sábado, 15 de agosto de 2009

GRAÇAS À VIDA!

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

TIÃO MACHADO

Clique sobre a imagem para ampliar e facilitar a leitura.




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Obrigado meu querido IRMÃO: não mereço tanto, estou tão feliz que já repassei para todos os meus irmãos, conterrâneos, amigos e vai ser lido na loja no tempo de estudo na proxima terça feira, mais uma vez muito obrigado.

Tião Machado

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

CONJUNTURA NACIONAL


FRANCO MONTORO

Comecemos com uma historinha que tem como personagem Franco Montoro. Depois de deixar a esfera governativa e parlamentar, Montoro passou a se dedicar ao Instituto Latino-Americano - ILAM. Na condição de presidente desta entidade, foi a um almoço organizado por um pequeno grupo de professores da USP no restaurante do campus. O ex-governador, como se sabe, tem registrado em sua história muitos casos de dislexia, momentos em que confundia nomes, alhos com bugalhos, motivando risos nas cerimônias. A conversa fluía bem, versando sobre os mais diferentes problemas do país. A certa altura, ele se surpreendeu ao saber que este escriba era potiguar. Mais ainda: tio de Sônia, casada com João Faustino, tucano do melhor naipe e seu dileto amigo. Montoro e dona Lucy foram padrinhos do casamento de uma das filhas de João e Sônia. De repente, lá vem a pergunta:

- E como está o Agrário? Você sabe como ele vai?

Passo a lupa na mente e lamento ignorar a identidade da figura. Mas vou procurar saber, logo, logo.

Mudamos de assunto. Mas o Agrário continua a frequentar o meu sistema cognitivo. De repente, Eureka! Agrário? Agrário? Não seria o Urbano?

Tomo a iniciativa:

- Governador, será que o senhor não confundiu o Agrário com o Urbano?

- Ah, sim, é claro, é claro. Desculpe. Como vai o Urbano?

Francisco Urbano era presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura - CONTAG. Um potiguar muito conhecido nos universos sindicalista e político.

A dislexia do ex-governador paulista havia intercambiado o espaço rural com a geografia urbana.

Franco Montoro, exemplo de Honradez, Dignidade, Seriedade, Civismo, Independência e Amor à Pátria.

Quanta falta ele faz nesses tempos de lamaçal político.

LINA E DILMA


Dois nomes, duas versões. A ex-secretária da Receita Federal, Lina Vieira, deu a sua versão: no final do ano passado, entendeu que a ministra Chefe da Casa Civil pedia pressa na investigação da Receita contra o empresário Fernando Sarney. O senador Sarney preparava-se para disputar a presidência do Senado. Dilma, ao refutar, exibiu a sua verdade: não houve o encontro privado anunciado por Lina. Um detalhe: a ex-chefe da Receita não tomou a iniciativa de falar sobre o caso. Foi procurada pela Folha de São Paulo. Lina Vieira é uma pessoa conhecida pelo amplo domínio técnico e postura discreta. Não é de arroubos. E jamais se prestaria à tarefa de fazer jogo político. Há cinco maneiras de contar a verdade, escreveu Brecht. A maneira de Lina é, sem dúvida, a menos esponjosa.

LEDO ENGANO?


Luiz Inácio, em defesa da ministra Dilma, diz não acreditar na versão da ex-secretária da Receita. Ledo engano, garantiu Lula. Teriam sido ledos os enganos sobre escandalosos casos que o presidente garantiu não terem existido ou deles tomado conhecimento, entre os quais o famigerado mensalão?

LULA NO COMANDO

Lula tem dado sinais de que não abre mão do comando da campanha presidencial de Dilma Rousseff. Mesmo os petistas mais próximos têm receio de dar palpites sobre rumos, discurso, articulação, mobilização. Lula impôs ao PT o nome da ministra, define as regras para as alianças e escolhe, desde já, os palanques centrais e secundários. A praça que mais o preocupa é São Paulo, onde o PT não tem candidato competitivo.

O FATOR MARINA

Ciro Gomes é o candidato de Lula para enfrentar o candidato de José Serra ao governo de São Paulo. Apareceu, porém, no cenário Marina Silva. Ou seja, o presidente imaginava uma campanha plebiscitária no plano federal: Serra ou outro candidato de oposição contra Dilma. O plebiscito levaria em conta a indagação: está satisfeito com a situação? Vote em Dilma. Quer mudar? Vote em Serra. Marina Silva, eventual candidata pelo PV, quebrará a polarização. A campanha deixaria de ser plebiscitária. A senadora acreana, ícone do ambientalismo, poderia alcançar até 15% (ou mais) de intenção de voto.

CIRO ABRE O LEQUE

Ante a abertura do palco presidencial, Ciro Gomes pensa também em abrir o leque. Aposta que entrando no páreo federal, torna-se alternativa para embolar o jogo. A campanha rolará para o segundo turno, onde seus votos e mais os de Marina Silva tenderiam, em maior percentagem, a encher o balão de Dilma Rousseff. Ademais, ele entraria bem no figurino de "matador", com sua artilharia apontada ao coração de Serra. Portanto, o fator Marina deverá descolar Ciro Gomes da perspectiva paulista.

DE PARAQUEDAS

Ciro não teria chances em São Paulo como candidato ao governo. Trata-se de um estranho no ninho, um paraquedista. Nasceu no Estado, mas fez vida política no Ceará. Os paulistas cobrariam com juros e correção monetária os ataques que o deputado do PSB tem feito ao domínio paulista na cena nacional. Sua recente aproximação com o Estado não o exime das acusações do passado. Poderia, até, conseguir entre 10% a 12% de votos. Só alcançaria pontuação mais elevada diante de candidatos opacos. Perderia feio, por exemplo, para Geraldo Alckmin ou Gilberto Kassab.

OS DOIS SAPOS


Dois sapos viviam na mesma lagoa. Quando ela secou com o calor do verão, eles saíram em busca de outro lar. No caminho, passaram por um poço profundo e cheio de água. Ao vê-lo, um dos sapos disse para o outro: "Vamos descer e fazer a nossa casa neste poço, ele nos dará abrigo e alimento." O outro, mais prudente, respondeu: "Mas, e se faltar água, como sairemos de um lugar tão fundo?" Não faça nada sem pensar nas conseqüências. (Esopo, século 6 a.C.) Pois é, certos políticos agem como o sapo imprudente.

E O SENADO, HEIN?


Quando a crise no Senado chegará ao fim? A essa altura, resta a impressão: Sarney virou o jogo; ganhou, mas exibe um corpo alquebrado; as oposições perderam ímpeto com as denúncias que flagram alguns de seus integrantes; as camadas tendem à acomodação após o sismo inicial.

CONSELHO DE ÓTICA

Na semana passada, em meio ao fogo cruzado entre oposição e governo, o senador Cafeteira disparou à "queima-roupa" para cima de Arthur Virgílio: "Caro senador, devo lembrar ao nobre parlamentar que o encaminhamento de suas acusações no Conselho de Ética seguirá a liturgia sobre o que será ou não condenatório e isto será feito pela ótica do presidente da Comissão". Virgílio, já escaldado pelos acontecimentos recentes retrucou: "Vossa Excelência deve saber que nunca fui afeito às ciências exatas e portando, passei longe da oftalmologia". Pois é, quem diria, hein, o Senado acabou formando um Conselho de Ótica.

O VELHO AMIGO

"Os velhos amigos são os melhores. O rei Jonas costumava pedir os seus velhos sapatos, porque eram mais folgados para os seus pés". (John Selden, jurista inglês)

ROLANDO A BOLA

A simples inversão das duas letras iniciais confere ao ministro Orlando Silva um gerúndio bem próprio dos atletas de futebol. Rolando a bola – eis a imagem que o ministro do Esporte transmite aos que acompanham sua performance pelos campos, aliás, pelos mais diferentes espaços do território. Trata-se de um perfil dos mais simpáticos do governo Lula. Faz-se presente em eventos esportivos e culturais, ouve lideranças dos nichos esportivos e procura estabelecer as coordenadas para o país oferecer uma boa estrutura na Copa de 2014.

LEI DO ESPORTE


Esta semana, o ministro Rolando, aliás, Orlando Silva, participou de um almoço no SESCON, em São Paulo, organizado pelo Fórum Permanente de Defesa do Empreendedor, comandado por José Maria Chapina Alcazar. Chapina fez ver ao ministro a magnitude da extensão dos benefícios da Lei do Esporte – vantagens tributárias auferidas com o patrocínio esportivo – para as empresas de lucro presumido. De 170 mil, o número de empresas passaria a ser de 700 mil, salto que iria ajudar o universo de micro e pequenos empreendimentos. O ministro aceitou a ideia e deverá apresentá-la, para estudos, aos técnicos do Ministério da Fazenda. O deputado tucano, Silvio Torres, até já tem a solução para abrigar a proposta: simples e rápida alteração em um artigo da Lei do Esporte, de forma a incluir nela todos os conjuntos produtivos.

PANORAMA NOS ESTADOS


A lupa pré-eleitoral está sendo arrumada nos Estados. No Rio Grande do Norte, Garibaldi Alves e José Agripino lideram as posições para o Senado. A governadora Vilma Faria está em terceiro lugar. E a senadora Rosalba Ciarlini (DEM) avança, disparada, em primeiro lugar. Em São Paulo, Geraldo Alckmin garante, hoje, sólida posição no primeiro lugar. Nenhum petista consegue ameaçá-lo. Para o Senado, Aloizio Mercadante (PT) e Orestes Quércia (PMDB) são os mais evidentes, não necessariamente os mais prováveis. Em Roraima, o deputado Neudo Campos (PP) aparece em primeiro lugar e Marluce Pinto, ex-senadora e herdeira política do marido Ottomar Pinto, lidera a corrida para o Senado. Romero Jucá (PMDB) está em queda. E o governador José de Anchieta (PSDB), candidato à reeleição, patina em um andar muito baixo.

AÉCIO, LUZ NO SENADO

Há quem distinga em Aécio Neves a luz no fim do túnel do Senado. Candidato a senador por Minas Gerais, teria uma votação extraordinária. Com o prestígio e a fama de político que dança em todas as pistas, Aécio poderia quebrar uma tradição: seria eleito, logo no início do primeiro mandato como senador, presidente da Câmara Alta. Pano de fundo: reformas que Sarney, pelo perfil e circunstâncias, não teria condição de implementar.

CARTAXO, PERFIL DE EQUILÍBRIO


Otacílio Cartaxo, o Secretário interino da Receita Federal, é conhecido pela capacidade de equilibrar os pratos da balança. Trata-se de um técnico de alto nível, que integra o chamado grupo de intelligentzia da Receita. Mas há a turma de auditores da Previdência, que sonha em retomar o comando do sistema. O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Machado, que tem origem na Previdência, seria o patrocinador daquele grupo. Para muitos, a retomada do poder pelo grupo previdenciário seria um retrocesso. A Receita desenvolveu uma tecnologia avançada de controle e fiscalização. Que propicia a intercomunicação dos canais e sistemas. Já a turma dos fiscais previdenciários conserva métodos arcaicos. Eis o pano de fundo da luta que se trava nos bastidores da RF.

CONSELHO A MARINA SILVA


Esta coluna dedica sua última nota a pequenos conselhos a políticos, governantes e líderes nacionais. Na edição passada, o espaço foi destinado aos senadores. Hoje, volta sua atenção a senadora Marina Silva:

1. Senadora, o momento brasileiro é propício à fixação de estacas no campo da defesa ambiental e ao soerguimento de bandeiras éticas e morais.

2. A senhora é um dos símbolos da defesa do meio ambiente no Brasil e precisa aproveitar a oportunidade para disseminar sementes de seu bonito e denso discurso.

3. Qualquer que seja o resultado a ser alcançado pela senhora, no pleito presidencial de 2010, a bandeira ambientalista será vitoriosa. Aceite a indicação de seu nome pelo Partido Verde.

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(Por Gaudêncio Torquato)

terça-feira, 11 de agosto de 2009

HOJE É O DIA DO ADVOGADO!



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Sim, Júnior,

Hoje é o dia do advogado, e eu gostaria de parabenizá-lo por ter abraçado esta carreira, eu diria que difícil, pois um bom advogado é um eterno estudioso que tem que se atualizar a cada dia.

Que Deus dirija sempre seus passos.
Que cada batalha vencida não lhe cubra de prepotência.
Que cada batalha perdida não o desmotive em sua caminhada.

Que a decência, a verdade, a generosidade lhe acompanhem no caminho que você escolheu e pela sua capacidade, certamente trilhará com sucesso.

Um abraço,

Dalinha

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A você, que sabe quase tudo; justamente pela consciencia de não saber quase nada, meu abraço neste seu dia.

Paulo Nazareno

OBSERVATÓRIO


Semana passada, encontrei Moacir Soares. Técnico de escol, boa índole, profissional dedicado, Moacir é um dos melhores quadros gerados no seio da Administração Pública de Crateús na década passada. Incompreendido pela intolerância política local, cumpriu aquela antiga assertiva bíblica: foi ser profeta fora de sua terra. Em Tauá, onde assumiu a pasta da Saúde, animou um processo revolucionário de elevação da qualidade dos serviços na área. Hoje, é o principal executivo da Secretaria de Turismo de Fortaleza, que tem à frente a ex-prefeita de Tauá, Patrícia Aguiar. Indago-lhe como estava e como está sendo tocado o setor de turismo na Capital. Ele responde:

A RECEITA

“Fortaleza é uma cidade bela. Tem 25 km de agradáveis praias, agenda cultural diversificada, noite agitada, culinária saborosa e um rico artesanato. Oferece tudo isso em meio a uma arquitetura que mescla história, modernidade e natureza. Por ter tudo isso, merece e vai ser a capital turística do nordeste brasileiro. Esse é o nosso sonho e também nosso desafio. Por isso a Dra. Patrícia formou uma equipe de alto nível, com os mais qualificados profissionais nos respectivos setores para associar a equipe já existente. Visando fomentar no grupo o espírito de coesão, alentar sonhos e fortalecer compromissos. Passamos 18 dias fazendo aquilo que na Psicologia denominamos “escuta profunda”. Fiquei esses dias ouvindo interativamente todos os servidores da SETFOR, identificando focos de problemas, expectativas, descrenças e coletando sugestões de trabalho. Ao final, estávamos com o Plano de Trabalho elaborado que serviu para subsidiar o nosso Plano Municipal de Turismo que entra em gestação a partir desse documento. Outra medida foi o mapeamento dos corredores turísticos da cidade, com delineamento de intervenções a serem realizadas a curto, médio e longo prazo. Só para que você tenha uma idéia, estamos trabalhando um projeto de S$ 50 milhões de dólares junto ao BID e o Ministério do Turismo para investimento em uma completa e eficiente infra-estrutura turística da Beira Mar, Praia de Iracema, Praia do Futuro, recuperação do patrimônio histórico, tratamento paisagístico, fortalecimento institucional dentre outros investimentos. Esse Projeto de Desenvolvimento Turístico vai promover, de forma planejada, a qualidade dos destinos e serviços turísticos da Capital. Alem disso, lançamos o projeto de Qualificação Profissional e Empresarial na área do turismo. Vamos qualificar 1.200 profissionais que compõem a cadeia produtiva do turismo para prestação de serviços turísticos no município de Fortaleza. São 18 cursos em diversas áreas, a maioria com carga horária de mais de 210 horas aulas que serão executados pelo SENAC orçados em mais de R$ 900.000,00. Vamos transformar nossa Fortaleza em um grande Pólo Turístico atendendo a preposição de Fortaleza Bela. Por fim, outro desafio assumido por essa gestão é o de ampliar a oferta turística da cidade. Para isso consta em nosso plano de trabalho fortalecer o turismo: Cultural, Gastronômico e de Base Comunitária. Caro Júnior, temos muito trabalho pela frente. Mas costumo dizer, que a cada vez que afirmamos ter uma dificuldade no fazer, existe de fato uma dificuldade no querer, que fica oculta na argumentação sobre o fazer. Se depender de vontade, iremos dar o melhor de nossos conhecimentos e de nossos tempos para respondermos ao novo desafio”.

A REINCIDÊNCIA

Ao final, após lamentarmos a ausência de uma evolução qualitativa na condução da gestão pública em Crateús, concordamos que um dos maiores empecilhos ao progresso é essa crônica histórica de intrigas provincianas e futricas rasteiras impregnada na atmosfera política da urbe. Invariavelmente, as pessoas que militam na política só se aproximam umas das outras com o fito de desgastar um terceiro. É sempre uma liderança defenestrando outra, um aliado destilando veneno sobre o outro. Essa rotina de defesa e agressão (defendo-me agredindo outrem e vice-versa) estanca o curso normal do córrego da prosperidade, sangra a veia vital do desenvolvimento. Quanto tempo perdem os líderes nos estratagemas da destruição? Quanta energia é desperdiçada nas contendas?

A REINVENÇÃO I

Tempo há de se inaugurar uma agenda diferente. Impende que alguém tome a iniciativa. E esta cabe a quem obteve a delegação popular para promover o governo de todos: o Prefeito. Ao Chefe do Executivo foi outorgada, pelo sufrágio popular, a magnânima missão de promover o governo do progresso. Para tanto, urge que se recrie, se reveja, se reinvente. Liberte-se das concepções sectárias que o tornam refém de interesses menores, de desejos de grupelhos, da ganância de minorias. Na comunicação, acione mais o órgão receptor do que o emissor. Faça a escuta profunda do que pensa aquele que toca a máquina: o servidor público. E, em especial, daquele que está ao largo de tudo: o sentimento popular.

A REINVENÇÃO II

Se tivesse parado para ouvir, escutar profundamente o pensamento externo, certamente o Prefeito teria evitado o desgaste com os Professores (alguns chegaram a passar fome no período da greve!), a insatisfação dos comerciantes, a contrariedade de colegas da saúde e o olhar de decepção de outros expressivos segmentos. Portanto, mãos à obra! É hora de correr atrás do tempo perdido, recuperar o passo, reparar arestas e redirecionar o rumo. Tempo há.

MEMÓRIA I

O doutor Alexandre Maia nos informa que, sob a coordenação do Instituto de Desenvolvimento Social Dom Fragoso, esta semana crateuenses cumprem uma programação que envolve debates e celebrações rememorando o trabalho desenvolvido pelo primeiro prelado da terra do Senhor do Bonfim. Bispo cujo nome está inscrito na lista dos libertadores sociais, Dom Fragoso confessou, em seu ‘Testamento Espiritual’ - escrito por ele mesmo, em João Pessoa, dia 15 de setembro de 1998 - as fontes onde bebia a água influenciadora:
- “Eu fui muito motivado por homens como Gandhi, pelo "movimento Internacional de Reconciliação" (Jean Goas e Hildegard Gon Mayer), pela "irmandade do servo sofredor" (do Pe. Alfredinho Kunz), pela "pressão Libertadora" (D. Hélder Câmara) e pela "Firmeza Permanente" (Mário Carvalho de Jesus)”.

MEMÓRIA II


Soube que foi doado à Câmara Municipal de Crateús o acervo bibliográfico do meu parente Nonato Bonfim. Autodidata fantástico, jornalista militante, operador do direito, agradável polemista, político atuante, Nonato compilou uma das maiores e mais ricas bibliotecas da cidade. O Presidente Márcio Cavalcante vai disponibilizar esse patrimônio à consulta pública. Aplauso à iniciativa.

AGRADECIMENTO

Mais uma vez, agradeço de coração a todos os que compareceram ao lançamento do meu livro AMORES E CLAMORES DA CIDADE, no Centro Cultural Oboé, em Fortaleza, na noite do último dia 23 de julho. Agradável confraternização, memorável e leve, contagiada pela espontaneidade dos presentes, virou uma festa de amigos, com predominância da colônia crateuense. Por razões de espaço, é impossível listar aqui todos os presentes. Porém, indistintamente recebam todos minha expressa gratidão.

PARA REFLETIR

“A ética é ponto de partida para qualquer debate mais profundo sobre o nosso futuro. Ética – no grego, ‘ethos’ – quer dizer costume, regra, como também caráter, modo de ser; capacidade de interiorizar, refletir. Ou seja, ser ético significa primeiro olhar para si antes de apontar defeitos nos outros. O filósofo Sócrates foi quem primeiro acendeu essa chama quando lançou a máxima “Conhece-te a ti mesmo”. Noutras palavras: para alterarmos uma cidade, uma comunidade, precisamos – primeiramente – estarmos dispostos a modificarmos nós mesmos. Antes de dirigirmos o dedo acusatório para os outros, impende indagar: Se eu estiver lá, faço diferente? A metamorfose tem que permear, pois, governantes e governados”. (Júnior Bonfim, in Amores e Clamores da Cidade).



(Por Júnior Bonfim, publicado na edição de hoje do Jornal Gazeta do Centro-Oeste)

SEJA CULTO: AUSCULTE!


Aprendemos que culto é o homem que detém farta ‘bagagem cultural’, entendida como o acúmulo de estoque teórico, domínio de teses, cultura livresca e variedades conceituais.

Culto é o que mergulha no oceano da cultura. (Bem que poderia ser ‘margulha’ - neologismo que pode significar a inserção no mar da vida similar à da agulha no tecido: metódica, sinuosa, consistente!).

Como vivemos em constante interação, a verdade é que a cultura está também associada à nossa capacidade de incorporar a produção cultural dos outros. E como se apreende o que o outro produziu? Ouvindo, escutando.

Longe de ser uma atitude passiva, escutar é uma postura ativa.

O mais influente psicólogo da história americana, Carl Ramson Rogers (1902-1987), foi um humanista iluminado e cientista brilhante. Semeador da “terapia centrada no cliente”, fez com que seu ideário transcendesse as fronteiras da clínica psicoterapêutica. É dele a seguinte reflexão:

"Quando digo que gosto de ouvir alguém estou me referindo evidentemente a uma escuta profunda. Quero dizer que ouço as palavras, os pensamentos, a tonalidade dos sentimentos, o significado pessoal, até mesmo o significado que subjaz às intenções conscientes do interlocutor. Em algumas ocasiões ouço, por trás de uma mensagem que superficialmente parece pouco importante, um grito humano profundo, desconhecido e enterrado muito abaixo da superfície da pessoa."

“Constato, tanto em entrevistas terapêuticas como nas experiências intensivas de grupo que me foram muito significativas, que ouvir traz conseqüências. Quando efetivamente ouço uma pessoa e os significados que lhe são importantes naquele momento, ouvindo não suas palavras mas ela mesma, e quando lhe demonstro que ouvi seus significados pessoais e íntimos, muitas coisas acontecem. Há, em primeiro lugar, um olhar agradecido. Ela se sente aliviada. Quer falar mais sobre seu mundo. Sente-se impelida em direção a um novo sentido de liberdade. Torna-se mais aberta ao processo de mudança."

Como magistralmente ensina Rogers, ‘ouvir traz conseqüências’. Mas, primeiro, acende antecedências. Para ouvir verdadeiramente, preciso antes me despir e me dispor. Despir-me da idéia de auto-suficiência, de me bastar a mim mesmo. Dispor-me a garimpar as pedras preciosas escondidas no aparentemente íngreme território do outro. Dispor-me a incursionar pelo desconhecido túnel do silêncio. (Aliás, o que de mais poderoso existe começou silenciosamente...).

Rubem Alves definiu poeticamente: “No silêncio, abrem-se as portas de um mundo encantado que mora em nós - como no poema de Mallarmé, A catedral submersa, que Debussy musicou. A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. Me veio agora a idéia de que, talvez, essa seja a essência da experiência religiosa - quando ficamos mudos, sem fala. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia, que de tão linda nos faz chorar. Para mim Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também”.

Essa é a nossa atual pedra paradoxal: vivemos a era da comunicação abundante, da informação automática. Pavimentaram-se vertiginosamente as vias de comunicação, mas inversamente pouco caminhamos no sentido de ouvirmos uns aos outros.

É para isto a Crônica de hoje. Para que relembremos a valia da escuta. Quantas divergências poderiam ser transformadas em convergências se nos dispuséssemos a ouvir.

Além do outro, ouçamos também nós mesmos: os apelos da consciência, os sons da alma, a música do coração!

Seja culto: ausculte!


(Por Júnior Bonfim, publicado na edição de hoje do Jornal Gazeta do Centro-Oeste)

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Paulo Nazareno disse:

Che Guevara em certo momento disse: "Para se auscultar o coração do povo, não se usa estetoscópio, se escuta com o coração".