terça-feira, 29 de maio de 2012

OBSERVATÓRIO

A edição passada desta coluna provocou uma série de reações. Algumas pessoas utilizaram as redes sociais para lançar petardos neste escriba. Como tem sido corriqueiro na cidade, alguns se manifestaram com ataques desproporcionais ao que foi colocado. É lamentável que, em pleno século XXI, ainda existam pessoas que, em vez de considerar ideias, desconsideram os indivíduos. Ao invés do debate, optam pelo deboche. No lugar da racional discussão, preferem a irracional agressão. Conforme está pontuado na Crônica abaixo, recuso-me a receber esse tipo de presente. Quero apenas reiterar que as posições aqui esposadas refletem a minha opinião. Não são as palavras do Jornal. Não são pensamentos de grêmio partidário, pois nem filiação a partido possuo mais. Aqui vai a modesta avaliação de alguém que nasceu, se criou e viveu mais de 90% dos seus dias em Crateús, onde tem domicílio eleitoral. Só. Vamos ao trabalho.

AS QUESTÕES

As questões colocadas na edição passada sobre a coligação que reúne o maior número de partidos foram três: 1. O candidato das oposições deverá sair de um partido da base aliada do Governo. 2. Inexiste candidato imposto. Nenhum dos líderes oposicionistas saiu de Fortaleza – ou telefonou ou pediu – para impor qualquer candidatura. 3. Nos últimos quarenta anos só tivemos duas pessoas à frente da Prefeitura que nunca moraram fora de Crateús: Lionete Camerino e Leandro Martins. Todos os demais passaram períodos residindo fora da cidade. Se alguém discorda, é um direito. O espaço está aberto para que apresentem fatos e versões. Faz parte do processo democrático.

PADRE DAVI

Muita gente avaliou o lançamento do Padre Davi Silva como opção petista para figurar na condição de vice-prefeito do doutor Carlos Felipe, que disputará a reeleição. Trata-se de um cidadão que fiou um amplo leque de relações por seu trabalho pastoral. É óbvio que engrandece qualquer chapa. No entanto, há no PT um sentimento majoritário de que o espaço continua disponível para o doutor Mauro Soares. Sucede que o atual vice-prefeito tem enfrentado problemas de saúde. Amigos mais próximos e familiares já externaram a opinião de que ele deveria colocar a saúde em primeiro lugar. Mas essa é uma decisão estritamente pessoal. Só cabe a ele – e a mais ninguém – a palavra definitiva.

PSOL

A agremiação que ostenta a bandeira do socialismo e da liberdade, o PSOL, só deverá definir sua chapa ao executivo municipal no final de junho. Por enquanto, avalia os nomes do advogado Alexandre Maia e da professora Adriana Calaça. Certo, segundo um membro da Executiva Municipal, é que engendrará todos os esforços para conquistar vaga no Legislativo Municipal. Prepara um bom time para a Vereança. Destaque-se o líder sindical Paulo Giovani. Nas últimas três eleições vem sempre aumentando as votações.

PV

Já é certo que os Verdes apresentarão o maduro João Coelho Soriano, o Maçaroca. O candidato a Prefeito do PV é um nome oriundo da velha guarda do MDB. Tem nas veias o sangue saudosista da resistência ao poder estabelecido. É um velho combatente, uma figura emblemática. Está para Crateús como Paes de Andrade está para o Ceará. Pode se inserir na campanha com discurso bem humorado e desconcertante.

PSDB

Divergências entre os tucanos vieram a público na semana passada. Correu uma informação de que o Presidente José Vagno havia sido destituído. Esta informação está divorciada da realidade. Em verdade, segundo exibe o site do TRE - http://www.tre-ce.jus.br/partidos/informacoes-partidarias/orgaos-partidarios-1 – desde 30 de dezembro de 2011, a Comissão Provisória de Crateús perdeu sua vigência. Simplesmente, desde o final do ano passado, o PSDB está sem existência legal em Crateús. O Protocolo que a formalizou, de número 675932011, datado de 03/10/2011, exibe uma Comissão Provisória com a seguinte composição: José Vagno (Presidente), Olimpio Lopes (Secretário), José Rubens (Tesoureiro), Armstrong Tavares, Edmilson Coelho, Marcos Costa e Vicente Ludgero (membros). Segundo informaram alguns dos seus integrantes, que se deslocaram a Fortaleza para resolver a pendência (pois estavam preocupados com a possibilidade do Partido não se encontrar regularizado para participar das eleições), a Comissão Provisória deverá permanecer rigorosamente a mesma. Haverá apenas um rodízio nos cargos, o que é salutar e democrático.

OPOSIÇÕES

Afunila-se o processo para definição dos nomes que comporão a chapa das Oposições Unidas (PMDB, PSDB, DEM, PTB, PDT, PSD, PPS, PHS, PSL, PMN e PRTB). No final de semana passado ocorreram duas reuniões entre os pré-candidatos. O vereador Antonio Luiz, que aparece muito bem posicionado em todas as enquetes, externou que não pretende assumir a cabeça de chapa. Diz que amadureceu muito com as últimas experiências. Sabe, por vivência própria, que é difícil ir longe sem apoio logístico e sem estrutura. Em 2004, foi preterido pelo empresário Luizinho Sales, que tinha o apoio da cúpula. Em 2008, assumiu a cabeça de chapa. Quando sentiu o peso do abandono, resolveu apoiar Nenen Coelho. Agora, diz que ninguém vai muito longe sem o apoio dos líderes maiores.

OPOSIÇÕES II

Antonio Luiz tem razão. É difícil enfrentar uma eleição em Crateús – na aliança política que integra - desprovido de estrutura e respaldo explícito das lideranças, salvo se o postulante dispuser de meios pessoais para suprir essas carências. Pesquisas qualitativas têm revelado que o apoio dos três últimos ex-prefeitos (Nenzé, Zé Almir e Paulo), somados ao dos Deputados Estaduais e Federal oposicionistas, além de outras lideranças, altera significativamente o humor do eleitorado. Ou seja, esse apoio pode se traduzir em vitória para o candidato beneficiado.

PARA REFLETIR

“Não chores, meu filho;/ Não chores, que a vida/ É luta renhida:/ Viver é lutar./ A vida é combate,/ Que os fracos abate,/ Que os fortes, os bravos/ Só pode exaltar”. (Gonçalves Dias)

(Júnior Bonfim, na edição de hoje do Jornal Gazeta do Centro Oeste, Crateús, Ceará)

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