terça-feira, 3 de agosto de 2010

O ETERNO REI DO BAIÃO


.

Já faz mais de vinte anos

Que o velho Lua morreu.

Da vida dos nordestinos

Nunca desapareceu.

Pois em cada canção

Cantou com o coração

O mundo que ele viveu.

.

E o Rei do Baião vive

Na boca de sua gente.

Tudo que ele gravou

Canta-se no presente.

Foi a voz do retirante,

Dos que estavam distante,

Foi o canto do ausente!

.

Luiz Gonzaga cantou,

Os costumes do sertão

Cantou beatas e santos,

Padre Cícero Romão,

Cantou o povo sua fé

O Santo de Canindé,

Cantou até oração.

.

Cantou também paro o papa

Cantou o cruel Lampião,

Lendas de cangaceiros

Que habitavam o sertão.

Cantou a mulher rendeira

E Sá Marica parteira

Costumes e tradição.

.

Cantou do vate Catulo,

Que no nome tem Paixão,

E digo com toda certeza

Que encantou seu torrão,

Com a mais bela cantiga

Que amor a terra instiga

Chamada Luar do Sertão.

.

Lua mostrou ao Brasil

Nossa nação nordestina.

Falou de chuva e de seca

Contando a nossa sina.

Cantou tristeza e alegria

Dum povo que contagia

Pois a ser forte ensina.

.

Cantou a fauna e a flora.

Do nosso seco sertão.

Mostrou o mundo inteiro

O amor pelo seu chão.

Asa branca contagiou,

E o povo todo cantou,

Este hino ao Sertão.

.

O querido rei caboclo.

Aclamado rei do baião.

Viverá eternamente

Em nossa recordação.

E será eternizado

Pois sempre será lembrado

Por toda nossa nação.

.

Quando o fole da sanfona,

Gemer em qualquer lugar.

E um forró pé-de-serra

O sanfoneiro tocar

Lembrarei de Gonzagão,

O nosso rei do Baião,

Majestade Singular!


.
(Dalinha Catunda, no aniversário da morte de Luiz Gonzaga)

.

Nenhum comentário: