Este espaço se quer simples: um altar à deusa Themis, um forno que libere pão para o espírito, uma mesa para erguer um brinde à ética, uma calçada onde se partilhe sonho e poesia!
quarta-feira, 22 de julho de 2009
PREFÁCIO
O LIVRO DO NOSSO SONHO
Júnior Bonfim é um desses inúmeros talentos gerados nas barrancas do Rio Poty, cujas águas benditas aspergem com carinho os seus tantos filhos. Júnior é uma jóia valiosa. Membro de uma família, da qual faço parte, prefere o rumo das letras e/ou das artes, ao caminho dos poderes pecuniários.
O autor é dono de uma maneira especial de escrever. E ele o faz com leveza e segurança. Orações curtas. Claras. Desliza com facilidade sobre os temas que apresenta. Claro. Límpido. Administra um português castiço, sem prepotência. Navega a sua verve com sabedoria e suavidade.
As palavras se lhe caem como fonte de água límpida. Mergulha nos mais diferentes temas com desenvoltura e brilho. E de todos se ergue airosamente.
Dom Antonio Almeida Lustosa dizia que os seminários não servem tão somente para formar padres, mas também para forjar cidadãos honrado e decentes. Como o Eduardo e João Aragão, Juarez Leitão, François, César Vale, Crisóstomo e tantos outros. Bonfim Faz parte faz parte desta casta privilegiada. Casta formatada nos corredores, nas salas de aula, nos pórticos e nas capelas dos seminários. Teve a graça Divina de ser orientado por Dom Antonio Fragoso (1920-2004), o profeta que ao longo de seu pastoreio em Crateús deixou as pegadas missionárias e proféticas. Plantou sonhos e idéias. Dele Júnior herdou o valor da cidadania e da justiça. O carisma e as chamas da verdade. O caráter e a preocupação instigante com o futuro da terra e dos seus irmãos, principalmente os mais sofridos.
Hoje o poeta se mostra. As suas crônicas poéticas traduzem os valores maiores de um povo. A tribo dos caratius. Deixa fincar nesta taba sagrada os seus clamores. A sua nação de libertação. Traz nestas belezas os atores desta gleba fincada na ribeira do Poty.
Certa feita inquiram de João Paulo II(1920-2005) o porquê de beijar a terra. E ele respondeu: “o amor a terra é tão belo quanto o amor a mãe.” Aos 28 anos Karol ficou sem a mãe, sem irmãos, sem pai e sem os amigos queridos vítimas do fascismo e do comunismo. O que lhe sobrou? A terra. O chão. A terra que também amamos. Este livro é o livro do nosso sonho. É nosso Exodus, para pisar na terra que é nossa, e aconchegá-la ao peito e apertá-la.
Gostaria de deixar estas belezas de idéias e de amor neste livro: “É hora, enfim de mirarmos a cidade sob lentes futuristas e progressistas. Pensá-la com amor, fonte geradora de cuidado. Pois quem ama cuida. Abramos as pálpebras embaçadas, sacudamos a poeira das decepções, revigoremos o espírito, desbravamos novos caminhos, recuperemos a utopia, lancemos um olhar sobre o fazer político, e marchemos na rota de uma cidade que cultue a justiça e a fraternidade. Crateús merece.”
Dedilho com emoções estas pobres linhas. Escrevo com sonhos e saudades, pois seus escritos, meu primo Bonfim, me tocaram muito. Sou esta alma apaixonada como o Poty em cheias. Belo livro. Tão apaixonante. Tão preciso que não podemos sorvê-lo com sofreguidão. Vamos tragá-lo como quem bebe um manjar dos deuses. Gota a gota. E no canto maior a nossa terra: de joelhos.
José Maria Bonfim de Morais
Cardiologista
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