quinta-feira, 8 de novembro de 2012

SOBRE O AMOR

O amor é um sentimento destinado à felicidade, tanto quanto ao
sofrimento e também à doação. Se você ama (melhor seria dizer: se você
é capaz de amar), não espere só grandes recompensas, respostas
otimistas. Amar é apesar.

Amor é o sentimento que se instala a partir do primeiro tédio. Amor
não é o que nos atrai em alguém. Isso é atração, paixão, ou qualquer
coisa parecida.

Amor é o que nos mantém unidos.

Quando menos sentimentos exaltados, mais amor, união e durabilidade.

O amor é um sentimento embaraçado nas raízes fundas do sentimento.
Quem ama nem tem consciência dessas raízes. Teme-as. Prefere não
vê-las.

Porque vê-las será revelar-se. E revelar-se assusta.

O amor é também o sentimento misturado com rejeição, raiva, irritação,
convivência, desinteresse, tédio, o vazio a dois, o sumiço da paixão e
as emoções mais intensas.

Ele é tão grande, tão pleno, tão poderoso e incrível que resiste a
tudo isso, inclusive as impossibilidades, estranho veneno que o
alimenta. Mas isso é amor dodói. Amor saudável é apenas bom.

Você não deixa de amar apenas porque já não gosta igual ou não sente a
mesma atração. Talvez só agora você comece a ficar madura o suficiente
para poder começar a amar.

Pessoas que se atraem à perdição talvez ainda nem começaram a se amar.
Enquanto apenas se atraírem, não alcançarão o amor. Alcançar o amor
tem tanto de renúncia quanto de alegria, felicidade ou glória. Sim, a
felicidade pessoal é compatível com o amor. Infelicidade, jamais. Mas
amor é sério demais para almejar apenas felicidade. O amor visa a
eternidade. A felicidade é apenas um caminho para ela.

Assim como é preciso alguma crueldade para viver. Assim como há sempre
alguma agressão embrulhada em qualquer vitória, assim, também, a
alegria precisa de alguma inconseqüência. Sem esta, restará apenas a
lucidez, que é sempre repleta de ''trágicos deveres''. Libertando-nos
da plena consciência, a inconseqüência nos permite alguma alegria. Já
felicidade é outro assunto. Está no campo do amor.

Felicidade ganha de alegria assim como amor ganha de paixão. Mesmo
quando venha nesta embrulhado.

(Artur da Távola)

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O amor, JB?

É uma ilusão criada pela mente, que ludibria o coração e faz o corpo padecer. Just it.

Paulo Nazareno

Um comentário:

Paulo Nazareno. disse...

O amor JB?
É uma ilusão criada pela mente, que ludibria o coração e faz o corpo padecer. Just it.