segunda-feira, 10 de setembro de 2012

HERMANO


Hoje celebramos a vida do Hermano, meu filho caçula. Quando ele ainda era pequenino, escrevi esse acróstico para ele:

Honra-me muito te louvar como filho
Errante garoto de espírito andarilho
Represo a água que escorre de tua fonte
Medito sob a luz que brilha em tua fronte
Adoro tua alma de precoce poeta
Nomeio-te líder dos céus, patrono dos montes
Ordeiro guerreiro da bondade secreta!

Todos sabemos da carga energética, da magia contagiante que transita no córrego de todo nome.

HERMANOirmão em espanhol – é fruto de um lampejo que tive quando escutava “Los Hermanos” - composição do argentino Atahualpa Yupanqui, pseudônimo de Héctor Roberto Chavero - na voz fenomenal da inesquecível Elis Regina.

Segue, abaixo, uma tradução livre que fiz:

Yo tengo tantos hermanos / Eu tenho tantos irmãos
Que no los puedo contar / Que não os posso contar
En el valle en la montaña / No vale, na montanha
En la pampa y en el mar / No pampa e no mar
Cada cual con sus trabajos / Cada qual com seus trabalhos
Con sus sueños cada cual / Com seus sonhos cada qual
Con la esperanza delante / Com a esperança adiante
Con los recuerdos detrás / E as lembranças atrás
Yo tengo tantos hermanos / Eu tenho tantos irmãos
Que no los puedo contar / Que não os posso contar

Gente de mano caliente / Gente de mãos calejadas
Por eso de la amistad / Por isso, da amizade
Con um lloro para llorarlo / Com lágrimas para chorar
Con un rezo para rezar / Com oração prá rezar
Con un horizonte abierto / Com um horizonte aberto
Que siempre esta más allá / Que sempre está mais prá lá
Y esa fuerza pa buscarlo / E essa força prá buscá-lo
Con tezón y voluntad / Com muito tezão e vontade
Cuando parece más cerca / Quando parece mais perto
Es cuando se aleja más / É quando se distancia mais
Yo tengo tantos hermanos / Eu tenho tantos irmãos
Que no los puedo contar / Que não os posso contar

Y asi seguimos andando / E assim seguimos andando
Curtidos de soledad / Curtidos de solidão
Nos perdemos por el mundo / Nos perdemos pelo mundo
Nos volvemos a encontrar / Voltamos a nos encontrar
Y asi nos reconocemos / E assim nos reconhecemos
Por el lejano mirar / Pelo distante olhar
Por las coplas que mordemos / Pelos versos que mordemos
Semillas de imensidad / Sementes de imensidade
Y así seguimos andando / E assim seguimos andando
Curtidos de soledad / Curtidos de solidão
Y en nosotros nuestros muertos / E em nós os nossos mortos
Pa que nadie quede atrás / Prá que ninguém fique atrás
Yo tengo tantos hermanos / Eu tenho tantos irmãos
Que no los puedo contar / Que não os posso contar
Y una hermana muy hermosa / E uma irmã muito formosa
Que se llama libertad / Que se chama LIBERDADE.

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