sábado, 23 de fevereiro de 2013

OUTROS TEMPOS, OUTROS HOMENS!

O GRUPO GUARARAPES não vai falar do que se passa neste querido País. Vai mostrar homens de outros tempos, porém, com outra formação moral. Começar por quem? Esta é a grande dificuldade; mas, longe de impossibilidade; senão, vejamos:

a) D. Pedro II, convidado a deixar a Coroa, com mais de 40 anos de governo, sem ostentar o gosto do conforto excessivo, foi oferecida àquela Majestade, uma certa importância, em pecúnia, para melhor viver, dignamente, durante o resto que ainda viveria. Não aceitando, pediu, apenas, um pequeno invólucro contendo sílica do seu País, que ele tanto amava; e, ao partir para o etéreo, sua cabeça repousou naquela almofada, artisticamente, confeccionada, no capricho singelo de seu desejo.

b) Na questão de Palmas (SANTA CATARINA), o embaixador argentino usou, como argumento, a grandeza territorial brasileira e, em reforço ao seu raciocínio, saiu-se com esta pobreza de justificativa - que tão pequena fatia terrena, jamais lhe faria falta. Resposta do nosso grande RIO BRANCO: “Senhor, um palmo de terra que seja, em sendo brasileiro, deve ser defendido a FERRO, A FOGO E A SANGUE”.

c) O Marechal Presidente Castello Branco toma conhecimento de que seu irmão teria ganho um carro de presente de “amigos”. Telefona para o irmão e diz: “meu irmão gostaria de saber se você já devolveu o carro que recebeu de presente, mas antes quero lhe informar que já o demiti”.

d) Contado pelo ex-deputado e ex-ministro da fazenda do tempo Médici, Delfin Neto. Ele foi ao Presidente e informou-lhe que não se podia mais manter o preço da carne, teria que se aumentar. O presidente proibiu o aumento do preço. Passado certo tempo (parece 15 dias) o presidente chamou seu ministro e liberou-o para tomar medidas para o aumento da carne. O ministro pergunta: “o que o fez mudar de idéia, Presidente? Já vendi a minha boiada e agora pode aumentar? “

e) Siqueira Campos, ao lado de Eduardo Gomes foram os únicos, não mortos, na revolta dos 18 do FORTE DE COPACABANA escreveu aquele amor à Pátria: À PÁTRIA TUDO SE DEVE DAR E NADA PEDIR, NEM MESMO COMPREENSÃO”.

f) Rui define Pátria como algo sagrado. Diz o civilista: ““O sentimento que divide, inimiza, retalia, detrai, amaldiçoa, persegue, não será jamais o da pátria. A Pátria é a família amplificada. E a família, divinamente constituída, tem por elementos orgânicos a honra, a disciplina, a fidelidade, a benquerença, o sacrifício. É uma harmonia instintiva de vontades, uma desestudada permuta de abnegações, um tecido vivente de almas entrelaçadas. Multiplicai a célula, e tendes o organismo. Multiplicai a família, e tereis a pátria”.

ESTAMOS VIVENDO OUTROS TEMPOS E OUTROS HOMENS. CADA UM QUE FAÇA A SUA COMPARAÇÃO.

(Grupo Guararapes)

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

MINISTRO VALMIR CAMPELO LANÇA LIVRO HOJE


"Obras Públicas - Comentários à Jurisprudência do TCU" traz atualizações sobre decisões do Tribunal.

Com a proposta de facilitar o acesso do leitor aos mais variados tópicos relacionados à vasta jurisprudência do Tribunal de Contas da União (TCU), o ministro decano do Tribunal de Contas da União (TCU), Valmir Campelo, e o auditor federal de controle externo, Rafael Jardim, lançam, hoje, a segunda edição do livro "Obras Públicas - Comentários à Jurisprudência do TCU".

O lançamento acontece durante o Fórum de Gestão Pública no Ceará, no Hotel Gran Marquise, em Fortaleza, às 19h30.

A ocasião também reunirá gestores públicos e profissionais do Direito de todo o Brasil, que discutirão importantes assuntos e abordagens relacionados ao Direito Público.

Distâncias de transporte, responsabilidade dos projetistas, adaptações aos sistemas de transferência e extrapolações aos limites contratuais são alguns dos assuntos debatidos no novo livro. Em sua segunda edição, a publicação traz, além da atualização de toda jurisprudência, comentários dos autores sobre o impacto do novo Regime Diferenciado de Contratações Públicas nos verbetes já existentes, sendo desta maneira, útil para vários leitores.

(Fonte: Diário do Nordeste)

MADRINHA FRANCISCA

O repique de nove pancadas no sino do SS Sacramento: Dlão! Dlão! Dlão! Dlão! Dlão... anunciava a hora do Angelus, quando um mensageiro trouxe a notícia do despontar de Jesus Cristo, nosso Salvador. Pelas esquinas da cidade, uns temerosos católicos faziam o pelo sinal da Santa Cruz: Livrai-nos, Deus, nosso Senhor, dos nossos inimigos. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém... Mas, nas duas torres da Matriz com a tinta branca empalidecidamente enodoada, as vigorosas badaladas perturbavam um bando de morcegos, que fugiam em louca revoada. O poeta, cronista e professor Luiz Bezerra, aproveitava, mais um episódio citadino, para confirmar o humor perspicaz: - Eles saem assim, feitos uns alucinados, porque não foram batizados!

Os portãozinhos da longa mureta, que davam acesso ao pátio da Matriz, já estavam abertos naquele crepúsculo vespertino dominical de 1952, e o povo ia chegando para a retreta no belo coreto circular que ficava no alto calçadão da Matriz. Até já se falava, devido à polêmica campanha do rebaixamento das calçadas, em diminuir aqueles cinco degraus dificultosos, mas o Padre Bonfim sonhava em, além de retirar a mureta erguida pelo Pe. Juvêncio, construir as alas laterais da nave da catedral.

O Talentoso músico, Mestre Chico sempre foi pontual. A banda começava, exatamente, às 7 da noite, tocando o dobrado “Jaçanã na lagoa”, seguido de um belíssimo roteiro musical que deleitava ouvintes de bom gosto, até na maneira de vestir. Enterneciam-se quando a voz do cantor se diluía em Índia ”... seus cabelos nos ombros caídos, negros como a noite que não tem luar...”. Precisamente às nove horas, antes que apagassem as luzes dos postes, o sopro da flauta anunciava A Baratinha: “Chega, chega, minha gente, que o choro vai começá, repara como é gostoso, este samba de matá. A Baratinha, a Baratinha, a Baratinha, bateu asas e voou.” Uma jovem Senhora de pele trigueira, olhos vivos, mente ativa, e puro espírito de alegria, que todos conheciam por Madrinha Francisca, rodopiava sem a mínima timidez por entre aquela gente requintada, dirigindo-se para a saída do pátio. Convidava a todos para que, amanhã de manhã, segunda-feira, não perdessem o 7 de Setembro, pois o Instituto Santa Inês, mais uma vez ia desfilar.

Era um espetáculo ímpar. Uma emoção que aflorava com a beleza dos colégios desfilando em cores cívicas para equilibrar uma verde exibição das forças varonis no entorpecido sentimento nacional. O povo ia se perfilando na linha do meio fio da Rua Firmino Rosa, delimitada por uma grossa corda colocada pelo 4º BEC. Alguns pais instalavam o filho menor no cocuruto para que este pudesse “enxergar” uma pátria dentro do Brasil.

O Instituto Santa Inês sempre foi o melhor a desfilar. E agora estava a capricho, com as balizas ostentando elegantes vestidos brancos e mãos calçadas em luvas, anunciando os motivos de cada bloco que passava: o cobiçado ouro de nossas riquezas, os emplumados índios, a colorida fauna, a verde flora. As meninas marchavam com jardineiras azuis, os meninos em calças caqui e engomadas túnicas, os mais pequeninos simbolizavam o futuro da nação, metidos nas alvas batas de médicos, nas togas de advogados ou nos capacetes de engenheiros. Ao som dos tambores da banda, uma propriedade do colégio, iam marchando e encantando o público para júbilo dos pais que acenavam orgulhosos para os seus rebentos. A cavalaria trotava com os filhos dos fazendeiros, chamando atenção para encerramento do show do Instituto.

Houve um tempo, dizem os mais velhos, em que no planeta Terra reinava uma intolerável melancolia e os duendes, por compaixão da raça humana, inventaram a alegria. Saíram pelo mundo a ensinar a boa nova, como professores da arte do contentamento e da emoção. Em Crateús, a fada chamava-se Francisca de Araujo Rosa, que magicamente infundia, em seus alunos, um estado de extraordinária satisfação e alegria.

Para o Instituto Santa Inês, o ano fora de muitas atividades sociais, culturais e cívicas, mostrando o empenho e a determinação da diretora em moldar seus filhos, como fazia questão de chamar os alunos, em cidadãos prontos para enfrentar o mundo com trato social, instrução e sabedoria.

Enquanto se dirigia à casa do Prof. Luiz Bezerra, onde reside como hospede de honra, relembra os momentos do carnaval realizado no mês de fevereiro, para seus queridos alunos e das noitadas divertidas no salão do Crateús Clube. E vai cantarolando baixinho: Oh! Jardineira porque estás tão triste? Mas o que foi que te aconteceu? No mesmo instante em que lhe vem à mente o 24 de Junho, dia de São João. Ela brinca mentalmente até com o santo: “Oh, cabra festeiro, esse joão!” Naquele dia, fora madrinha de fogueira de tantos amigos que até perdera a conta. Só a meninada no batismo na igreja superava em quantidade, para amadrinhar. Mas gostava mesmo era de “passar fogo” nas noites estreladas do sertão, banhada pela luz da Lua, ouvindo o pipocar de fogos. As brasas inda fumegando em vermelhidão e os dois, madrinha e afilhado, caminhando em semicírculo até encontrarem-se para então darem-se as mãos. Ela proferia: ” São João dormiu, São Pedro acordou, vou ser sua madrinha que São João mandou”. O afilhado, imediatamente, repetia: “São João dormiu, São Pedro acordou, vou ser seu afilhado que São João mandou”. Repetiam o ritual três vezes, circundando as brasas vivas da fogueira. No final, o afilhado orgulhosamente solicitava: - Beça, Madrinha Francisca! Deus te abençoe, meu afilhado! Eram momentos de poesia e para toda vida!

Como a trágica filósofa-matemática Hipártia, Madrinhha Francisca andava um passo à frente de sua época. Usava as artes diversas, a ciência, a natureza, a dança, o teatro, os jogos e principalmente a música para o desenvolvimento sócio-efetivo das crianças, tornado-as mais alegres e receptivas no processo de aprendizagem, criando uma nova dimensão na vida dos seus privilegiados alunos, coisa que só aconteceu nas antigas sociedades gregas. Criou a Orquestra Morais Rolim, integrada por talentosos discípulos, em homenagem ao amigo comerciante. Sempre que a professora retornava de suas constantes viagens, a orquestra ia esperá-la no patamar da estação, e com o próprio Morais a comandar a orquestração inicial: “Tum, Tum, Tum...tumtumtum... É Morais Rolim! Tum, Tum ,Tum...tumtumtum... É Morais Rolim!”

De longe, avista o Prof. Luiz Bezerra no portão da casa, como se já aguardasse pela chegada dela e logo imagina “Isto foi bem coisa da Airan, que ordenou que ele fizesse as pazes comigo!” Reclamara de uma pequena sova que o menino Hermínio, seu afilhado, levara do pai e a reação do professor foi brusca: - Se você está achando ruim que eu eduque meu filho,assim, está ali a porta da rua!

Mal se aproximara da casa, o professor vai logo falando: - Chica, vamos acabar com isso! Deixe de se antipática! Os dois titãs da educação fizeram as pazes, mas a comemoração foi um longo abraço na sua grande amiga Airan Veras, esposa do Prof. Luiz Bezerra.

Outra curiosa amiga, um dia lhe perguntou: - Madrinha Francisca, a senhora gosta tanto de festas, mas porque não casou? Ela pacientemente explicou: - Vou lhe dizer uma coisa minha companheira, o Padrinho Totonho Rosa, que me criou, não queria que eu dançasse, que eu me divertisse e não permitia que eu pegasse na mão de nenhum homem, imagine namorar.Um dia, ele quis me casar, à força, com um motorista dele, fiquei detestando casamento. Eu moro só porque é o jeito, mas nunca me acostumei. Também... Ninguém aguentaria minha pisada, é para cima e para baixo, neste mundo de meu Deus! Aprendi a dançar sozinha, gosto de festas porque eu sou é Araújo!.

A querida professora nos dá a impressão de ser a própria estrofe de um belo poema da Cecília: “Adestrei-me com o vento e minha festa é a tempestade!”

E se hoje, você andar pela Rua do Instituto Santa Inês, antiga Érico Mota e, inesperadamente, ouvir um grito de “Anarriê, anavan tur... Olha o balancê!!!” com certeza é a digníssima e saudosa professora Madrinha Francisca que adorava um exuberante viver, como uma abelha venera o néctar das flores para elaborar o mais doce mel!

Raimundo Cândido

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

CONJUNTURA NACIONAL

Um gol de placa

Abro a coluna com o folclore político do RN.

Um pedinte aporta mais uma vez diante do prefeito de Areia Branca, Bruno Filho/PMDB.

- "Doutor Bruno, eu quero uma ajuda da prefeitura", dispara à queima-roupa.

Com sua voz quase inaudível, arrastada e sem maior mudança na entonação, o prefeito procura esclarecer que a municipalidade não pode lançar mão de qualquer quantia, sem cumprimento de processo burocrático. Dentro da lei. O pedinte não abre a guarda, apesar das explicações do prefeito. Insiste no pleito.

- "Procure Lauro, nosso chefe de Gabinete, que ele trata de tudo", adianta Bruno.

Os dias passam e novamente o prefeito se depara com o interlocutor insistente. "Doutor Bruno, é aquilo que eu falei com o senhor naquele dia". E relata que já passou por vários setores da prefeitura, sem uma conclusão. O prefeito volta a encaminhá-lo para Lauro. Mas o pedinte reage, descrevendo uma linha de passes:

- Bruno joga para Lauro, que passa para Núbia, que devolve para Lauro, que joga para Juarez, que entrega à dona Lucinha, que volta para Bruno...

Interrompendo a "narração", de olhos fixos no "narrador esportivo", Bruno indaga: "O que você quer dizer com isso?".

- Prefeito, eu quero saber quando vou fazer o "gol".

(Da coleção de Carlos Santos em seu livro Só Rindo)

O adeus de Bento XVI

A renúncia do papa Bento foi uma de decisão muito bem arquitetada. O papa é teólogo de primeira. Um grande estudioso da Igreja. Substituía um dos mais carismáticos papas de todos os tempos, João Paulo II. Perdia pulso no comando da igreja. A Cúria Romana, sob o controle do cardeal Tarcísio Bertone, é quem dá as cartas. Bertone funciona como o verdadeiro administrador da Igreja Católica. Conservador e fiel aos princípios mais rígidos da igreja. Bento avaliou todas as posições: permanecer com a saúde deteriorada? Permanecer com o poder escapando de suas mãos? Ou renunciar e, usando o gesto de humildade, chamar o corpo de cardeais para um encontro com a grande verdade?

O novo Papa

A Cúria Romana dará o tom do conclave. A Itália, com uma população de católicos em torno de 50 milhões, tem 28 cardeais. Cinco a mais que toda a América Latina e o Caribe que, juntos, somam mais de 500 milhões de católicos. É um desnível considerável. O puxão de orelhas do papa Bento em quem puxa o tapete do poder poderá resultar na escolha de um perfil externo à comunidade de cardeais italianos. O cardeal do Canadá, que fala bem espanhol? Algum cardeal africano? E um cardeal brasileiro, levando em consideração que o Brasil é o país mais católico do mundo?

Ravasi, centrista

Se a opção for por um cardeal da Itália, dois nomes despontam: Ângelo Sodano, da igreja mais rica do mundo, a de Milão, e o cardeal Gianfranco Ravasi, uma espécie de ministro da Cultura do Vaticano. Ravasi passa a ser favorito ante o pano de fundo sob o qual foram escolhidos papas no passado. É o pregador do retiro que os cardeais começam a vivenciar. Ou seja, ele dará o norte para as reflexões que começam a ser feitas no Vaticano. Pio XI escolheu seu sucessor, o cardeal Pacelli, que veio a ser o pregador do retiro e, depois, escolhido papa Pio XII. O pregador do retiro por ocasião da morte de João Paulo II foi o cardeal Ratzinger, que viria a ser o papa Bento XVI. Coincidência ou indicação de que os pregadores de retiros são os favoritos? A propósito, Ravasi tem uma posição centrista, abrindo diálogo com todas as alas. Mas dizem que Bento torce por Sodano, que também seria o preferido do camerlengo Bertone.

Bill Gates e a gorjeta

Certo dia Bill Gates foi ao restaurante junto com sua esposa e filhos, duas meninas e um garoto. Eles sentaram-se em mesas diferentes, mas foram atendidos pelo mesmo garçom. Durante o jantar tudo ocorreu normalmente. Depois de pedir a conta, Bill a pagou na mesa, deixando para o garçom uma gorjeta de 5 dólares. O que deixou o homem com uma cara estranha e que chamou a atenção de Bill, que perguntou:

- "O que houve?".

O garçom respondeu:

- "Eu acho um pouco estranho, pois seus filhos me deram 500 dólares de gorjeta e você, sendo o homem mais rico do mundo, me deu apenas 5".

Bill sorriu e falou:

- "Eles são filhos do homem mais rico do mundo, eu sou filho de um lenhador.".

Moral: Jamais devemos esquecer-nos de onde viemos.

O ano político

Por aqui, o ano político começa sob o signo das expectativas. Para começar, a grande indefinição: como organizar a pauta se o STF, por meio daquela liminar sobre os vetos, concedida pelo ministro Fux, deixa as casas congressuais em dúvida? Há de se votar os vetos antes das pautas rotineiras? Ou é possível fazer as coisas de maneira concomitante? A decisão mais urgente é sobre o Orçamento. O presidente Renan havia marcado a votação para hoje, mas adiou a decisão, aguardando que o plenário do STF emita sua orientação.

Resgate de imagem

O Parlamento atravessa um momento crítico sob a perspectiva da imagem perante a sociedade. O que pode ser feito para resgate da boa imagem das Casas Congressuais ? Esta é uma questão que frequentemente se apresenta a este consultor. Pois bem, a resposta aponta para uma única direção : priorizar matérias de alta relevância para a vida social e política do país. Ou seja, o Congresso tem nas mãos a receita apropriada para curar seus males : votação das reformas política/eleitoral, tributária, trabalhista; a inclusão de grandes matérias que aguardam há tempos sua discussão no Parlamento. Em suma, chegou a hora de substituir a promessa e o discurso pela ação e decisão.

Lula e Eduardo Campos

Nos bastidores, é comum ouvir a observação: Eduardo Campos, governador de PE, não será candidato porque tem um dever de lealdade para com Lula. Foi Luiz Inácio quem jogou uma montanha de investimentos em PE, que permitiram ao neto de Miguel Arraes fazer um bom governo e ganhar boa avaliação do eleitorado. É isso? Em termos. Eduardo Campos não se sente atrelado ao carro de Lula. Por ser político e considerando-se um quadro novo, analisa todas as possibilidades. Enxerga que teria chegado sua vez. Seu PSB foi o partido que, em termos proporcionais, mais ganhou no último pleito. O governador pensa em alçar voo.

Se perder, ganha

A equação que inspira Eduardo Campos é a de ganhos. Candidatando-se em 2014 e perdendo, somará ganhos. Como? Pela geometria da política, a menor distância entre dois pontos nem sempre é uma reta. Pode ser uma curva. Perdendo, ele ganhará em matéria de grande visibilidade, correrá o país, travando contatos com as comunidades, ampliará o circuito de alianças, deixando, assim, o terreno preparado para a mobilização seguinte, ou seja, em 2018. Eduardo Campos poderá, em 2014, aumentar o quadro de governadores do PSB e as bancadas parlamentares nos Estados e no Congresso Nacional. Por essa leitura, este consultor conclui que, numa régua de 0 a 100, o governador de PE estica o braço até o número 90. Apenas 10% de chances de retirar o time de campo.

Quatro tipos de homens

"Aquele que não sabe, e não sabe que não sabe. É um tolo: evite-o;

Aquele que não sabe, e sabe que não sabe. É um simples: ensine-o;

Aquele que sabe, e não sabe que sabe. Está dormindo: acorde-o;

Aquele que sabe, e sabe que sabe. É um sábio: respeite-o". Conceitos árabes

PMDB consolida aliança

Ademais, o governador de PE tem em conta a equação estabelecida pelo PMDB. Sob o comando das duas casas congressuais, o partido ganha força para não apenas consolidar a aliança com o PT, mas para ampliar sua participação na esfera governativa. Michel Temer, sob essa perspectiva, manterá sua posição como vice na chapa da presidente Dilma. A hipótese de ceder esse espaço inexiste, nem mesmo sob a indicação de quadros do PT que gostariam de ver o vice-presidente disputando o governo de SP. Michel está muito bem no cargo, desempenhando altas missões que lhe são confiadas pela presidente. E nenhuma das alternativas que são jogadas no colo de Lula para substituir o nome de Michel pelo nome de Eduardo Campos na chapa de Dilma tem condição de vingar.

Renan enxuga custos

O presidente do Senado, Renan Calheiros, começa a fazer um enxugamento na estrutura do Senado. Demitirá cerca de 30% dos servidores comissionados e diminuirá estrutura do serviço médico. Merece aplausos.

Pacto federativo

Outra notícia auspiciosa é o encontro que os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves, e do Senado, Renan Calheiros, farão com os 27 governadores dos Estados e do DF, dia 13/3. Em pauta : projetos relativos ao pacto federativo. Concretamente, deverão ser debatidas questões envolvendo mudança do critério de rateio do Fundo de Participação dos Estados, fixação de regras de distribuição da receita resultante da exploração de petróleo (royalties e participações especiais), unificação do ICMS e mudança no indexador da dívida dos Estados e municípios com a União. Um ótimo começo para os dois presidentes.

A.A.A.

E por falar em Henrique, uma historinha com ele.

Diante da cassação do líder Aluízio Alves, o jovem Henrique Eduardo Alves é elevado à prematura tarefa de sucedê-lo politicamente. Em Mossoró, um "aluizista" histórico exalta a continuidade. Ex-faz-tudo do empresário Renato Costa, "Mourão" dispara eufórico :

- Se o pai com dois "A" era forte, imagine o filho com três.

Ao seu lado, um interlocutor atordoado não entende o comparativo:

- Três "A" por que, Mourão?

O apaixonado militante político, de pouca habilidade com o vernáculo, "esclarece" tudo a seu modo:

- Ora! Anrique Aduardo Alves, homem!

Explicado.

(Da coleção de Carlos Santos)

A dor de Dermi

Minha solidariedade ao amigo Dermi Azevedo, conterrâneo potiguar e jornalista. Seu filho, Carlos Alexandre, suicidou-se com uma overdose de medicamentos. Mas a dor vem de longe. Com um ano e oito meses, o filho de Dermi foi torturado com a mãe no Deops, em SP, pela equipe do delegado Sérgio Fleury. Ali começava a morrer seu filho. Nunca se curou das sequelas daquela brutalidade. Dermi, um forte abraço !

Lula em caravana

Luis Inácio Lula da Silva se prepara para correr o país em caravana. Quer abrir os palcos de 2014 para a reeleição de Dilma. Lula vai usar o estoque de carisma que ainda possui. Mas a caravana não será como a dos velhos tempos. A conferir!

Toma lá, dá cá

Quando Rui Barbosa iniciava sua profissão de advogado, na BA, apareceu-lhe em casa, certa vez, um açougueiro, perguntando-lhe:

- Se o cachorro de um vizinho lhe furta um pedaço de carne pesando 5 quilos, o dono do cachorro é obrigado a pagar?

- Tem testemunha?

- Tenho.

- Pois trate de receber a importância.

- Pois então o doutor me deve 7$500. Foi seu cachorro que roubou a carne.

O futuro jurisconsulto fez o julgamento sem bufar, e, quando o açougueiro ia saindo, chamou-o:

- Vem cá! E a consulta?

- Tenho que pagar?

- Naturalmente. São 50$000

(Do livro Leia Comigo, do amigo Luis Costa)

Conselho aos novos dirigentes

Esta coluna dedica sua última nota a pequenos conselhos a políticos, governantes, membros dos Poderes e líderes nacionais. Na última coluna, o espaço foi destinado aos donos de espaços de lazer, tendo como pano de fundo o desastre de Santa Maria/RS. Hoje, se volta para os dirigentes da Câmara e do Senado:

1. Procurem ler e interpretar as demandas de mudanças que partem da sociedade e organizem uma agenda de alta prioridade para as Casas congressuais.

2. No plano das mudanças, questões urgentes são: reformas política, tributária, trabalhista e a repactuação da Federação.

3. Tentem resgatar o escopo funcional do Parlamento, tornando-o menos dependente do Poder Executivo.

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(Gaudêncio Torquato)

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A RENÚNCIA



O Papa renunciou. Abdicou do anel de ouro, das vestes exuberantes, da solene chefia de Estado, do comando mundial da Igreja, dos reverentes cortejos de beija-mão, do orçamento bilionário, da pomposidade do trono de Pedro.

Nunca a assertiva profética de que o Autor Celestial insere sua escritura luminosa em pergaminhos obscuros foi tão verdadeira. Aqui, elegeu para protagonizar o ato pessoal mais desconcertante e revolucionário da Igreja nos últimos tempos exatamente um Papa que sempre exibiu o rótulo de conservador e reacionário.

Um pastor tido e havido como apegado ao poder pratica o gesto extremo de desapego...

Além de líder espiritual, o Papa é chefe de Estado, comandante maior de um poder terreno, temporal, secular. Renunciar ao Papado é, também, abrir mão de um império político e econômico.

O anúncio deixou estonteados tanto os que o admiram quanto os que o repulsam. A decisão de renunciar soou não como um ato de covardia, mas de coragem. Indiscutivelmente, um voluntário gesto libertário!

Pois é o apego, sobretudo o apego ao poder que nos torna presas fáceis e nos impede de seguir a trilha da liberdade!

Lembra sobre como se pega macaco na Índia?

Lá, toma-se um coco grande e nele se faz um buraco de tal forma que só entre a mão do macaco com certo aperto. Amarra-se o coco num tronco e lá dentro do coco se colocam torrões de açúcar para atrair o bicho. O macaco mete a mão e agarra o torrão de açúcar. Tenta retirar a mão e já não pode mais porque não quer largar o torrão. Pelo apego, é facilmente apanhado.

Segundo os Budistas, o desapego é essencial para o caminho da iluminação.

Há uma famosa história zen que é muito elucidativa disso. Um mestre e seu discípulo estavam a caminho da aldeia vizinha quando chegaram a um rio caudaloso e viram, na margem, uma bela moça tentando atravessá-lo. O mestre zen ofereceu-lhe ajuda e, erguendo-a nos braços, levou-a até a outra margem. E depois cada qual seguiu seu caminho. Mas o discípulo ficou bastante perturbado, pois o mestre sempre lhe ensinara que um monge nunca deve se aproximar de uma mulher, nunca deve tocar uma mulher. O discípulo pensou e repensou o assunto; por fim, ao voltarem para o templo, não conseguiu mais se conter e disse ao mestre:

— Mestre, o senhor me ensina dia após dia a nunca tocar uma mulher e, apesar disso, o senhor pegou aquela bela moça nos braços e atravessou o rio com ela.

— Tolo – respondeu o mestre – Eu deixei a moça na outra margem do rio. Você ainda a está carregando.

O apego é escravizador; o desapego, libertador!

O apego transforma a nossa existência em uma imensa cisterna abandonada, sem circulação vital, com a energia parada.

A água parada é um exemplo nítido dos efeitos do apego: cria substâncias lodosas, bactérias, contaminação. Por isso muitas pessoas resistem em descer aos porões de casas antigas: a energia ali estagnada incomoda.

A vida é pulsação constante, troca energética, circulação de afeto, mudança de padrões, renovação permanente.

O desapego libera a cristalina e generosa água corrente da vida! Pratiquemo-lo!

(Júnior Bonfim, na edição de hoje do Jornal Gazeta do Centro Oeste, Crateús, Ceará)

OBSERVATÓRIO

Sexta-feira passada, o desembargador Byron Frota, leitor deste Jornal, ligou-me para falar que estava com o coração em festa em razão das chuvas que beijavam o solo cearense. Nostálgico, recordava os tempos infanto-juvenis em Crateús, quando as pessoas costumavam saudar efusivamente a chegada dos primeiros pingos de água celeste com uivos e pulos. Não eram poucos os que corriam pelas calçadas para tomar banho ao ar livre e celebrar o inverno. Havia um ritual de comemoração do advento da chuva!... Que o assombro causado pelo fantasma da escassez possa nos devolver o solene respeito por esse bem precioso e vital para todos.

UM CARNAVAL DE NOVIDADES

Um desfile de novidades marcou o Carnaval e os dias que fizeram o seu entorno. Um assunto de repercussão mundial, a renúncia do Papa; um de natureza nacional, a criação de um novo partido, e o debate sobre o uso dos chamados “paredões de som” durante a festa momina, no âmbito local, urgem ser pontuados.

O PAPA

Em pleno Carnaval, festa dionisíaca por excelência, o mundo foi surpreendido com a notícia de que Sua Santidade, o Papa Bento XVI, conservador assumido, tomou a ousada decisão de renunciar, sob a alegativa de que os problemas de saúde o impediam de continuar à frente do trono de São Pedro. Perante o Consistório, assembleia de cardeais por ele convocada, o Papa declarou que, após reiterado exame de consciência, concluíra que o governo da Igreja exigia vigor físico e espiritual. Reconheceu a incapacidade para exercer de boa forma o ministério que lhe fora encomendado e, por isso, formalizava a renúncia. Em um mundo marcado pelo apego desmesurado ao poder – em quaisquer dos níveis e sob todos os matizes – a inusitada atitude do Papa reveste-se da mais alta significação simbólica (vide crônica acima).

A REDE

Sob os efeitos da decisão Papal, a ex-senadora Marina Silva anunciou a criação de uma nova agremiação partidária: a Rede. Segundo os ideólogos da nova sigla, A REDE é uma associação de cidadãos e cidadãs dispostos a contribuir voluntária e de forma colaborativa para superar o monopólio partidário da representação política institucional, intensificar e melhorar a qualidade da democracia no Brasil e atuar politicamente para prover todos os meios necessários à efetiva participação dos brasileiros e brasileiras nos processos decisórios que levem ao desenvolvimento justo e sustentável da Nação, em todas as suas dimensões. (...) O novo partido nasce com uma série de inovações como a limitação aos financiamentos de campanha, a incorporação integral dos postulados da lei da ficha limpa, a restrição ao uso da política como profissão, o combate ao caciquismo e à utilização da legenda para promoção de projetos pessoais.

A REDE II

A constituição dessa REDE sob a liderança de Marina Silva – tecida por integrantes do PV, PDT, PT, PSOL e PSDB, como os deputados Alfredo Sirkis (PV-RJ), Domingos Dutra (PT-MA), Ricardo Trípoli (PSDB-SP), Walter Feldman (PSDB-SP) e José Reguffe (PDT-DF), dentre outros - está sendo vista pelos analistas políticos como o mais alvissareiro movimento de oxigenação política dos últimos trinta anos, depois do surgimento do PT e do PSDB.

MIGRAÇÃO

Falando em alterações partidárias, comenta-se em Crateús que os ex-prefeitos Paulo Nazareno e Zé Almir poderão migrar juntamente com o vice-governador Domingos Filho para o PSB, partido de Cid Gomes.

PAREDÕES DE SOM

Causou estupor ao cidadão comum a forma abusiva, escancarada - sob o beneplácito oficial e a conveniência/negligência das autoridades - com que foram utilizados os chamados “paredões de som”, esses concentrados de equipamentos sonoros rebocados por carros, colocados em porta-malas ou sobre a carroceria dos veículos. A questão é muito mais séria do que imaginamos, vai além de um mero problema de desconforto acústico. Trata-se de fato comprovado pela ciência médica: são muitos os malefícios causados pelo barulho. Os ruídos excessivos, além da surdez, provocam perturbação da saúde mental. São também responsáveis por inúmeros outros problemas como a redução da capacidade de comunicação e de memorização, perda ou diminuição da audição e do sono, envelhecimento prematuro, distúrbios neurológicos, cardíacos, circulatórios e gástricos.

PAREDÕES DE SOM II

Desde a década de 1940, com a Lei das Contravenções Penais - LCP, Decreto-Lei 3688/41, há no ordenamento jurídico brasileiro previsão legal de punição para esse tipo de excesso. Também a Lei 9605/98, Lei de Crimes Ambientais – LCA, o Decreto 6.514, de 22 de Julho de 2008, e o Código Nacional de Trânsito, artigo 228, estabelecem penalidades para o uso inadequado de som.

PARA REFLETIR

“O som funciona como elemento de poder simbólico: quem o utiliza de modo abusivo, desrespeita toda a comunidade a que pertence. Ao obrigar alguém a escutar a música que eu quero e no volume que estipulo, estou agindo de forma tirânica, arvorando-me de poder de juiz, atribuição de legislador, prerrogativa de autoridade. Estou ditando para os meus conterrâneos normas criadas única e exclusivamente por mim, sem a necessária anuência dos outros. (...) Conservemos, na nossa urbe original, os salutares cristais da harmonia, os ares fraternais de província e, de modo especial na utilização do som, os evangélicos hábitos de respeito e amor ao próximo!” (Júnior Bonfim)

(Júnior Bonfim, na edição de hoje do Jornal Gazeta do Centro Oeste, Crateús, Ceará)

domingo, 17 de fevereiro de 2013

POETA JOSÉ CORIOLANO É HOMENAGEADO EM CRATEÚS


Crateús. Este município está prestes a resgatar a memória de um dos seus maiores poetas, José Coriolano de Souza Lima, o "Príncipe dos Poetas". Viveu de 1829 a 1869 e é considerado o fundador da literatura do vizinho Estado do Piauí - ao qual Crateús pertencia à época. No dia 8 de março voltará para a Praça da Matriz o busto do poeta, fruto da iniciativa da Academia de Letras de Crateús (ALC). Foi retirado pela própria família há décadas, segundo a ALC, em função do abandono e descaso destinado ao monumento.


Havia sido inaugurado em 1947 pelo então pároco José Maria Moreira do Bonfim, após a bênção da lápide com os restos mortais do poeta na Catedral do Senhor do Bonfim. A solenidade de reinauguração do novo monumento ocorrerá no dia 8 de março, dentro da programação do II Encontro de Escritores Cearenses promovido pela ACE (Associação Cearense de Escritores) que aqui será sediado. Haverá participação das Academias do Ceará, de Ipu, Sobral, e do Piauí.

Fortalecimento

Os intelectuais pretendem que a ação contribua com o fortalecimento da identidade cultural local e realizarão novas ações em torno do nome do poeta que, apesar da magnitude de sua obra, é pouco conhecido no município. A Prefeitura presta apoio à ação da ALC.

"Tudo começou com uma viagem que fizemos a Pernambuco e lá verificamos uma intensa valorização cultural. Questionamos-nos sobre não termos uma identidade cultural em nossa cidade e, então, surgiu por parte do poeta Raimundo Cândido a ideia de resgatarmos a história do poeta José Coriolano. Levamos a questão aos demais membros da Academia e encampamos a ideia, que logo será concretizada. Começamos até fazendo rifa para angariar recursos para a confecção do busto. Arrecadamos um pouco e, em seguida, a gestão municipal nos apoiou, fazendo a complementação financeira para a ação", conta Edmilson Lopes Providência, da ALC.

Esquecido

O poeta José Coriolano na verdade estava esquecido pela cidade de uma maneira geral. Não fosse pelo fato de nominar uma conhecida rua no centro da cidade, pouco se falaria no seu nome. Raimundo Cândido, poeta e escritor e também em membro da ALC, conta que o poeta José Coriolano estava "sumido na poeira do tempo".

De acordo com Cândido - admirador da vida e obra de Coriolano - o responsável pela lembrança é o também poeta Gerardo Mello Mourão, que esteve na cidade há poucos anos atrás e percebeu a vacância do busto na Praça. À época cobrou ao memorialista Norberto Ferreira Filho, o Ferreirinha, seu amigo, que passou a informação posteriormente a alguns membros da Academia de Letras.

"O povo esqueceu que por aqui nasceu um vulto poético grandioso. Há o nome da Rua José Coriolano, mas pouquíssimas pessoas sabiam quem tinha sido aquele cidadão. Entre a Academia de Letras de Crateús para fazer o resgate, transpomos obstáculos e os descasos pela cultura, ultrapassamos a cegueira da história e vamos jogar luz na luz dos versos do poeta. Um dia, as referências da cidade de Crateús serão: O Rio Poti, O Memorial Miguel-Prestes, A serra das Almas e o Poeta José Coriolano", ressalta Cândido.

Livro

A fim de resgatar informações sobre o poeta José Coriolano e sua obra, a ALC conseguiu contato com o trineto do poeta, Ivens Roberto de Araújo Mourão, que guarda um pouco do material publicado pelo "Príncipe dos Poetas". Em um blog (http://poesiasjosecoriolano.blogspot.com.br/), o trineto conta a história de José Coriolano.

"Autor de mais de 250 poesias, nasceu em Crateús, em 29/10/1829, onde habitaram os índios Carateús, outrora chamada Povoação de Piranhas e, posteriormente, Vila do Príncipe Imperial. Sétimo e último filho de Gonçalves Correia Lima e Anna Rosa Bezerra, descende, como eu, do primeiro Mourão cearense: Alexandre da Silva Mourão (I). A sua avó paterna, Joana Batista Correia Lima, era neta desse primeiro Mourão, filha que era de sua única filha do primeiro casamento, Maria Coelho Franca", relata.

Mourão conta também que em 1870 os amigos fizeram publicar parte de suas poesias, com o título: "Impressões e Gemidos". O plano era publicar seus originais, escritos de próprio punho pelo poeta, em dois volumes. "O primeiro veio a lume com a ajuda do Governo do Piauí. O segundo nunca chegou a ser publicado, por não contar mais com o apoio oficial. Em 1973 o Governo do Piauí, na gestão de Alberto Silva, promoveu uma nova edição de Impressões e Gemidos, com o título: Deus e a Natureza em José de Coriolano. O Piauí o considera ´o Príncipe dos Poetas Piauienses´, pois na época em que viveu (1829 a 1869), Crateús, sua cidade natal, pertencia àquele Estado. A passagem para o Ceará deu-se em 1880".

O trineto guarda os originais manuscritos do livro "Impressões e Gemidos", herança de seu pai que recebeu de presente de um amigo, em 1942. Publicou, inclusive, na internet, todas as poesias do poeta.

Obras

250 poesias, aproximadamente, foram escritas pelo "Príncipe dos Poetas". Ele nasceu no município de Crateús, em 29 de outubro de 1829

SILVANIA CLAUDINO
REPÓRTER