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terça-feira, 27 de julho de 2010
INICIADAS OBRAS DO PARQUE ECOLÓGICO DO POTY
Crateús. Muito em breve a população deste Município, especialmente os moradores do Bairro Cidade Nova, terão outra visão da entrada do bairro, que é um dos mais populosos da cidade e possui comércio ativo, com mercantis, farmácias, padarias, além de escolas, praça de esportes, entre outros. É que iniciou a primeira etapa da urbanização das margens do Rio Poty, o chamado Parque Ecológico do Rio Poty. O projeto, falado há alguns anos na cidade, começou a ser concretizado agora e com previsão de término para 210 dias. A obra, que contempla em sua primeira etapa a urbanização da margem do Rio Poty entre a ponte ferroviária e a ponte de acesso ao Bairro Cidade Nova, está orçado em R$ 1,4 milhão, cujos recursos são provenientes do Governo do Estado, em parceria com a Prefeitura.
Proteção
A finalidade principal da construção do Parque, de acordo com a Prefeitura, é proteger as margens do rio de invasões e ocupações irregulares, por meio da construção de uma via paisagística, interligando-as com a as praças Antônio Arcelino, Gentil Cardoso e o espaço da antiga Estação Ferroviária, proporcionando, ao mesmo tempo, locais adequados para lazer e diversão para a população.
"Todos os moradores serão beneficiados com a construção do Parque, pois terá área própria para lazer e ponto de encontro, além da geração de renda, pois os moradores poderão colocar as suas casas direcionadas para o rio e abrir comércios, como restaurantes, lanchonetes, enfim, aproveitar as possibilidades que o novo espaço proporcionará", avalia um dos engenheiros que acompanha a obra, Francisco Silveira.
Beneficiados
Ele acrescenta, ainda, que os maiores beneficiados serão os moradores do Bairro Cidade Nova. Para a realização do projeto serão desapropriadas algumas residências ribeirinhas na Rua Farias Brito, proporcionando, assim, a ligação da praça e de toda a estrutura com o rio.
O início da obra está ocorrendo com a construção de uma praça e uma passagem molhada na margem do rio, no Bairro Cidade Nova, ao lado da ponte, que une o bairro à cidade. De acordo com o projeto, ali, uma parte do rio será perenizada, com o intuito de com o acúmulo de água amenizar a temperatura. Com a passagem molhada, o projeto pretende resolver um grave problema histórico de acesso ao populoso bairro, que há muitos anos é feito por meio de uma estreita ponte de seis metros de largura, onde ocorre intenso tráfego de veículos e pedestres. Já no outro lado da margem, no centro, atrás do Teatro Rosa Moraes, serão alocados uma quadra poliesportiva, pista de skate, praça de alimentação com quiosques, centro de artesanato, ciclovias, pista para cooper e calçadão.
Para Francisco Sérgio, proprietário de açougue no Bairro Cidade Nova, nas imediações da ponte a construção do Parque é importante, mas a sua maior preocupação é com o rio. "Vai valorizar o bairro e isso é ótimo, mas acho que deveria primeiro fazer a limpeza geral do rio, que está precisando muito mais". Ele se refere ao odor forte que vem do rio, chamando a atenção para a poluição e a sujeira do local.
Desapropriação
O aposentado Luís de Sousa Lima, morador da Rua Farias Brito, diz ainda não ter conhecimento oficial sobre a desapropriação de sua casa, e que caso isso venha a ocorrer, terá que conversar, antes, com a sua família, composta por oito filhos. Emocionado e triste, pois ali nasceu e vive há 77 anos, diz não ser contra a obra, "apenas não quero sair daqui".
Impacto
A Prefeitura garante que não haverá impactos ambientais, nem corte de árvores e que o Parque favorecerá justamente a preservação do rio. Serão construídos também paredões já prevendo a época das cheias do rio. "Verificamos tudo no desenvolvimento do projeto", diz o engenheiro civil, Francisco Silveira.
Para a segunda etapa do Parque Ecológico do Rio Poty, que por enquanto está apenas no papel e busca recursos para a execução, está previsto o tombamento de prédios da RFFSA para a construção de um centro cultural, cinema e mudança do terminal de descarga de trem, acabando as manobras diárias que ocorrem naquela área e que acabam prejudicando o tráfego de veículos e pedestres.
Silvana Marçal (no Diário do Nordeste)
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