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terça-feira, 24 de agosto de 2010
FRANCISCO CARLOS MOURÃO
20 de agosto é o Dia do Maçom. Maçom, Maçonaria... Assunto que ainda suscita interrogações, mercê da aura folclórica, do véu de mistério e da cerca de curiosidade que sempre revestiu a Instituição e seus integrantes.
Dada sua característica discreta – que muita gente confunde com secreta – a Maçonaria, principalmente depois do lançamento de Best Sellers sobre o tema (como os livros de Dan Brown), tem despertado enorme interesse na juventude investigativa, nos amantes da sabedoria humana e nos estudiosos de todos os matizes.
Afinal, o que é ser Maçom no mundo contemporâneo? Qual o segredo que alimenta os Maçons e que tem perpassado os séculos aguçando a massa encefálica da humanidade?
Em verdade, o segredo da Maçonaria é simples. É o mesmo que impulsionou os maiores luminares da História. Não se encontra em um manual, mas no universo espiritual. É um tufão que sacode o âmago do ser e o retira da escuridão da consciência para colocá-lo sob a luz da profundidade.
Ser Maçom é consagrar-se à firmeza de caráter. Sem frouxidão, ser manso e humilde de coração. É libertar-se das baixas contingências gregárias. Subjugar a influência das ilusões. É combater o despotismo, os preconceitos e os erros. É promover o bem-estar da Pátria e da Humanidade. É hastear a bandeira da Fraternidade, da Igualdade e da Liberdade.
Ao redor desses ideais e postulados progressistas, homens livres e de bons costumes - sem distinção de raça, religião, ideário político ou posição social – têm se reunido para erigir templos à virtude e contribuir para o engrandecimento do edifício social da civilização humana. Esse é, em apertada síntese, o papel do Maçom na quadra atual.
Em Crateús, há dois prédios maçônicos. Um deles está localizado na rua que leva o nome do grande jurista que Viçosa do Ceará ofereceu ao mundo, Clóvis Beviláqua, o festejado autor do Código Civil de 1916. Ao lado desse templo, reside um dos seus fundadores, o mais antigo maçom em atividade na urbe e a principal coluna daquela oficina: Francisco Carlos Mourão.
Embora nascido, como o poeta do século XX, Gerardo Mello Mourão, na heróica Ipueiras, Francisco Carlos Mourão se fez crateuense. Passou por todas as provas da vida: do ar, do fogo, da água e da terra. Sagrou-se vitorioso. Virou um patriarca dos pedreiros livres da encosta do Poty. Instrutor dos que lapidam a esmeralda humana, desbastando a pedra bruta e a transformando em pedra cúbica, como um profeta que guia os seguidores na excelsa missão de espalhar a luz e reunir o que está esparso.
O rebento que o casal Aristides de Pinho e Raimunda Soares Mourão entregou ao universo no dia 13 de maio de 1933 é um modelo de pai, uma referência de dignidade, um farol de luta. Sabendo que a família é um dos principais alicerces da harmonia interior, casou-se com Jacira Mourão Lima, com quem procriou Rosângela, Janete e Gilson.
Ouvi falar dele a primeira vez ainda menino. Após ingerir um delicioso refrigerante, perquiri a origem. Disseram que era o Guaraná Cassino, orgulho dos crateuenses nos idos de 60 e 70, fruto da aura empreendedora de Chico Carlos Mourão. Tempos depois, tive a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente quando apadrinhou meu irmão caçula.
Sua postura reta, altiva e vertical, sempre me impressionou. Aprendi que o homem maduro é aquele que enfrenta com a mesma serenidade tanto um terremoto de tristeza como uma explosão de alegria. Posso afirmar que, sem embargo, Carlos Mourão pisou os prados da maturidade. Descobriu o verdadeiro Segredo Maçônico. Naquele sentido que esposou um dos mais emblemáticos maçons de Portugal, o iluminado poeta Fernando Pessoa:
“O verdadeiro Segredo Maçônico...
É um segredo de vida
e não de ritual
e do que se lhe relaciona.
Os Graus Maçônicos comunicam àqueles que os recebem,
sabendo como recebê-los,
um certo espírito,
uma certa aceleração da vida
do entendimento
e da intuição,
que atua como uma espécie
de chave mágica dos próprios símbolos,
e dos símbolos
e rituais não maçônicos,
e da própria vida.
É um espírito,
um sopro posto na Alma,
e, por conseguinte,
pela sua natureza,
...incomunicável”.
(Por Júnior Bonfim, na edição de hoje do Jornal GAZETA DO CENTRO-OESTE, Crateús, Ceará).
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Caro Junior:
O Ir.'. Chico Mourão é realmente um baluarte da Loja Liberdade e Justiça 1712.
O decano, hoje vivo, da maçonaria em Crateus é o Ir.'. Edmar Lopes Martins com 60 anos de iniciado na situação de regular/remido um dos fundadores da Loja Deus e Crateus nº 20. Em segundo lugar vem o Ir.'. Egber Torres Martins com 43 anos.
O Ir.'. Francisco Carlos Mourão foi iniciado em 1968, com 42 anos. Eu fui iniciado no dia 26 de setembro de 1970.
Mas, Caro Ir.'., o importante não o tempo de iniciado e sim, que o iniciado tenha encontrado a "PALAVRA PERDIDA". Se o iniciado ainda não a encontrou, nada valeu.
(Luiz Bonfim)
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