Este espaço se quer simples: um altar à deusa Themis, um forno que libere pão para o espírito, uma mesa para erguer um brinde à ética, uma calçada onde se partilhe sonho e poesia!
quarta-feira, 21 de julho de 2010
PRECIPITAR-SE E CAIR
Não faz muito tempo liguei para um amigo. Amigo este que zela pelo bem falar e traz a elegância das palavras como regra em sua vida..
--- Olá Seu Gonçalo! Tudo Bem?
--- Ó nobre acadêmica que bons ventos lhe trazem?
---Liguei para saber do senhor e das novidades da Academia.
---Bom, tenho duas notícias, uma é que o projeto de termos um espaço na feira de São Cristovão saiu, já assinei até os papéis.
--- E a outra Seu Gonçalo?
---É que infelizmente precipitei-me ao solo!!!!!
---Precipitou-se ao solo?!...
---Exatamente!
---Mas como?
--- Sai da feira tão exultante que esqueci-me de minha deficiência visual, que não me permite uma ampla visão de espaço. Assim sendo, ao tropeçar inadvertidamente numa protuberância acabei por precipitar-me ao solo. Mas diante do acontecido pessoas solícitas socorreram-me. O que agastou-me foi que já erguido e refeito, vejo um ébrio ao lado perguntando-me:
--- O senhor não perdeu uma ferradura? Foi aí que me dei conta que em um de meus pés faltava o sapato.
---Que horror seu Gonçalo!...
---Agora eu vou dizer uma coisa para o senhor: - eu, quando levo uma queda, taco mesmo é o rabo no chão! Me lasco toda! E ainda por cima xingo o maior palavrão e dou o dedo para quem estiver rindo da minha cara, e o senhor me cai com essa elegância toda? Diabo é isso, Seu Gonçalo?
Texto: Dalinha Catunda
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