sexta-feira, 2 de setembro de 2011

JOSÉ LINS DE ALBUQUERQUE


A retina da História se rejuvenesce com o andar do tempo: quanto mais distante dos fatos, mais nítido se torna o papel de determinados protagonistas. A imagem de algumas figuras, às vezes, permanece por longos períodos sob a distorção da caricatura ou da rotulação ideológica, envolta no véu da fantasia ou distinguida pela etiqueta coletiva da mitologia.

O jornalista Laurentino Gomes se dedicou ultimamente à confecção de uma trilogia em que explica as bases do Brasil atual a partir da chegada da Família Real, do processo de Independência e da proclamação da República. No livro 1822, ele revela a verdadeira imagem de José Bonifácio de Andrada e Silva. Diferentemente daquele cidadão carrancudo que conheci na escola primária, José Bonifácio foi um dos homens mais cultos do seu tempo. Boa praça, era uma figura sedutora, amante da sabedoria, que exalava poesia e apreciava a alegria. Sob o impulso de convicções grandiosas, rabiscou uma agenda avançadíssima para o seu tempo. “Defendia o fim do tráfico negreiro e a abolição da escravatura, reforma agrária pela distribuição de terras improdutivas e o estímulo à agricultura familiar, tolerância política e religiosa, educação para todos, proteção das florestas e tratamento respeitoso aos índios”.

Neste ano em que a cidade de Crateús acende a vela comemorativa do centenário, há um movimento espontâneo de semeadores das palavras no sentido de reposicionar ou trazer às luzes da ribalta o verdadeiro papel de alguns dos nossos conterrâneos. Trata-se de uma inflexão vital, sem lamentar perdidas ilusões, mas na clara certeza de que o ideal que sempre nos acalentou pode renascer em outros corações.

Nessa honrosa galeria há que se inserir o nome de José Lins de Albuquerque, um ser constelado que conserva a invariável expertise de bafejar com o incenso da competência os espaços por onde passa.

Nasceu aos 06 de agosto de 1920, nove anos após Crateús ter sido elevada à categoria de cidade. Como outros ícones da messe pública brasileira, poliu a mente e a alma nas montanhas das Minas Gerais. Certamente nas Alterosas apurou a visão aguçada, sedimentou o estilo sóbrio, fiou o jeito silencioso e disciplinou-se no rigor técnico. De Ouro Preto saiu como um diamante lapidado. Atuou, no final dos anos quarenta, como Engenheiro da Companhia de Força e Luz de Minas Gerais, em Belo Horizonte.

No entanto, excelsas missões o aguardavam no Ceará. Aqui retorna para acionar com todo vigor o dínamo humanista. Falava com desenvoltura o Esperanto - ‘aquele que tem esperança’ - a língua planejada mais vastamente falada e bem sucedida do mundo. (Criada pelo polonês Zamenhof, tem 28 letras, morfologia aglutinante e é articulada atualmente por mais de três milhões de pessoas). Esperantista fervoroso, José Lins funda o Ceará Esperanto-Klubo, que em menos de um ano já possuía quase uma centena de sócios efetivos e mais de uma centena de sócios contribuintes. Tempos depois, assumiria a Presidência da Liga Brasileira de Esperanto.

Em 1952, a irresistível linguagem do amor o arrebatou pelas mãos de Maria Nise Studart Lins. (O casal viveu em comunhão espiritual e cumplicidade amorosa até a partida dela para a Casa do Pai em 2010).

Embalado pela excelência do lavor, desenvolvido como diretor da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Ceará, cunhou um dos mais portentosos fólios curriculares contemporâneos: secretário de Viação e Obras, Minas e Energia do Ceará, entre 1963 e 1965, e no governo seguinte, Secretário de Planejamento do Estado. Em 1968, superintendente da Superintendência do Desenvolvimento do Maranhão (SUDEMA); em 1969, diretor-geral do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS). De 1974 a 1978, superintendente da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste - SUDENE – quando viabilizou a construção do Açude Realejo, a maior obra hídrica da época. Senador da República de 1979 a 1986 e Deputado Federal Constituinte de 1987 a 1991. Homem de posições equilibradas, no Congresso Nacional teve atuação destacada. Foi um dos articuladores do Centro Democrático (Centrão), tendo sido escolhido para relator do anteprojeto de constituição elaborado por esse grupo.

Pai de oito filhos, com 22 netos e dois bisnetos, o nonagenário engenheiro, professor, poeta, contista e memorialista mergulhou nas águas plácidas da aposentadoria com a dignidade de um varão romano, dedicando-se ao culto da família e às delícias do espírito, escrevendo Contos Verdadeiros e Versos de Muito Amor & Outras Poesias.

No momento em que o País sofre as agruras de uma governança contaminada por desvios éticos, ocasionados em boa parte pelo desvão do loteamento politiqueiro, a vida de José Lins é uma placa indicativa do caminho alternativo: a refundação do Estado a partir da valorização da excelência técnica, da formação dos quadros de carreira permanente e do resgate da meritocracia!

(Por Júnior Bonfim, na Revista GENTE DE AÇÃO e no Jornal Gazeta do Centro Oeste, Crateús, Ceará)

OBSERVATÓRIO



Ouvi de um palestrante outro dia que, durante uma excursão da seleção brasileira pela Itália, Garrincha, na companhia dos demais jogadores, resolveu visitar o famoso Coliseu de Roma. Muito já tinha ouvido falar do monumento histórico, que ficou curioso. Ao chegar ao local, ficou estarrecido. Olhou bem, visitou, tirou fotos e, quando não se aguentava mais, exclamou para um colega mais "erudito": - Não entendo porque o povo daqui e os turistas falam tanto desse tal Coliseu. Está velho, caindo aos pedaços, precisando de uma bela reforma e, além do mais, é muito menor que o Maracanã!...

O PONTO DE VISTA

Virou consenso entre os que esgrimam na arena do debate de que “todo ponto de vista é a vista a partir de um ponto”. Cada um vê as coisas tendo como base o lugar em que se encontra ou o conjunto conceitual que construiu. Enquanto que, para muita gente, o Coliseu sempre foi o símbolo maior do Império Romano, para Garrincha não passou de um monte de ruínas, inferior ao Maracanã. É assim. Alguém pode considerar que as molduras analíticas que desenho nesta Coluna são impróprias, descabidas ou equivocadas. Entendo e respeito quem assim pense. Não erigi o portal da razão. Nunca exibi o amuleto da perfeição. Realizo um modesto esforço em prol da superação. Ressalto, por oportuno, que as críticas aqui pontuadas deitam raízes nos balseiros da intimidade. Não as faço por impulso de rancor ou sob a jactância do ressentimento. Faço-as por amor, nobre sentimento. Por isso, sigo tranquilamente este caminho.

PLANEJAR

Semana passada, em Brasília, tive o prazer de bater um papo com José Lins de Albuquerque (vide crônica). Nonagenário, José Lins ainda cumpre o ritual de um homem na flor da idade. Esbelto e sereno, diariamente se dirige de casa para o trabalho. Foi um destacado homem público em âmbito regional e nacional. O mais importante: pisou todos os degraus do progresso pessoal mercê do mérito, do preparo técnico, da fulgurante competência. Virgílio Távora identificou seu talento na Universidade. Aliás, Virgílio e Tasso – os dois maiores governantes cearenses do século passado – tinham muita coisa em comum. Ambos priorizaram o planejamento (Virgílio, o PLAMEG – Plano de Metas Governamentais, planejamento estratégico de vanguarda para a época; Tasso, o Plano das Mudanças - conjunto de medidas político-econômicas que trouxeram grandes transformações na economia e na sociedade cearenses). A essa altura, alguém pode indagar: e o que é que isso tem a ver com Crateús? Tudo.

PLANEJAR II

Uma das razões dos nossos problemas crônicos, que invariavelmente se repetem a cada gestão, é a ausência de planejamento. Em decorrência disso, amargamos alterações cíclicas conforme o humor do governante de plantão. Questões elementares, como o desequilíbrio entre receita e despesa, rebentam a cada novo governo. Nos últimos anos, registrou-se o maior aumento de arrecadação da história municipal. Mesmo assim, continuamos convivendo com reclamação de fornecedores e prestadores de serviço em função de atraso nos pagamentos. Noutro giro, e também em decorrência da ausência de um rumo planejado, a cidade tem ficado, via de regra, ao sabor daquilo que os estudiosos chamam de “intervenção de oportunidade”. Dado o volume de investimentos federais e estaduais, sempre surge uma oportunidade de conseguir verba aqui, outra ali, e corre-se atrás. (Registre-se: a cidade foi beneficiada com muitos investimentos). Nada, porém, é feito em sintonia com um plano diretor elaborado pela própria urbe.

RELAÇÃO EXECUTIVO X LEGISLATIVO

Outro desafio diz respeito às bases sobre as quais se assenta o relacionamento Prefeitura e Câmara. Aliás, essa questão hoje perpassa todos os níveis de governo: municipal, estadual e federal. Criou-se uma cultura no Brasil de que um governante não pode viver sem maioria no Legislativo. E, em nome de um instituto chamado ‘governabilidade’, criou-se um relacionamento pouco sadio - muitas vezes promíscuo e alimentado pela chantagem – entre Executivo e Legislativo. Para ter maioria no Legislativo, sacrifica-se o bom planejamento, a nomeação das pessoas mais qualificadas para os cargos de confiança e, até, o concurso público para o quadro permanente (supõe-se que rende mais votos indicar um temporário do que cumprir a regra constitucional do concurso).

O PATRIMONIALISMO

Conseqüência natural dessa postura é a de que a coisa pública passa a ser tratada como se fosse patrimônio de quem está à frente da gestão. É o chamado patrimonialismo, que gera o uso da máquina em favor de interesses pessoais ou grupais. Na eleição passada, a exemplo de outras antes ocorridas, o peso da Prefeitura foi usado em favor das candidaturas oficiais. Nada diferente do que sempre foi feito. Mas, também por isso, aumentou-se o déficit do tesouro municipal. Algumas Secretarias estão mais sacrificadas. A bola da vez é a Saúde. O Secretário não agüentou. Deixou a pasta. Nada dispomos para fazer um juízo mais abalizado sobre o caso. No entanto, há uma certeza: Diego é mais uma vítima de um sistema! Sistema baseado na inversão de valores, em que a ansiedade supera a serenidade, o temporário se sobrepõe ao permanente, a futrica pessoal reina sobre a justeza do ideal.

O FUTURO

Esse tempo, porém, é de purgação. Nada deve nos abater. Jamais devemos nos render ao desânimo. Aclarar esses problemas, responsáveis pelo desassossego atual, é necessário para que nos preparemos para um melhor futuro. Cada cidadão é co-responsável pela cidade que tem, a partir dos próprios representantes que elege. O exercício da cidadania consiste em oferecermos o nosso quinhão contributivo. Nenhum candidato, por melhor que seja, poderá ser visto como o Profeta Anunciado, o Messias Redentor, o Salvador da Pátria. Sem mistificações, devemos discutir que a aurora sonhada nascerá da intervenção de cada um de nós na definição de um planejamento comprometido, na construção de uma relação sadia e aberta entre os Poderes, no equilíbrio das contas públicas, na implementação de ferramentas efetivas de participação popular e na libertação do jugo da mentira.

PARA REFLETIR

“Não, não tenho um caminho novo, o que tenho de novo é o jeito de caminhar”. (Thiago de Mello)

(Por Júnior Bonfim, na edição de hoje do Jornal Gazeta do Centro Oeste, Crateús, Ceará)

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

AMANHÃ É DIA DE MAIS UMA EDIÇÃO DO JORNAL GAZETA DO CENTRO-OESTE E DA REVISTA GENTE DE AÇÃO!



É A LEI QUE ESTABELECE: "NÃO EXISTE HIERARQUIA ENTRE ADVOGADOS, MAGISTRADOS E MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO".


Certas verdades necessitam ser sempre ditas, sob pena de perecimento. A inviolabilidade do advogado no exercício da função é norma insculpida no artigo 133 da Constituição Federal. O Conselho Nacional de Justiça, na sessão dessa terça-feira (30/8), reafirmou essa lição.

Decorre da inviolabilidade constitucional que o juiz não pode ameaçar de prisão, muito menos prender, advogado, seja ele privado ou público, ao argumento que a parte por ele representada, seja particular ou autoridade, esteja descumprindo ordem judicial. O advogado não se confunde com o seu cliente, eis uma premissa de altivez profissional.

Ao julgar Pedido de Providência formulado pela União dos Advogados Públicos Federais (Unafe), tendo o Conselho Federal da OAB como interessado em favor do pólo ativo, o CNJ acolheu magistral voto proferido pelo relator Jorge Hélio Chaves de Oliveira (1), decidindo oficiar aos presidentes de tribunais e corregedores solicitando a orientação de juízes no sentido de eximir que seja ameaçado de prisão, menos ainda preso, advogados públicos federais e estaduais para forçar que sejam cumpridas ações judiciais dirigidas a autoridades públicas.

Todos os advogados são invioláveis, submetendo-se à correção disciplinar por sua entidade, a Ordem dos Advogados do Brasil. Tal situação se aplica tanto ao advogado público quanto particular. Em controle concentrado de constitucionalidade, o STF vaticinou: “Impugnação ao parágrafo único do artigo 14 do Código de Processo Civil, na parte em que ressalva ‘os advogados que se sujeitam exclusivamente aos estatutos da OAB’ da imposição de multa por obstrução à Justiça. Discriminação em relação aos advogados vinculados a entes estatais, que estão submetidos a regime estatutário próprio da entidade. Violação ao princípio da isonomia e ao da inviolabilidade no exercício da profissão. Interpretação adequada, para afastar o injustificado discrímen”.

Observa com propriedade, o conselheiro relator no CNJ, “se o STF entende inadequada a aplicação de multa ao advogado, quanto mais a prisão ou ameaça de prisão”. E, mais, “não se pode admitir que advogados públicos sejam punidos com a pena mais grave em vigor neste país — a restrição da liberdade — por desempenharem as funções a eles acometidas por lei, ou seja, pelo exercício de suas atribuições funcionais”.

Sobre a inviolabilidade constitucional do advogado, ou imunidade no exercício da profissão, bem salienta o ministro Celso de Mello, em lapidar julgamento, asseverando se tratar de “garantia destinada a assegurar-lhe o pleno exercício de sua atividade profissional”. Nesse sentido, “o Supremo Tribunal Federal tem proclamado, em reiteradas decisões, que o advogado — ao cumprir o dever de prestar assistência àquele que o constituiu, dispensando-lhe orientação jurídica perante qualquer órgão do Estado — converte, a sua atividade profissional, quando exercida com independência e sem indevidas restrições, em prática inestimável de liberdade”. E, mais, “qualquer que seja a instância de poder perante a qual atue, incumbe, ao advogado, neutralizar os abusos, fazer cessar o arbítrio, exigir respeito ao ordenamento jurídico e velar pela integridade das garantias — legais e constitucionais — outorgadas àquele que lhe confiou a proteção de sua liberdade e de seus direitos”.

Com efeito, “o exercício do poder-dever de questionar, de fiscalizar, de criticar e de buscar a correção de abusos cometidos por órgãos públicos e por agentes e autoridades do Estado, inclusive magistrados, reflete prerrogativa indisponível do advogado, que não pode, por isso mesmo, ser injustamente cerceado na prática legítima de atos que visem a neutralizar situações configuradoras de arbítrio estatal ou de desrespeito aos direitos daquele em cujo favor atua”. E conclui o digno decano do Supremo Tribunal Federal, “o respeito às prerrogativas profissionais do advogado constitui garantia da própria sociedade e das pessoas em geral, porque o Advogado, nesse contexto, desempenha papel essencial na proteção e defesa dos direitos e liberdades fundamentais”.

O julgamento do CNJ acaba por beneficiar e proteger todo e qualquer cidadão, ainda que não advogado, pois ficou assentado, “o juiz não pode restringir a liberdade o exercício de jurisdição cível fora das hipóteses constitucionais de prisão civil. Essa garantia atinge todo cidadão”.

As prerrogativas são exercidas pelos advogados, mas não lhes pertencem. São predicamentos estatuídos para proteger a sociedade que necessita do profissional da defesa para garantir seus direitos.

A alvissareira decisão do CNJ êxito protagonizado pela atuação conjunta da Unafe e da OAB nacional, sob a liderança do presidente Ophir Cavalcante Junior, há de ser celebrada pela advocacia e cidadania brasileiras, pois asseguradora da inviolabilidade do exercício da profissão, fundamental à proteção dos direitos e garantias da sociedade, dos quais o advogado é instrumento. Advogado respeitado significa cidadão valorizado.


Por Marcus Vinicius Furtado Coêlho

"UMA OSTRA QUE NÃO FOI FERIDA NÃO PRODUZ PÉROLAS"


As pérolas são uma ferida curada.

Pérolas são produto da dor, resultado da entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior da ostra, como um parasita ou um grão de areia. A parte interna da concha de uma ostra é uma substância lustrosa chamada nácar. Quando um grão de areia penetra, as células do nácar começam a trabalhar e cobrem o grão de areia com camadas e mais camadas para proteger o corpo indefeso da ostra.

Como resultado, uma linda pérola é formada.

Uma ostra que não foi ferida, de algum modo, não produz pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada:

a) Você já se sentiu ferido pelas palavras rudes de um amigo?

b) Já foi acusado de ter dito coisas que não disse?

c) Suas idéias já foram rejeitadas?

Então produza uma pérola... cubra suas mágoas e as rejeições sofridas com camadas e camadas de amor.

Lembre-se apenas de que uma ostra que não foi ferida, não produz pérolas - pois uma pérola é uma ferida cicatrizada.

DESEJO A TODOS OS IRMÃOS UMA EXCELENTE QUINTA-FEIRA!!!


(Mensagem enviada por LEUDO SANTANA)

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

CONJUNTURA NACIONAL

Uma infelicidade

Em Caruaru, PE, o Coronel João Guilherme, senador estadual e chefe político, comprou a um matuto um cavalo de sela. Cavalo bonito, mas com a pálpebra caída. Cego de uma das vistas. Ao descobrir o logro, o Coronel ficou indignado. Fez vir à sua presença o espertalhão. Ameaçou-o de cadeia.
- Você teve a coragem de me vender um cavalo cego dum olho! Isso é uma falta de seriedade! Você fez negócio com um homem e não com um tratante da sua laia! Por que você não teve a franqueza de me dizer que o cavalo tinha esse defeito?
- Mas, seu Coronéu, Vamincê me desculpe que eu lhe diga: o cavalo que eu lhe vendi não tem defeito, não!
- Não tem defeito? Não tem defeito? Então, você acha que um cavalo cego dum olho não tem defeito?
- Seu Coronéu, Vamincê me desculpe, mas eu acho que não tem não! Ser cego não é DEFEITO: ser cego é uma INFELICIDADE...

(Historinha de Leonardo Mota em Sertão Alegre)

O estilo Dilma

A presidente Dilma começa a imprimir marca forte ao governo. E que marca é esta? Gestão. Por todos os lados, os conceitos-chave são: controle, monitoramento, cobrança. Um olho aqui, outro ali. Para enfrentar distúrbios gerados pelo agravamento da crise mundial, a presidente determina corte em receitas extras. E assim o país economiza R$ 10 bilhões. Esta semana, Dilma recomeça o périplo pelos Estados. Não o faz no estilo Lula, com subidas aos palanques e discursos exacerbados, mas com palavras medidas. O esforço para escapar do corredor de pressões e contrapressões do Congresso é visível. Não quer ficar refém das circunstâncias. Conta com a ajuda do vice, Michel Temer. A fixação de um estilo próprio vai sendo desenvolvida de maneira natural, de forma a não amedrontar parceiros e correligionários, saudosos dos tempos fartos de Lula.

Aécio vai à rua

Aécio Neves abre um segundo ciclo em sua vida senatorial. Digamos que o primeiro tenha se fixado na lição de casa, no estudo das ideias correntes, dos grupos que se formam ali nos corredores do Salão Azul do Senado. Aécio chegou a fazer dois discursos fortes. Um deles teve como foco uma análise do governo Dilma. Mas não tem usado a contundência de que José Serra tem se valido para bater no governo. Aécio mede as coisas no seu tempo. Pensar em ser uma espécie de candidato curinga, capaz de atrair gregos e troianos, ou seja, a base oposicionista e parte da base aliada. Sonha em fazer aliança com PMDB e PSB, onde tem muitos amigos. O novo ciclo de Aécio será dedicado a contatos, articulação, viagens pelos Estados e mais presença nos polos decisórios e midiáticos do país, a partir de São Paulo.

A lei da liderança: é melhor ser o primeiro do que ser o melhor. (Al Ries& Jack Trout)

José Serra

José Serra está consciente do que lhe resta como opção na esfera política: a vaga de candidato das oposições em 2014 para a presidência da República. Serra afasta a ideia de se candidatar a prefeito. Queria, isso sim, que Aloysio Nunes Ferreira fosse o candidato. Mas este refuga. Está feliz e tranquilo no Congresso. Serra é um político racional que adora fazer contas. Teme sua alta rejeição como candidato à prefeitura. Bem perto da rejeição da Marta, por volta dos 30%. Como candidato a prefeito, chegou a registrar, em cartório, um documento dando conta de seu compromisso de continuar até o final do mandato. Foi eleito prefeito e deixou o cargo no meio para se candidatar ao governo. Receia que todas essas histórias venham à tona. Sob essa moldura, Serra divisa os horizontes de 2014. Um rio nunca corre duas vezes no mesmo lugar. Daqui a três nos, o Brasil se banhará em outras águas. Aperta-se, a cada dia, o beco de Serra na vida política. Em contraponto, alarga-se a via de Aécio.

Sopro de renovação

Os ventos da política sopram na direção dos horizontes da renovação. Para onde se olhe, aparece uma figura nova, um perfil com as vestes do novo. São Paulo deverá ser o espelho mais largo dessa tendência. Fundamento da alternativa: água transbordando no copo da mesmice; saturação dos velhos discursos; rejeição de velhas figuras; obsolescência dos discursos bolorentos; oxigenação de pulmões intoxicados pela fumaça do passado. Teremos, em 2012, um amplo espectro de perfis novos.

PSDB versus PT

Luiz Inácio Lula da Silva é o arquiteto-mor da construção petista nos amplos espaços de 2012 com vista para os horizontes de 2014. Lula montou um Instituto em São Paulo para legitimar as operações políticas que aprecia desenvolver. Uma boa grana, ele já acumulou, fruto de palestras pagas a peso de ouro. E continuará a locupletar o cofre. Mas a atenção central se volta para o pleito de 2012. O ex-presidente quer fazer a maior baciada de prefeitos da história do PT, uma meta em torno de 2 mil. Hoje, quem tem mais prefeito é o PMDB, com 1.200. Lula imagina que, tendo a maior fatia de prefeitos nas bordas do território, poderá vir de lá com tudo em 2014. Claro, Dilma ou ele.

Não há coisa tão segura como a humildade nem mais arriscada do que a soberba. (Padre Manuel Bernardes)

Dilma ou Lula?

Ora, a presidente é a candidata natural em 2014. Mas será uma personagem rodeada de circunstâncias, dentre elas, a configuração da nossa economia ante a moldura da crise intermitente que se projeta nos quadrantes do planeta. A economia é a locomotiva que puxará o trem da política. Significando: maior ou menor conforto social; mais vazios ou mais cheios os bolsos das classes médias; maior ou menor PNBF, Produto Nacional Bruto da Felicidade; maior ou menor satisfação com os serviços públicos, particularmente nos mais de 2 mil municípios acima de 50 mil e até 100 mil habitantes; maior ou menor segurança nas metrópoles. Qualquer que seja o candidato, essa paisagem é que medirá a pressão e o tamanho das urnas dos candidatos.

Lula na água corrente

Já lembrei anteriormente: o rio nunca corre duas vezes no mesmo lugar. As águas estão sempre se renovando. Uma pessoa nunca atravessa um rio duas vezes no mesmo lugar. Lula pensa que o Brasil de 2014 será o mesmo de 2006 ou de 2002. Ele imagina que tendo o mesmo discurso, desenvolvendo no palco o mesmo papel, fazendo a mesma performance, chegará novamente ao mesmo altar da glorificação. Improvável. Claro, em política, tudo pode acontecer, mesmo o imponderável cedendo temporariamente lugar ao previsível.

No plural

Eneas da Cruz Nunes foi nomeado funcionário público. Saiu no Diário Oficial "Ênea". Correu ao governador do Rio de Janeiro: "governador, quero que o jornal conserte. Todo mundo sabe que meu nome é no plural".

Nêumanne e Lula

José Nêumanne Pinto lançou o mais contundente livro sobre Luiz Inácio Lula da Silva: "O Que Sei de Lula". Trata-se de um precioso relato sobre o mito e o homem. Ou a escalada de um perfil conservador que, por qualidades e méritos, conseguiu driblar a massa dos atores políticos para aparecer como, diz o autor, no mais competente e genial político brasileiro de todos os tempos. A obra é arrojada. Atém-se aos fatos. Que viu, ouviu de fonte direta, ou resgata de fontes indiretas. Emerge o perfil de Lula, emoldurado por um jogo de cores que assombra apenas os desavisados: o conservador/reacionário; o oportunista que se aproveita da teoria da mais-valia para auferir benefícios, engabelando companheiros; o comunicador e o conciliador, que sempre tirava proveito de abordagens divergentes que ele mesmo incentivava; o governante que "comprou" a governabilidade (o mensalão? Coisa corriqueira do Caixa 2); enfim, o homem que aprendeu com as derrotas e utilizou o poder até o limite.

Uma obra de peso

Já se produziram muitos livros sobre Lula, alguns citados por Nêumanne. Mas a obra produzida pela verve do poeta, escritor e, sobretudo, pela aguda percepção do acurado e inquieto repórter é, seguramente, a mais abrangente. E densa. Pela teia de fios e relações que estabelece em torno do retirante "filho do Brasil dos pais canalhas, que sobreviveu por obra e graça das mães heroínas, quase mártires"; por mostrar que Lula é "filho da mentalidade brasileira que produziu JK: a pressa que levou à imperfeição, a opção pelo ocasional em detrimento do permanente, do que pode vir para ficar, a submissão ao charme, ao encanto pessoal..."; por saber abrir canais proveitosos com os "300 picaretas" da Câmara; por ser "muito maior que o PT, este é que não sabia"; e pela insensibilidade demonstrada ante os assassinatos de Celso Daniel e Toninho do PT, envolvidos em tramas sórdidas, conforme se depreende do pungente relato ouvido de familiares dos ex-prefeitos de Santo André e Campinas.

"Nunca antes..."

De fato a fato, na esteira de uma narrativa plena de nomes, datas e enredos, Nêumanne entra nas profundezas da administração petista para concluir que sua prática "tem sido a reafirmação de tudo o que de nobre e sórdido a política profissional tem produzido no Brasil desde os tempos da Colônia até hoje". Moldura convenientemente pintada com a maior falácia de todos os tempos do marketing político: "nunca na história desse país".

Baixinho, argila segredou ao oleiro que a trabalhava: "não esqueças que já fui como tu... não me maltrates". (Omar Kháyyán)

PSDB versus PT?

Há quem aposte que o clima eleitoral de 2012 será medido pela "eterna" polarização entre PSDB e PT. Em algumas praças, isso até pode ocorrer. São Paulo, capital, é, por excelência, o espaço dessa renhida luta. Mas sinais de esgotamento dessa possibilidade já aparecem. Inclusive, por meio de iniciativas suprapartidárias, como a integração de ações federais e estaduais, como é o caso do Brasil sem Miséria, lançado no Palácio dos Bandeirantes, com a presença da presidente Dilma, governador Geraldo Alckmin e Fernando Henrique.

Cronograma da copa

Discurso do governo sob foco da lupa: 9 estádios para a Copa de 2014 ficarão prontos até dezembro de 2012; as obras nos aeroportos serão concluídas em 2013; e 6 aeroportos já começaram as obras de ampliação/modernização. E 5 estão em fase de licitação. Vamos acompanhar o cronograma.

Chove por aqui

Agamenon Magalhães, interventor de Pernambuco. A seca assolava o Nordeste. De repente, começou a chover na região do São Francisco. Um prefeito aproveitou para bajular: "chove copiosamente na região graças à profícua administração de V.Excia". Agamenon não teve dúvidas. Demitiu o alcaide.

Lupa da FIESP

Aliás, a FIESP planeja formar um amplo Observatório sobre a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Com destaque para cronogramas de obras, preparação de sistemas de segurança, avaliação de pontos fortes e pontos fracos em cada cidade que sediará os eventos.

Pé de pezão na estrada

O mais certeiro nome para a candidatura ao governo, em 2014, é o vice-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão. Na verdade, é o executor dos programas. Sérgio Cabral é o Relações Públicas/Embaixador do Governo. Pezão vai ao campo, controla, fiscaliza, cobra, toma providências. Cabral, vez ou outra, entre suas inúmeras viagens internacionais, acompanha Pezão.

Eu e Deus

O "causo" ocorreu em Conchas/SP. Era a audiência de um processo - requerimento do Benefício Assistencial ao Idoso para um senhor alto, velho, magro, negro, humilde e muito simpático, tipo folclórico da cidade. Antes da audiência, o advogado lembrou ao seu cliente para afirmar perante o juiz morar sozinho e não ter renda para manter a subsistência. Nisso residia o sucesso da causa. Na audiência, veio a pergunta:

- O senhor mora sozinho?

- Não! respondeu ele (o advogado sentiu que a coisa ia degringolar).

- Hum, não? Então, com quem o senhor mora?

- Eu e Deus, respondeu o matreiro velhinho.

O advogado tomou um baita susto. Mas a causa foi ganha. O juiz considerou procedente ação.

(Historinha enviada por Éder Caram e contada pelo pai dele)

Conselho à presidente Dilma

Esta coluna dedica sua última nota a pequenos conselhos a políticos, governantes e líderes nacionais. Na última coluna, o espaço foi destinado aos tucanos. Hoje, sua atenção se volta à presidente Dilma:

O governo carece de uma ampla pauta positiva, após a bateria de denúncias, escândalos e trocas de ministros. A sociedade clama por melhoria de serviços sociais, educação mais qualificada, sistema de saúde aparelhado para atender as demandas, segurança pública de maior envergadura para atenuar as ondas de violência e criminalidade. Nessa direção, algumas sugestões parecem óbvias:

1. Convocar as áreas responsáveis pelas ações e programas nas frentes sociais e cobrar um amplo conjunto de ações com vistas às demandas mais imediatas;

2. O governo pode se amparar em sistemas de mutirões para sanar as dificuldades nas estruturas de atendimento social, a partir do sistema de saúde;

3. Abrir pontes largas com a sociedade organizada, convocando entidades representativas de grupos organizados para ouvir demandas e reclamações, acolher sugestões e tomar as providências necessárias e imediatas. Exemplo: posicionar o governo face aos problemas enfrentados nas áreas dos Planos de Saúde e demandas dos grupos profissionais?


(Gaudêncio Torquato)

terça-feira, 30 de agosto de 2011

A CONQUISTA DO PARAÍSO

SOU FILHA DO REI


Nasci na terra da luz

Pegando sol na moleira

Tomando banho de açude

Pulando da ribanceira

Brincando de tibungar

Nos rios do meu lugar

Na meninice brejeira.

*

Em noite de lua cheia,

Sob o luar do sertão

Serenatas escutei

Nos acordes da paixão

Presente de namorados,

Poéticos, apaixonados,

Escravos do coração.

*

Feliz eu era e sabia

Nas terras de Alencar

No leque da carnaúba

Ouvia o vento cantar

Assobiando bonito

No entre palmas um agito

Formando um grácil bailar.

*

Nasce detrás de um serrote,

O rei sol na minha terra,

Mas na boquinha da noite

Quanta beleza ele encerra

Com a sua vermelhidão

Tinge de rubro o sertão

E se esconde atrás da serra.

*

No sertão do Ceará

Eu nasci e me criei.

Já andei por muitos reinos

Mas lá sou filha do rei!

No condado de Ipueiras

Depois de romper barreiras

Meu palacete montei.


--

Dalinha Catunda

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

50 ANOS DE MISTÉRIO


Esmerino Arruda esteve no centro dos acontecimentos que antecederam a renúncia de Jânio Quadros, em 1961. Ele garante: se a carta tivesse passado por suas mãos mudaria a história, rasgando-a.

Era madrugada de 25 de agosto de 1961, exatos 50 anos atrás. Deputado federal pelo Ceará, Esmerino Arruda tomava uísque na casa do então ministro da Justiça, Pedroso Horta. Saiu de lá às 4 horas e seguiu para descansar no Palace Hotel. Nem imaginava as surpresas que o dia lhe reservava. Chegou às 11 horas à Câmara Federal, quando o deputado Abelardo Jurema lia um texto para a Casa lotada. “Um alvoroço doido”. Para seu espanto e dos colegas, era a carta de renúncia do presidente Jânio Quadros.

“Foi uma decepção muito grande. Como é que o sujeito renuncia sem dar satisfação a ninguém?”, questiona. Para Esmerino, ninguém na festa, que teve início na noite do dia 24 e varou a madrugada, podia prever a atitude que Jânio Quadros estava prestes a tomar. Se estivesse na Casa no momento em que a carta chegou, ele acredita que teria mudado a história. “Se eu estivesse lá, tinha rasgado essa renúncia”, admite.

Hoje, com 89 anos, ainda ativo na política e prefeito licenciado de Granja, Esmerino tem suas teorias para explicar a atitude de Jânio. Para ele, tratou-se de uma tentativa fracassada de “golpe”.

Por dentro

Esmerino Arruda trabalhou na campanha do “Vassourinha” e sabia dos bastidores. Presidente e vice-presidente eram eleitos em votos diferentes. Oficialmente, Jânio declarava apoio a Milton Campos para ser seu vice. “Mas ele mandava a gente botar (apoio a João Goulart) por trás. Era Jan Jan, Jânio e Jango”, conta Esmerino, mostrando a foto do veículo usado na campanha com os nomes de Jânio Quadros e João Goulart como se formassem uma chapa única.


No entender de Esmerino, quando Jânio decidiu apoiar Jango como vice, já estava “maquinando” a renúncia. “Jango não tinha a simpatia dos militares e Jânio sabia que as forças armadas não o aceitavam. Ele fantasiou a renúncia achando que ninguém ia aceitar. Já fez isso de malandro”, interpreta Esmerino. João Goulart havia viajado para China. Seria o momento perfeito. Jânio imaginava que o povo e os militares não aceitariam sua renúncia e clamariam por sua volta. “Se voltasse, Jânio ia pedir plenos poderes”, especula Esmerino. Não foi o que aconteceu.

O presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzili, assumiu a presidência. O povo também não reagiu. Segundo Esmerino, os militares dificultaram a entrada de João Goulart ao país, retardando sua posse.

Na sua lembrança, Jânio era um homem de grande autoridade, muito inteligente, falava corretamente o português, tinha o prestígio dos militares, mesmo que tivesse desagradado a classe quando condecorou Che Guevara e recebeu a visita de Fidel Castro. Tinha oscilações de humor. “Ele era uma pessoa estranha. Mudava da água pro vinho, coisa de doido”, ri.

Jânio foi vereador, deputado estadual, prefeito da maior cidade da nação, São Paulo, governador, deputado federal e chegou a presidente da República, num curto intervalo de tempo. Governou o país por apenas sete meses. No reencontro com Jânio, Esmerino não se satisfez com as explicações. “Falei com ele depois, mas ele não se justificava, sabe? Dizia que foi por forças ocultas. Mas isso não existia”, garante.


Lucinthya Gomes
lucinthya@opovo.com.br

(Publicado no Jornal O POVO, em 25.08.2011)

A JOVEM RAQUEL INGREDY TOCANDO "A VOLTA DA ASA BRANCA" COM A BANDA LUISINHO MAGALHÃES

“UM POUCO DE CIÊNCIA NOS AFASTA DE DEUS… MUITO, NOS APROXIMA"

Um senhor de 70 anos viajava de trem, tendo a seu lado um jovem universitário que lia um livro de ciências. O senhor, por sua vez, lia um livro de capa preta.

Foi quando o jovem percebeu que se tratava da Bíblia e estava aberta no livro de Marcos… Sem muita cerimônia o jovem interrompeu a leitura do velho e perguntou:

- O senhor ainda acredita neste livro cheio de fábulas e crendices?

- Sim, mas não é um livro de crendices. É a Palavra de Deus. Estou errado?

- Mas é claro que está! Creio que o senhor deveria estudar a História Universal.


Veria que a Revolução Francesa, ocorrida há mais de 100 anos, mostrou a miopia da religião. Somente pessoas sem cultura ainda crêem que Deus tenha criado o mundo em seis dias. O senhor deveria conhecer um pouco mais sobre o que os nossos cientistas pensam e dizem sobre tudo isso.

- É mesmo? E o que pensam e dizem os nossos cientistas sobre a Bíblia?

- Bem, respondeu o universitário, como vou descer na próxima estação, falta-me tempo agora, mas me deixe o seu cartão, que eu lhe enviarei o material pelo correio com a máxima urgência.

O velho então, cuidadosamente, abriu o bolso interno do paletó e deu o seu cartão ao universitário.

Quando o jovem leu o que estava escrito, saiu cabisbaixo sentindo-se pior que uma “ameba bêbada”… No cartão estava escrito:

Professor Doutor Louis Pasteur Diretor Geral do Instituto de Pesquisas Científicas – Universidade Nacional da França – Cartão de visitas.



- Fato verdadeiro ocorrido em 1892 e integrante da biografia de Pasteur.

‘Um pouco de ciência nos afasta de Deus… Muito, nos aproxima.’
- Louis Pasteur.


(Enviado por Raimundo Cândido)

HOJE É O DIA NACIONAL DE COMBATE AO FUMO

LEI Nº 7.488, DE 11 DE JUNHO DE 1986

Institui o "Dia Nacional de Combate ao Fumo".

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte lei:

Art. 1º O Dia Nacional de Combate ao Fumo será comemorado, em todo o território nacional, a 29 de agosto de cada ano.

Parágrafo único. O Poder Executivo, através do Ministério da Saúde, promoverá, na semana que anteceder aquela data, uma campanha de âmbito nacional, visando a alertar a população para os malefícios advindos com o uso do fumo.

Art. 2º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 11 de junho de 1986; 165º da Independência e 98º da República.

JOSÉ SARNEY
Roberto Figueira Santos