sábado, 15 de dezembro de 2012

ROLA BOLA TATU BOLA = Edmilson Providência e Ernesto Teixeira



A Associação Caatinga comemora com grande satisfação a escolha do tatu-bola como mascote da Copa do Mundo 2014 por dois importantes motivos:

Primeiro porque o objetivo principal da Associação Caatinga ao lançar a campanha do tatu-bola para mascote em janeiro deste ano, e com isso associar questões ambientais ao maior evento esportivo do planeta, foi atingido! E segundo, com a visibilidade dada à espécie graças ao mascote da FIFA, surge uma oportunidade ímpar de sensibilizar a sociedade para a preservação da espécie e da Caatinga.

Com essa finalidade, a Associação Caatinga, em parceria com a ONG The Nature Conservancy e a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), desenvolveu o projeto de conservação intitulado: “Tatu-bola e a Copa do Mundo da Fifa 2014 – Juntos marcando um gol pela sustentabilidade”. O foco principal desta iniciativa é reduzir o risco de ameaça de extinção que o tatu-bola sofre através da mobilização da FIFA, dos patrocinadores, participantes e principalmente dos torcedores da Copa do Mundo 2014, todos juntos, em busca da preservação ambiental.

O projeto – que já conta com o apoio do Ministério do Meio Ambiente e Ministério do Esporte – prevê um conjunto de ações voltadas à ampliação do conhecimento sobre a distribuição e ocorrência atual da espécie, à criação de áreas protegidas na Caatinga e à mobilização da sociedade para conhecer melhor a espécie e a Caatinga.

O tatu-bola (Tolypeutes tricinctos) é uma espécie de tatu encontrado na Caatinga e no Cerrado. São dotados de três cintas móveis, de onde origina o nome tricinctus. Medindo cerca de 50 centímetros, o tatu-bola tem habito noturno e alimenta-se de cupins, formigas e frutas. Essa espécie não escava buracos e sim aproveita tocas abandonadas. A caça e a destruição do habitat são as principais ameaças à sua sobrevivência. É a única espécie capaz de se enrolar completamente, formando uma bola quando se sente ameaçada.

Por que defender o Tatu-bola e elegê-lo mascote da Copa 2014?

• O tatu-bola mostra ao mundo a beleza, exuberância e o quanto a natureza brasileira é surpreendente.

• O tatu-bola é uma espécie 100% brasileira e só existe em nosso país e é uma das raras espécies que tem a habilidade de se transformar em bola.

• O tatu-bola está bastante ameaçado pela caça e pela perda de hábitat e a sociedade precisa se envolver na proteção do patrimônio natural do país.

• A campanha alia a paixão nacional à preocupação com a natureza e mostra ao mundo que o Brasil tem compromisso com a sua biodiversidade.

• A campanha exalta algumas das qualidades do povo brasileiro como a criatividade, a irreverência e senso de humor.

• O tatu-bola é predestinado a assumir o posto de mascote pois tem no nome a protagonista do maior espetáculo esportivo do mundo: a bola.

4 CONCEITOS RECOMEDADOS PELA FIFA PARA DEFINIÇÃO DO MASCOTE DA COPA 2014 QUE DEVE CARACTERIZAR BEM O BRASIL:

- Sociedade Coesa: Um dos maiores orgulhos dos brasileiros é a riqueza da nossa natureza retratada no verde da bandeira do Brasil. O tatu-bola teria a capacidade de mobilizar a sociedade para o cuidado com a natureza, aliando à maior paixão do brasileiro que é o futebol a preocupação com as questões ambientais, pois o tatu-bola está ameaçado de extinção. Existe uma grande identidade popular com esta espécie, mesmo pouco conhecida, o fato de adotar a forma de bola quando ameaçado, torna a espécie curiosa que toca no imaginário e emocional dos brasileiros. Além disso, a identidade é forte por tratar-se de espécie exclusiva do Brasil, em outras palavras ele é 100% brasileiro.

- Poder de Inovação: A proposta de transformar o tatu-bola em mascote da Copa 2014 é inusitada e inovadora pois este animal jamais foi retratado como símbolo de evento esportivo no país ou no mundo, além de não termos conhecimento de que ele já tenha sido utilizado como mascote por nenhuma entidade ou agremiação. Único mamífero no nosso país que pode assumir a forma de uma bola. Isso atribui uma grande carga de originalidade a proposta.

- Natureza Impactante: Por se tratar de espécie exclusivamente brasileira, ser o único mamífero que assume o formato de bola ele reúne características representativas da nossa natureza impactante. O tatu-bola precisa das florestas para sobreviver e por isso ele como mascote poderia sensibilizar a sociedade para a preservação das florestas e suas riquezas, além de assegurar a manutenção dos serviços ambientais fornecidos por estas florestas. Retratar através de seqüência de fotos ou animação as etapas da transformação do tatu em bola impressiona de tal forma as pessoas que não conseguem acreditar que um animal consiga fazer isso. Imagens do tatu enrolado em sua carapaça de forma quase hermética e perfeita tem um grande poder de sensibilização e envolvimento.

- Terra da Alegria e Nação do Futebol: Só mesmo nessa nação, onde todos jogam bola na rua desde pequeno, poderia existir um tatu que vira bola. Se a nação do futebol escolher um mascote que tem essa rara habilidade é no mínimo muito autêntico e criativo. A bola, protagonista deste esporte é associada a esta espécie rara, ameaçada e muito especial da fauna brasileira o que representa a capacidade do brasileiro de brincar com este símbolo (a bola) de forma atrevida e leve. A proposta do tatu-bola como mascote reúne a criatividade, o senso de humor e a irreverência, características típicas do povo brasileiro.

(Fonte: Associação Caatinga)

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

A ESCRITA DE DARA (PARABÉNS!)


Tio,

Quero dividir a alegria que tive ontem ao ser chamada ao colégio para receber uma homenagem por uma redação que fiz sobre o Patativa do Assaré. Em anexo segue a capa do livro, uma coletânea de redações, poesias, blog e desenhos de todos os alunos da Organização Farias Brito e a página onde tem a redação que escrevi.

Beijos,

Dara


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A VIDA DE PATATIVA DO ASSARÉ



Patativa do Assaré foi um menino que nasceu no sertão nordestino numa cidade chamada Assaré. Um menino que teve uma infância difícil. Aos quatro anos, ficou cego de um olho e aos oito perdeu seu pai. Seu nome verdadeiro era Antonio Gonçalves da Silva. Antonio só teve quatro meses de aula, era agricultor e tinha três irmãos.

Um belo dia, Patativa ouviu um homem cantando uma poesia e ficou fascinado com aquilo e começou a cantar também. Foi convidado para cantar pelo mundo e voltou para casa famoso e com o nome de Patativa do Assaré. Para nossa tristeza, aos noventa e três anos, Patativa morreu no ano de 2002. Este ano ficou marcado, pois o Brasil perdeu um grande poeta.

Patativa teve pouco tempo de estudo, mas foi o suficiente para se tornar um dos maiores poetas brasileiros. Mas, mesmo tendo ficado famoso, nunca deixou de ser agricultor. Deixou de ser cantor e foi para o campo trabalhar. Enquanto trabalhava, Patativa guardava na memória várias palavras e quando chegava em casa, passava tudo para o papel. Patativa pode ter deixado de cantar, mas nunca deixou de escrever poesias. Mesmo tendo morrido, Patativa deixou seus livros, poesias, cordéis e, além disso, Patativa deixou uma grande coisa pra gente: seu trabalho como poeta, cantor e a sua presença em nossa alma.

Mesmo estando morto, nós nunca vamos esquecer de Patativa do Assaré, o maior poeta brasileiro. Obrigada, Patativa!

Dara Maria de Sá Bonfim, 3º ano 01 – Manhã – Ensino Fundamental
FB Júnior Sobralense
2º Lugar – Infantil I

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

HOJE É O CENTENÁRIO DE LUIZ GONZAGA

Luiz Gonzaga é dos músicos mais subestimados do Brasil, menos dimensionados em sua real importância. A popularidade do forró, o orgulho de ser nordestino, a maior popularidade de festas juninas, tudo tem raiz no Rei do Baião, o primeiro e maior nome da música nordestina da história.

(Luiz Cláudio Canuto)

O ETERNO REI DO BAIÃO
.
Já faz mais de vinte anos
Que o velho Lua morreu.
Da vida dos nordestinos
Nunca desapareceu.
Porque em cada canção
Cantantava com coração
O mundo que ele viveu.
.
Nosso Rei do Baião vive
Na boca de sua gente.
Pois tudo que ele gravou
É cantado no presente.
Sendo a voz do retirante,
Dos que estavam distante,
Foi o canto do ausente!
.
Luiz Gonzaga cantou,
Os costumes do sertão
Cantou beatas e santos,
Padre Cícero Romão,
Cantou povo, cantou fé
O Santo de Canindé,
Cantou até oração.
.
Cantou também paro o papa
Não esqueceu Lampião,
As lendas de cangaceiros
Que corriam no sertão.
Cantou a mulher rendeira
E Sá Marica parteira
Costumes e tradição.
.
Cantou do vate Catulo,
Que no nome tem Paixão,
Digo a todos com certeza
Que encantou seu torrão,
Com a mais bela cantiga
Que amor a terra instiga
Que foi Luar do Sertão.
.
Lua mostrou ao Brasil
Nossa nação nordestina.
Falou de chuva e de seca
Contando a nossa sina.
Cantou tristeza e alegria
Dum povo que contagia
Pois a ser forte ensina.
.
Cantou a fauna e a flora.
Do nosso seco sertão.
E mostrou ao mundo inteiro
Grande amor pelo seu chão.
Asa branca arrebatou,
E o povo todo cantou,
Este hino ao Sertão.
.
O querido rei caboclo.
O nosso rei do baião.
Viverá eternamente
Em nossa recordação.
E será eternizado
Pois sempre será lembrado
Por toda nossa nação.
.
Quando o fole da sanfona,
Gemer em qualquer lugar.
E um forró pé-de-serra
O sanfoneiro tocar
Lembrarei de Gonzagão,
O nosso rei do Baião,
Majestade Singular!
--

(Dalinha Catunda)

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

CONJUNTURA NACIONAL

Eleições diretas

Durante a campanha pelas Diretas Já, em 1983/84, o jornal Folha de S.Paulo transformou o assunto em sua bandeira, até com uma fitinha verde-amarela no alto da primeira página. Noticiário e editoriais davam como garantida a vitória da emenda que devolvia ao país as eleições diretas para presidente da República, depois de vinte anos de ditadura - a emenda Dante de Oliveira. O jornal cantava a vitória e abria fotos do povo nas praças. A contagem a favor só crescia. Seu concorrente, O Estado de S. Paulo, era bem mais sóbrio e cauteloso e tinha lá seus motivos. Um deles, um informante especial em Brasília. Ao ser questionado sobre a contagem da Folha, que dava mais de cem votos a favor da emenda, o informante deu uma boa risada ao telefone e completou assim a conversa:

- Meu filho, fique tranquilo, eles não sabem contar.

Era Tancredo Neves. (Da coleção de Luciano Ornelas)

Valério, uma bomba?

Marcos Valério conta que dinheiro do mensalão foi parar nas contas de Lula. A declaração, registrada pelo Estadão, que teve acesso a documentos, pode ser tentativa de chutar o pau da barraca e botar mais lenha na fogueira? Pode. Mas não deve ser descartada. Urge apurar todas as informações e versões. Ocorre que a apuração, a esta altura, seria de responsabilidade de um juiz de primeira instância, eis que Lula não goza mais de foro privilegiado. Portanto, abriria um novo processo. Quem acredita que isso pode ocorrer?

Perdeu a oportunidade

A fala de Marcos Valério entra no fosso das dúvidas porque ocorreu depois da condenação. Procurou o MP para entrar no compartimento da "delação premiada". Ou seja, chegou com atraso.

Se Lula fosse o alvo...

Este consultor não tem nenhuma dúvida. Se Luiz Inácio fizesse parte da relação de incriminados na denúncia sobre mensalão, o processo não ganharia continuidade. Estaria trancado nas gavetas. Avançamos muito em matéria de direitos humanos, cidadania e avanços no terreno dos valores republicanos. Mas não a ponto de queimar por completo o perfil mais carismático do país. Lula continua a encarnar a figura do "pai dos pobres". Nessa condição, ganharia um gigantesco escudo de proteção. Não seria tosquiado pela fogueira.

E agora?

Tudo pode recomeçar se Marcos Valério mostrar documentos cabais, provas densas, revelações bombásticas. É pouco provável que tenha esse acervo. Há, isso sim, muita especulação. Teria recebido ameaças de morte? É possível. Conta que teria ouvido de Paulo Okamotto, que dirige o Instituto Lula: "Ou você se comporta ou morre". Mas, por enquanto, é a palavra de um condenado no mensalão como operador do sistema.

Lula e Dilma

Quase 3 horas de papo em Paris. Foi quanto durou a conversa entre a presidente Dilma e Lula em um hotel da capital francesa. Longe dos telefonemas e dos curiosos. Certamente passaram os olhos nos últimos acontecimentos: mensalão; comportamento de ministros; condenações em regimes aberto e fechado; o caso Rosemary; as implicações para o PT e impactos sobre o governo; o cenário pré-eleitoral; as eleições para as presidências do Senado e da Câmara; as MPs em tramitação, etc. Pauta densa. Dilma fazendo consultas e Lula dando as suas impressões.

Direção das casas legislativas

Está acertado. As casas legislativas deverão ficar sob o comando do PMDB. O fato é que, no Senado, o rito é de que o partido com o maior número de senadores tem direito à presidência da mesa. Ali é uma tradição. O nome deverá ser Renan Calheiros. Na Câmara, o PMDB fez um acordo com o PT. Cedeu a presidência na atual legislatura para ganhar o comando na próxima. Acordo assinado pelas lideranças partidárias. Há resistências a esse acordo? Há. Grupos de deputados têm se rebelado contra acordos feitos pelas cúpulas. No caso do deputado Henrique Alves, o indicado do PMDB, vale lembrar que se trata do parlamentar com o maior número acumulado de mandatos naquela casa. Chegou ali com 22 anos. Ademais, é líder do partido em seguidas legislaturas. Trata-se de um deputado com muita experiência.

Para a esquerda, não vou

Depois de eleito presidente da República pelo Colégio Eleitoral, em eleição indireta, Tancredo Neves começou a ser pressionado para empunhar algumas causas do PT - aliás, partido que se omitiu naquela eleição; mas não se sabe se já era aliado de Paulo Maluf na ocasião, em 1985. A pressão chegou a tal ponto que Tancredo teve de ser duro, à sua maneira:

- Não adianta empurrar, para a esquerda eu não vou.

Uma figura pública

Ontem, demos adeus a uma grande figura pública: dr. Dante Ancona Montagnana, presidente da Federação dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde, Laboratórios de Pesquisas e Análises e outros estabelecimentos de Saúde do Estado de São Paulo. Era também presidente do Sindicato. Uma figura incansável em defesa de sua classe. Um lutador. Acompanhei sua luta por bom tempo. Gentil, afável, educado, nunca o vi levantar a voz nem quando demonstrava irritação. Seria homenageado, hoje à noite, com um jantar e as palmas dos muitos amigos. Adeus, dr. Dante!

A saúde pública

Eis o que pensava sobre a saúde pública em nosso país: "a deterioração da saúde pública já vem de longa data ..O SUS é, teoricamente, o sistema público ideal e ninguém pode dizer o contrário. Só que não podemos tapar nossos olhos e bater palmas, porque ele não está funcionando como deveria, pois não dá ao cidadão o seu direito garantido constitucionalmente: a saúde - direito de todos e dever do Estado. O Estado não cumpre seu dever, ou seja, não aumenta os recursos para a saúde, deixando a rede privada, principalmente a filantrópica, com a responsabilidade do atendimento, mesmo que isto represente um déficit em cada procedimento, o que tem levado as Santas Casas a uma insolvência como nunca nos últimos anos".

Cassação de mandatos

Mais uma pendenga se forma. O STF deverá votar, hoje, por maioria de 5 a 4, pela cassação de mandatos de parlamentares condenados na Ação Penal 470. Há interpretações para todos os gostos. O presidente da Câmara, Marco Maia, diz que não acatará decisão do Supremo, pois a CF garante (art. 55) que essa é uma prerrogativa da Casa. O Supremo, por maioria, decide que parlamentar condenado perde o direito à representação. Se perde os direitos políticos, como continuar a ter esses direitos? Um condenado em regime fechado (é o exemplo in extremis) como poderia dar o voto na Câmara? Seria seu voto colhido na prisão? Será que a Câmara não deveria verificar apenas se todos os rituais de cassação foram cumpridos? É claro que deve haver alguma manifestação da Câmara. O dono do mandato é o povo.

Imagem forte

A presidente Dilma Rousseff continua a manter imagem forte perante o eleitorado, principalmente os contingentes situados nas margens. Mensalão, affaire Rosemary e denúncias de favorecimento envolvendo quadros da administração Federal não têm impactado negativamente a imagem da governante. A pergunta é recorrente: qual é a razão? Este consultor enumera: 1. o perfil envolvido no manto técnico, que lhe confere a imagem de faxineira; 2. a maneira rápida com que toma decisões, mandando demitir os implicados; 3. a expansão do cinturão social (programas Brasil sem Miséria e Brasil Carinhoso, extensões do Bolsa Família). Enquanto correr o dinheirinho no bolso das margens sociais, Dilma continuará com a imagem inabalável.

A locomotiva econômica

E como será o quadro eleitoral? Dilma será reeleita? Resposta: se a locomotiva econômica se mantiver nos trilhos, o trem correrá sem solavancos rumo à plataforma 2014. Crescimento poder ser até baixo em 2013, algo em torno de 3% a 4%. Mas se as margens sociais continuarem a se acomodar no gigantesco cobertor social, Dilma deverá continuar sentadinha na cadeira central do Palácio do Planalto. Pois os eleitores mais uma vez se guiarão pela geografia do voto : bolso, estômago (geladeira cheia), coração e cabeça.

Custos adicionais

As empresas de segurança privada estão preocupadas com os impactos da aprovação do PL 1033/03, que garante adicional de periculosidade de 30% sobre o salário dos vigilantes. Isso porque o custo operacional por posto de trabalho deve passar dos atuais R$ 12.257,67 para os R$ 14.129,74. Só nos cofres públicos, estimativas apontam um impacto adicional de R$ 187 mi por mês. "Não queremos deixar de pagar o adicional nem queremos demitir. Porém, precisamos conceder o benefício gradativamente para que não haja impacto negativo", argumenta João Palhuca, vice-presidente do Sesvesp (Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado de São Paulo).

A vingança dos prefeitos

Não são poucos os homens públicos que merecem figurar no Portal da Indecência. São aqueles que se vingam contra o povo ao não se reelegerem ou não elegerem seus candidatos. Por perversidade, suspendem serviços básicos ou essenciais que eram prestados até o dia das eleições; relaxam na limpeza pública; exoneram professores e atravancam o calendário escolar; suspendem o transporte de alunos da rede municipal e até chegam a propor (escárnio...) que os servidores trabalhem como voluntários, sugerindo que peçam recontratação ao próximo prefeito. Vingadores. Indecentes. Merecem a navalha afiada do MP. E o desprezo dos eleitores nas eleições futuras. Só em Pernambuco, o MP enquadrou 45 prefeitos. Dentre eles, o ex-presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, prefeito de João, alvo do TCE e do MP.

Conselho aos injustiçados

Esta coluna dedica sua última nota a pequenos conselhos a políticos, governantes, membros dos Poderes e líderes nacionais. Na última coluna, o espaço foi destinado aos membros dos Tribunais. Hoje, os conselhos vão para os injustiçados, aqueles com fome e sede de Justiça:

1. Procurem persistir em seus sonhos. Não se deixem abater pela onda de injustiças que bate à sua porta. Não desanimem. Avante. Tenham fé.

2. O grande Ruy já dizia: "A menor injustiça pode operar instantaneamente as mais sanguinosas comoções, como uma gota d'água poderá determinar o esboroamento de um dique fendido lentamente pelos anos, ou a mínima fagulha produzir uma conflagração num depósito subterrâneo de explosivos". Mesmo sabendo de tudo isso, procurem conter as fagulhas de sua alma. Na crença de que, um dia, a injustiça será sanada.

3. Rezem para que os instintos mais selvagens de figurantes da cena institucional voltem a se banhar nas fontes do Humanismo, da Caridade e da Justiça!




(Gaudêncio Torquato)

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

POLÍTICA & ECONOMIA NA REAL

Questões na virada do ano

Diante da enorme expansão monetária das principais economias mundiais, associada à crise gravíssima do desemprego, fruto do baixo consumo e do fraco investimento, o principal dilema mundial está em como combinar uma política monetária suficiente para controlar os problemas da débil atividade econômica com as perspectivas preocupantes relativamente à estabilidade fiscal e monetária futura. Em palavras mais singelas, duas variáveis estão a preocupar os gestores econômicos: a recessão e a inflação futura. Em períodos "normais", este dilema é resolvido pela manipulação adequada da taxa de juros. Num momento em que as economias mundiais margeiam a depressão (Europa) ou a recessão continuada (EUA), as dúvidas são enormes. Com um agravante: a debilidade política dos líderes dos países, a despeito dos recentes eventos eleitorais (EUA, França, Espanha, etc.). Assim sendo, 2013 será provavelmente um ano em que o choque de ideias entre os preocupados com a inflação/situação fiscal e os focados no desemprego há de deixar marcas de volatilidade por todo o mundo. Talvez a volatilidade seja ainda maior que em 2012.

China, a incógnita da vez

Os últimos dados da economia chinesa mostram uma desaceleração contínua e substantiva comparativamente aos padrões anteriores do país. Agora, sob nova direção do partido e do governo comunista (Xi Jinping), o desafio chinês será o de "trocar" investimento por maior consumo. Um momento delicado, portanto. As exportações chinesas foram até novembro apenas 2,9% superiores ao mesmo período do ano anterior. As importações de matérias-primas, tão vitais para países como o Brasil, estão desacelerando, mesmo que mantenham um patamar bem acima da dos produtos manufaturados - o consumo de ferro, por exemplo, está no patamar acima de 8%, enquanto as importações como um todo (dados de novembro) estão estáveis. Outro aspecto importante é que o país comunista começa a ter de lidar com um desemprego maior (8,1% de desemprego urbano, segundo dados oficiais). Politicamente, a despeito do duro controle social exercido pelo Partido Comunista Chinês, este dado é muito preocupante. Por fim, há uma série de dúvidas sobre a higidez do sistema financeiro chinês. Este é um assunto tabu, daqueles que fazem os agentes reagirem rapidamente e de repente quando têm dúvidas.

Brasil: fragilidades à mostra

Não resta dúvida de que o Brasil padece dos efeitos externos sobre a sua economia. Todavia, considerando-se que o nosso país é relativamente fechado em termos de comércio externo (baixa participação das exportações+importações no PIB), os problemas de crescimento brasileiros estão muito mais ligados com a gestão interna da política econômica. Como aspecto mais relevante, temos a constatação de que a taxa de investimento está baixa, muito aquém daquela que seria necessária para nos colocar numa classificação segura de "país emergente". Ademais, os investimentos públicos são baixos e ineficientemente administrados - o PAC é um fracasso de gestão. O último fato a justificar a debilidade dos problemas relacionados com a taxa de investimento é a fraca articulação do setor governo com o privado. Os objetivos de cada um não são harmonizados por negociações. Ao contrário, o governo toca a coisa pela via da intervenção, como se ele fosse dotado da "última razão" em matérias que merecem atenção e cuidado. Vide a crise do setor elétrico, esta que veio para ficar. Aqui e ali (veja o caso da influente revista The Economist) já despontam vozes contra a política econômica e o ministro da Fazenda Guido Mantega. Esta é apenas a ponta do iceberg. Afinal, é a presidente que tem autoridade e gosto especialíssimo em mandar e desmandar na política econômica. É a presidente que tem a legitimidade política para tal e será ela a ser avaliada pelas urnas. Todavia, até lá o crescimento deve continuar na toada da letargia, como os agentes esperando algo que não sabem bem ao certo o que é.

Ainda sobre o paradoxo "emprego versus crescimento"

Estamos repisando, mais uma vez neste espaço, que há uma incompatibilidade lógica entre o nível de emprego (elevado) e a atividade econômica (em baixa). A nosso ver, o desemprego já poderia ter se elevado. O fato de não ter acontecido assim foi o principal fato a manter o PIB positivo, mesmo que fraquíssimo (gravitando em torno do 1%). A nosso ver, será a fragilidade (ou não) do mercado laboral que irá sinalizar se entraremos no campo negativo em termos de atividade econômica. Não cremos numa mudança estrutural da taxa de investimento, no curto prazo. De outro lado, será o maior desemprego (se ocorrer) que irá mostrar as entranhas da política brasileira : o governo, até agora relativamente forte perante o Congresso, terá de dobrar joelhos e aí a habilidade presidencial para lidar com este cenário será testada. O governo deve saber disso, mas parece pouco propenso a ser mais atrevido (e menos temido) para mudar o cenário.

A luta cambial

Ao mexer no prazo para antecipação de operações cambiais, o governo deu sinais de que não tolerará altas severas do câmbio frente ao dólar. Como se sabe, a política cambial é a variável mais fora de controle de qualquer governo. Este pode até controlar a taxa nominal (como no período do primeiro governo de FHC), mas a taxa real (fruto das variações externas das moedas internacionais e da inflação aqui e lá fora) está totalmente fora do controle do governo. O governo aparentemente está mais preocupado com a inflação, no curto prazo, que com a competitividade externa do país. Faz sentido. Afinal, a inflação acumulada nos últimos anos é alta, comparativamente a outros países, bem como há inflação represada, especialmente no setor de petróleo. De todo modo, os agentes estão cautelosos. Sabem que o governo deve conseguir seus intentos imediatamente, mas que as incertezas mediatas estão aumentando. Melhor cuidar-se e se proteger contra flutuações mais agudas no valor do real.

Bolsa: investidores e gestores inquietos

Estes colunistas têm se encontrado com muitos gestores de ações nas últimas semanas. O que é informado é que está muito difícil estabelecer uma política coerente com os objetivos de cada investidor ou fundo. O cenário muda rapidamente e a análise está cada vez mais focada no curto prazo, mesmo em relação a empresas tradicionais. Isso porque setores importantes da bolsa sofreram mudanças estruturais por força da política governamental (energia, petróleo) e porque outras empresas estão emitindo sinais cada vez mais instáveis sobre as suas perspectivas. Um ambiente nada amigável para quem faz política de investimento de médio e longo prazo. Assim sendo, o ajuste mais natural seria os preços caírem face ao risco. Em alguns casos isso já ocorreu (energia, de novo), mas no geral (refletido no índice Ibovespa) isso não ocorreu porque não há aqui no Brasil e no exterior (para os investidores externos) muitas alternativas mais atraentes. Todavia, os fundamentos do mercado estão muito deteriorados comparativamente ao período pós-2008. Assim, o mercado poderá tomar um rumo mais negativo, caso surjam alternativas às ações brasileiras, ou os investidores finais acabem por sucumbir à ideia de que os retornos são incompatíveis com os riscos.

É Dilma ou Dilma

As relações entre o PT e a presidente da República são conflitantes: de respeito e de desconfiança. De ambas as partes. Há um certo PT, que perdeu espaço no governo Dilma, que não está satisfeito com ela. E talvez fique menos ainda depois das mexidas que ela pode fazer no ministério e nas lideranças governistas do Congresso em janeiro e fevereiro. Dilma também sabe que este PT está com ela porque ela tem a caneta, o Diário Oficial e uma popularidade que, mantidas as atuais condições de temperatura e pressão econômica, dão-lhe extraordinária oportunidade de se reeleger daqui a dois anos. Mas que se pudessem, gostariam de estar com outra pessoa. Só que as circunstâncias mensaleiras e secretariais fecharam esta porta. Portanto, é Dilma ou Dilma. O que explica a cautela com que o PT trata de temas delicados, como o mensalão e o rosegate, para não envolver a presidente em casos nos quais seu governo não tem nada a ver diretamente. De toda forma, Dilma trata de criar suas próprias bases. Se se notar, ela não mais se socorre do PT ou do próprio Lula para tratar com os aliados. Merece também registro o fato de o ex-marido da presidente e um de seus mais importantes interlocutores, Carlos Araújo, ter deixado o PT e voltado para o PDT, partido no qual ele e a presidente militaram depois que saíram da clandestinidade.

É Dilma ou/e...

Nunca se viu o PMDB, nos últimos anos, pelo menos publicamente, tão cordato como agora. A presidente manifestou um simples desejo, o PMDB comparece, sem reclamar. Se cobra, se esperneia, é a boca pequena. Com seu faro afinado, o partido que já foi liderado por Ulysses Guimarães e Tancredo Neves, quer firmar-se como grande aliado de Dilma, tão ou mais importante que o PT. Aproveitando-se exatamente do vácuo deixado pelas vacilações petistas. As razões: (1) defender-se dos ataques do PSB de Eduardo Campos, que tem como uma de suas opções para 2014 expelir o PMDB da condição de vice de Dilma (a outra, é uma candidatura própria); (2) conquistar, discretamente, mais e melhores espaços no governo, conquistando mais "cartórios eleitorais", capazes de lhe garantirem mais votos para a Câmara dos Deputados, o Senado e as Assembleias Legislativas (o PMDB teme perder a condição de maior partido no Congresso para o PT e até para o PSB). Porém, a "fidelidade" peemedebista tem prazo de validade: a recuperação da economia brasileira no ritmo que o ministro da Fazenda há meses vem garantindo que ocorrerá no mês seguinte. O PMDB está e estará onde sempre esteve desde que a ditadura militar acabou: no governo, onde ele estiver e seja quem for.

É o dinheiro, estúpido!

As discussões sobre a nova divisão dos royalties do petróleo, as confusões com alguns governos estaduais por causa das regras de prorrogação das concessões de energia elétrica e a queda das receitas dos Estados e municípios - em parte pelo fraco desempenho da economia, mas em parte também pelas isenções tributárias concedida pelo governo Federal com a ajuda dos cofres dos governadores e prefeitos - despertou uma serpente que havia algum tempo era chocada no ventre do Estado brasileiro: a desigual divisão de recursos entre o governo Federal, os governos estaduais e os governos municipais.

Presidente rico, governador remediado, prefeito pobre

Tecnicamente, é a discussão do chamado pacto federativo, tema que está além dos interesses partidários - na realidade, une bancadas estaduais contra Brasília. Por mais que teorias políticas digam o contrário, deputado sabe perfeitamente que sem apoio de prefeito e/ou governador, sua eleição/reeleição fica muito difícil. Não impossível, mas delicada. Este será o grande tema de 2013, ano pré-eleitoral. São os mantras que Eduardo Campos e Aécio Neves já estão ensaiando enquanto se aquecem para entrarem em campo na sucessão presidencial. Qual será a resposta de Dilma com todos os compromissos existentes no Orçamento Federal? Falar em "pacto federativo" não comove o eleitor. Batizá-lo como "falta de dinheiro para saúde, segurança..." certamente agita.

Cavalos de tróia - I

O governo está tratando a pão de ló e vai tratar melhor ainda os irmãos cearenses Cyro e Cid Gomes. Eles são vistos como os únicos capazes de botar algumas pedras no caminho dos planos políticos do governador Eduardo Campos no PSB.

Cavalos de tróia - II

Não há indicações de que o governo esteja procurando o mesmo na oposição. Tanto que já está incorporando inteiramente o PSD de Gilberto Kassab em sua base política, ignorando as relações do partido com os tucanos paulistas. Por enquanto, não precisa mesmo: os cavalos de tróia do PSDB estão mesmo recheados de tucanos: a vaidade os impede de se entenderem.

(por Francisco Petros e José Marcio Mendonça)

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

92 ANOS DE DOM FRAGOSO


PREFÁCIO DE DOM FRAGOSO EM UM LIVRO DE SEU IRMÃO ESTANISLAU FRAGOSO BATISTA, O LIVRO TEM O TÍTULO: "CANTATA DE UM ANISTIADO...PARA DEPOIS..." (temos o livro).

Digitei este prefácio em homenagem a todos àqueles que perpertuam em suas memórias a lembrança de Dom Fragoso. Principalmente, Boaventura Joaquim Furtado Bonfim.

"Leitor Amigo:

Não escrevo este prefácio como o bispo Antonio Fragoso. Nem mesmo como Tonho, irmão mais de Lai, autor da "Cantatas de um anistiado... para depois".

Hoje, sou apenas um leitor como os outros, como você.

Li os originais de uma fôlego. Conteporâneo dos acontecimentos, recordei ao vivo a história de um passado que marcou tanta gente, que me marcou no mais fundo de mim mesmo.

Muito mais do que o tecido dos acontecimentos, eu ia recompondo o perfil de Estanislau.

Emergia das linhas e entrelinhas do Diário-Cantata, o rosto de um HOMEM.

Homem de coração CONFIANTE, desarmado, venerável como todos os homens sem ódio e sem malícia. Ele é dos que acreditam "nas flores vencendo o canhão". O olhar de uma criança enternece seu coração e põe mais calor humano em sua vida do que o Leviatã do poder. Para ele é tão densamente verdade como para Tristão de Athayde - que "as cinzas de Alexandre, um dos maiores onquistadores da história, não bastam hoje para tapar o buraco de uma parede, enquanto a oração de uma criança pode fazer mudar o curso da história".

Homem que carrega incorrigivelmente consigo uma UTOPIA mobilizadora. As Ditaduras, a prepotência, o Sadismo dos que fazem a Tortura Psicológica, podem marcar com ferro em brasa a sua carne e levá-lo até as dilacerações crucificantes da lavagem cerebral. Mas nenhum sopro apaga a chama da Esperança louca.

Homem que não SE VENDE por dinheiro e posições. Não se deixa instrumentalizar. A consciência de sua dignidade aparece intacta, mesmo nas horas mais sombrias.
Homem de fé profunda, DOM de Deus, herança de seus pais, conquista de sua vida. Chamá-lo de "comunista" é testemunho de chegueira mental ou de inominável má-fé. De ponta a ponta do seu Diário-Cantata, encontrei o cristão para quem o Deus de Jesus Cristo é o Amigo de todos os dias.

Homem da DEMOCRACIA, da fidelidade à lei, da NÃO-VIOLÊNCIA inteligente e ativa. Não podia coexistir pacificamente com a Ditadura, com o imperio do arbítrio com as formas da Tortura Física e Psicológica, com um Sistema para o qual a elite no poder e o centro e a fonte dos direitos.

Leitor amigo, é este mesmo perfil que se destaca das linhas e entrelinhas da "Cantata de um anistiado... para depois "? Deixei por ventura, falar o meu coração de irmão? Aqui para nós: chorei várias vezes durante a Leitura!

Julgue, você mesmo.

Antônio Fragoso, que também é o bispo de Crateús e irmão de Estanislau Fragoso”.

Poranga, 24 de outubro de 1980.

A título de esclarecimento: O nome de Dom Fragoso era: ANTONIO BATISTA FRAGOSO, e do Seu Irmão: ESTANISLAU FRAGOSO BATISTA.

(Por Francisco Antonio Sales Saboia)

domingo, 9 de dezembro de 2012

CECÍLIA MEIRELES... HÁ 48 ANOS...



Cecília Benevides de Carvalho Meireles nos deixou em 09 de dezembro de 1964. Foi poetisa, pintora, professora e jornalista. Uma das vozes líricas mais marcantes da literatura brasileira.





Motivo


Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.


Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.


Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.


Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.