domingo, 23 de setembro de 2012

SOBRE DR. SALIM E NONATO BONFIM

Velho amigo Ticuá (Dr. Sales Sabóia, nome de desembargador),

Apraz-me enviar-lhe, apensa, gravação de minha fala, (de improviso, gravada em meu celular), por ocasião da Missa de 7º dia do nosso amigo e seu primo Dr. Salim.

Lembro-lhe que a transcrição do discurso foi publicada no Jornal Gazeta do Centro-Oeste, de Crateús.

Poucos meses depois da missa, deparei com um conterrâneo que começou elogiando meu discurso feito ao Dr. Salim, para depois externar um pouco de ironia, perguntando-me por que não falei do tempo da Ditadura Militar, quando, segundo esse conterrâneo, Dr. Salim teria ficado do lado dos militares.

Fiz ver ao amigo conterrâneo que minhas palavras foram dirigidas a um ser humano que foi nosso vizinho, no Barrocão, e que toda a minha fala era a mais pura expressão do sentimento de uma criança que cresceu observando a lhana postura de um vizinho que se destacava pela inteligência e pela refinada educação, e nada mais.

Dr. Salim e eu sempre estivemos em lados opostos, politicamente falando (ele e meu tio Nonato Bonfim), mas nunca perdemos a admiração e o respeito um pelo outro.
Nossas posições políticas eram antagônicas, mas o respeito e a admiração sempre foram mútuos.

Para ilustrar, conto-lhe um engraçado episódio ocorrido entre mim e o tio Nonato.

Na década de 1970, num final de semana, alguns políticos fortalezenses e nacionais do velho Modebra (MDB) foram visitar Crateús. Eu, já funcionário do Banco do Brasil, me encontrava na casa do nosso amigo Gonçalinho, também do Banco do Brasil, quando adentrou naquela residência a comitiva modebrista: Mauro Benevides, o grande e saudoso Ulisses Guimarães, Paes de Andrade, Chagas Vasconcelos, Iranildo Pereira, Fausto Arruda e outros, cujos nomes não consigo lembrar.

O tio Nonato, apesar de facção antagonista, sempre transitou bem entre os políticos do MDB e, portanto, também andava na comitiva. Ao apresentar-me ao Fausto Arruda, tio Nonato ressaltou: - este é meu sobrinho, ele é um rapaz muito inteligente, muito bom, só é mal inclinado (referindo-se à minha amizade com nosso saudoso e querido Dom Fragoso). Ao que o Fausto Arruda retrucou, com bom humor: - mal inclinado é você, Nonato. E deram uma boa gargalhada.

Saúde e Paz,

Boaventura.

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