terça-feira, 15 de setembro de 2009

OBSERVATÓRIO

Figura folclórica na cidade, o comerciante Zito Severino, estimulado por amigos, resolveu se candidatar a vereador no ano 2000. Com um discurso singular, recheado de frases aparentemente descabidas porém de efeito impactante, sua candidatura começou a ganhar corpo. No dia de um comício no bairro da Ilha, primo Zito anunciou que ali seria seu grande dia. Iria fazer um discurso e definir a vitória. Um grande contingente de admiradores foi mobilizado. Ante uma multidão ávida para ouví-lo, o locutor anuncia a fala do candidato. Zito, microfone em punho, começa a discorrer sobre a sua promissora caminhada rumo à Câmara Municipal. Diz que conta com “apoios de vinte e cinco qualidades”, ressalta a emoção de estrear no bairro da Ilha e que vai “tirar muitos votos nessas cabeças de alto”. Ao final pede que todos votem nele e, na hora de dizer o número... dá um branco e diz errado. A reação foi instantânea: a multidão o corrige dizendo o número correto.

Após o evento, diante de um pequeno grupo de amigos, Zito confessou que havia errado propositadamente. Ou seja, aquilo tinha sido uma jogada de marketing para fixar o número na memória coletiva.

Conclusão: em um comício – segundo Paulo Nazareno – o que fica são essas tiradas inusitadas ou os deslizes verbais.


CID

O governador Cid Gomes esteve em Crateús no inicio do mês para lançar varias ações governamentais, dentre elas o Ronda do Quarteirão, a recuperação asfáltica da cidade e a Policlínica. Ao mencionar a área de saúde, o Chefe do executivo estadual discorreu sobre a importância, para os homens, do exame da próstata, o popular teste do dedo. Foi a deixa para a exploração maldosa, a insinuação maledicente. De um naúncio carregado de ações produtivas e conseqüentes, o que mais se comentou foi algo irrelevante.


LIDER X GERENTE

Ram Charas e Larry Bossidy, autores do livro Execução: a disciplina para atingir resultados, discorrem com muita propriedade sobre a distinção e integração entre as facetas de líder e gerente. Líder é o que mobiliza emocionalmente as pessoas, acende o sonho coletivo e o direciona com a adesão dos outros. Gerente é o que se prende aos resultados, concentra-se no cumprimento das metas estabelecidas e segue a trilha da materialização do que foi planejado. Um político que ocupa função no Executivo há que buscar o equilíbrio destas duas características. Esta é a barreira que desafia o Prefeito Carlos Felipe. Para chegar a Prefeitura, construiu uma boa imagem de líder. Uma vez nela, amargou um veloz processo de corrosão da sua credibilidade inicial. Homem vontadoso e trabalhador, poderia se recuperar pela via gerencial, mas nesta também tem tropeçado, sobretudo por ter entregue a hegemonia desse projeto ao feudo partidário do PCdoB, agremiação contaminada por um vírus ideológico carcomido e preconceituoso.

AVANÇAR SEMPRE

Quando a população, sedenta por novos ares, apostou todas as fichas em Carlos Felipe, imaginou que o jovem médico iria fazer uma gestão acima da média. Pensou-o capaz de ser o grande líder e excepcional gerente, que conclamasse todas as forças vivas da cidade e apresentasse uma agenda agregadora. Se essa trilha se revelou equivocada, outra há de ser buscada. Longe de se quedar a frustração, o povo precisa continuar alinhavando alternativas. E tem feito.


NOME

Dentre as alternativas que são postas nas mesas de discussões, uma se revela com grande musculatura subjetiva e força objetiva. Figura testada e aprovada, amplamente conhecida, com trânsito em todas as esferas de poder. Já pertenceu ao Legislativo estadual, onde deixou um rastro inolvidável de trabalho frutífero e dedicação reconhecida. Ocupou com brilhantismo importante função no Executivo, respondendo por uma Secretaria de Estado extremamente delicada e espinhosa. Hoje, exerce função judicante, sendo vice-presidente da Corte de Contas dos Municípios cearenses. Tem conseguido destaque e granjeado respeito pela aplicação do principio da imparcialidade como Juiz das contas publicas. Seu nome: Manoel Bezerra Veras.

NOME II

No próximo ano, por uma articulação consensual dos seus pares, Manoel Veras deverá assumir a Presidência do Tribunal de Contas dos Municípios. Mesmo já dispondo de tempo para requerer aposentadoria, Veras pretende coroar o seu trabalho no TCM assumindo a principal posição na Corte, quando planeja desenvolver importantes projetos. Empós, montado no alazão da experiência e com o alforje do conhecimento acumulado, estará livre para atender qualquer chamamento público. Curtido pelo sol da maturidade, Manoel construiu pontes de diálogo respeitoso com as mais expressivas lideranças que militam no município e que comandam o estado. Ao redor do seu nome, agrega nomes de todos os matizes, de grandes partidos e pequenas agremiações, além de um expressivo contingente de vereadores e líderes comunitários somariam nesse projeto. Desnecessário dizer que contaria com o apoio entusiasmado de Cid Gomes e Domingos Filho, Ciro Gomes e Tasso Jereissati.


NOME III

Homem de vida pessoal organizada, com família encaminhada na vida (a esposa, medica destacada, é diretora do Instituto de Prevenção do Câncer, a filha é advogada e o filho, concludente de medicina), é obvio que essa postulação, para Manoel Veras, só se justificaria por uma razão sentimental: oferecer à terra natal a oportunidade de conhecer um patamar qualificado de gestão, libertando Crateús da mesmice negativa e reinserindo-a na vanguarda desenvolvimentista.


PARA REFLETIR


“Talvez a primeira grandeza de uma profissão seja a de unir homens; só há um luxo verdadeiro: o das relações humanas”. (Saint-Exupéry, Terra dos Homens)


(Por Júnior Bonfim – na edição de hoje do Jornal Gazeta do Centro Oeste, Crateús, Ceará)

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Liduína disse:

Parabéns pelo blog. Inteligente e sensível.

Um comentário:

Unknown disse...

Parabéns pelo blog. Inteligente e sensível.