A senadora e o cineasta Joel Zito“O programa Sentinela não previne a exploração e a violência sexual de nossas crianças e adolescentes, pois não há uma abordagem contra aqueles que cometem o crime”. A observação sobre a estratégia apoiada pelo governo federal foi feita pela senadora Patrícia Saboya (PDT), durante o III Congresso Mundial de Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, que prossegue até o fim da tarde desta sexta-feira, no Rio de Janeiro. Para a senadora, que presidiu a CPMI da Exploração Sexual, entre os anos de 2003 e 2004, o verdadeiro explorador, que financia a violência contra crianças e adolescentes, acaba não sendo alcançado pela lei, pelo fato de não estar no local do crime. De acordo ainda com a parlamentar cearense, a pena de quatro a dez anos de detenção recai somente sobre a pessoa que é flagrada em ato do abuso. “O problema está na nossa frente, na nossa cara. A gente não quer ver ou não tem tempo para ver”, reclamou Patrícia Saboya, ao ressaltar que a impunidade impede os avanços contra a exploração sexual no Brasil.
Nesta quinta-feira, Patrícia vai falar sobre resultados e as frustrações da CPMI durante duas palestras no Rio. A primeira, às 9h30min (horário de Brasília), no Sesc-Senac, dentro do I Congresso Brasileiro de Enfrentamento às Violências Sexuais contra Crianças e Adolescentes, evento paralelo ao Congresso Mundial. À tarde, a partir das 16h30min (horário de Brasília), no Riocentro, Patrícia Saboya falará para cerca de 300 adolescentes de diversas nacionalidades sobre as ações da CPMI por ela presidida, pelo evento internacional.
DETALHE - Na última segunda-feira, Patrícia foi homenageada no Cine Odeon, quando da exibição do documentário “Cinderelas, Lobos e um Príncipe Encantado” do cineasta e roteirista Joel Zito Araújo. O evento integra o programa do Congresso Mundial de Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
(Repórter Eliomar de Lima)
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