sábado, 9 de fevereiro de 2013

FOLIA

Batuques. Tamborins. Atabaques e pandeiros! Alquimia de palavras em tempo de folia. Folgança ruidosa. Pândega nos intervalos da vida de trabalho.

O carnaval chegou. Vem com tudo na busca da alegria. Tríduo momino de loucura premeditada para a brincadeira livre. A zoeira vem a lume. Surge refreada ante a realidade social que vivenciamos entre tragédias e comédias do cotidiano. Fomentar felicidade ao sabor das ilusões. Usar as máscaras para disfarçar a sisudez das preocupações do dia a dia das violências deprimentes que aí estão.

O homem consegue neutralizar momentos e redefini-los ao som do contentamento fabricado. Homens e mulheres na dança da satisfação. A procura do divertimento sadio. Festa de cores. Alegoria da esperança para gáudio de todos nós. Brasileiro tem o riso fácil e o samba no pé. Brinca com as coisas sérias. Executa na prática a festa da inocência. Desfile de escolas de samba, dos maracatus e dos sujos, numa categoria exclusiva da nossa índole, do nosso lado criança. Folia a alegria da vida. Orgia programada para sentir o prazer da euforia.

Usar o bom senso nos parece imprescindível para sustentar a harmonia de uma festa popular de rara singeleza. Momo como representação mímica de um soberano que põe sua coroa entre sorrisos.

O rei do Carnaval, sem escárnio, na franqueza da busca pela felicidade quase perdida no turbilhão da insensatez humana. Somos todos atores dessa paradoxal farsa burlesca do carnaval. Criação de igreja para interligar gente no espírito de religiosidade capaz de aproximar pela cidadania ou urbanismo. Sem resistência para aceitar a alegria. Viva a folia!

Paulo Eduardo Mendes
jornalista

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