Getúlio Vargas dizia que “política é esperar o cavalo passar”. Tancredo Neves poliu o raciocínio:
“Ninguém tira o sapato antes de chegar ao rio, mas também ninguém vai ao Rubicão para pescar”.
Dilma Rousseff espera, ansiosa, pela oportunidade de cavalgar o prestígio de Lula.
Não há quem ignore que a ministra vai às margens do Rubicão. Mas ela resiste em tirar o sapato antes da hora.
Nesta quarta (4), a pré-candidata de Lula veio aos holofotes para anunciar um reforço financeiro do PAC. Coisa de R$ 142 bilhões até 2010.
O dinheiro não está no cofre. Um pedaço virá do Tesouro. Mas outro naco terá de ser provido por estatais e empersas privadas.
Ou seja, por ora, o PAC ganhou apenas mais uma camada de saliva. Dilma chegou mesmo a discorrer sobre os desdobramentos do programa no pós-Lula.
Lero vai, lero vem uma repórter perguntou à ministra se tinha o desejo de tornar-se presidente, para dar continuidade ao PAC.
E Dilma: "O governo quer ter um candidato para fazer isso. Se serei eu ou não é outra questão".
A repórter insistiu: Mas a senhora deseja. Dilma não se deu por achada: "Eu desejo bastante que o governo tenha um candidato".
Como a repórter insistisse, Dilma foi ao ponto: “Essa resposta você não tiram de mim nem amarrada”.
A ministra vive aquela fase em que o político tenta não parecer o que é. Sabe que sempre há o risco de a conjuntura pode não ser o que parece.
(Escrito por Josias de Souza)
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