sábado, 12 de dezembro de 2009

PREFÁCIO DE "CANTATA DE UM ANISTIADO...PARA DEPOIS..."

PREFÁCIO DE DOM FRAGOSO EM UM LIVRO DE SEU IRMÃO ESTANISLAU FRAGOSO BATISTA, O LIVRO TEM O TÍTULO: "CANTATA DE UM ANISTIADO...PARA DEPOIS..." (temos o livro).

Digitei este prefácio em homenagem a todos àqueles que perpentuam em suas memórias a lembrança de Dom Fragoso. Principalmente, Boaventura Joaquim Furtado Bonfim.

"Leitor Amigo:

Não escrevo este prefácio como o bispo Antonio Fragoso. Nem mesmo como Tonho, irmão mais de Lai, autor da "Cantatas de um anistiado... para depois".

Hoje, sou apenas um leitor como os outros, como você.

Li os originais de uma fôlego. Conteporâneo dos acontecimentos, recordei ao vivo a história de um passado que marcou tanta gente, que me marcou no mais fundo de mim mesmo.

Muito mais do que o tecido dos acontecimentos, eu ia recompondo o perfil de Estanislau.

Emergia das linhas e entrelinhas do Diário-Cantata, o rosto de um HOMEM.

Homem de coração CONFIANTE, desarmado, venerável como todos os homens sem ódio e sem malícia. Ele é dos que acreditam "nas flores vencendo o canhão". O olhar de uma criança enternece seu coração e põe mais calor humano em sua vida do que o Leviatã do poder. Para ele é tão densamente verdade como para Tristão de Athayde - que "as cinzas de Alexandre, um dos maiores onquistadores da história, não bastam hoje para tapar o buraco de uma parede, enquanto a oração de uma criança pode fazer mudar o curso da história".

Homem que carrega incorrigivelmente consigo uma UTOPIA mobilizadora. As Ditaduras, a prepotência, o Sadismo dos que fazem a Tortura Psicológica, podem marcar com ferro em brasa a sua carne e levá-lo até as dilacerações crucificantes da lavagem cerebral. Mas nenhum sopro apaga a chama da Esperança louca.

Homem que não SE VENDE por dinheiro e posições. Não se deixa instrumentalizar. A consciência de sua dignidade aparece intacta, mesmo nas horas mais sombrias.
Homem de fé profunda, DOM de Deus, herança de seus pais, conquista de sua vida. Chamá-lo de "comunista" é testemunho de chegueira mental ou de inominável má-fé. De ponta a ponta do seu Diário-Cantata, encontrei o cristão para quem o Deus de Jesus Cristo é o Amigo de todos os dias.

Homem da DEMOCRACIA, da fidelidade à lei, da NÃO-VIOLÊNCIA inteligente e ativa. Não podia coexistir pacificamente com a Ditadura, com o imperio do arbítrio com as formas da Tortura Física e Psicológica, com um Sistema para o qual a elite no poder e o centro e a fonte dos direitos.

Leitor amigo, é este mesmo perfil que se destaca das linhas e entrelinhas da "Cantata de um anistiado... para depois "? Deixei por ventura, falar o meu coração de irmão? Aqui para nós: chorei várias vezes durante a Leitura!

Julgue, você mesmo.

Antônio Fragoso, que também é o bispo de Crateús e irmão de Estanislau Fragoso”.

Poranga, 24 de outubro de 1980.

A título de esclarecimento: O nome de Dom Fragoso era: ANTONIO BATISTA FRAGOSO, e do Seu Irmão: ESTANISLAU FRAGOSO BATISTA.

(Por Francisco Antonio Sales Saboia)

PREFÁCIO DE "CANTATA DE UMA ANISTIADO...PARA DEPOIS..."

PREFÁCIO DE DOM FRAGOSO EM UM LIVRO DE SEU IRMÃO ESTANISLAU FRAGOSO BATISTA, O LIVRO TEM O TÍTULO: "CANTATA DE UMA ANISTIADO...PARA DEPOIS..." (temos o livro).

Digitei este prefácio em homenagem a todos àqueles que perpentuam em suas memórias a lembrança de Dom Fragoso. Principalmente, Boaventura Joaquim Furtado Bomfim.

"Leitor Amigo:

Não escrevo este prefácio como o bispo Antonio Fragoso. Nem mesmo como Tonho, irmão mais de Lai, autor da "Cantatas de um anistiado... para depois".

Hoje, sou apenas um leitor como os outros, como você.

Li os originais de uma fôlego. Conteporâneo dos acontecimentos, recordei ao vivo a história de um passado que marcou tanta gente, que me marcou no mais fundo de mim mesmo.

Muito mais do que o tecido dos acontecimentos, eu ia recompondo o perfil de Estanislau.

Emergia das linhas e entrelinhas do Diário-Cantata, o rosto de um HOMEM.

Homem de coração CONFIANTE, desarmado, venerável como todos os homens sem ódio e sem malícia. Ele é dos que acreditam "nas flores vencendo o canhão". O olhar de uma criança enternece seu coração e põe mais calor humano em sua vida do que o Leviatã do poder. Para ele é tão densamente verdade como para Tristão de Athayde - que "as cinzas de Alexandre, um dos maiores onquistadores da história, não bastam hoje para tapar o buraco de uma parede, enquanto a oração de uma criança pode fazer mudar o curso da história".

Homem que carrega incorrigivelmente consigo uma UTOPIA mobilizadora. As Ditaduras, a prepotência, o Sadismo dos que fazem a Tortura Psicológica, podem marcar com ferro em brasa a sua carne e levá-lo até as dilacerações crucificantes da lavagem cerebral. Mas nenhum sopro apaga a chama da Esperança louca.

Homem que não SE VENDE por dinheiro e posições. Não se deixa instrumentalizar. A consciência de sua dignidade aparece intacta, mesmo nas horas mais sombrias.
Homem de fé profunda, DOM de Deus, herança de seus pais, conquista de sua vida. Chamá-lo de "comunista" é testemunho de chegueira mental ou de inominável má-fé. De ponta a ponta do seu Diário-Cantata, encontrei o cristão para quem o Deus de Jesus Cristo é o Amigo de todos os dias.

Homem da DEMOCRACIA, da fidelidade à lei, da NÃO-VIOLÊNCIA inteligente e ativa. Não podia coexistir pacificamente com a Ditadura, com o imperio do arbítrio com as formas da Tortura Física e Psicológica, com um Sistema para o qual a elite no poder e o centro e a fonte dos direitos.

Leitor amigo, é este mesmo perfil que se destaca das linhas e entrelinhas da "Cantata de um anistiado... para depois "? Deixei por ventura, falar o meu coração de irmão? Aqui para nós: chorei várias vezes durante a Leitura!

Julgue, você mesmo.

Antônio Fragoso, que também é o bispo de Crateús e irmão de Estanislau Fragoso”.

Poranga, 24 de outubro de 1980.

A título de esclarecimento: O nome de Dom Fragoso era: ANTONIO BATISTA FRAGOSO, e do Seu Irmão: ESTANISLAU FRAGOSO BATISTA.

(Por Francisco Antonio Sales Saboia)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

LEMBRANDO D. FRAGOSO



Meu amigo Boaventura Bonfim me lembra que, hoje, 10.12.2009, é aniversário de 89 anos de nosso querido D. Fragoso. Para o imortal bispo-profeta do Crateús, que me ensinou lições indeléveis de amor às grandes causas humanas, esculpi a seguinte crônica:

Jamais olvidarei sua silhueta severa e simples: a metálica voz, o andar inconfundível, o olhar cortante, a firmeza de aço na defesa dos ideais, a verdejante convicção brotando da alma árida de sertanejo.

Corria o ano de 1980 quando o conheci pessoalmente. Era o segundo ano da chamada “seca verde” (as chuvas eram suficientes para tornar verde a paisagem, mas insuficientes para gerar fartura). No País, muitas bocas falavam em “abertura”, palavra que eu pouco entendia. A eufórica expectativa nacional estava voltada para a viagem que o Papa João Paulo II faria ao Brasil.

Nessa ambiência de política e religiosa efervescência fui levado a Dom Antonio Batista Fragoso. Pensava, à época, em ser padre e subir ao altar da vida religiosa, que imaginava tranqüila, recatada e distante das tentações mundanas. Quanta ignorância!... O bispo me mostrou que, diferentemente do que eu imaginava, servir a Cristo era, sobretudo, servir à Justiça. Ao invés de velejar sobre águas tranqüilas, deveria me preparar para mergulhar num oceano de ondas tempestuosas.
(Logo comecei a ver o mundo com outros olhos e abri o meu coração à luz da vida: descobri a raiz do mal, as raízes do antagonismo de classes na sociedade piramidal, a engrenagem que gera a injustiça, o sonho de transformação, a festa do mundo, o pão da poesia!).

O menino de Teixeira, na Paraíba, fez-se Profeta no mais genuíno sentido bíblico. Nascido aos 10 de dezembro de 1920 no sítio do Riacho Verde, era o filho mais velho do agricultor José Fragoso. Entrou no Seminário Arquidiocesano da Paraíba em João Pessoa no ano de 1934 - onde trabalhou como porteiro – ordenando-se sacerdote no dia 02 de julho de 1944. De 1945 a 1948 foi Assistente Eclesiástico do Círculo Operário de João Pessoa. De 1948 a 1957 foi Assistente Eclesiástico da Juventude Operária Católica (JOC) do Nordeste. De 1944 a 1957 foi professor no Seminário Arquidiocesano da Paraíba.

Sagrou-se Bispo na Catedral de Nossa Senhora das Neves no dia 30 de maio de 1957, assumindo logo em seguida a função de Bispo Auxiliar de São Luiz do Maranhão, onde permaneceu de 1957 a 1964. Foi “Padre Conciliar” no Vaticano II, de 1962 a 1965. Nomeado Bispo Diocesano de Crateús em 1964, chocou a sociedade local com a proposta de uma Igreja Libertadora, que acabou com o privilégio dos ricos, despojou-se da ânsia patrimonialista e enfrentou, com ira evangélica, a ação dos mercenários de templos.

Durante o seu bispado em Crateús, no período mais ostensivo da ditadura, abriu aqui trincheiras de resistência democrática e hospedou, nos prédios diocesanos, amantes da liberdade dos mais diferentes credos. Escreveu vários livros, traduzidos em diversos idiomas. Teve o seu nome cotado para o Nobel da Paz. Proferiu palestras em quase todos os continentes do planeta. Ainda como padre novo, fez uma palestra em Paris que levou Rafael de Oliveira a dizer no jornal da Paraíba: “O menino pobre do Teixeira brilha em Paris”.

A eletricidade da coerência impulsionou toda sua trajetória. Fiel à sua profunda fibra existencial, foi residir nos últimos anos num bairro popular de João Pessoa. Faleceu em 12 de agosto de 2006.

Arquitetou um modelo de Igreja que priorizava a iluminação das consciências. Não erigiu prédios. Absteve-se de construir visíveis edifícios de concreto; ergueu templos à virtude no chão invisível das almas sensíveis. É impossível divisar sua obra em placas, estandartes ou exposições. Como os lençóis freáticos que, sem alarde, abrigam a água vital nos subterrâneos do nosso sertão, sua ação heróica repousa nos âmagos sublimes. Como ensinou Saint Exupéry, só a enxergamos com o coração!


(Júnior Bonfim)

===============================================================================

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

LANÇAMENTO PRESTIGIADO

A colonia crateuense e grande rol de fortalezenses (empresários, médicos, intelectuais, dentre outros) que formam o círculo de amizade do doutor José Maria Bonfim de Morais prestigiaram o lançamento da obra FELIPE, ANO CEM: um mergulho na longevidade.

Após a fala do doutor Carlos Felipe, que apresentou a obra, falou um representante da SEARG - Sociedade de Assistência e Educação Rural de Guanacés, e logo em seguida o autor do livro.

Sequenciando as falas, tivemos a apresentação da banda de música de Guanacés e shows da dupla Ítalo e Reno e do cantor Paulo José.

Toda a renda obtida será revertida em favor dos projetos sociais da SAERG.

CONJUNTURA NACIONAL


DISCURSO

Grande festa em Santa Maria do Suassui, em Minas Gerais. O deputado Nassip Raidan cumprira a promessa: chegava lá com o governador Bias Fortes. Em nome da cidade, subiu ao palanque o vereador Geraldo Lima, para o discurso de saudação:

- Exmo. Senhor governador Bias Fortes. Exmo. Senhor deputado Nassip Raidan.

Tossiu, todo cheio de si, olhou os quatro cantos da praça superlotada, enfiou a mão no bolso para tirar o discurso. Não achou. "Cadê o discurso? Não é possível. Tô ferrado". Remexeu os bolsos, ficou em pânico, o discurso tinha sumido. Viu a mulher lá longe, ainda mais aflita, gritou rouco:

- Donana, o que é que eu faço? Donana, pelo amor de Deus, o pronunciamento...o pronunciamento caiu no vaso do banheiro. O que eu faço o que eu faço, Donana?

A galera em coro:

- Fala, fala, fala.

O vereador saiu pelos fundos do palanque, inventando um acesso incontrolável de tosse. Sob as vaias da multidão.

PESQUISA... AÇÃO

Essa mania de pesquisa mais atrapalha que ajuda. Todas as vezes em que uma pesquisa aparece no mercado, o mundo da política entra em polvorosa. Quem sobe um pouco – este é o sentimento de muitos – está quase ganhando as eleições. Quem desce, já perdeu. Pois bem, pesquisa de opinião na seara eleitoral, nesse momento, é pura especulação. É jogo lúdico para dourar a pílula nas conversas e articulações. Pesquisa, agora, apenas mede recall, lembrança do nome de uma pessoa. Nada mais que isso.

SERRA E DILMA SOBEM?

Dizer, por exemplo, que o governador José Serra e a ministra Dilma Rousseff subiram, nesta última pesquisa CNI/IBOPE, é um exagero. Serra saiu de 35% para 38%, três pontinhos dentro da margem de erro. Dilma deixou os 15% para ficar com 17%, dois pontinhos a mais, o que nada significa. Mais importante é anotar que a popularidade de Luiz Inácio continua a aumentar, chegando, agora, aos 83%. E dizer também que Ciro está em franco declínio (baixou de 17% para 13%) é precipitação. Ninguém, por enquanto, saiu em campanha. A encenação de pré-campanha ainda é vaga na cabeça do eleitor.

O QUE SE MEDE?

O que se mede, então? Mais uma vez: mede-se a força do nome na cabeça do eleitor. Mede-se o comprimento de onda que o nome da pessoa fabrica no sistema cognitivo dos eleitores. Comprimento de onda significa a régua do tempo, espaço em que prováveis candidatos desenvolveram um conhecimento público, a partir de pleitos anteriores, visibilidade na mídia, histórico pessoal, atual cargo público etc. A pesquisa do momento não afere comparações entre competências, preparo, experiência, compromisso com propostas (que ninguém sabe ainda quais são), apoio de patrocinadores etc.

AÉCIO PUXA A CORDA

A novidade não é o resultado de mais uma pesquisa, mas a pressão que o governador de Minas Gerais começa a imprimir ao processo decisório na floresta tucana. Neves vai se encontrar, nesta sexta-feira, em Teresina, com seu companheiro José Serra. Dirá: "Serra, você terá meu irrestrito apoio, pode contar com meu esforço, mas não toparei ser vice em sua chapa; prefiro ser senador. Agora, se você declinar da candidatura, me dê a vaga. Eu topo ser candidato. Mas você tem de decidir logo. Tem que ser, no máximo, até final de janeiro. Não pode ser em março como você quer. Fica tarde pra mim".

RESPOSTA DE SERRA

Serra vai contra-argumentar: "Aécio, tenha um pouco de paciência. Vamos ver como ficará essa crise que assola o DEM. Nem sei de onde tirar, hoje, o vice. Arruda foi bombardeado. Zé Agripino, do RN, pouco agregará à chapa. Você seria o ideal. Se você topasse, eu aceitaria ser o candidato agora mesmo. Você tem condições de fechar Minas Gerais em torno de nossa chapa. E eu carregarei São Paulo, com uns 5 a 6 milhões de diferença. Nesse caso, poderemos enfrentar a vantagem de Dilma/Lula no Nordeste. Pense bem, Aécio. Não me deixe só".

AÉCIO RETRUCA

O mineiro diz: "meu avô Tancredo me ensinou. Meu filho, não ande em cavalo cansado. O cavalo de março chegará cansadinho na minha porta. Não, Serra, prefiro um cavalo novo, um cavalo de janeiro, sela nova, arreios brilhando, o bicho doido para correr na estrada. Topo não. E mais, não gosto de garupa. Gosto de guiar a montaria".

E ASSIM...

E assim, José Serra ficará com a brocha na mão. Promete a Aécio pensar. Pensar mais um pouco. Noctívago, vai curtir a solidão noturna dos amplos corredores do Palácio dos Bandeirantes. Olhando para as obras dos artistas que chamam sua atenção, todas as madrugadas em que carece de um pouquinho mais de profundo silêncio.

"O fruto participa da qualidade das árvores." (Machado de Assis)

FICHAS SUJAS

Este consultor é favorável ao projeto que veta a participação dos chamados fichas sujas em campanhas eleitorais. Por reconhecer que há ainda muita perseguição e vingança por parte de juízes de primeira instância, defende a ideia de que os fichas sujas precisam ser condenados na segunda instância, após serem submetidos à decisão de um colegiado. Nesse caso, o ficha suja não foi condenado por apenas um juiz, mas por uma corte de justiça. Ficam mais preservados os valores que alicerçam a Justiça: a independência, a imparcialidade, a pluralidade.

PT DIVIDIDO

O PT sai do processo eleitoral interno bastante fracionado. No Rio, a banda que apoia a reeleição de Sérgio Cabral ganhou a eleição com a vitória do deputado federal Luiz Sérgio. Mas o prefeito Lindberg Farias, de Nova Iguaçu, vai resistir. Promete confusão. Ele não fechará posição com o partido. Quer ser candidato na marra. Em Minas Gerais, a banda de Fernando Pimentel levou a melhor. Garantindo sua candidatura ao governo. A possibilidade de acordo entre as alas é, porém, maior que no Rio.

CHESTERTON E A IMPRENSA

Em 1912, Chesterton definiu a imprensa, ainda com um resto de romantismo, como a arte de dizer que Lord Jones morreu a quem nunca soube que Lord Jones existiu. Com o tempo, ela passou a ser também o ofício de indistintamente dizer que Lord Jones disse tudo o que Lord Jones disse, ou dizer que Lord Jones disse o que Lord Jones nunca disse, ou não dizer que Lord Jones disse o que Lord Jones disse, ou fazer de conta que nunca existiu um Lord Jones, a um público cada vez mais informado; com uma eficiência que poucos teriam sonhado. O século XX ficou para trás. Mas a definição de Chesterton continua viva.

ARRUDA SANGRANDO

Quanto mais demorar a novela Arruda, no DF, mais sangue sairá das veias do governador. O DEM não tem outra alternativa que a de expulsar dos quadros seu único governador. O PSDB e o PMDB já saíram do governo. O DF é a sala de visitas da Nação. Ali se concentra a turma mais barulhenta do palanque das ruas: alas radicais de funcionários públicos, militância ferrenha de movimentos sociais, dirigentes sindicais plantados sobre grana (isso mesmo, grana, não grama) e oportunistas de todos os tipos. Que ganharam de presente o mensalão do DEM para continuar o barulho. Com direito à invasão da Câmara Legislativa.

A FORÇA DE KASSAB

Com a saída de José Roberto Arruda, a maior referência do DEM passa a ser o prefeito Gilberto Kassab. Que tenta administrar uma cidade invadida pelas águas. São Paulo tem enfrentado dias conturbados. Chuvas e mais o congestionamento de fim de ano formam a receita do caos. Kassab, após o ciclo caótico, deverá repensar seu futuro. Liderar o DEM em direção a novos horizontes, trabalhar por uma ampla bancada na Câmara Federal, juntar os elos perdidos do DEM numa corrente menor, porém mais forte, ou até imaginar outras rotas partidárias? A conferir.

PEDAÇO DE HISTÓRIA (1)

A fim de conquistar o poder, César ligava-se à pessoas de todas as classes, das altas às mais baixas. Tornou-se um homem vulgar. Divorciou-se de Pompeia, sua segunda esposa, porque "a mulher de César deve estar acima de qualquer suspeita". E ela não estava. Mas ele era infiel à esposa. Mantinha casos amorosos com mulheres diferentes, inclusive a mãe de Bruto. O veneno de ação lenta corroia seu ser. A depravação da Roma caia como sombra sobre a luminosa promessa de seu futuro.

O FILHO DO BRASIL

Este consultor não tem dúvidas: o filme da família Barreto, Lula, o Filho do Brasil, não será apenas uma gigantesca cascata de lágrimas. Deverá receber, nos circuitos mais centrais, algumas marolinhas de vaias. Que se começam a ouvir no trailer do filme. Em cinemas não periféricos.

QUEM EXPLICA?

O Brasil é, em certos momentos, indecifrável. Vejam esta: teremos um Natal fervilhando de compras. Economia super aquecida. Lojas e supermercados cheios. A indústria automobilística nunca vendeu tanto. Lula nas alturas. Brasil bombando. Um estouro. Estouro? Anotem: a inadimplência subiu. Chegou ao índice de 20% dos consumidores. No mês anterior, esse índice era de 14%. Manchete dos jornais desta semana. Senhores economistas, expliquem logo esse paradoxo. Ou é assim mesmo? Quanto mais consumo, mais inadimplência? Mas, e a grana distribuída ou financiada pelo governo?

E O PRUDENTE, HEIN?

Que não se perca pelo nome. Mas o deputado Prudente, de primeiro nome Leonardo, foi IMPRUDENTE, quando se meteu na máfia da propina. Prudente é presidente da Câmara Legislativa do DF. Enfiou dinheiro pelos bolsos do paletó e dentro das meias. E ainda dirigiu a Oração da Propina. Se os prudentes no Brasil fossem como ele, já teríamos sido engolidos por um tsunami propineiro.

LADRÕES DE BOM HUMOR

Temos de reconhecer. A ladroagem se aperfeiçoa. Os métodos se sofisticam. Ladrões alugaram uma casa, cavaram túnel, fabricaram carrinhos próprios para carregar 20 milhões de reais. E deixaram um malote com notas de 2 reais. Tremenda gozação. Tiveram imensa paciência. E escolheram o dia: final de campeonato. Festa das galeras. Barulho total. Natal gordo. Prenderam seis suspeitos.

PEDAÇO DE HISTÓRIA (2)

Michelangelo subia pela escada, trepava no andaime e deitava-se de costas para pintar o teto. Escravizado à sua arte criadora, esquecia-se de comer e de dormir. Enxotava um auxiliar atrás do outro. Só abria a porta quando escutava o bater da bengala de Júlio II, o papa. Que não entendia de arte, mas sabia distinguir a grandeza.

- Quando, quando ficará pronto? – indagava o Papa impaciente.

Um dia, o Sumo Sacerdote dá o ultimato:

- Basta, já está pronto. Desça desse andaime, senão mando tirá-lo daí.

Michelangelo concordou.

Lá estava o Gênese, a história da Criação, da Queda do Homem e do Dilúvio.

Com um gesto autoritário, Deus divide o firmamento; insufla o pó de um sopro divino, e eis Adão, feito à Sua imagem, o dedo de Deus ainda no ato de soltar o de Adão, enquanto o primeiro homem contempla com olhos de adoração a face do seu Criador. Eva, agasalhada sob o braço do Onipotente, lança o olhar de curiosidade e medo para o seu senhor e mestre. Profetas e sibilas enchem os difíceis espaços do teto. Há ali 343 grandes figuras, todas sublimes; cada uma tem na pintura a pujança da escultura.

CONSELHO AOS PATROCINADORES DE PESQUISA

Esta coluna dedica sua última nota a pequenos conselhos a políticos, governantes e líderes nacionais. Na edição passada, o espaço foi destinado aos dirigentes do DEM. Hoje, volta sua atenção aos patrocinadores de pesquisa:

1. Procurem solicitar dos Institutos de Pesquisa novas abordagens com a finalidade de descobrir os fatores que influenciam o sistema cognitivo do eleitor.

2. Seria interessante mapear a escala de critérios e valores que estão por trás das escolhas e preferências das classes e segmentos eleitorais.

3. As pesquisas poderiam ainda radiografar as vontades eleitorais a partir das diferenças sócio-culturais entre as classes nas diversas regiões do país, a fim de evitar sua homogeneização.

____________

(Por Gaudêncio Torquato)

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

LANÇAMENTO DE LIVRO

Em homenagem...

..ao seu pai, o cardiologista José Maria Bonfim lança, no Ideal Clube, às 19h, o livro "Felipe, Ano Cem: Um Mergulho na Longevidade". A venda dos livros será revertida para o projeto Guanacés, de Arimatéia Santos, onde José Maria garante a assistência médica aos necessitados.

(Fonte: Coluna de Leda Maria - Diário do Nordeste)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

MAL-ESTAR NO SUPREMO ESTÁ VISÍVEL



(Por Joaquim Falcão)


Mas afinal, o que se passa com o Supremo? Há visível mal-estar no ar, público desconforto entre ministros. Serenidade e colegialidade parecem diminuir. O Supremo hesita, se autoproblematiza, é controvertido, mas goza do respeito de todos. Tem o do Legislativo, Executivo, sociedade, mídia, profissionais jurídicos e cidadãos. Porém se revela insatisfeito consigo mesmo. Poderoso como nunca.

Índices de confiabilidade nos políticos e no Congresso são insuficientes. A confiança na pessoa do presidente se sobrepõe à confiança na instituição Poder Executivo. Mais do que nunca, o país precisa do Supremo. O princípio do artigo 35 da Lei Orgânica da Magistratura se faz mais necessário: o magistrado tem que ser independente e sereno.

O grau de conflitualidade potencial em qualquer organização não depende apenas do fator humano. Existem formatos organizacionais mais propícios ao conflito do que outros. O Supremo adotou decisões nos últimos anos que estimularam ambiente não cooperativo e intraconcorrencial.

Primeiro foi permitir ministros falarem fora dos autos e das sessões de julgamento. Esse padrão começou como defesa dos interesses orçamentários e administrativos do Judiciário perante críticas do Congresso. Depois se ampliou para pronunciamentos isolados, que pretendiam ser opiniões em tese, mas são cada vez mais relacionados a casos concretos e divergências doutrinárias entre ministros.

Revelando, sugerindo ou insinuando pré-opiniões, pré-posicionamentos, prejulgamentos.

Esse comportamento faz o instante da celebridade individual a erosão da legitimidade institucional.

Esse padrão se expandiu e contamina inclusive instâncias inferiores. Muita vez o julgamento começa em entrevistas em jornais e TV, concretiza-se ou não em votos e continuam em opiniões na mídia. Alguns ministros ainda seguem o conselho de Disraeli: nunca se desculpar, nunca se explicar, nunca se queixar. A não ser, é claro, nos autos. Mas o abandono do silêncio e recato é crescente.

Esse comportamento organizacional acabou por agravar um clima de insegurança jurídica perante a opinião pública, que dificilmente distingue o ministro do Supremo da instituição. Aquele se incorpora nesta.

A segunda decisão foi se abrir ao Brasil e ao mundo, transmitindo ao vivo suas sessões. Política de transparência total de objetivos meritosos.
Estimularia a compreensão popular da interpretação constitucional. O cidadão tocaria com os olhos o fazer da Constituição. Avançariam a educação cívica, a obediência à lei e a implantação do Estado de Direito.

Acontece que, no Estado de Direito, o Supremo enfrenta paradoxo que exige delicada cautela. Sua maior contribuição é assegurar que decisões sejam recebidas como imparciais e racionais. Entretanto, sabemos que não o são. Existe margem de discricionariedade inerente ao ato de julgar, em que múltiplas opções políticas, balizadas pelas formas legais, se traduzem em doutrinas jurídicas diferentes. E estas, em votos divergentes. Todos plausíveis, diria Eros Grau.

A intensa publicização da individualização das divergências gera custos políticos, pretenda-se ou não. Massifica compreensões e incompreensões na sociedade. Revela preferências e individualismos. A simbologia política da impessoalidade e imparcialidade, ao se desfazer no ar, de tão sólida, estimula uma deslegitimação. Não existe direito fora de sua comunicação.

A terceira decisão organizacional pode contribuir para esse mal-estar: o presidente do Supremo é também o do CNJ. Às vezes, este tem que falar, aquele tem que calar. Às vezes o CNJ decide numa direção e o Supremo o corrige noutra. O presidente de ambos envia mensagem diferente à opinião pública.

O fato é que a autoridade do Supremo reside também na raridade de sua fala, alerta Paulo Daflon. Reside não apenas na incerteza legal da decisão mas também na previsibilidade e no rigor do rito decisório, que deve ser cada vez mais colegiadamente institucionalizado, cada vez menos autonomamente individualizado.

Quando se abandona esse padrão, a sociedade reage. Propostas para mudar o mandato dos ministros, acabar com a vitaliciedade terrena eterna e tornar mais rigoroso o processo seletivo no Congresso ganham força.

Na democracia, o STF é lócus das divergências interpretativas. Sem divergências, estaríamos na ditadura judicial. É bom também que a cidadania entenda cada vez melhor de opções políticas judicializadas. Mas é indispensável que isso seja feito em ambiente organizacional colaborativo, com limites claros para comportamentos individuais.
Do contrário, mal está.

Artigo publicado originalmente no jornal Folha de S. Paulo deste domingo (6/12).

domingo, 6 de dezembro de 2009

SALA DE VISITAS

Ontem, sábado (05.12.09), participei do Programa Sala de Visita, capitaneado pelo radialista Marcelo Chaves, na Rádio Super Vale, a quem agradeço pela deferência do convite.

O programa, recorde de audiência, busca reconstituir/registrar a trajetória de vida dos entrevistados.

Tive a oportunidade de rememorar, sob uma rajada de emoção, fatos indeléveis da infância e adolescência.

A todos que participaram, meu especial agradecimento.

=============================================================

Olá Júnior,

Você que vem sempre registrando a trajetória dos crateuenses que de alguma forma se destacam, não poderia deixar de aparecer nesse rol.

Parabéns a Rádio Super Vale na pessoa do radialista Marcelo Chaves que teve a feliz idéia de prestigiá-lo.

Um abraço,

Dalinha

VIDA DE UM BILIONÁRIO


Houve uma entrevista de uma hora, na CNBC, com Warren Buffet, um dos homens mais ricos do mundo, que recentemente fez uma doação de 31 bilhões de dólares para a caridade.

A seguir, alguns aspectos interessantes de sua vida.

1. Comprou a sua primeira ação aos 11 anos, e hoje lamenta tê-lo feito tardiamente! As coisas eram baratas naquele tempo…

Incentive seus filhos a investirem.


2. Comprou uma pequena fazenda aos 14 anos, com as economias oriundas da entrega de jornais. Pode-se comprar muitas coisas com pequenas economias.

Incentive seus filhos a iniciarem algum tipo de negócio.


3. Ainda vive na mesma casa modesta, de 3 quartos , no distrito de Omaha, a qual comprou após se casar, 50 anos atrás. Diz ele que tem tudo o que precisa naquela casa. Sua casa não possui muros nem cercas.

Não compre mais do que você ‘realmente precisa’, e incentive seus filhos a fazerem e pensarem o mesmo.

4. Dirige seu próprio carro para todo lugar, e não tem motorista particular, nem equipe de segurança à sua volta.

Você é o que é…

5. Nunca viaja em jato particular, embora seja proprietário da maior companhia aérea privada do mundo.

Pense sempre num jeito de realizar as coisas de maneira econômica.

6. Sua empresa, Berkshire Hathaway, possui 63 companhias. Escreve apenas uma carta anual aos principais executivos destas companhias, dando-lhe as metas para o ano. Nunca promove encontros nem os convoca habitualmente.

Nomeie as pessoas certas para as missões certas.

7. Transmitiu aos seus executivos somente duas regras:
Regra nº 1: não perca nenhum centavo do dinheiro de seu acionista.
Regra nº 2: não se esqueça da regra nº 1.

Estabeleça metas e certifique-se de que as pessoas nelas se concentrem.

8. Não costuma freqüentar a alta-sociedade. Seu passatempo, após chegar em casa, é fazer ele mesmo um pouco de pipoca e assistir a televisão.

Não tente se mostrar, simplesmente seja você mesmo e faça aquilo que gosta de fazer.


9. Warren Buffet não usa telefone celular, nem tem computador sobre sua mesa.

10. Bill Gates, o homem mais rico do mundo, encontrou-se com ele, da primeira vez, cinco anos atrás. Bill Gates achava que nada tinha em comum com Warren Buffet. Portanto, programara seu encontro apenas por meia hora. No entanto, quando Gates o encontrou, este encontro perdurou por dez horas, e hoje em dia, Bill Gates o considera o seu guru.

Seus conselhos aos jovens:

‘Fique longe de cartões de crédito e empréstimos bancários, invista o seu dinheiro em você mesmo, e lembre-se:

A. O dinheiro não cria o homem, mas é o homem quem criou o dinheiro.

B. Viva a sua vida da maneira mais simples possível.

C. Não faça o que os outros dizem - ouça-os, mas faça aquilo que você se sente bem ao fazer.

D. Não se apegue às grifes famosas; use apenas aquelas coisas em que você se sinta confortável.

E. Não desperdice o seu dinheiro em coisas desnecessárias; ao invés disto, gaste nas coisas que realmente precisa.

F. Afinal de contas, a vida é sua ! Então, por que permitir que os outros estabeleçam leis em sua vida?’

‘As pessoas MAIS FELIZES NÃO TEM, necessariamente, as ‘MELHORES’ COISAS. Elas simplesmente APRECIAM aquilo que tem’.

(Fonte: e-mail recebido)