do Estado e Deputado Federal.


Eis a famosa petição:


HABEAS PINHO


O instrumento do "crime"que se arrola
Nesse processo de contravenção
Não é faca, revolver ou pistola,
Simplesmente, Doutor, é um violão.

Um violão, doutor, que em verdade
Não feriu nem matou um cidadão
Feriu, sim, mas a sensibilidade
De quem o ouviu vibrar na solidão.

O violão é sempre uma ternura,
Instrumento de amor e de saudade
O crime a ele nunca se mistura
Entre ambos inexiste afinidade.

O violão é próprio dos cantores
Dos menestréis de alma enternecida
Que cantam mágoas que povoam a vida
E sufocam as suas próprias dores.

O violão é música e é canção
É sentimento, é vida, é alegria
É pureza e é néctar que extasia
É adorno espiritual do coração.

Seu viver, como o nosso, é transitório.
Mas seu destino, não, se perpetua.
Ele nasceu para cantar na rua
E não para ser arquivo de Cartório.

Ele, Doutor, que suave lenitivo
Para a alma da noite em solidão,
Não se adapta, jamais, em um arquivo
Sem gemer sua prima e seu bordão

Mande entregá-lo, pelo amor da noite
Que se sente vazia em suas horas,
Para que volte a sentir o terno acoite
De suas cordas finas e sonoras.

Liberte o violão, Doutor Juiz,
Em nome da Justiça e do Direito.
É crime, porventura, o infeliz
Cantar as mágoas que lhe enchem o peito?

Será crime, afinal, será pecado,
Será delito de tão vis horrores,
Perambular na rua um desgraçado
Derramando nas praças suas dores?

Mande, pois, libertá-lo da agonia
(a consciência assim nos insinua)
Não sufoque o cantar que vem da rua,
Que vem da noite para saudar o dia.

É o apelo que aqui lhe dirigimos,
Na certeza do seu acolhimento
Juntada desta aos autos nós pedimos
E pedimos, enfim, deferimento.



O juiz Roberto Pessoa de Sousa, por sua vez, despachou utilizando a mesma linguagem do poeta Ronaldo Cunha Lima:

Recebo a petição escrita em verso
E, despachando-a sem autuação,
Verbero o ato vil, rude e perverso,
Que prende, no Cartório, um violão.

Emudecer a prima e o bordão,
Nos confins de um arquivo, em sombra imerso,
É desumana e vil destruição
De tudo que há de belo no universo.

Que seja Sol, ainda que a desoras,
E volte á rua, em vida transviada,
Num esbanjar de lágrimas sonoras.

Se grato for, acaso ao que lhe fiz,
Noite de luz, plena madrugada,
Venha tocar á porta do Juiz.




(Fonte: Jornal de Poesia)

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

LOUIS ARMSTRONG

Em 04 de agosto de 1901 o mundo viu nascer Louis Daniel Armstrong (Nova Orleans, 4 de agosto de 1901 — Nova Iorque, 6 de julho de 1971). Considerado "a personificação do jazz", Louis Armstrong fez fama tanto como cantor quanto como solista, com seu trompete. (fonte: Wikipédia)

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

CONJUNTURA NACIONAL

A leveza da coluna é administrada pelos "causos" da política. Hoje, dou férias às historinhas, muito solicitadas pelos leitores. Mas o jargão jurídico tem também a sua graça. Portanto, a coluna de hoje quer homenagear o prestigiado canal eletrônico de comunicação, Migalhas.

No, we can't

Os Estados Unidos passam por um dos momentos mais críticos de sua história. O acordo para elevação do teto da dívida, alcançado a fórceps, foi uma vitória dos republicanos sobre os democratas. Os cortes drásticos a serem efetuados no orçamento certamente terão efeitos danosos sobre a eleição de 2012. Obama continua como favorito, pois não há um perfil republicano com densidade para enfrentá-lo. Mas a ideia de que a maior democracia do planeta ameaçava passar um calote nos credores externos e até na massa aposentada do país entra na moldura da vergonha. O acordo tem duração curta. Em novembro, uma comissão mista reavaliará a questão. Obama ganhou o pleito brandindo o slogan: Yes, We can. Hoje, o eco ganha as ruas : No, we can't.

Jargão jurídico I

"A fêmea ruminante deslocou-se para terreno sáfaro e alagadiço". Versão popular: A vaca foi pro brejo.

"Derramar água pelo chão através do tombamento violento e premeditado de seu recipiente". Versão popular: Chutar o balde.

Apelo pelo twitter

Obama apelou de maneira insistente pelo twitter para que os eleitores passassem a fazer pressão sobre os congressistas. Não deu certo. O apelo foi um exagero. Os americanos tendem a considerar que todos os atores estão colocando seus interesses centrais - e eleitorais - acima dos interesses da coletividade. E rebaixam a posição de todos eles. Obama, republicanos e democratas tiveram suas notas de aceitação pública diminuídas.

As razões de Jobim

Há uma recorrente pergunta na esfera política : qual é a de Nelson Jobim? Ou, em outros termos, o que pretende o ministro da Defesa quando lembra que votou em Serra e dá declarações consideradas agressivas pelo PT e adjacências. Tentemos respostas. Primeiro, o ministro é um perfil que exibe auto-suficiência. Mostra-se muito disposto a abrir a boca para expressar sua forte personalidade. Segundo, diz-se que ele está insatisfeito por não ter fechado a questão da compra dos aviões de caça para a Aeronáutica. Operação que teria sido colocada em banho-maria pela presidente Dilma. Jobim estaria, assim, cavando sua saída. Sua insatisfação seria ainda porque foi afastado do centro de decisões. Terceiro, comenta-se que consideraria sua missão cumprida. Teria passado muito tempo na administração e gostaria de dar por encerrada sua passagem pelo Executivo. A visão deste consultor: há um pouco de cada tempero nesse cardápio.

Jargão jurídico II

"Prosopopéia flácida para acalentar bovinos". Versão popular: Conversa mole pra boi dormir.

"Sequer considerando a possibilidade da fêmea bovina expirar fortes contrações laringo-bucais". Versão popular: Nem que a vaca tussa.

Rejeições

Pesquisa eleitoral deve merecer uma leitura vertical. Mais profunda. A análise do fenômeno da rejeição é mais importante que a posição alcançada por candidatos ou pré-candidatos no quesito intenção de voto. Dito isto, vamos aos casos de Marta Suplicy e José Serra, em São Paulo. São os perfis que, hoje, obtêm maior índice de intenção de voto e também o maior índice de rejeição. Marta chega aos 25% e Serra aos 22%. Índices que podem aumentar ou diminuir, dependendo do momento e das circunstâncias eleitorais. A rejeição tende a aumentar quando o eleitor acha que está diante de ofertas antigas, manjadas, uma velha canção aos seus ouvidos.

Perfis novos

Em contraponto, os perfis novos, caso obtenham bom tempo na mídia, tendem a crescer na intenção de voto. A velha política dá náuseas. O novo, por sua vez, atrai. Chama a atenção. Motiva.

Jargão jurídico III

"Romper a face". Versão popular: Quebrar a cara.

"Creditar um primata". Versão popular: Pagar um mico.

"Sequer considerar a utilização de um longo pedaço de madeira". Versão popular: Nem a pau.

D'urso no PTB

Luiz Flávio Borges D'Urso, presidente da OAB/SP, ingressa no PTB, sábado, dia 6, em evento na Assembleia Legislativa. D'Urso é preparado, tem discurso claro e objetivo. Sabe dosar razão e emoção. Não por acaso, elegeu-se três vezes presidente da maior seccional da Ordem dos Advogados do Brasil. Poderá dar uma boa contribuição ao debate eleitoral. É bastante conhecido em setores do meio da pirâmide - a partir da esfera jurídica - e, se obtiver um tempo razoável de mídia, deverá alcançar boa performance.

Absolvição?

José Dirceu confia em sua absolvição amparado em um argumento central: falta de provas. Se a decisão for estritamente técnico-jurídica. Mas, como se sabe, há sempre um caldo político nas grandes decisões.

Comando do exército

Causou surpresa a notícia de que o comandante do Exército e mais sete oficiais da Arma estariam sendo investigados por conta de indícios de desvios que teriam sido apontados pelo Tribunal de Contas da União. Trata-se de questões abrangendo obras rodoviárias contratadas pelo DNIT na BR-101. Uma explicação: casos envolvendo ministros e dirigentes com o mesmo status só podem ser analisados e julgados pelo Supremo Tribunal Federal. O comandante Enzo Martins Peri tem foro privilegiado.

Jargão jurídico IV

"Deglutir batráquio". Versão popular: Engolir sapo.

"Colocar o prolongamento caudal em meio aos membros inferiores". Versão popular: Meter o rabo entre as pernas.

Política industrial, o início

O pacote da Política Industrial foi embrulhado não sem grandes divergências entre Guido Mantega e Fernando Pimentel. Prevê um corte de R$ 25 bilhões em impostos em 2 anos. A alíquota de 20% descontados para o INSS pode chegar a 0% em alguns setores. E a contrapartida será cobrada por uma contribuição sobre o faturamento. Uma alíquota de 1,5% de acordo com o setor. Extensão de 12 meses da redução do IPI na área de bens de capital, material de construção, caminhões e veículos leves. Redução gradual do prazo para devolução do PIS/COFINS sobre bens de capital. Extensão do programa de Sustentação do Investimento do BNDES. Ampliação do capital de giro para micro, pequenas e médias empresas. Linha de crédito do BNDES de R$ 2 bilhões para ampliação da carteira de inovação. Modernização do marco legal do Inmetro. Paulo Skaf, presidente da FIESP, expressa visão do empresariado: trata-se de um início. Ou seja, os setores produtivos querem bem mais.

E o pacote de serviços?

O pacote da Política Industrial expressa a visão caolha do Governo. Onde estão os serviços? E mais: onde está contemplada a área da terceirização que trabalha com mão de obra intensiva? O presidente do Sindeprestem - Sindicato das Empresas de Prestação de Serviços Terceirizados e de Trabalho Temporário do Estado de São Paulo, Vander Morales, está indignado. Precisamos de um projeto de país, reclama ele. Por que amparar alguns setores e deixar outros ao léu? Por que o privilégio a setores industriais (que podem até merecer apoio), deixando outros sem nenhum amparo? Esse é o perfil do Brasil capenga.

O irmão de Jucá

Wagner Rossi vai falar na Câmara sobre denúncias feitas por Oscar Jucá, irmão do senador Romero Jucá, na esfera da CONAB. O líder do governo no Senado pediu desculpas ao vice-presidente Michel Temer pelas "denúncias" feitas pelo irmão. Para ele, infundadas. Falou também com as ministras Ideli e Gleisi. Por último, falou com a presidente Dilma. O irmão de Jucá é uma pessoa de histórico problemático.

Jargão jurídico V

"Creio que V.Sa. apresenta comportamento galhofeiro perante a situação aqui exposta". Versão popular: Você tá de sacanagem.

"Aplicar a contravenção do Senhor João, este deficiente físico desprovido de um dos membros superiores". Versão popular: Dar uma de João sem braço.

Pauta densa

O Congresso Nacional terá pauta densa no segundo semestre. A agenda econômica terá peso. Estão previstas, entre outras, as seguintes matérias: MP com a nova política industrial; a lei geral da Copa do Mundo; a lei geral das micro e pequenas empresas; o marco civil da Internet; o marco legal da mineração; créditos para creches dentro do Plano Brasil sem Miséria; reajuste do Bolsa Família.

No lugar da Gracie

A ministra Ellen Gracie, 63 anos, se aposenta do STF. (Poderia ficar na Corte até os 70 anos). Disputam seu lugar: a ministra Maria Elizabeth Rocha (STM), juíza Sylvia Steiner (Tribunal Penal Internacional), Flávia Piovesan (procuradora do Estado de SP), ministra Maria Cristina Peduzzi (TST), desembargadora Neuza Maria Alves da Silva (Tribunal Regional Federal de Brasília), ministra Maria Thereza de Assis Moura (STJ), ministra Fátima Nancy Andrighi (STJ) e ministro Teori Zavascki (STJ).

Jargão jurídico VI

"Derrubar com intenções mortais". Versão popular: Cair matando.

"Eximir de qualquer tipo de sorte". Versão popular: Azarar.

Prévias em São Paulo

O PT não quer prévias para os candidatos ao pleito de 2012 em São Paulo. Mas o PSDB as defende. O Partido dos Trabalhadores teme que a divisão se instale com as prévias. A ala vitoriosa não contaria com o engajamento dos derrotados. Lula não quer prévias por saber que seu candidato, Fernando Haddad, as perderia. No PSDB, os nomes de José Aníbal, Bruno Covas e Andrea Matarazzo são os mais prováveis. Lembre-se, apenas, que Alckmin era afilhado político de Mário Covas.

CUT fora do eixo?

As Centrais Sindicais têm se mobilizado em torno de grandes temas. Mas a CUT teima em permanecer fora das mobilizações comandadas pela Força Sindical. Manifesto divulgado pelas Centrais com as bandeiras de luta não foi assinado pela CUT. Que apóia o governo, de um lado e o critica, de outro.

A crise na Europa

Antonio Minhoto, leitor da coluna, faz uma rápida leitura da crise na Europa, após uma passagem pelo continente:

"Senti visões distintas. Uma amiga que vive na Holanda, disse que os chamados países do norte (Alemanha, Holanda, Suécia, Noruega, Dinamarca, Inglaterra) não estão de fato preocupados com a crise e que todos eles têm economias muito fortes. Em Portugal, o clima é de total desolação. O português já é naturalmente um povo ressabiado e tendente ao pessimismo. Eles estão esperando mais e mais piora. Na Itália, o sentimento é confuso. Vi gente com saudade da Lira. E vi gente esperando o pior. Pessoalmente, acho bastante improvável que havendo um alastramento da crise (englobando Grécia, Portugal, Espanha e Irlanda logo de cara), os países mais ricos fiquem de fora.

Como o Brasil vai enfrentar?

Um conhecido, em Paris, disse que foi imprudente que países com moedas fracas como Lira, Escudo e Peseta, adotassem o Euro sem mais nem menos. Faz sentido. Ao lado disso temos os EUA em situação delicada. Mesmo com o acordo firmado, a dívida pública ali é imensa e a economia está longe do vigor de anos anteriores. Para mim, a situação dos EUA é tão ruim quanto dos europeus emergentes e um eventual default norte-americano seria um desastre imenso em proporções globais. A China, para entornar o caldo, não quer valorizar o yuan (vem dando uma de surda há algum tempo já) e enfrenta problemas muito próprios internamente. Apenas para ilustrar, os problemas da China com o meio-ambiente são tão grandes quanto a sua economia. Coloco a questão : como o Brasil vai encarar tudo isso? Temos bala na agulha para surfar outra crise sem sentir tanto o impacto externo, como aconteceu em 2008?"

Conselho aos órgãos de controle

Esta coluna dedica sua última nota a pequenos conselhos a políticos, governantes e líderes nacionais. Na última coluna, o espaço foi destinado às autoridades monetárias. Hoje, sua atenção se volta aos órgãos de controle. As denúncias de corrupção se sucedem, envolvendo perfis políticos, funcionários públicos e grupos privados. Seria útil que, neste ciclo de "faxina", todos os órgãos de controle ajustassem os focos de suas lupas para mapear as estruturas administrativas sujeitas aos desvios e ilícitos, levando em consideração:

1. Tempestividade na ação investigativa, sem delongas e protelações, por meio de sistemas e métodos capazes de dar provimento aos casos apurados.

2. Planilhas e critérios rígidos de controles, tendo em vista a sofisticação de meios e recursos aplicados para escapar das lupas.

3. Adoção de princípios democráticos, propiciando aos indiciados todas as condições para sua defesa junto às instâncias do Judiciário.

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(Gaudêncio Torquato)


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Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "CONJUNTURA NACIONAL":

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terça-feira, 2 de agosto de 2011

JOSÉ PEREIRA DE SOUSA


O que é esse caldeirão permanentemente fervilhante que chamamos mente humana? Como conceituar essa perseguida lâmpada que se convencionou avocar como razão? O que vem a ser esse paradoxal fenômeno que denominamos loucura?

Machado de Assis, no remoto ano de 1882, escreveu um livro - ou conto ou fábula ou novela, porém obra-prima – em que desenha, com o pincel da sua genial ironia, uma caricatura dos valores de sua época.

Subjacente à história de Simão Bacamarte, um médico formado em Portugal que se instala em uma pequena cidade do Rio de Janeiro (Itajaí), ele promove uma viagem fascinante pelos espaços mais íntimos do ser humano. Desliza pelos bueiros mais profundos do raciocínio, senta o cajado da reflexão no terreiro do pensamento e produz um binóculo especial para mirar a nossa argila mental. Discorda da visão majoritária da época, que considera as posturas divergentes da média predominante como desvirtuamento dos sentidos ou descontrole da imaginação. Conclui que, não raro, rotulamos superficialmente de loucura aquilo que, em verdade, é a mais profunda expressão de lucidez.

Crateús sempre foi uma cidade prodigalizada com a presença, em suas largas e generosas ruas, de pessoas alheias ao figurino convencional de modelo comportamental. José Pereira de Sousa, o Pereirinha, é uma delas. Bonachão, corpulento, solitário e solidário, imune ao ódio, ansioso por um sorriso, avesso a maldades, discípulo da bondade.

Conheci-o, na década de 1970, no comércio do meu pai. Eu era um menino e ele, vendedor da Casa Beija-Flor. Depois nos reencontramos, ao final da década de 1980, quando ele retornou do Rio de Janeiro, onde passou uma temporada trabalhando no famoso hotel Glória. Voltara fascinado com a liderança carismática de Leonel Brizola, cuja mão havia apertado em uma praça carioca.


O final dos anos oitenta e início dos anos noventa sacudiram Crateús. Uma brisa de esperança bafejava a cidade, que exalava um charme mudancista. Um grupo de jovens políticos ascendia ao poder municipal. Pereira estava próximo dessa turma. Logo, abriu-se uma dissidência e, nas eleições de 1990, do grupo emergiram dois candidatos a deputado estadual: Manoel Veras e Sérgio Morais. Amigo dos dois, Pereira vivia a desconfortável situação de ter que se equilibrar entre ambos sem que isso causasse constrangimentos. Idealizou uma solução para o caso: no bolso direito andava com o retrato (“santinho”) de um e no esquerdo o do outro. Quando se aproximava de aliados de um ou do outro, sacava a foto que faria a festa dos militantes. É óbvio que todos sabiam da estratégia... Um belo dia, Pereira adentra na barbearia do senhor João Freire e lá encontra Sérgio Moraes. Este lhe indaga: - Pereirinha, você está comigo mesmo? Assustado, Pereira responde: - Claro, meu chefe, estou com você. Tanto é que carrego sempre o seu santinho no meu bolso. E, nervoso, erra o bolso e exibe a foto de Manoel Veras...

Tempos depois, selecionado em concurso público, foi efetivado nos quadros da municipalidade. Lotado no Gabinete do Prefeito durante a gestão de Paulo Nazareno, andou o município inteiro e protagonizou vários episódios que enfeitam o folclore político local. Nazareno fez fama como Prefeito de atitudes inesperadas, amigo das minorias discriminadas. Quando da inauguração do CAPS (Centro de Apoio Psicossocial), Paulo fazia um discurso emocionado narrando que aquele espaço seria um lar para pessoas muito inteligentes, dotadas de grande sensibilidade e que, no entanto, a sociedade marginalizava, classificando-as como “loucos”... Pereirinha interrompe: - como eu, doutor Paulo?!!! A gargalhada foi geral.

Pereirinha é um ser prestativo, com enorme disposição para servir. Mora sozinho em uma casa no bairro São José, o santo do seu nome. Tem uma legião de amigos. Esconde a idade. Parece usar isso como escudo para proteger a tenra infância que vive bailando diariamente em sua alma. É, de fato, um menino. Menino que leciona aos adultos que é possível se viver de bem com os outros, de modo desprendido, aberto às novidades, sem cultivar rancores de qualquer espécie, liberto dos preconceitos tolos da política, expondo na janela da convivência as samambaias da leveza e da alegria. Alguns podem até considerar louco quem assim se comporta. Olvidamos de reconhecer, na masmorra da ganância e na escuridão do nosso egoísmo, que essas pessoas são, como ensinou Machado de Assis, verdadeiros vaga-lumes da lucidez.


(Por Júnior Bonfim, na Revista GENTE DE AÇÃO)


PARA REFLETIR

domingo, 31 de julho de 2011

POSSE DE NOVOS ACADÊMICOS NA ACADEMIA DE LETRAS DE CRATEÚS - ALC



DISCURSO DE SAUDAÇÃO AOS NOVOS ACADÊMICOS DA ALC


Autoridades que compõem a mesa,
Senhoras e Senhores,

Meu cordial Boa Noite!


Contam que, seis séculos antes de Cristo, lá pelas montanhas do Oriente, onde tudo nasceu, viveu um ser fulgurante chamado Lao-Tsé. Lao significa "criança, jovem, adolescente". Tsé é o fluxo de muitos nomes chineses, que quer dizer "idoso, maduro, sábio”. Lao-Tsé, o "jovem sábio", o 'adolescente maduro", foi contemporâneo de Kung Fu Tsé, o Confúcio, de quem foi discípulo. Era guardião dos arquivos do Tribunal Imperial Chinês e atraiu muitos seguidores com sua sabedoria, embora sempre haja se recusado a fixar suas idéias por escrito, por temer que as palavras pudessem cair na vala comum do formalismo dogmático.

Octogenário e desiludido com as pessoas da sua terra - que estavam pouco dispostas a seguirem o caminho da bondade natural - rumou para o Tibet, na fronteira ocidental de China, quando foi reconhecido por um guarda. Este lhe lembrou que possivelmente todos os seus ensinamentos logo migrariam para o esquecimento se alguma coisa não ficasse gravada, e só permitiu que ele deixasse a China após escrever seus ensinamentos básicos, a fim de que pelo menos parte de seu conhecimento pudesse ser preservada para a posteridade. Atendendo ao pedido do guarda, de uma só vez Lao Tsé redigiu (reza a lenda que escreveu numa grande pedra) a coletânea dos 81 versos que se tornariam a síntese de sua sabedoria, que entrou para a história sob o nome de Tao Te Ching (o livro que revela Deus) e é, ao lado da obra de Krishina e de Jesus, uma das três mais importantes mensagens da humanidade. Diz ele no segundo poema:

“O fácil e o difícil se completam.
O grande e o pequeno são complementares.
O alto e o baixo formam um todo.
O som e o silêncio formam a harmonia.
O passado e o futuro geram o tempo”.


Segundo Huberto Rohden, Lao-Tsé nos ensinou a grande lei da bipolaridade do Universo e de todas as coisas. Nada é somente o Uno, e nada é somente o Verso - tudo é Universo, unidade na diversidade, equilíbrio dinâmico, harmonia cósmica.

Modestamente opino, senhor Presidente, que o sucesso da nossa Academia, grêmio literário em plena maturidade juvenil, repousa no fato de ser uma peça de renda única tecida com os fios coloridos do algodão da diversidade. Seu piso é um tablado constituído de mosaicos distintos. A poesia popular, filete natural, fonte cristalina, representada dentre outros por Lucas Evangelista e Dideus Sales, caminha de mãos dadas com a mais apurada erudição de um Padre Geraldinho, por exemplo. Embora com pouco mais dois anos de idade, seus passos firmes já se fazem sentir em todos os quadrantes da nossa urbe. Já temos um sítio na internet (www.academiadeletrasdecrateus.blogspot.com) que, aliás, é extremamente prestigiado. A nossa roça de escrituras já exibe mais de dez obras publicadas no espaço de apenas dois anos, algo nunca ocorrido em nossa cidade. Alguns dos nossos integrantes foram premiados em certames estaduais e até nacionais. A participação nos mais diversos eventos culturais da cidade é outro diferencial.

Pois bem, é nessa esteira que hoje, noite estrelada e memorável, abrimos os portões invisíveis das nossas almas, cedendo aos movimentos de lustre dos nossos corações, para fazer luz aos neófitos que serão iniciados em nossa oficina de prosa e verso.

E, como bons cavalheiros, nos perfilemos para receber primeiro as damas.

Tiro o chapéu inicialmente para Ana Cristina do Vale Gomes. Ela já devia estar aqui desde a fundação. Não faltou quem estranhasse. Sua ausência foi sentida. Houve até o petardo da censura: - a Ana não faz parte da Academia? Esclareço: ela foi uma das primeiras convidadas. Razões de foro íntimo a impediram de se banhar nas nossas primeiras águas batismais. Hoje ela o faz. Escritora com doze livros publicados, sacerdotisa da pedagogia, insufladora da flora educacional, empresária do setor livreiro, chega em nosso círculo com suas dinâmicas de grupo, com seu repertório de idéias criativas, juntando os pedaços das palavras para bradar, da cadeira do vulcânico poeta Paulo Leminski, que sua profissão de febre é a literatura.


Como poderei verbalizar para os presentes a doce leveza, o suave encantamento da dona Cheyla Mota? Recordo-me dela, garota delicada, morando no entorno da nossa Catedral e embriagando de sorriso e paciência as tardes da praça da matriz. Dos bancos das nossas escolas tradicionais – Lourenço Filho, Pio XII, Escola de Comércio – foi tomar assento nas faculdades da Capital e lá se fez Pedagoga, Psicopedagoga e, com louvor, escritora. É articulista da nossa Gazeta do Centro Oeste. Autora do romance A Saga de Will. Sobre Cheyla, bem conceituou a doutora em filosofia Silvia Leão: “Quem diria...Tímida, reservada, em esforço constante de não aparição! Esforço inútil, pois a beleza dela resplandece naturalmente, Da aparência à essência, a beleza dela resplandece”. Alma generosa, foi arrastada por essa misteriosa força de afinidade arrebatadora chamada amor e, ao lado do consorte Isaac Furtado, experimenta o mel da cana-de-açúcar que se ergue no solo fértil do progresso literário.

A terceira dama que engalana a nossa festa é Karla Gomes. Todos a conhecem por seus dotes cênicos, pela elegância dos seus gestos, flor entre cristais, caminhando como quem desfila. Todos batem palmas para sua desenvoltura como atriz, diretora e produtora. Todos admiram sua dedicação militante à cultura da nossa terra, como co-fundadora da Companhia de Teatro Os Cara da Arte e presidente da Sociedade Amigos da Biblioteca Municipal Norberto Ferreira Filho. Hoje trazemos à ribalta sua Certidão Poética e divulgamos seu parentesco lírico. Faço minha a trova do confrade Raimundo Cândido:

Por onde te escondias, poetisa?
O tempo passava e a gente te via
por ai, toda arte e prosa, toda rosa,
mas nada do que agora mostras: poesia!!!


Aplaudamos a pedagoga e poetisa Antonia Karla Bezerra Gomes.

Saudemos agora os cavalheiros. Começo por um que foi meu contemporâneo de adolescência: José Rodrigues Neto. Era um cabra meio envolto em si mesmo, tipo cientista, absorto no próprio mundo, como se vivesse a calcular e esquadrinhar a raiz de tudo. Depois descobrimos a razão da sua introspecção. Graduou-se em Ciências. Virou matemático. Psicopedagogo. Professor da Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA. Brinca com os sólidos geométricos. Transforma em poesia os teoremas mais complexos. É um laboratório fantástico de cordéis e livros didáticos sobre matemática para jovens e adultos. Cria coleções de cartões postais para massificar o aprendizado dos Números. Afinal, como Pitágoras, descobriu que tudo são números. E que “A Evolução é a Lei da Vida, o Número é a Lei do Universo, a Unidade é a Lei de Deus”. Foi Pitágoras o primeiro filósofo a criar uma definição que quantificava o objetivo final do Direito: a Justiça. É sua a definição de que um ato justo seria a chamada "justiça aritmética", na qual cada indivíduo deveria receber uma punição ou ganho quantitativamente igual ao ato cometido. Por isso me pediram, meu caro Neto, para ler em voz alta o seu veredicto: Foi o senhor José Rodrigues Neto condenado a assumir um lugar entre nós e sua pena será a prestação de serviços à nossa unidade benfazeja, através do esquadro do pentagrama, das veredas da álgebra, das trilhas geométricas, calculando as operações corretas para chegarmos à felicidade. Cumpra-se!

"Nunca estamos vivendo à altura das nossas possibilidades." Esta frase parece se constituir o resumo biográfico de João Silas Falcão Soares, o Silas Falcão. Confesso a vocês a minha estupefação quando, há algum tempo, encontrei em Fortaleza o escritor Silas Falcão. Jamais imaginei que por detrás daquele sujeito aparentemente arredio se escondia um verdadeiro monstro da criatividade lingüística, capaz de se envolver nos mais empolgantes vôos gregários e participar de antologias com nomes sugestivos como Abraço Literário e Papo Literário. Cursou Administração de Empresa, mas se especializou em administrar empreendimentos literários. Pertence à Associação Cearense de Escritores, onde ocupa o cargo de Diretor de Eventos. Criou a marca Você Moda Cultural, camisaria especializada na divulgação de imagens motivacionais e textos da literatura Cearense. Ano passado foi homenageado com o Diploma Mérito Cultural pela ALMECE - Academia de Letras do Município do Estado do Ceará. O autor de “Por que Somos?” e “A Prisão de Deus” é um ser encarcerado. Ele próprio revela sua rotina depois que conheceu o livro: “nunca mais me retirei da bondade da leitura, que me jogou dentro da literatura onde encontrei Pasárgada, a civilização imaginada, criada pelas palavras”. Silas, nosso Falcão peregrino, a mais veloz ave do mundo e do reino animal, abre tuas asas e exibe tua condição de cativo à formosa deusa Liberdade. Tua tarefa será a condução deste Sodalício à relembrança permanente de que ninguém é pobre quando ama e que devemos sonhar com flores brotando em pleno asfalto. Salve, Silas!


Em louvor ao centenário da nossa cidade, anuncio que é de uma estirpe centenária o outro varão que vem fortalecer nossas colunas: José Maria Bonfim de Morais. Filho do Felipe CEM, o sobrinho da Rosa que deu nome a este Teatro se especializou nas matérias que versam sobre o lado esquerdo do peito e fez fama em Fortaleza. Granjeou também conceito internacional. Além da intensa atividade profissional, é militante filantrópico e integrante, dentre outras, da Associação Cearense de Escritores (ACE) e da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (SOBRAMES). É articulista festejado do Diário do Nordeste. (Gerardo Mello Mourão contava que seu amigo Austregésilo de Athayde, chegado de Paris, onde pronunciara um discurso histórico na Assembléia Geral da ONU, foi ao Recife, para contar a história à sua mãe. Certo de que o episódio a encheria de orgulho, ao saber do filho aplaudido por todas as nações da terra, na tribuna mais alta do planeta, o que ouviu foi quase um muxoxo de desdém: "É — respondeu-lhe a velha mãe nordestina — mas você nunca discursou no Teatro Santa Isabel". O Teatro Santa Isabel era o palco maior, o símbolo conspícuo, das grandezas e da glória regional de sua honra pernambucana. Falar ali, na tribuna egrégia em que ressoaram as vozes de Joaquim Nabuco de Castro Alves e de Tobias Barreto, as vozes de sua raça e de sua tribo, de sua história e de suas raízes, isto sim, é que era a coroa de louros e a taça de ouro de uma carreira olímpica. O laurel imarcessível com que o "vir gloriosus" podia destruir o provérbio pessimista de que ninguém é profeta em sua terra). Conhecedor da habilidade de José Maria na edificação das palavras e das suas incursões pelas mágicas grutas da poesia, lancei-lhe convite para tomar assento nesta Arcádia. Imaginei que, mercê do destaque que conquistou e das inúmeras atribuições, declinaria habilidosamente da incitação. Sua resposta me surpreendeu: - Sentir-me-ia muito mais honrado em participar da Academia de Letras da minha terra do que da Academia Brasileira de Letras. A honra é recíproca, mestre José Maria. Sei que, no palco maior da vossa terra, tomas assento na Academia de Letras da tua tribo com um orgulho especial. Por isso assuma a regência da orquestra dos nossos corações.


A minha convivência com o recipiendário que agora apresento se iniciou no oceano da política e terminou por nos aproximar nas outras praias da vida. Conheci o ser sensível e profundo, endoscopista de almas, amante da natureza, aviador natural, apreciador da boa música, estudioso dos grandes temas, visionário trabalhador. Jamais consegue ser morno. É sempre gelo ou brasa. Adora viver perigosamente, escalar as montanhas dos desafios, palmilhar as trilhas adversas. Saboreia intensamente cada prato que o restaurante da vida lhe oferece. No entanto, ao longo da nossa convivência, tive a oportunidade de identificar a mais original das suas facetas: no lençol freático desse homem aparentemente duro, há um poço profundo de ternura. Falo de Paulo, o Nazareno. O sério careca de hoje já foi o cabeludo irreverente, tipo hippie, que amava os Beatles e o Rolling Stones. Escreve. A letra é feia, mas o conteúdo é bonito. É poeta. Está com dois livros no forno: um sobre o rio e a vida e outro sobre o papel da mulher nas nossas vidas. Vista sua roupa branca e entre, Paulo. Um conselho, apenas: Assopre as velas da comemoração. Apague o que ficou para trás. Mire o futuro e reparta o bolo da amizade. Aqui o banquete é de fraternidade. Seja bem-vindo, Paulo Nazareno Soares Rosa.


Penso que falta a este Teatro a presença dos sinos. Sinos, senhoras! Senhores, faltam sinos neste templo ecumênico da cultura crateuense. Como é lindo o repicar dos sinos anunciando e ao mesmo tempo convocando a todos para, com formalidade litúrgica, participarem da solenidade essencial. E se alguém nos perguntasse: ?por quem os sinos dobram? Diríamos que dobram por Juarez Leitão, o maior poeta vivo dentre os nascidos neste sertão. Sim, porque todos nos postamos, reverentes, ante o brado retumbante da sua verve, fazemos um semicírculo cerimonioso sob o barulho tonitruante dos tambores da sua oratória. Oratória que o tornou laureado na Academia Cearense de Letras, na Academia Cearense de Retórica, na Academia Fortalezense de Letras, na Academia de Artes e Letras do Nordeste, na União Brasileira de Escritores e na Associação Nacional dos Professores de História. É difícil precisar se fala melhor do que escreve ou se escreve melhor do que fala. Resplandece como historiador, poeta, cronista, biógrafo e conferencista. Juarez, teu caule é alimentado pela seiva do nosso Juá. E é como um colossal pé de Juazeiro, a palmeira do nosso sertão, que o teu nome eleva a nossa instituição, mantendo-a permanentemente viva e verde.


Se nada tivesse produzido, esta Academia já se justificaria apenas por uma dos ensinamentos que nos legou. O de que é possível obedecermos à lei do universo que nos ensinou Lao-Tsé: as diferenças não constituem obstáculo à convivência respeitosa entre diferentes, à harmonia entre os contrários, ao louvor à pluralidade.

Viva a Academia de Letras de Crateús!


(Discurso proferido por Júnior Bonfim na noite de 30.07.2011 por ocasião da posse dos novos membros da Academia de Letras de Crateús – ALC – no Teatro Rosa Morais, Crateús, Ceará)






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Caro Junior,

cumprimento-o pelo belo discurso de saudação aos novos acadêmicos da ALC. Nesta oportunidade, parabenizo os novos empossados augurando-lhes votos de mais sucesso e realizações.

Abraços

Sérgio Moraes