sábado, 8 de novembro de 2008

SÁBADO É DIA DE SAMBA!

DIA MUNDIAL DO URBANISMO




Hoje, 8 de novembro, é o Dia Mundial do Urbanismo. O símbolo, ou emblema, que representa este dia, foi desenhado pelo mesmo criador da data comemorativa em 1934, e simboliza uma trilogia de elementos naturais essenciais à vida humana: o sol (representado em amarelo), a vegetação (representada em verde) e o ar (em azul). Nota-se então uma preocupação com o equilíbrio entre o meio natural e o meio antrópico (urbanizado) nas grandes cidades, numa tentativa de se promover uma maior proporção de espaços livres (verdes), em harmonia com o ambiente construído.

Esta comemoração acontece através de exposições, artigos, conferências, seminários, fóruns, etc. onde se discutem temas relacionados ao Urbanismo e à questão urbana. Esta data comemorativa foi decretada pela Organización Internacional Del dia Mundial del Urbanismo, fundada em 1949 , em Buenos Aires – Argentina, pelo professor Carlos Maria Della Paolera, da Universidade de Buenos Aires.

Miremos a nossa urbe e reflitamos sobre a mesma. Ela é uma extensão de cada um de nós.

ESVAZIANDO O VAZAMENTO

Em busca de informações se o delegado Protógenes Queiroz, que comandou a Operação Satiagraha, ou algum dos seus subordinados, avisou os repórteres da TV Globo sobre a operação, a PF conseguiu, sem autorização judicial, a quebra do sigilo telefônico de dezenas de aparelhos da Nextel utilizados na madrugada de 8 de julho, dia em que a operação foi deflagrada.

A denúncia, gravíssima, foi apresentada pela Folha de São Paulo. Com efeito, a gravidade está no fato de que a busca de provas tem limite. Caso não saibam, chama-se lei.

Mas, voltando ao caso, a Folha informa que no início da investigação sobre o vazamento, o delegado Amaro Vieira Ferreira, da Delegacia de Polícia Fazendária em SP, indicado para a função pela Corregedoria da PF, enviou ofício diretamente à Nextel pedindo a relação completa de "todos" os celulares e antenas usadas nas imediações da sede paulista da PF e em três locais alvos de buscas durante a deflagração da Satiagraha. Nos quatro locais, havia equipes de jornalistas da TV Globo antes mesmo da chegada da PF.

Segundo a Folha, autoridades do caso foram consultadas pela PF sobre a quebra de sigilo telefônico dos jornalistas que estavam nos locais de busca, e se opuseram ao pedido, entendendo que tal iniciativa violaria o direito constitucional de sigilo da fonte. Mesmo assim, a PF encaminhou o ofício à Nextel sem autorização da Justiça.

Num primeiro momento, a empresa de telefonia informou que não poderia repassar os dados sem a autorização judicial. Depois, a Nextel, em outro documento, informou que, "em face de esclarecimento verbal prestado por um agente federal" (!), disponibilizaria as informações.

As informações da Nextel à PF foram anexadas ao inquérito e serviram de base para as ordens de busca e apreensão autorizadas pelo juiz federal Ali Mazloum, da 7ª Vara Criminal Federal.

Enfim, quer dizer então que se autoriza busca e apreensão com base em prova ilícita? Estamos bem, obrigado.

PARA REFLETIR!

"Nenhuma lei há, por mais reta que seja, que o homem não trate de torcê-la para satisfazer seus apetites."

Luis Vives

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

ACONTECEU...

....EM 07 de novembro de

1989

A cidade de Nova York elegeu seu primeiro prefeito negro, David Dinkins. No mesmo dia, pela primeira vez um negro foi eleito governador. Foi Douglas Wilder, na Virgínia.

PARA REFLETIR!

"Nossa dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com freqüência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar." (William Shakespeare)

IDÉIAS QUE FAZEM A DIFERENÇA!



Estamos num momento em que os gestores recém-eleitos – e que estão impregnados de boas intenções – começam a organizar equipes e laborar Planos de Trabalho. Para os velhos problemas, ganham destaque as soluções inovadoras. Como esta:

CURSO ENSINA A TRANSFORMAR LIXO EM MATERIAL DE USO DIÁRIO

A Prefeitura de Niterói, no Estado do Rio, inaugurou uma escola pouco convencional - a Escola Municipal de Meio Ambiente. No lugar das matérias tradicionais, cursos que ensinam como construir aquecedor solar com garrafa PET e caixa de leite e como transformar óleo em sabão.

As primeiras turmas, todas formadas por adultos, atraíram 350 alunos. “A intenção é que os cursos ajudem a mudar a vida dos alunos. As pessoas podem somente transformar seus hábitos e reduzir os custos em casa ou aplicar o que aprenderam na vida profissional e gerar renda”, afirma o subsecretário de Recursos Hídricos, Tiago de Paula.

Cursos como o de construção de aquecedor solar e o de arquitetura ambiental têm público-alvo bem diversificado - desde o estudante de engenharia e arquitetura, ao pedreiro, passando pelo morador de favela que está construindo sua casa. “Os universitários têm que discutir arquitetura ambiental, outras formas de construção, o reaproveitamento da água. Não importa o nível educacional ou a idade, todos os alunos estudam na mesma classe”, diz.

As primeiras aulas começaram a ser ministradas no Parque das Águas, no centro. Mas os cursos podem ser itinerantes. Moradores de favelas, alunos e professores podem se organizar e solicitar que o curso seja dado perto de casa. “Se tiver público, levamos o curso às associações de moradores e escolas”, diz Paula.

É o que pretende fazer Denise Rodrigues Silva, de 33 anos. Desempregada, ela se matriculou nos cursos de percussão ecológica (fabricação de instrumentos musicais com sucata) e fabricação de sabão. “Acho que vai dar retorno. Podemos formar uma cooperativa de sabão. Mas o mais importante é que posso dar aulas na comunidade”, diz Denise.

O material usado nas aulas é o lixo, o espaço físico pode ser a sala de escola convencional e a produção pode ser vendida. É o que acontecerá em Niterói, já que o sabão feito de óleo de cozinha e o artesanato com material reciclado serão comercializados em uma feira semanal. Além disso, os alunos formados nos cursos de ecopolítica, que ensina noções de cidadania ecológica, ganharão coletes com a inscrição “guarda ambiental voluntário”. A idéia é que eles dêem palestras nas comunidades em que vivem.

RECEITA PÚBLICA


As duas maiores fontes de Receita de um município como Crateús são o ICMS (imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação) e o FPM (FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS), que é uma transferência constitucional (CF, Art. 159, I, b), composta de 22,5% da arrecadação do Imposto de Renda – IR e do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI. Veja quanto totalizaram no mês passado:

Outubro/2008


ICMS (IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS)


1ª parcela 2ª parcela 3ª parcela 4ª parcela Total

77.681,53 8.456,71 52.574,62 85.460,60 224.173,46



FPM (FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS)


1ª parcela 2ª parcela 3ª parcela Total

663.258,86 196.495,96 313.829,02 1.173.583,84


TOTAL 1.397.757,30

PISO SALARIAL PARA PROFESSORES É CONSTITUCIONAL



Parecer apresentado pela Advocacia Geral da União (AGU) defende a lei que estabeleceu novas regras para o magistério e unificou a remuneração inicial dos professores de escolas públicas da educação básica.

A Lei federal 11.738/07 foi questionada no Supremo Tribunal Federal (STF) pelos governadores dos estados do Paraná, Roberto Requião; do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius; de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira; do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, e do Ceará, Cid Gomes, por meio da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4167.

Na ação, os governadores afirmam que a lei extrapolou a idéia inicial de uma fixação do piso da carreira e criou “regras desproporcionais” ao regular o vencimento básico (não o piso) e dar jornada menor de trabalho dos professores dentro das salas de aula. Segundo eles, a lei federal causará despesas exageradas e sem amparo orçamentário nos estados.

Em seu parecer enviado ao Supremo, a AGU explica que a lei não restringe, mas sim determina o piso salarial mínimo de R$ 950,00 para professores com carga horária de 40 horas semanais que exerçam dois terços de atividades em sala de aula, e um terço fora dela em atividades como o preparo de aulas, correção de provas, entre outras.

Sustenta que a lei deve ser considerada constitucional, uma vez que impõe aos estados a fixação de piso maior para os professores que trabalhem por mais tempo, proporcionalmente à jornada de cada um.

“A fixação de um determinado valor como piso salarial deve levar em conta a prestação do serviço a ser remunerado. Não se pode desconsiderar, em sua estipulação, as diferentes jornadas de trabalho dos profissionais contemplados, sob pena de estabelecer-se idêntica remuneração mínima a professores sujeitos a cargas horárias díspares”, explica a AGU no documento.

Afirma ainda que, caso sejam necessários novos professores, os estados terão tempo hábil para fazer um planejamento, pois a lei só produzirá efeitos escalonados nos orçamentos a partir de janeiro de 2009.

O relator da ação no STF é o ministro Joaquim Barbosa. Ele aguarda que a Procuradoria Geral da República se manifeste sobre a ação para então elaborar seu voto sobre o tema, que será analisado no Plenário do STF.

Processo relacionado
ADI 4167

Fonte: Supremo Tribunal Federal

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

PALAVRA DE UM CÉSAR!

Meu caro Júnior Bonfim:

Estou feliz. Muito feliz e alegre. Muito surpreso também. "Gaudebunt campi et omnia quae in eis sunt". Alegrem-se os campos e todas as coisas que estão neles.

Eu acrescentaria: Alegre-se a cidade de Crateús, o Ceará, o Brasil e Mundo e o que mais houver.

Temos, agora, uma representatividade toda nossa na internet - o Blog do Júnior Bonfim - que irá tratar das coisas sérias que precisam ser tratadas com seriedade.

É mais um instrumento de informação que cai sobre nós como dádiva à sociedade, mais uma fonte de informação para a nossa fome e desejo de conteúdo, de leveza e entretenimento.

O amigo tem estilo próprio e inviolável, idéias a transmitir, sugestões a ofertar e o verbo para convencer. Tem o domínio da palavra e sabe como, quando e onde empregá-la com a sutileza da metáfora e a beleza da poesia.

Alegro-me com o amigo, com a idéia magnífica deste blog e alegro-me, por fim, com a cidade de Crateús, mais que nunca, carente de bons acontecimentos, de idéias renovadoras e de ideais que brotem e vicejem nos jardins das nossas esperanças.

Com o abraço e os parabéns do César Vale.

IMAGINE - UMA MÚSICA, UM SONHO!

Clique no play e ouça contemplando as imagens.

GENTE QUE BRILHA - GUIDO DAREZO



Júnior Bonfim

É difícil imaginar, nesses tempos de culto à especialização, que ainda exista alguém com perfil multifacetário, como o foi um Leonardo da Vinci, por exemplo. Mas – dirão - Da Vinci é exceção, pois era um gênio, desses que manejava com invejável maestria talentos distintos como o diletantismo da pintura, o raciocínio matemático, a destreza para a escultura, a inventividade de um arquiteto, a percepção de um físico, a intimidade com as letras de um escritor, o tirocínio de um engenheiro, a ludicidade poética, a lucidez científica, o coração botânico e a alma musical.

Pois numa radiosa manhã de domingo, aquecido pelo sol especial deste ano da graça de 2008, vagueando pelas ruas de Crateús à cata de uma figura reluzente que estrelasse esta página, deparo-me com o mestre Antonio Guido Brito da Silva, o nosso Guido Darezzo.

Como Leonardo, Guido é um ser misterioso e carrega dentro de si habilidades distintas: adora pintura, estuda desenho geométrico, é fascinado por arquitetura, ganhou nome como especialista ótico, tornou-se artista consagrado, é afamado pé de valsa dos mais disputados e, em especial, é amante da música. Por isso o nome artístico Guido Darezzo, numa referência ao monge italiano que, baseando-se em um texto sagrado em latim, cantado pelas crianças do coral para que São João os protegesse da rouquidão, criou a pauta musical e batizou as notas musicais com os nomes que conhecemos hoje: dó, ré, mi, fá, sol, lá e si.

A paixão pela música o arrebata desde a adolescência, quando começou a comprar discos de vinil e colecionar. Hoje, ainda conserva cerca de dois mil LPs, todos catalogados na velha máquina de datilografia. Ao tocar no assunto, ele filosofa: “Música é algo fantástico, que mexe com as pessoas. Ela nos transporta, tem a magia de nos fazer sonhar. E, o que é mais incrível, toda música começa no silêncio”.

O fortalezense de nascimento chegou a Crateús, na década de 60, para passar quinze dias trabalhando numa ótica. Adorou a água do Poty e nunca mais retornou. “Sempre gostei do que é bom: coisas e pessoas”. Freqüentando os bons locais, sobretudo os clubes da cidade, já enturmado na sociedade organizada, conheceu a elegante professora Toty Azevedo, que reputa como a pessoa mais importante de sua vida. Com ela trocou aliança e constituiu família, um varão e duas damas. Constantino reside em Resende, Rio de Janeiro, é militar da Academia Militar da Agulhas Negras (AMAN). Josefina optou pela área de saúde e mora em Brasília, onde exerce a profissão de enfermeira. Magdalena, a mais nova, cursa faculdade de Psicologia. Conta com emocionada alegria quando, certa feita, dirigindo-se ao rebento, exclamou: “Meu filho, meu ídolo!”. E a resposta veio rápida: “Não é o contrário, papai?!”

Há alguns anos optou por viver sozinho. Esquivo-me de indagar os motivos, pois percebo que estou diante de uma figura transcendental, descolada da mediocridade, que já percorreu veredas incomuns e escalou ladeiras contemplativas. Está, pois, acima da média.

Igualmente, abstenho-me de perguntar sua idade. Sei que mocidade e velhice são estados mentais. Como que percebendo o interesse, adianta-se: “Tenho 22 anos. Ano que vem completo 21”.

Foi com a jovialidade saltitando na mente criativa que, há alguns anos, começou a transformar lixo de vidro em obra de arte. O reconhecimento veio há dez anos atrás quando foi premiado no I Salão de Artes de Crateús, uma iniciativa da Casa de Arte e Cultura Belchior. Daí foi expor em Belo Horizonte, Minas Gerais, onde conheceu artistas de nome nacional. Sua arte já é apreciada em vários lugares do Brasil.

Miro uma de suas obras-primas, uma réplica da Torre Eiffel, o símbolo máximo de Paris, o monumento mais visitado do mundo. Construiu-a com pedaços de vidros, medindo milimetricamente cada módulo, o que a torna desmontável.

Cercado por mandalas e oratórios que enfeitam o seu longo e esbelto espaço comercial - uma combinação de ótica, atelier, museu, oficina e showroom de peças artísticas – faço uma última indagação: - ‘Qual o preço?’ Ele responde: - “Sempre que me perguntam o valor de cada peça, eu devolvo a pergunta: Quanto você acha que vale? Isso é obra de arte. Arte não tem preço. Vale o que cada um lhe dá. E cada um dá conforme o seu gosto, a sua percepção, a sua apreciação. É O PREÇO DO APREÇO!”

(Publicado na Revista Gente de Ação - setembro/08)

OAB CONTRA CADASTRO DE DEVEDORES ESCOLARES

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) estuda, a pedido da União Nacional dos Estudantes (UNE), a ingressar na Justiça com uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) contra o Cadastro de Informações dos Estudantes Brasileiros (Cineb), lançado na última semana pela Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (Confenen).

Ontem, o presidente nacional da Ordem, Cezar Britto, manifestou-se totalmente contrário ao cadastro que pretende divulgar o nome dos devedores de mensalidades escolares.

“Recebemos a solicitação da UNE de discutirmos uma ação direta de inconstitucionalidade sobre a matéria e essa possibilidade está em estudo. Mas de antemão posso afirmar que para nós a educação é dever do Estado e não é comércio, nem atividade mercantil e não pode punir aquele que tem direito a acessar a educação com esse raciocínio torpe de que o negócio vale mais do que o saber”, afirmou Britto após encontro com o ministro da Justiça, Tarso Genro.

ACONTECEU

EM 06 DE NEVEMBRO DE...


1860

Com 40% dos votos, Abraham Lincoln foi o primeiro republicano a se eleger presidente dos Estados Unidos.

1911

Francisco Madero foi eleito presidente do México. A vitória do liberal deu início à Revolução Mexicana, primeira revolta popular do século XX.

1913

Mahatma Gandhi, líder nacional e espiritual indiano, foi preso por liderar a marcha dos mineiros indianos no sul da África.

1962

A Assembléia geral da Organização das Nações Unidas adotou uma resolução que condenava a África do Sul pelo apartheid e recomendando as sanções econômicas ao país.

1986

O Conselho Federal de Educação (CFE) aprovou resolução que mudava currículos escolares. A disciplina Comunicação e Expressão passou a se chamar Português e Matemática deixou de fazer parte da área de Ciências.

PÉROLAS DO LATIM

• Nonum prematur in annum – "Fique o original guardado até o nono ano" – Horácio - Conselho de Horácio aos poetas principiantes

• Non vivas ut edas, sed edas ut vivere possis – "Não vivas para comer, mas come para viver" – Dionísio

• Non vivere sed valere vita est – "A vida não consiste em viver, mas em ter saúde"

• Nosce te ipsum – "Conhece-te a ti mesmo" - Tradução latina de frase grega inscrita no Templo de Apolo

PARA REFLETIR

"Viu dois séculos de chicote a lacerar carne e outros dois séculos de lágrimas, de gemidos e lamentos os uivos de dor. E viu a América ir saindo dessa dor, como a pérola, filha do sofrimento do molusco, nasce na concha..."

Monteiro Lobato, in "O presidente negro"

PARABÉNS

Caro Dr. Júnior Bonfim:

Sem sombra de dúvidas você está de parabéns
pelo excelente trabalho realizado no seu recém criado
"Blog do Júnior Bonfim".

Trata-se de trabalho sério e com conteúdo sobremaneira
proveitoso. Apresenta ótimo visual e um "lay-out" de facílima
navegação para qualquer internauta.

Esse era o blog que estava faltando na cidade de Crateús.
Os artigos contidos são do maior interesse dos leitores, e suas
matérias são elaboradas dentro de uma linguagem que eu diria
"popular erudita".

Você está no caminho certo. Siga em frente com esse belíssimo
jornal eletrônico. O povo de Crateús merece e está de parabéns.


Gabriel Aguiar Vale

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

CARTÓRIOS DEVEM EXIBIR TABELAS DAS CUSTAS E EMOLUMENTOS

Confira abaixo na íntegra a lei 11.802 que determina que os cartórios de registros públicos tenham afixados, em locais de fácil leitura e acesso ao público, quadros contendo os valores atualizados das custas e emolumentos.

LEI Nº 11.802, DE 4 DE NOVEMBRO DE 2008

Acrescenta § 3°-C ao art. 30 da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973, que dispõe sobre os registros públicos e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. ° Esta Lei acrescenta § 3°-C ao art. 30 da Lei n° 6.015, de 31 de dezembro de 1973, para obrigar os cartórios de registros públicos a afixarem, em locais de fácil leitura e acesso ao público, quadros contendo os valores atualizados das custas e emolumentos.

Art. 2° O art. 30 da Lei n° 6.015, de 31 de dezembro de 1973, passa a viger acrescido do seguinte § 3°-C:

“Art. 30. .......................................................................

§ 3°-C. Os cartórios de registros públicos deverão afixar, em local de grande visibilidade, que permita fácil leitura e acesso ao público, quadros contendo tabelas atualizadas das custas e emolumentos, além de informações claras sobre a gratuidade prevista no caput deste artigo.” (NR)

Art. 3° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 4 de novembro de 2008; 187° da Independência e 120° da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Tarso Genro
José Antonio Dias Toffoli

OBAMA VENCEU! SIM, NÓS PODEMOS!

A vitória de Obama é plena de simbolismos. Representa muito. É uma fogueira de esperança que se acende em cima de um solo acostumado às geadas do preconceito de todas as latitudes e formas. É a assunção ao poder de um homem que personifica a luta secular dos marginalizados daquela pátria. O discurso da vitória é longo, mas vale a pena degustá-lo. Eí-lo na íntegra:

"Oi, Chicago.
Se alguém ainda duvida que a América é um lugar onde tudo é possível, ainda pergunta se o sonho dos pioneiros ainda estão vivos em nossos tempos, ainda questiona o poder da nossa democracia, esta noite é sua resposta.
É a resposta das filas que cercaram escolas e igrejas em números que essa nação nunca havia visto. Das pessoas que esperaram três horas e quatro horas, muitas pela primeira vez em suas vidas, porque acreditavam que desta vez precisava ser diferente, que as suas vozes podiam fazer diferença.
É a resposta de jovens e idosos, ricos e pobres, democratas e republicanos, negros, brancos, hispânicos, asiáticos, índios, gays, heterossexuais, deficientes e não-deficientes. Americanos que enviaram uma mensagem ao mundo de que nós nunca fomos somente uma coleção de indivíduos ou uma coleção de Estados vermelhos e azuis.
Nos somos, e sempre seremos, os Estados Unidos da América.
É a resposta que recebeu aqueles que ouviram --por tanto tempo e de tantos-- para serem cínicos, medrosos e hesitantes sobre o que poderiam realizar para que coloquem a mão no arco da história e torçam-no uma vez mais, na esperança de dias melhores.
Faz muito tempo, porém, nesta noite, por causa do que fizemos nesse dia de eleição, nesse momento decisivo, a mudança chegou à América.
Um pouco mais cedo nesta noite, recebi um telefonema extraordinariamente gracioso do senador McCain. Ele lutou muito e por muito tempo nesta campanha. Ele lutou ainda mais e por ainda mais tempo por esse país que ele ama. Ele enfrentou sacrifícios pela América que a maioria de nós nem pode começar a imaginar. Nós estamos melhores graças aos serviços desse líder bravo e altruísta.
Eu o parabenizo e parabenizo a governadora Palin por tudo que eles conquistaram. Eu estou ansioso por trabalhar com eles e renovar a promessa dessa nação nos próximos meses.
Eu quero agradecer meu parceiro nessa jornada, um homem que fez campanha com o coração e que falou para os homens e mulheres com os quais cresceu, nas ruas de Scranton, e com os quais andou de trem a caminho de Delaware, o vice-presidente eleito dos EUA, Joe Biden.
E eu não estaria aqui nesta noite sem a compreensão e o incansável apoio da minha melhor amiga dos últimos 16 anos, a rocha da nossa família, o amor da minha vida, a próxima primeira-dama dessa nação, Michelle Obama. Sasha e Malia [filhas de Obama] eu as amo mais do que vocês podem imaginar. E vocês mereceram o cachorrinho que irá morar conosco na nova Casa Branca.
E, embora ela não esteja mais entre nós, eu sei que minha avó está assistindo, ao lado da família que construiu quem eu sou. Eu sinto falta deles nesta noite. Eu sei que minha dívida com eles está além de qualquer medida.
Para minha irmã Maya, minha irmã Alma, todos os meus irmãos e irmãs, muito obrigado por todo o apoio que me deram. Sou grato a eles.
E agradeço ao meu coordenador de campanha, David Plouffe, o herói anônimo da campanha, que construiu o que há de melhor --a melhor campanha política, penso, da história dos EUA.
Ao meu estrategista-chefe David Axelrod, que tem sido um companheiro em todos os passos do caminho. À melhor equipe de campanha reunida na história da política --vocês fizeram isso acontecer, e eu serei sempre grato pelo que vocês sacrificaram para conseguir.
Mas, acima de tudo, eu nunca esquecerei a quem essa vitória realmente pertence. Isso pertence a vocês. Isso pertence a vocês.
Eu nunca fui o candidato favorito na disputa por esse cargo. Nós não começamos com muito dinheiro ou muitos endossos. Nossa campanha não nasceu nos corredores de Washington. Nasceu nos jardins de Des Moines, nas salas de Concord e nos portões de Charleston. Foi construída por homens e mulheres trabalhadores que cavaram as pequenas poupanças que tinham para dar US$ 5, US$ 10 e US$ 20 para essa causa.
Ela [a campanha] cresceu com a força dos jovens que rejeitaram o mito de apatia da sua geração e deixaram suas casas e suas famílias por empregos que ofereciam baixo salário e menos sono.
Ela tirou suas forças de pessoas não tão jovens assim que bravamente enfrentaram frio e calor para bater às portas de estranhos e dos milhões de americanos que se voluntariaram e se organizaram e provaram que, mais de dois séculos mais tarde, um governo do povo, pelo povo e para o povo não desapareceu da Terra.
Essa é a nossa vitória.
E eu sei que vocês não fizeram isso só para ganhar uma eleição. E eu sei que vocês não fizeram tudo isso por mim.
Vocês fizeram isso porque entendem a grandiosidade da tarefa que temos pela frente. Podemos comemorar nesta noite, mas entendemos que os desafios que virão amanhã serão os maiores de nossos tempos --duas guerras, um planeta em perigo, a pior crise financeira do século.
Enquanto estamos aqui nesta noite, nós sabemos que há corajosos americanos acordando nos desertos do Iraque e nas montanhas do Afeganistão para arriscar suas vidas por nós. Há mães e pais que ficam acordados depois de os filhos terem dormido se perguntando como irão pagar suas hipotecas ou o médico ou poupar o suficiente para pagar a universidade de seus filhos. Há novas energias para explorar, novos empregos para criar, novas escolas para construir, ameaças para enfrentar e alianças para reparar.
O caminho será longo. Nossa subida será íngreme. Nós talvez não cheguemos lá em um ano ou mesmo em um mandato. Mas, América, nunca estive mais esperançoso do que chegaremos lá. Eu prometo a vocês que nós, como pessoas, chegaremos lá.
Haverá atrasos e falsos inícios. Muitos não irão concordar com todas as decisões ou políticas que eu vou adotar como presidente. E nós sabemos que o governo não pode resolver todos os problemas. Mas eu sempre serei honesto com vocês sobre os desafios que enfrentar. Eu vou ouvir vocês, especialmente quando discordarmos. E, acima de tudo, eu vou pedir que vocês participem do trabalho de refazer esta nação, do jeito que tem sido feito na América há 221 anos --bloco por bloco, tijolo por tijolo, mão calejada por mão calejada.
O que começamos 21 meses atrás no inverno não pode terminar nesta noite de outono. Esta vitória, isolada, não é a mudança que buscamos. Ela é a única chance para fazermos essa diferença. E isso não vai acontecer se voltarmos ao modo como as coisas eram. Isso não pode ocorrer com vocês, sem um novo espírito de serviço, um novo espírito de sacrifício.
Então exijamos um novo espírito de patriotismo, de responsabilidade, com o qual cada um de nós irá levantar e trabalhar ainda mais e cuidar não apenas de nós mesmos mas também uns dos outros. Lembremos que, se essa crise financeira nos ensinou uma coisa, foi que não podemos ter uma próspera Wall Street enquanto a Main Street sofre.
Nesse país, nós ascendemos ou caímos como uma nação, como um povo. Resistamos à tentação de voltar ao bipartidarismo, à mesquinhez e à imaturidade que envenenou nossa política por tanto tempo.
Lembremos que foi um homem deste Estado que primeiro carregou a bandeira do Partido Republicano à Casa Branca, um partido fundado sobre valores de autoconfiança, liberdade individual e unidade nacional.
Esses são valores que todos compartilhamos. E enquanto o Partido Democrata obteve uma grande vitória nesta noite, isso ocorre com uma medida de humildade e de determinação para curar as fissuras que têm impedido nosso progresso.
Como [o ex-presidente Abraham] Lincoln [1861-1865] afirmou para uma nação muito mais dividida que a nossa, nós não somos inimigos, e sim amigos. A paixão pode ter se acirrado, mas não pode quebrar nossos laços de afeição. E àqueles americanos cujo apoio eu ainda terei que merecer, eu talvez não tenha ganho seu voto hoje, mas eu ouço suas vozes. E eu preciso de sua ajuda. Eu serei seu presidente também.
E a todos aqueles que nos assistem nesta noite, além das nossas fronteiras, de Parlamentos e palácios, àqueles que se reúnem ao redor de rádios, nas esquinas esquecidas do mundo, as nossas histórias são únicas, mas o nosso destino é partilhado, e uma nova aurora na liderança americana irá surgir.
Àqueles que destruiriam o nosso mundo: nós os derrotaremos. Àqueles que buscam paz e segurança: nós os apoiamos. E a todos que questionaram se o farol da América ainda ilumina tanto quanto antes: nesta noite nós provamos uma vez mais que a verdadeira força da nossa nação vem não da bravura das nossas armas ou o tamanho da nossa riqueza mas do poder duradouro de nossos ideais: democracia, liberdade, oportunidade e inabalável esperança.
Esse é o verdadeiro talento da América: a América pode mudar. Nossa união pode ser melhorada. O que já alcançamos nos dá esperança em relação ao que podemos e ao que devemos alcançar amanhã.
Essa eleição teve muitos "primeiros" e muitas histórias que serão contadas por gerações. Mas há uma que está em minha mente nesta noite, sobre uma mulher que votou em Atlanta. Ela seria como muitos dos outros milhões que ficaram em fila para ter a voz ouvida nessa eleição não fosse por uma coisa: Ann Nixon Cooper tem 106 anos.
Ela nasceu apenas uma geração após a escravidão; uma época na qual não havia carros nas vias nem aviões nos céus; quando uma pessoa como ela não podia votar por dois motivos --porque era mulher ou por causa da cor da sua pele. Nesta noite penso em tudo que ela viu neste seu século na América --as dores e as esperanças, o esforço e o progresso, a época em que diziam que não podíamos, e as pessoas que continuaram com o credo: Sim, nós podemos.
Em um tempo no qual vozes de mulheres eram silenciadas e suas esperanças descartadas, ela viveu para vê-las se levantar e ir às urnas. Sim, nós podemos.
Quando havia desespero nas tigelas empoeiradas e a depressão em toda parte, ela viu uma nação conquistar seu New Deal, novos empregos, um novo senso de comunidade. Sim, nós podemos.
Quando bombas caíam em nossos portos e a tirania ameaçava o mundo, ela estava lá para testemunhar uma geração chegar à grandeza, e a democracia foi salva. Sim, nós podemos.
Ela estava lá para ver os ônibus em Montgomery, as mangueiras em Birmingham, a ponte em Selma e um pregador de Atlanta que disse "Nós Devemos Superar". Sim, nós podemos.
Um homem chegou à Lua, um muro caiu em Berlim, um mundo foi conectado por nossa ciência e imaginação. Neste ano, nesta eleição, ela tocou o dedo em uma tela e registrou o seu voto porque, após 106 anos na América, através dos melhores e dos mais escuros dos tempos, ela sabe que a América pode mudar. Sim, nós podemos.
América, nós chegamos tão longe. Nós vimos tanto. Mas há tantas coisas mais para serem feitas. Então, nesta noite, devemos nos perguntar: se nossas crianças viverem até o próximo século, se minhas filhas tiverem sorte suficiente para viver tanto quanto Ann Nixon Cooper, quais mudanças elas irão ver? Quanto progresso teremos feito?
É nossa chance de responder a esse chamado. É o nosso momento.
Esse é nosso momento de devolver as pessoas ao trabalho e abrir portas de oportunidade para nossas crianças; de restaurar a prosperidade e promover a paz; de retomar o sonho americano e reafirmar a verdade fundamental de que, entre tantos, nós somos um; que, enquanto respirarmos, nós temos esperança. E onde estamos vai de encontro ao cinismo, às dúvidas e àqueles que dizem que não podemos. Nós responderemos com o brado atemporal que resume o espírito de um povo: Sim, nós podemos.
Obrigado. Deus os abençoe. E Deus abençoe os Estados Unidos da América.

AINDA SOBRE RUI

Sempre despertou atenção e comentários a desproporção corporal de Rui Barbosa. Belmiro Braga (7/1/1872 - 30/3/1937) escreveu os seguintes versos:

Contrariedade

- A um certo cinema fui
e me assentei junto ao Rui.
E a sua cabeça - um mundo
de tanto saber profundo -
não me deixou ver o rosto
do meu amor... Que desgosto!


Amo ao grande Rui com ânsia,
mas naquela circunstância...
Que nunca tal me aconteça!
Porque a verdade é verdade:
eu cheguei a ter vontade
de ver Rui... sem cabeça...

TRANSIÇÃO EM CRATEÚS

O Prefeito de Crateús, José Almir Claudino Sales, publicou duas portarias com a relação dos nomes que irão compor a Comissão de Transição Governamental, tudo em conformidade com o Decreto 482, de 21 de outubro de 2008.

O Prefeito eleito, Carlos Felipe Bezerra, indicou dezesseis nomes, cujo coordenador é o filho de Novo Oriente e ex-prefeito de Viçosa do Ceará, Evaldo Soares de Sousa.
Representando o gestor atual, foram indicadas quinze pessoas – doze ocupantes de cargos do primeiro escalão e os três vereadores eleitos pelo PMDB – sob a coordenação do Secretário de Gestão Administrativa, Humberto Cesar Frota Gomes.

Comento:

1. Num primeiro momento, cabe cautela. Nada de pré-julgamentos. É aguardar o produto do trabalho dessa Comissão para depois emitir qualquer opinião.

2. Salta aos olhos, no entanto, que mais de trinta pessoas constituem um número excessivo. Esse quantitativo é exagerado para um serviço eminentemente burocrático de organização de dados.


3. Por que a presença dos senhores vereadores eleitos? Nada contra os nomes, mas transição de governo é matéria ínsita ao Poder Executivo e não ao Poder Legislativo. Os senhores edis poderiam se resguardar. Até porque o papel deles é legislar e fiscalizar. “Cada macaco no seu galho”, diz o ditado popular.

PARA REFLETIR

"A Liberdade em todas as suas manifestações, eis, a meu ver, o instrumento fundamental de todo o progresso". (Rui Barbosa)

A MEMÓRIA DE RUI BARBOSA

"Rui era dotado de uma memória privilegiada, acrescida de uma curiosidade intelectual insaciável. [...] Gradativamente, os hábitos da leitura e da escrita foram se incorporando a sua vida, de tal maneira que mesmo as horas de lazer eram dedicadas aos livros. [...] Anotava e assinalava verbetes e assuntos, fixava idéias e frases, elaborava bibliografias, tudo que lhe interessasse e de que um dia viesse a precisar. Esse hábito, ele o desenvolveu ao longo da vida; ajudou a exercitar sua memória e duplicou sua capacidade de trabalho. [...] Anotava tudo o que lia, usando a língua do texto da obra, fosse francês, latim, inglês, italiano ou espanhol. Chegou a ler página por página da primeira edição do dicionário de Cândido de Figueiredo, anotando-o e acrescentando-lhe novos vocábulos. Também os dicionários de Morais e Aulete foram integralmente lidos e anotados. Seus apontamentos de leitura ele os guardava cuidadosamente. Consciente do significado do seu papel no panorama político e jurídico, cuidou de preservar para a história roteiros de discursos, rascunhos de conferências, pareceres, artigos de jornal e documentos diversos." Rejane M. M. A. Magalhães. Rui Barbosa na Vila Maria Augusta.

DIA DA CULTURA E DA CIÊNCIA

Hoje é o "Dia da Cultura e da Ciência", instituído pela Lei nº 5.579, de 5 de maio de 1970, que assim dispõe no seu Art. 1º - " Fica instituído o Dia da Cultura e da Ciência, que será comemorado a 5 de novembro de cada ano, como homenagem à data natalícia de figuras exponenciais das Letras e das Ciências".. A data teve como inspiração o Conselheiro Rui Barbosa, nascido a 5 de novembro de 1849.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

INTERESSANTE

Hoje é Dia do Inventor. Um dos maiores inventores da história foi Thomas Alva Edison. Ele registrou seu primeiro invento - uma máquina de votar, pela qual ninguém se interessou - quando tinha 21 anos. Dois anos mais tarde, inventou um indicador automático de cotações da bolsa de valores. Vendeu-o por 40 mil dólares e tomou a decisão de trabalhar em um laboratório próprio, num subúrbio de Nova York.

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Paulo Nazareno disse:

Congratulations!

Com sua luz, sei que frutos bons advirão da sua iniciativa.

À propósito, quando da minha estada na UCLA (Los Angeles)fui a San Diego e lá, visitei um Hotel às margens da Baia, aonde a instalação elétrica foi executada, pessoalmente, por esse gênio.

PARA REFLETIR

A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda." Mário Quintana

ELEIÇÃO NOS EUA

Criei-me à beira do rio Poty, em Crateús. Na entrada da cidade, esse rio se bifurca, formando um bairro chamado ilha (hoje, cidade nova). À frente, as águas se reencontram e seguem no mesmo leito. Por algum tempo, imaginei que o mundo era um rio de idéias separadas e que nunca se encontrava. Sou de uma geração que cresceu à beira desse rio ideologicamente binário, cujas cabeceiras eram compostas por águas maniqueístas. Impingia às pessoas rótulos conceituais e, a partir deles, construía os relacionamentos. Ser de esquerda era sinônimo de heroísmo; de direita, banditismo. Os Estados Unidos eram o símbolo maior do imperialismo; nada, de ou por lá, prestava.

Após algum tempo, passei por uma metamorfose ótica. Hoje, enxergo o mundo e as pessoas sob outro olhar. Descobri que o bem e o mal, o sagrado e o profano, o diabólico e o simbólico, a justiça e a injustiça combatem, em primeiro lugar, dentro de cada um nós. Descobri que o simples fato de pertencer a uma agremiação, entidade, grupo, partido ou instituição não torna as pessoas dignas de culto ou rejeição.

Hoje, procuro ver a América sob a lente desembaçada do bom senso. Daqui a pouco, saberemos quem vai ser o próximo dirigente da pátria de Lincoln. Torço, pois, por Barack Obama. Ele representa essa compreensão mais aberta do mundo. No seu livro Audácia da Esperança, Obama assim se pronuncia: “A ampla maioria dos americanos – republicanos, democratas ou independentes – está ciente da zona morta em que a política se encontra, onde pessoas e grupos procuram defender interesses pessoais e minorias ideológicas buscam impor sua própria versão da verdade absoluta. Sejamos republicanos ou democratas, sentimos falta de honestidade, rigor e senso comum no discurso político, e temos aversão ao que parece ser um menu contínuo de escolhas falsas ou restritas”.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

PARA REFLETIR

“A VIDA É A SOMA DE TODAS AS SUAS ESCOLHAS!” – Albert Camus



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Sandro Moretti disse...

Grande causídico, poeta e político,
traços poéticos contornando um sem fim...
Grandes feitos por vir, a vós explico,
pena à mão livre campeiando o mundo sim!
Neste exato momento leio teu Blog, Júnior Bonfim.

Um grande e tríplice Fraternal abraço.

Sandro Moretti Colares de Aquino

domingo, 2 de novembro de 2008

NÃO DEIXE DE LER!

CONSELHO DE ADVOGADO

Um advogado fez circular a seguinte informação para os empregados de seu escritório:

1. Não assine a parte de trás de seus cartões de crédito. Em vez disso, escreva 'SOLICITAR RG'.

2. Ponha seu número de telefone de trabalho em seus cheques em vez de seu telefone de casa. Se você tiver uma Caixa Postal de Correio use esta em vez de seu endereço residencial. Se você não tiver uma Caixa Postal, use seu endereço de trabalho. Ponha seu telefone celular ao invés do residencial.

3. Tire Xérox do conteúdo de sua carteira. Tire cópia de ambos os lados de todos os documentos, cartão de crédito, etc. Você saberá o que você tinha em sua carteira e todos os números de conta e números de telefone para chamar e cancelar. Mantenha a fotocópia em um lugar seguro. Também leve uma fotocópia de seu passaporte quando for viajar para o estrangeiro. Sabe-se de muitas estórias de horror de fraudes com nomes, CPF, RG, cartão de créditos, etc... roubados.

Infelizmente, eu, um advogado, tenho conhecimento de primeira mão porque minha carteira foi roubada no último mês. Dentro de uma semana, os ladrões compraram um caro pacote de telefone celular, contrataram um cartão de crédito VISA, tiveram uma linha de crédito aprovada para comprar um computador, dirigiram com minha carteira...

E MAIS....

4. Nós fomos informados que nós deveríamos cancelar nossos cartões de crédito imediatamente. Mas a chave é ter os números de telefone gratuitos e os números de cartões à mão, assim você sabe quem chamar. Mantenha estes onde você os possa achar com facilidade.

5. Abra um Boletim Policial de Ocorrência (B.O.) imediatamente na jurisdição onde seus cartões de crédito, etc., foram roubados. Isto prova aos credores que você tomou ações imediatas, e este é um primeiro passo para uma investigação (se houver uma).

Mas aqui está o que é talvez mais importante que tudo:

6. Chame imediatamente o SPC (11-3244-3030) e SERASA (11-33737272) e outros órgãos de crédito (se houver) para pedir que seja colocado um alerta de fraude em seu nome e número de CPF. Eu nunca tinha ouvido falar disto até que fui avisado por um banco que me chamou para confirmar sobre uma aplicação para empréstimo que havia sido feita pela Internet em meu nome. O alerta serve para que qualquer empresa que confira seu crédito saiba que sua informação foi roubada, e eles têm que contatar você por telefone antes que o crédito seja aprovado...

Até que eu fosse aconselhado a fazer isto (quase duas semanas depois do roubo), todo o dano já havia sido feito. Há registros de todos os cheques usados para compras pelos ladrões, nenhum dos quais - eu soube - depois que eu coloquei o alerta. Desde então, nenhum dano adicional foi feito, e os ladrões jogaram fora minha carteira. Este fim de semana alguém a devolveu para mim. Esta ação parece ter feito eles desistirem.

Passamos para frente muitas piadas pela Internet. Mas se você estiver disposto a passar esta informação, realmente poderá ajudar alguém.

COLUNA OBSERVATÓRIO

No primeiro semestre de 2000, eu e o então Prefeito Paulo Nazareno estávamos em Brasília fazendo gestões visando a liberação de convênios para o município de Crateús. A administração estava de vento em popa. Ancorada no slogan Trabalhar faz bem, com muitas realizações e premiações, reconhecimento nacional e até internacional, havia números exitosos a exibir em todos os setores da gestão. Paulo já estava decidido: seria candidato à reeleição. Certa manhã, após receber os dados de uma pesquisa feita pela Revista ISTOÉ sobre as perspectivas eleitorais daquele ano, ele franziu a testa e me fez um desabafo: - “Olha aqui o resultado dessa pesquisa. Será que compensa tanto empenho e dedicação?! Os nossos adversários estão quase dez pontos na nossa frente”. (Falava dos ex-prefeitos Zé Almir e Nenzé, que o enfrentariam naquela refrega). Eu ponderei que talvez faltasse uma melhor comunicação com o povo. Quem sabe isso poderia ser superado começando logo a campanha. Se estávamos em desvantagem, devíamos nos antecipar. E assim o fizemos. Mudamos o Trabalhar faz bem para “Faz. E faz bem”. Botamos o bloco na rua e nos distritos. Sob uma bem elaborada estratégia de marketing, foi massificada a idéia do gestor operoso, competente e realizador, cuja mão estava em todo lugar por onde se andasse. Resultado: vitória espetacular! Paulo obteve quase cinco mil votos de maioria.


O EFEITO

Como tudo nessa vida, a vitória é uma moeda de duas faces. Paulo julgou que o respaldo popular o credenciara a fazer uma assepsia na sua base de sustentação. Rompeu com antigos aliados e, às voltas com problemas familiares, olvidou de estancar as explosões de divergências internas no seio da administração. Na última hora, lançou um candidato que, apesar de ter um bom currículo, era nome pouco conhecido nos meios políticos e em grande parte da população. O efeito: Zé Almir, que muitos julgavam morto pelo resultado da eleição anterior, ressuscitou triunfante. O resto da história todos conhecem...


O ENSINAMENTO

As últimas eleições vêm demonstrando, à saciedade, que o eleitorado experimenta um irreversível e progressivo processo de evolução na escolha dos seus representantes. Parece que aplica o que assentou Eça de Queiroz: “Políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo”. O avanço tecnológico, simbolizado pelo estopim avassalador da internet e sua disponibilização da informação automática, está produzindo um eleitor mais exigente, que está analisando o candidato e o contexto político antes de apertar a tecla confirme na urna eletrônica. Diferentemente de alguns anos atrás, é cada vez mais diminuto o número de eleitores que votam por fidelidade partidária ou por vinculação a determinada liderança. Os cidadãos de uma maneira geral estão se tornando mais independentes e auscultando antes de tudo a voz íntima da consciência. E é esse o principal recado das urnas: MAIS DO QUE EM PESSOAS, O ELEITOR ESTÁ VOTANDO EM IDÉIAS. SE A IDÉIA SE CONCRETIZA, QUEM A VIABILIZOU RECEBE A CONFIRMAÇÃO POPULAR. DO CONTRÁRIO, ANÁTEMA.

O ESPECTRO

Quando analisamos o espectro político que emerge das urnas este ano, fica evidente que alguns eleitos receberam um expressivo apoio do povo votante. Na nossa região destacou-se, em primeiro lugar, o Prefeito de Parambú, Genecias Mateus Noronha, eleito com 77,35% dos votos válidos. Em segunda colocação, o jovem Aderson Pinho Magalhães, consagrado por 68,54% do eleitorado de Poranga. E, em terceiro lugar, Carlos Felipe Bezerra, de Crateús, sufragado por 63,16% dos votantes. Genecias surfou na onda de um governo realizador, que povoou o município com benesses e realizações. Aderson viveu os extremos da glória e da dor. Nos dois primeiros anos, foi ovacionado pelo aplauso popular. Depois, experimentou enorme calvário, chegando a amargar forte ameaça de cassação. Renasceu das cinzas, deu a volta por cima e, num notável exemplo de superação, foi reconduzido sob a aura da popularidade. Carlos Felipe é, desse triunvirato que compõe o topo da consagração regional, o único estreante. Sobre ele repousa um arsenal de esperanças de incalculáveis proporções. Qualquer crateuense de bom senso e impregnado do mínimo de espírito público, torce para que o gestor eleito palmilhe a vereda do acerto.


A ENCRUZILHADA

No entanto, governar é, sobretudo, fazer opções, administrar interesses, resolver problemas, transitar por encruzilhadas. Passada a ressaca da vitória, Carlos Felipe já começa a sentir os primeiros influxos das pressões internas, que se diga an passant respondem pela mais delicada das questões. Há, pelo menos, quatro grupos que estão no entorno do prefeito eleito. O primeiro é dos amigos de primeira hora, aqueles que estão desde o início. Dele faz parte o núcleo familiar e gente como o doutor Nonato Melo, dentre outros. O segundo é composto por aqueles que, por feeling político, apostaram no projeto e se aliaram há algum tempo, coisa de dois anos atrás. Personificam esse grupo Elder, Ernane Leitão e Luizinho Sales. O terceiro é formado por aqueles que se coligaram no começo do período eleitoral, já este ano. Aí estão o PT e outros partidos aliados. E, por último, a turma que embarcou na onda da campanha e aderiu por alguma insatisfação (como é o caso do doutor Nenzé) ou porque viu ali uma maior perspectiva de vitória (esse bloco é numeroso e sem um líder específico). Esses grupos estão juntos, embora não estejam unidos. Podem atuar conjuntamente, mas cada um luta por seu espaço específico.

PARA REFLETIR

“Como o burrico mourejando à nora
A mente humana sempre as mesmas voltas dá...
Tolice alguma nos ocorrerá
Que não a tenha dito um sábio grego outrora...”
(Mário Quintana)

Publicado no Jornal Gazeta do Centro Oeste (Crateús - Ceará)

CRÔNICA DA CIDADE - O QUE FAZER?!

Como o próprio nome assenta, esta moldura é dedicada a meditações sobre a nossa urbe, assuntos do dia a dia que falam, calam, embalam ou abalam os seus habitantes. No entanto, há um problema que urge e que ataca toda urbe: a crise financeira que sacode a humanidade e que é apenas um aspecto de uma realidade maior e mais profunda: a crise civilizacional.

Os viventes dos tempos atuais amargam um mundo que dá pouca atenção aos valores sublimes e primordiais da humanidade. Quem se opõe à lógica mesquinha do egoísmo é olhado com desdém. Menospreza-se quem levanta a voz em favor das liberdades. Os corações estão cristalizados ante o drama de milhões de famintos e miseráveis. Perdemos o culto à bondade e à gentileza. É como se estivéssemos à beira de um colapso.

A grande pergunta é: qual o nosso comportamento diante de tudo isto? Como manter a paz interior, a tranqüilidade da mente, a liberdade da alma, o espírito criativo, o peito aberto, a consciência calma, o coração feliz?

O enorme dilema que se debate a humanidade nos remete à imagem de uma mulher sob o influxo das famosas dores do parto. Sabemos que essas dores são, via de regra, o prenúncio de uma indizível alegria.

A história da civilização também registra que os grandes seres de luz emanaram dos momentos mais sombrios, como Buda, Krishna e Jesus. Este, por exemplo, veio à terra por ocasião da decadência do Império Romano.

Por isso, longe de nos causa estupor, o atual momento deve nos remeter à resignação e à profundidade. Até porque a origem da palavra crise vem do grego “krísis” e significa purificar, limpar; daí existir no português “crisol” e “acrisolar”. A crise age como um crisol, purifica. Toda situação de crise, para ser superada, exige decisão. Passamos por diversas situações de crise na vida.

Bem lembra Leonardo Boff que “a vida só é possível quando se constrói um arranjo existencial e uma articulação integradora. Daí que numa situação de extrema crise a decisão irrompe como uma coação de dentro e de fora. Isso significa abandonar o mundo aconchegado das evidências anteriores, da domesticação e personalização do meio vital. Urge criar não uma coisa nova no seu mundo, mas um mundo novo. (...) Toda situação de crise, para ser superada, exige uma decisão. Esta marca a trilha nova e uma direção diferente. Por isso a crise é prenhe de vitalidade criadora; não é sintoma de uma catástrofe iminente mas o ‘momento crítico’ em que o homem se questiona radicalmente a si mesmo, seu destino, o mundo cultural que o cerca e é convocado ‘não a opinar sobre algo, mas a se decidir’. Sem essa decisão não há vida. Idéias nós as temos. Mas decisões nós a vivemos. Por isso a situação de crise é antropologicamente muito rica. Não constitui uma tragédia na vida. Mas sua pujança e regurgitamento. É chance de crescimento. Não é perda de chão debaixo dos pés. Mas desafio que esse chão vital lança para uma evolução ou definição melhor”.

Há uma música de Valter Franco, Serra do Luar, que eu imagino resumir a filosofia de vida que devemos internalizar em momentos como esse. Diz ela: “Viver é afinar o instrumento/ De dentro prá fora/ De fora prá dentro/ A toda hora, todo momento/ De dentro prá fora/ De fora prá dentro/ Tudo é uma questão de manter/ A mente quieta/ A espinha ereta/ E o coração tranqüilo”.

O mundo está à beira de uma nova expiação. Portanto, sejamos vigilantes!

Publicado no Jornal Gazeta do Centro Oeste (Crateús - Ceará)

PERFIL - ARCELINO GOMES

As tradições dos povos e o Livro Sagrado, no Gênesis, nos ensinam que somos filhos da terra (homem e húmus provêm da mesma seiva etimológica). Ou seja, como os jardineiros, devemos amá-la, cultivá-la e, em especial, torná-la mais bela. Também habita o mais íntimo do espaço profundo da alma humana, também palpita no recôndito mais sublime da consciência de todo ser um forte senso de justiça. Que dizer, então, de um homem cuja existência tem se estribado nesse binômio luminoso?

Antonio Arcelino Oliveira Gomes é seu nome. Nascido em trinta de setembro de 1954, na fazenda Santos Dumont, em Crateús, Arcelino herdou das raízes familiares a paixão pelo barro sertanejo e por tudo o que o orna: pessoas, plantas, animais...

O caminho da normalidade indicava que o filho do abastado casal Francisco Gomes de Freitas e Maria Linete de Oliveira Gomes seguiria, como o irmão Narcélio, a então promissora carreira de engenheiro agrônomo. Porém, algo o arrastava para engrossar as fileiras dos fiéis que prestariam reverência permanente à deusa Thêmis. E foi assim que, já cursando o segundo ano de agronomia, saiu um dia de casa dizendo que ia fazer um curso de férias. Voltou com um jornal na mão onde o seu nome figurava dentre os aprovados para o Curso de Direito.

Formado pela Universidade Federal do Ceará, em 1979, foi contemporâneo de faculdade de grandes nomes da vida pública cearense, como o ex-governador Ciro Ferreira Gomes. Este, quando comandava o estado, fez várias visitas a Crateús. Numa delas, divisou o ex-colega e deixou tudo de lado para cumprimentá-lo com deferência especial dizendo em alto e bom som: “permitam-me saudar um cidadão, doutor Arcelino é um homem digno. Eu o conheço.” – provocando o seguinte comentário do Prefeito Zé Almir: - “Não sei se você gosta do governador, mas que ele o estima muito está bem claro”.

Em verdade, o comentário que fez o ex-governador é o mesmo que se escuta de todos os seus conterrâneos. Ao se referir a ele, há uma dessas raras unanimidades inteligentes: é um homem de bem.

O filósofo francês Luc Ferry proclamou recentemente que “no Ocidente, não se aceita mais morrer por um deus, uma pátria ou uma revolução. Mas não conheço pai que não arriscaria a vida pela prole.” Noutras palavras: a família virou sagrada. Arcelino é um protótipo cultor dessa sacralidade. Casado com Maria Alice Azevedo Gomes, pai de Ramón – professor de grego e latim em Teresina – e Caio Santana – advogado militante em Fortaleza, ele é o esteio maior da sua célula mater. Em meio ao exaustivo labor profissional à frente da Promotoria de Defesa do Idoso e do Deficiente Físico, de cujo Conselho Estadual também é membro, encontra espaço para se dedicar aos cuidados com a mãe e com os demais irmãos que invariavelmente a ele recorrem em qualquer situação.

Distribuidor de gentilezas, distinto por natureza, fez da polidez um pão de cada dia que sempre reparte com indisfarçável afabilidade. Esse inato espírito gregário o fez conquistar os colegas de Ministério Público, instituição a que pertence desde 1988.


Embora Promotor de Justiça de Comarca do interior (já respondeu por trinta módulos judiciários diferentes), figurou por duas vezes consecutivas na lista tríplice para Procurador-Geral de Justiça (PGJ). Integrou a Diretoria da Associação Cearense do Ministério Público (ACMP), onde ocupou a Vice-Presidência. Foi de sua lavra a proposta de criação da Promotoria do Idoso encaminhada à PGJ pela ACMP.

Numa das ocasiões em que seu nome esteve cotado para a Procuradoria-Geral, um amigo comum intermediou uma audiência com o Governador e foi buscá-lo. Como havia firmado um pacto com os demais integrantes da lista que nenhum deles faria qualquer entendimento à revelia dos demais, recusou educadamente os préstimos do amigo. Indagado por um irmão as razões da escusa, respondeu: tenho que zelar pelo galardão ético do nosso tio. Referia-se a José Maria Oliveira, o primeiro homem a exercer a função de Procurador no Ceará.

No labor ministerial, internaliza o que o mestre italiano Calamandrei ensinou: um senso de equilíbrio especial, sem o risco de perder, por amor à serenidade, a generosa combatividade do defensor ou, por amor à polêmica, a desapaixonada objetividade do magistrado.

Embora atualmente resida em Fortaleza, onde é titular da 17ª Promotoria Cível, Arcelino permanece amorosamente ligado à fazenda Santos Dumont, em Crateús, onde repousa o umbigo. Mesmo quando amargou desilusões com os rumos gerenciais da cidade natal, foi aquele espaço telúrico que sempre lhe devolveu a esperança. Ali se reanima, se revitaliza, se rejuvenesce. “Não o troco nem por Paris” – costuma dizer.

Em determinada ocasião uma pessoa lhe disse que sentia inveja dessa vida que ele leva. Respondeu: - Meu caro amigo, nada há na minha vida passível de alguém invejar. Aliás, o que de mais valioso possuo é a humildade. Nada que qualquer pessoa, olhando para dentro de si mesmo, não possa cultivar.

Continuai, cidadão do mundo, filho da decência, discípulo da lisura, a salpicar centelhas de humildade, a derramar fagulhas de bom senso, a acender as brasas da retidão, a espalhar delicadas flores de generosidade. Continuai, doutor Arcelino, o vosso duplo mister de amante da terra e promotor da Justiça!

Publicada na Revista GENTE DE AÇÃO (Aracati - Ceará)

UM POUCO DO AUTOR

Vim a este mundo dois anos após o último golpe militar brasileiro, mais precisamente no vigésimo dia do mês mais alegre e florido que existe, o saudável mês de maio.

Cresci na localidade denominada Mondubim, no mágico sertão de Crateús. Aos seis anos, vivi minha experiência memorável: vestido numa roupa branca como a mandioca pura, recebi minha primeira comunhão e recitei uma poesia. Mais do que decorar rezas e versos, havia descoberto a irresistível luz que arrasta o homem para o território transcendental. Ainda hoje, os pilares da poesia e da religião são os principais sustentáculos do meu edifício pessoal.

Em 1980, iniciei uma experiência vocacional na Diocese de Crateús. Sob as bênçãos do profético bispo Dom Fragoso, um grupo de cinco jovens reunia-se debaixo do mesmo teto para inaugurar um novo paradigma de formação religiosa – seminaristas no meio do povo – numa resposta ao velho estilo de Seminário convencional. Aquela Diocese, com sua postura de vanguarda no campo da Teologia da Libertação, proporcionou-me uma arrojada aventura de alteração conceitual. Navegando no oceano do Movimento Popular, entre as ondas tempestuosas das Associações de Bairros, Comunidades de Base e Sindicatos de Trabalhadores, encontrei a bússola de compreensão do mundo: o abismo que separa as classes sociais, as engrenagens que distinguem os diversos modos de produção, o instrumental da injustiça, a sociedade piramidal.

Seis anos de convivência na arena da igreja foram suficientes para eu descobrir que, apesar de serem sinônimas, Padre e Pai no dicionário católico tinham se tornado palavras antônimas. Tive que fazer a opção: resolvi ser Pai. O ímpeto adolescente de ser sacerdote estava superado, pois já tinha saboreado as primeiras frutas maduras da árvore dos vinte anos. (Aliás, por falar em paternidade, abro este parêntese para sublinhar que, após alguns pares de anos de casamento com Francisca Maria, pai de Marília, Marguerrite e Hermano, sou daqueles que acreditam na família como lócus afetivo primeiro, ambiente privilegiado de integração e espaço fundamental para o processo de formação humana).

Perdi o vínculo com o campo eclesial, mas não perdi o amor à seara social: o ofício de plantar a Justiça é permanente. Com o coração resoluto, lancei-me à militância político-partidária.

Ao mesmo tempo em que exerci um mandato de vereador, cursei a Faculdade de Pedagogia, através da Universidade Estadual do Ceará – UECE (alguns anos depois, concluí pós-graduação em Gestão Educacional). Nesse período, deixei de lado os ímpetos sectários, aprofundei minhas concepções ideológicas e, como lecionou o filósofo, aprendi que “a virtude está no meio”.

Creio na construção de uma terceira via, alternativa tanto ao desenho excludente da idolatria ao mercado quanto ao modelo centralizador do socialismo real/estatal. Sob este farol, assumi mandato em parlamento mirim, ocupei funções e prestei assessoramentos no município de Crateús por dezesseis anos.

Sucede que, a par da militância sócio-política, jamais descurei de folhear os velhos e novos alfarrábios, objetos de fascínio, meios de transporte para o vale da profundidade.

Entre 1987 e 1988, residi em Brasília, onde vivi experiência fascinante de labor e convivência.

Em 2000, juntei uns versos cheios de fulgor e outros temperados pela experiência e publiquei um livro chamado “Poesias Adolescentes e Maduras”.

Bacharelei-me em Direito pela Universidade de Fortaleza – UNIFOR. Em seguida, cursei uma pós-graduação em Direito Público Municipal. Hoje, nos fóruns aquecidos pelo sol do nosso sertão e nos Tribunais bafejados pela brisa do litoral, milito na advocacia com paixão e alegria. Nas folgas, inventando sabores, adoro queimar aborrecimentos, restaurar energias e aquecer amizades à beira de um fogão.

Em 2007, entrei na Academia Municipalista de Letras do Estado do Ceará - AMLECE, onde ocupo a cadeira 18, que tem como patrono o planetário poeta das Ipueiras, Gerardo Mello Mourão.

A experiência naquele Sodalício de Letras reacendeu em meu peito o ardor pela escrita. Publiquei recentemente um conjunto de crônicas sobre a urbe em que nasci, Crateús, sob o nome de “Amores e Clamores da Cidade”. Assino uma coluna no Jornal Gazeta do Centro-Oeste (http://gazetacrateus.com.br) e outra na Revista Gente de Ação (http://gentedeacao.net/site).