sexta-feira, 4 de maio de 2012

CONVITE



Se um amante da canção completa 05 décadas de versos na bagagem
e a sua revista, a Gente de Ação, 10 anos de tiragem, é óbvio que vai ter homenagem.
Venha conosco celebrar esse rito de passagem.
A Academia de Letras de Crateús – ALC convida você e sua família para as comemorações
de aniversário do Poeta e da Revista, momento em que ele lança o livro Nos Cafundós do
Sertão e o CD Dideus Sales – Entre amigos, poemas e canções.
LOCAL: CABANA MENDES
DIA: 05 DE MAIO
HORÁRIO: 20:00

quinta-feira, 3 de maio de 2012

BARROS PINHO NAS SESMARIAS DA SAUDADE





O grande Juarez Leitão - companheiro (no etimológico sentido de compartilhar o mesmo pão de vida e de poesia) de Barros Pinho - me enviou a bela Crônica, que adiante transcrevo, em louvor à memória do seu velho amigo de quatro décadas:



Na antífona com que abre o seu livro “Circo Encantado”, publicado em 1975, Barros Pinho anuncia a chegada do encantamento na vereda das águas/ na poeira do sol. E, ao fechar o livro, parte com o que restou do espetáculo: aqui vai o circo/trapézio quebrado/areia nos pés/palhaços na rua.

Agora, ainda sob o impacto de sua partida inesperada, tropeçamos nos destroços do ciclone emocional que caiu sobre nós. O circo encantado de sua poesia, o aconchego de sua convivência, sua visão crítica do mundo e os demais exercícios de inteligência com que nos brindava na tribuna do parlamento, na academia e na mesa do bar se espalham por todos os cantos da memória aflita e dolorosa de seus companheiros.

Quem era este homem-poeta? De que barro foi feito?

No poema “Viver não só para existir”, produzido aos 70 anos, se apresenta como “menino aprendiz do absurdo/embriagado no vinho da infância/a andar nos rios pelos caminhos do mar.”

Em muitas outras ocasiões de sua mágica, acesa e inventiva poesia se confessa, assim, um menino do rio, atravessado de saudades perenes e úmidas, que escorrem barrentas por dentro da alma. O rio é seu tudo, seu universo pânico e, em torno dele, constrói a peripécia de seu sonho, sua saga, seu roteiro. O Parnaíba, era um lençol de garça nos seus olhos e as suas águas viviam “a tocar flauta no dorso das formigas para o banquete das nuvens”.

Um dia, em 1958, no fulgor da adolescência e carregado de perplexidades, Zé Maria chegava ao Ceará. Vinha predestinado a fazer história.

Nesta terra foi líder estudantil, vereador, deputado estadual, prefeito da capital e secretário de cultura no estado e no município.

Convivemos por 40 anos em ofícios de política e literatura. A arte e o ideal nos fez irmãos. Fui seu companheiro de bancada na Câmara Municipal de Fortaleza pelo MDB, o valente MODEBRA, num momento cinzento da vida política nacional e, naquele parlamento, militamos nas trincheiras da oposição, ele, o líder do partido, eu, seu seguidor fiel em votos de defesa da cidade e de nossos sonhos de juventude. Estes mesmos sonhos, eternos e puros, que nos manteve meninos a vida toda caminhando nas pedras e nas noites para alcançar os fachos da aurora.
O destino foi generoso com o nosso poeta, porque, além de o dotar de muito talento e grande caráter, deu-lhe boas oportunidades de exercê-los. E quando todos o tinham como um bom professor e exímio poeta, surpreendeu por sua capacidade de gestor, um executivo operoso a gerar resultados positivos para a administração pública.

As funções de homem público nunca endureceram o espírito do poeta. Poeta sempre foi em todos os caminhos de sua existência frutificadora, em que viveu a semear palavras e ternuras para encantar as grandes solidões.

Como diz em seus versos, atravessou o tempo e os percalços da vida montado no cavalo Ventania ou na formosa e cúmplice burra Sabiá com o “pendão da cana fixo na retina” e todas aquelas valentias avoengas, qualidades e desculpas, a ternura das mães-pretas, a andeja vocação tabajara e a lubricidade incandescente herdada dos colonizadores da Ibéria.

Correu serelepe pela ribeira cheirosa do Parnaíba e pela “terra de serrotes ondulados de longas planícies preguiçosas.” Trouxe para a sua poesia todas as lembranças: a rua em que nasceu, uma missa de domingo na matriz de Nossa Senhora do Amparo, o circo da baianinha que “no trapézio machucava o coração da rua”.

Carregou no alforje lã de carneiro, labirintos e vagalumes. No bolso, “o sino de todas as igrejas”, no peito, “o lamento ensebado do carro de boi” e na meia o punhal dos Taiocas, instrumento clânico de prevenção e desabuso contra o atrevimento alheio.

Rei Mago, fervoroso e telúrico, trouxe para a literatura brasileira a estrela do natal e escreveu na palha morna e humilde da manjedoura o evangelho das abelhas. Tornou-se o arauto do Menino Jesus e o seu último e caprichoso evangelista. O encanto pelo natal foi o outro rio permanente de sua criação.

Barros Pinho nunca envelheceu e, por isso, não pode morrer. Cada encontro com sua poesia nos dará esperanças e utopias novinhas e nos mostrará o mesmo marinheiro afoito a domar mares e ventos, conquistando portos, horizontes e liberdades.

Sua franca e mágica viola ponteará, como Garcia Lorca, alegres canções ciganas. Seu gibão o vestirá no chão épico de Gerardo Mello Mourão e, como Manoel de Barros, reinventará o olhar das coisas e recriará os espantos.

E, assim, vivo e presente, continuará apalpando as contradições do mundo, esmerando-se na arte de despetalar sentimentos e transmitir o afeto generoso pela terra, pelo homem e pela dignidade humana. E, nos passos que deu e nas marcas que fez, continuará ensinando a sintaxe da paixão e tocando a flauta amorosa da memória.

Aqui, no país da saudade, a presença azul, imensamente azul, do menino Zé Maria, ribeirinho telúrico do rio Parnaíba, estará ordenando a vida e construindo novas e ardentes quimeras.


(Por Juarez Leitão)

terça-feira, 1 de maio de 2012

NESTE PRIMEIRO DE MAIO, UMA HOMENAGEM A TODOS OS GUERREIROS MENINOS (Fagner)

TORRÃO DE LAMPIÃO


A luz dança como uma bailarina diluída nas pupilas do dia e realiza um coito ventral no seio da terra. Transborda de um sem fim trazendo um imenso calor que fecunda à vida e delibera um suor e um desassossego ardente nos corpos expostos a essa diurna excitação.

Já transpirávamos aos borbotões nas primeiras horas do dia, pois a inclemência em Serra Talhada, o torrão natal de Lampião, começa pelo impiedoso Sol da manhã. Dizem que em Caicó, no Rio Grande do Norte, onde se realiza a famosa Festa de Sant’Ana, um patrimônio imaterial do Brasil, que em Teresina, capital do Piauí, e também em Crateús regada pelo intermitente Rio Poti, no sertão do Ceará, estão os dias mais quentes que se tem notícia, mas com certeza que, como na Terra do Xaxado em Pernambuco, não há nada igual.

O motivo de estarmos ali, numa região tão distante como imensamente quente, era pela fama lampiônica e pelo talento do poeta Edmilson Providência, que fora selecionado entre centenas de afamados compositores de todo País, para concorrer no II Festival de Músicas do Cangaço com uma elaborada letra chamada Convite a Lampíão.

Depois de saborearmos, com intrepidez estomacal, um delicioso angu de milho na manteiga da terra, queijo e galinha caipira ao molho pardo, um prato típico do Sertão de Lampião, fomos contemplar a Feira, na Praça Barão do Pajéu, pelo Dia Nacional da Caatinga com encantadoras danças, declamados louvores poéticos, e uma mostra de fotos do Parque Estadual da Serra da Pimenteira, onde se localiza a famosa Serra Talhada, demonstrando um forte desenvolvimento intelectual no município. Inesperadamente alguém intercepta meu amigo e escritor Flávio Machado, insigne historiador dos Sertões de Crateús:
— Secretário de Cultura, o senhor por aqui?!

Passado o susto e aceito a explicação de que não era o Secretário do Governo de Pernambuco, lembrei-me que há pouco tempo uma grande parte da população crateuense desejou intensamente a candidatura do eminente acadêmico para a cadeira de prefeito, indicação que foi logo recusada. Agora repito o que dizem os pernambucanos quando desejam que algo de bom aconteça na vida deles: — Aí se sêsse, ô xente, ixi maria menino! Sei que, com a candidatura de Flavio, só tínhamos a ganhar.

É isso o que acontece com as pessoas que expelem honestidade pelos olhos e transpiram retidão pela alma, chamam atenção das outras. O Senhor Adauto Bezerra, um agrônomo aposentado que fez questão de dizer não ter nenhum parentesco com o militar que governou o Estado do Ceará, foi atraído pelo magnetismo de Flávio, com seu imenso poder de farejar as histórias que ficam esquecidas nos baús da vida. O versado senhor fez questão de nos contar tudo o que sabia sobre o Rei do Cangaço, e foi logo afirmando:

— A minha mãe dançou com lampião! Vou explicar, disse ele.

— O casamento estava marcado para acontecer na fazenda algodão, aqui pertinho, logo depois do Rio Pajéu. Meu pai e alguns convidados iam a cavalo, pois a noiva e o padre já esperavam por lá. De repente avistaram uns sujeitos muito bem armados e pensaram que era a “força”. Tentaram voltar.

— Opa! Não voltem não! Ordenou um dos homens. Eram do bando de Lampião. Depois de explicarem o que iam fazer, os cangaceiros disseram:

— Lampião está aí, com oitenta homens precavidos. Se entrar, num sai mais não e se tentarem voltar correm o risco de não chegar. Escolham!

Resolveram entrar. Virgulino Ferreira da Silva participou do casamento, pois conhecia os pais dos noivos, mas disse que na primeira dança fazia questão de arrastar o pé com a noiva. Depois da festança deixou os noivos voltarem para Villa Bella, hoje Serra Talhada que tenta se recuperar, culturalmente, do que perdeu na época do Cangaço. Seu Adauto se indignou foi com a primeira passeata gay da região, onde uns desavergonhados desfilaram vestidos de Lampião, com as vestimentas todas na cor rosa e ainda dizendo que o Rei do Cangaço era gay. Ousaram chamaram a tal marcha obscena de Gangagay.

—Veja só se isso é possível! Tem um advogado gay por aí, um tal de Pedro Moraes, que vai lançar um livro com o titulo: Lampião, o mata sete. Há se Virgulino voltasse e pegasse um cabra desse, dependurava amarrado por aquilo, como era de seu gosto fazer.

Despedimo-nos da agradável feirinha regada a bolo de milho e caldo de cana com limão e fomos nos concentrar, para logo mais à noite assistir e torcer pelo “Convite a Lampião” num festival que nos lembrou outros, dos tempos idos, em que participaram Geraldo Vandré com “Pra não dizer que não falei das flores” e Chico Buarque com “A Banda”.

É chegado o momento, os participantes vão se apresentando um a um para uma platéia animadíssima que aplaudia os seus eleitos. O nosso interprete, Ernesto Teixeira, na segurança e no requinte deu um show de desempenho numa performance emocionante. A letra dizia: Meu padim Padre Cícero / Romão do Juazeiro / diga aí ao cangaceiro / Virgulino Lampião / para fazer uma turnê / e de perto poder ver / como está nosso sertão.

Tínhamos certeza de estar entre as cinco primeiras. E aguardávamos ansiosos, madrugada adentro, o resultado. Nada. O honrado Júri preferiu até uma música que tinha uns aís , uns uís, gemidos ridículos como coisas próprias de deboche, de chacotas, mas que por algum motivo obscuro encantou aquela comissão.

Nem o refrão final do nosso Convite a Lampião despertou sequer um vulto de um justiceiro vingador daqueles tempos de Lampião: Por isso te peço amigo / reúna os cangaceiros / para essa grande missão / sei que é cabra valente / mas vai ter que bater de frente / com a tal de corrupção.

O bacamarte do Rei do Cangaço desta vez bateu catolé. Sei não, mas penso que o tal advogado que escreveu o mata sete pode até ter razão. Esses tais lampiões de hoje em dia...

Raimundo Candido

segunda-feira, 30 de abril de 2012

MEU RETRATO



Quem pintou o meu retrato
Com as pálidas cores da vida
Por certo desconhecia
Minha porção atrevida.
Meu desejo de viver,
Meu eterno renascer,
Por ser mulher aguerrida.
*
Prepare tinta e pincel
Retoque sua aquarela.
Deixe o rubro do sertão
Carminar a sua tela.
Não me deixe descorada
Pois não me vejo apagada
Nem iluminada à vela.
*
Não queira me desenhar,
Sem saber minha história.
Pois sairia falso o tom
Na riscada trajetória.
Não faça de mim um borrão
Com sua coloração
Se não me tem na memória.
*

(Dalinha Catunda)

domingo, 29 de abril de 2012

CARPINTEIRO DO UNIVERSO

CERCANDO A TEIA DA CORRUPÇÃO - POR GAUDÊNCIO TORQUATO

Os dois maiores problemas brasileiros são a segurança pública e a corrupção. A percepção da população, apurada por pesquisas de opinião, se ampara em fundamentos ligados à própria sobrevivência, no caso fatores que abrigam os mecanismos de conservação do indivíduo: os impulsos combativo e alimentar.

O primeiro explica que a vida do ser humano é uma luta permanente contra a morte. Um combate ininterrupto contra os perigos. Daí a prioridade absoluta que deposita em propostas – meio, recursos, ações, política – para sua segurança.

Já o segundo impulso leva as pessoas a buscarem os insumos e as condições que lhes garantirão bem estar físico e espiritual para enfrentar os desafios. Nesse nicho, entra a vertente da corrupção, percebida como o conjunto de desvios, contrafações e ilícitos, que resultam na apropriação de recursos públicos destinados ao bem estar da coletividade.

Noutros termos, os cidadãos inferem que corruptos e corruptores surrupiam milhões de reais que lhes pertenceriam, o que diminui a possibilidade de contar com um bolso mais polpudo e, assim, garantir o estômago mais saciado.

Sob essa compreensão, que se pode depreender da visão de Serge Tchakhotine (Mistificação das Massas pela Propaganda Política), a sociedade vê com alegria a notícia de que o Brasil dá mais um passo na guerra contra a corrupção.

O motivo de esperança é a decisão da Comissão de Juristas do Senado, que decidiu classificar como crime o enriquecimento ilícito de servidores públicos, sejam eles modestos funcionários, políticos, dirigentes de empresas e órgãos ou juízes. Trata-se de mais uma ferramenta a ser incorporada ao Código Penal, que já contempla larga faixa de crimes contra a administração pública, como peculato, extravio, sonegação, inutilização de documentos, emprego irregular de verbas ou rendas públicas, concussão, corrupção passiva, facilitação de contrabando ou descaminho, prevaricação, condescendência criminosa, advocacia administrativa, exploração de prestígio, corrupção ativa e outros dispositivos versando sobre o leque da corrupção.

Pela decisão a ser encaminhada à mesa do Senado, ao Estado caberá provar que o servidor acumulou bens de forma ilegal, fato a ser investigado a partir da declaração de bens do agente público, que ele apresenta ao tomar posse, e atualiza anualmente.

O fato é que, em meio a mais uma onda de denúncias de corrupção a serem apuradas no âmbito da CPI mista – agrupando, desta feita, tráfico de influência, fraude em licitações, formação de quadrilha, entre outros crimes – o país continua a buscar as melhores formas para combater esta mazela, que é uma das mais corrosivas ao tecido institucional.

Basta lembrar que a soma alcançada pela corrupção é estimada em cerca de R$ 70 bilhões, correspondendo a mais de 2,5% do Produto Interno Bruto. Fossem investidos em educação, veríamos um salto de quase 50% das matrículas do ensino fundamental, chegando a 52 milhões, o dobro de leitos em hospitais públicos, restritos a 370 mil, e a construção de cerca de 3 milhões de moradias.

Há uma consciência generalizada que a sensível diminuição do PNBC – Produto Nacional Bruto da Corrupção – implicará efetiva expansão do índice global de felicidade coletiva, que se poderia constatar pelo alargamento das fronteiras assistidas por programas de saúde, educação, mobilidade urbana, segurança, moradias, saneamento básico.

A criação de mecanismos para combate direto às franjas da corrupção, como é sabido, tem a sua vital importância. Mas a estratégia da criminalização do enriquecimento ilícito poderá ser inócua ou não oferecer resultados satisfatórios se não abranger a bateria de causas que aciona a engrenagem de corruptos e corruptores.

Vejamos como o pano de fundo que acolhe o alfabeto da corrupção é mal alinhavado.

O Estado brasileiro abusa do poder discricionário. Nos corredores dos edifícios públicos, montou-se gigantesca máquina burocrática – quase sempre focada no lema “criar dificuldades para obter facilidades” -, onde se avolumam restrições às atividades comerciais e produtivas, protecionismo e subsídios para uns e regras duras para outros, excesso de imposições de licenças de importação/exportação.

Está mais do que provado que economias abertas e anti-discriminatórias limitam as maquinações de “grupos da propina”. Ali, a taxa de corrupção é menor.

A política salarial na administração pública também contribui para a expansão das teias corruptoras na medida em que estimulam fontes alternativas de renda. Forma-se um ambiente favorável à parceria entre interesses de grupos privados e administradores da res publica. Abre-se uma janela para o ingresso de agentes da esfera política.

A competição política, por outro lado, torna-se acirrada, exigindo de candidatos “muita bala” para enfrentar os embates eleitorais. A “munição” costuma sair dos arsenais de empresas que prestam serviços às três instâncias (União, Estados e Municípios).

A par desse feixe causal, espraia-se a cultura de impunidade, que se ancora na desigualdade de direitos. A lição de Anacaris, o sábio grego, vem à tona: “as leis são como teias de aranha; os pequenos insetos prendem-se nelas e os grandes rasgam-nas sem esforço”.

Portanto, a corrupção, cujos efeitos impactam o crescimento econômico, o desenvolvimento social, a competitividade empresarial, a legitimidade dos governos e a própria essência do Estado, é um cancro que precisa combatido de maneira sistêmica. Atacar seus efeitos, fechando os olhos para as causas, significa perpetuar o Brasil do eterno retorno.

Emerge, portanto, a equação das reformas em algumas frentes, a começar na via administrativa com a implantação da meritocracia. Auditorias públicas com fiscais concursados, ao lado do TCU, se fazem necessárias para fazer varreduras constantes.

A sociedade civil, por meio de entidades sérias, ajustaria o foco da lupa. Só assim, a conduta ética e o padrão moral haveriam de semear a administração pública.



Gaudêncio Torquato, jornalista, é professor titular da USP, consultor político e de comunicação