quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

MINO CARTA FALA SOBRE LULA E CARTACAPITAL



Não falarei do Caso Battisti, embora o Febeapá continue a se enriquecer, e sim de Lula, por quem tenho, como já disse, amizade e afeto há 32 anos. Estivemos, nós de CartaCapital, a favor dele em 2002 e 2006, e estaríamos hoje, assim como estivemos contra o governo FHC desde 1994.

Reparem, contudo. A amizade é uma coisa, o apoio é outra. Não significa aprovação automática, resulta, isto sim, de um raciocínio político, o qual não deixa de ser pragmático. Por exemplo: em 2002 e 2006 entendemos que Lula era o melhor candidato. É comum no Brasil a expectativa do salvador da pátria, nós não partilhamos dela, pessimistas, ou céticos, na inteligência, e otimistas na ação, como recomendava Antonio Gramsci.

Verifico que, além dos indomáveis freqüentadores do Febeapá, temos de lidar também com os maniqueístas e os fanáticos do Apocalipse. A questão, a meu ver, não está na separação abrupta entre Bem e Mal, assim como se pretendêssemos que quem não é a favor bandoleia-se de imediato do lado oposto. Lula não foi e não é o salvador da pátria e CartaCapital jamais imaginou que poderia ser.

Esperávamos mais dele, é isso, e estamos decepcionados de muitos pontos de vista. Reconhecemos méritos do seu governo, mas o Bolsa Família é pouco demais enquanto os cofres dos ricos engordam de forma desmesurada, sem contar esse seu aspecto, se não de migalha, de esmola. CartaCapital não se afastou um milímetro da sua linha de sempre, em quinze anos de vida a serem completados logo mais, baseada na prática de um modelo de jornalismo que respeita a verdade factual, exerce o espírito crítico e fiscaliza o poder onde quer que se manifeste.

E neste blog não escrevi há algum tempo que Lula estaria disposto a apoiar a candidatura Serra em 2010. Escrevi simplesmente que de ótima fonte recebera a seguinte informação: Lula não se agastaria diante de uma vitória do governador de São Paulo. Com quem, aliás, tem boa relação.

(Do blog do Mino)

Um comentário:

Anônimo disse...

Que bom o Mino contribuir para este blog.
Bom também seria colocar as contribuições dele a respeito de outros assuntos, principalmente sobre o governo dos tucanos. Não só a opnião do Mino, mas de todos que escrevem para Carta Capital. Sugiro principalmente a leitura do Mauricio Dias que está na pagina http://www.cartacapital.com.br/app/coluna.jsp?a=2&a2=5&i=3261. Onde tem a reprodução de parte da entrevista de Henrique Meirelles, um tucano renunciado: "Herança maldita
“Quando assumimos, a inflação anualizada estava acima de 20% e o País beirava a insolvência. As reservas aproximavam-se do mínimo acordado com o FMI e vendíamos dólares diariamente para controlar os mercados. O risco-Brasil estava em 1.400 pontos e o dólar a 3,40 reais (...), a taxa Selic em 25% ao ano (...) e a taxa de juros de 360 dias era de 14% reais.”

Esse tiro fatal no 'sucesso' da economia no governo FHC foi disparado por Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, no domingo 25.

O inventário, feito por um tucano licenciado, não tem contaminação política."