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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
PT festeja 29 anos fechado com ‘projeto Dilma 2010’
O PT comemora nesta terça (10) aniversário de 29 anos. Rendido à vontade de Lula, o partido encontra-se unificado em torno da candidatura de Dilma Rousseff.
Uma candidatura não declarada, que a ministra diz que não assume “nem amarrada”. Mas que, em reunião de seu diretório nacional, o PT deu como favas contadas.
O diretório petista encontrou-se nesta segunda (9), em Brasília. Os dirigentes petistas fizeram uma análise da conjuntura.
Na política, verificou-se que não há voz dissonante na cúpula do PT quanto à opção por Dilma, vista como algo irreversível para a sucessão de 2010.
Na economia, avaliou-se que o governo Lula portou-se com acerto diante da crise financeira global. Ouviram-se, porém, críticas ao Banco Central.
A reunião do diretório prossegue nesta terça (10). O PT deve aprovar uma resolução que pede a flexibilização da política monetária. Leia-se queda da taxa de juros.
Na noite passada, o diretório do PT promoveu, na sede brasiliense do partido, um debate sobre a crise. A debatedora Dilma fez um sucesso de refrigerante.
A chefe da Casa Civil discorreu sobre a crise com desenvoltura de candidata. A certa altura, lembrou uma frase dita por Lula num encontro com empresários:
“Um bom governo combate a crise. Um governo excepcional aproveita as oportunidades da crise”.
Dilma contou à platéia detalhes da reunião do empresariado com Lula, ocorrida no final do ano passado.
Disse que os executivos das grandes empresas reconheceram no presidente “a única pessoa capaz de coesionar o país nesse momento” de turbulência econômica.
Algo que, no dizer de Dilma, “significa uma tomada de consciência de que nosso governo vem agindo corretamente e tomando as decisões corretas”.
Para a presidenciável de Lula, o governo está aniquilando o discurso da oposição e de parte da imprensa.
“Diziam que éramos bons para governar com o vento a favor, mas que não saberíamos o que fazer diante da crise econômica...”
“...Mas há, hoje, clara percepção de que o Brasil está em melhores condições do que qualquer outro país, e de que o governo está tomando as medidas necessárias para o enfrentamento” da crise.
O ápice dos festejos do aniversário do PT será um megajantar, em Brasília, nesta terça. Coisa para 1.200 talheres.
Lula não disse se vai. Sua eventual ausência realçará a presença de Dilma, vista como a grande estrela da noite.
Longe do fausto que marcou a era delúbio-valeriana, o PT foi buscar no bolso dos comensais o dinheiro para o repasto. Estima-se que custará cerca de R$ 100 mil.
O valor da “adesão” variou conforme o tamanho da conta bancária. A menor mordida saiu por R$ 200. A intermediária, R$ 500. A maior, R$ 1.000.
O dia foi organizado como uma passarela para Dilma. Antes do jantar consagrador, a candidata desfilará seu rosto reformado na abertura de um encontro com prefeitos.
Prefeitos de todo país, filiados a legendas governistas e de oposição. O sucesso da empreitada é certo como o nascer do Sol.
Para comprar a simpatia dos prefeitos, o governo vai desembrulhar em Brasília um pacote de bondades.
O afago mais vistoso do embrulho é uma medida provisória que prevê a rolagem de débitos previdenciários dos municípios por 20 anos. Um mimo de R$ 14 bilhões.
Em troca, o governo deseja amarrar as prefeituras a programas idealizados em Brasília. Entre eles o PAC, principal peça do marketing eleitoral de "mãe" Dilma.
(Escrito por Josias de Souza)
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