segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

SOB CRISE, GOVERNO JÁ INJETOU R$ 363 BI NA ECONOMIA



O Planalto e a Fazenda têm ojeriza pelo vocábulo "pacote". Brasília foge da palavra como o gato que, escaldado, esquiva-se da água fria.

Em reação à marolinha, o governo prefere manusear o conta-gotas. Uma liberação de compulsório aqui, uma linha de crédito ali, uma mexida tributária acolá...

De pacotinho em pacotinho, já se chegou a um pacotão. Injetaram-se na economia algo como R$ 363,3 bilhões. Deve-se o levantamento à equipe da Agência Brasil.

É a mão visível do Estado tapando os buracos cavados pela mão invisível do mercado. E o diabo é que parece não haver outro remédio.

Até o FMI, velho defensor do torniquete fiscal, agora receita a abertura de comportas.

Ouça-se, a propósito, o diretor-gerente do Fundo, Dominique Strauss-Kahn:

"Estou particularmente preocupado com o fato de que nossa previsão, já muito negativa, vai ser ainda mais negativa se um estímulo fiscal apropriado não for colocado em prática".

Ele se refere à economia mundial, não só à brasileira. De cara com o pior, ele diz que, para evitar o muito pior, seria preciso um superpacote equivalente a 2% do PIB global.

Coisa de US$ 1,2 trilhão. Ou, em reais, R$ 2,9 trilhões.

Escrito por Josias de Souza

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