sexta-feira, 1 de outubro de 2010

CORRIGINDO UMA INFORMAÇÃO

Caro amigo Júnior Bonfim,

Há poucos dias, enviei-lhe uma reportagem constando que Frei Betto votaria em Marina e você postou aludida reportagem em seu Blog...

Enviei a mesma matéria à estimada amiga Dulce Freire, que a encaminhou ao próprio Frei Betto, por ser amiga dele.

Frei Betto enviou e-mail à Dulce Freire dizendo que inicialmente havia pensado em apoiar Marina, mas agora está apoindo Dilma.

Remeto-lhe, devidamente autorizado pela amiga Dulce Freire, o comentário de Frei Betto sobre a antiga matéria.

POR QUESTÃO ÉTICA, PEÇO-LHE QUE PUBLIQUE NO SEU BLOG ESTE COMENTÁRIO, ABAIXO, FEITO PELO PRÓPRIO FREI BETTO, um dos seres humanos mais serenos que conheço em minha vida.

Saúde e Paz,

Boaventura Bonfim.

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Boaventura,

ontem, como lhe havia dito, mandei para o Betto o e-mail com aquela matéria de uma tal Agência BOM DIA, de Bauru(?), que você me enviou. A matéria não tinha data, apenas uma vaga "quarta-feira". Por estar na hora do "tirar a limpo", evitando, assim, a confusão na cabeça dos indecisos e dos "enlouquecidos" com tantas notícias fabricadas, vagas, imprecisas - e por aí vai -, foi que enviei para ele.

Da Colombia, onde se encontra, o Betto imediatamente respondeu-me, sem que eu pedisse. Percebeu o "vale-tudo do desespero":

É O VALE-TUDO DO DESESPERO QUE LEVA A ISSO. VOTO DILMA E PODE DIVULGAR A QUEM BEM ENTENDER. BJS
BETTO (ver abaixo)

Como enviei também para ele um outro e-mail com matérias do Emir Sader, posicionando-se sobre a Marina (que te mandarei logo em seguida), também respondeu-me.

Começou dizendo: "É ISSO AÍ DULCE", para, em seguida, afirmar que:

= lamentava a descaracterização da Marina;

= inicialmente, havia pensado em apoiá-la, mas, inclusive por algumas declarações dela, reforçou seu apoio à Dilma;

= prefere dar continuidade ao GOVERNO LULA, que considera o melhor de nossa história, apesar de não corresponder aos seus sonhos de reformas estruturais, sobretudo a agrária.

Creio que está mais do que clara a posição dele.

Abraços para você e sua família. Está chegando a hora de selarmos nosso voto-esperança pela felicidade de nossa gente.
P-esses":

1. pode divulgar para quem você quiser, principalmente para aqueles a quem você enviou a mensagem "Frei Betto vota em Marina";

UM PALHAÇO NO PARLAMENTO

É quase certo que no dia três de outubro os eleitores do estado de São Paulo elegerão um palhaço, literalmente, para ocupar uma cadeira na Câmara dos Deputados, em Brasília. Lá deverá defender os interesses do povo, muito embora o próprio candidato, como ele mesmo afirmou em sua propaganda eleitoral, reconheça desconhecer as atribuições de um parlamentar.

Cogitado como o candidato mais votado de São Paulo, o palhaço Tiririca, cearense, natural da cidade de Itapipoca, vem incomodando os veteranos da política, que, sob o argumento de que sua campanha "afronta à democracia e ridiculariza o parlamento", tentam barrar na Justiça seu direito de concorrer a um mandato eletivo. A Justiça, entretanto, sob o mesmo pálio da democracia, mantém o palhaço firme em sua disputa.

Ora, Tiririca não é uma afronta à democracia, tampouco ridiculariza mais o parlamento do que alguns que nele estão ou que nele pretendem estar. Tiririca é sim uma manifestação escancarada do cenário político brasileiro, caracterizado e assumido: é um palhaço. O que incomoda no candidato é a ousadia de mostrar-se caracterizado, de vestir-se como palhaço, de falar como palhaço, de fazer campanha agindo como palhaço. Tais circunstâncias não o tornam mais desrespeitoso com a população brasileira do que outros candidatos, mas certamente causam mais vergonha alheia.

Tiririca, que em suas propagandas eleitorais limitou-se a fazer piadas e trocadilhos com a eleição sem apresentar uma única proposta sequer, tem tudo para ser o candidato mais votado no estado mais populoso do Brasil. Significa claramente que uma parcela grande deste País desacredita que os representantes do povo possam de fato fazer alguma coisa para dirimir ou diminuir as mazelas sociais, e votam naquele que é mais famoso, mais bonito ou mais engraçado. Significa ainda que a educação não cumpre seu papel de educar e conscientizar, ela simplesmente prepara os indivíduos para permanecerem inertes ao sistema, que obedece a uma lógica absurda e desumana.

Ocupando uma cadeira na Câmara dos Deputados, Tiririca representará uma ferida aberta na honra de todos aqueles que terão que deparar-se constantemente com sua imagem refletida na face caracterizada do palhaço.


Isis Celiane.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

FREI BETO ABANDONA LULA E VIRA ELEITOR DE MARINA

Em visita a Bauru, ex-assessor da presidência critica Bolsa Família e diz que PT perdeu o rumo

Fernando Zanelato
Agência BOM DIA

Ex-assessor especial da Presidência da República durante os dois primeiros anos do governo Lula (2003 a 2005), o teólogo e escritor Frei Betto disse nesta quarta-feira ao BOM DIA, durante uma palestra no Sesc de Bauru, que vai votar na candidata do PV ao Palácio do Planalto em 2010, Marina Silva (PV).

Um possível apoio para a escolhida de Lula, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para sucedê-lo no poder só se dará no segundo turno, ainda assim só no caso da petista disputar com um candidato do PSDB.

“A entrada da Marina no páreo mudou a pauta”, diz Frei Betto, convicto de que a senadora vai ser fundamental para a discussão sobre o futuro do país. “A Marina obriga os candidatos a discutirem o projeto Brasil, sustentabilidade”, completa.

Sobre o presidente Lula, Frei Betto, apesar das críticas contundentes ao governo e ao PT, diz que ainda nutre “uma amizade” por ele, “mas sobre ela nós decidimos não falar em público”.

Quando o assunto é a sucessão estadual em São Paulo, onde o PT pode abdicar de ter candidato próprio para apoiar o deputado federal Ciro Gomes (PSB) – hipótese que Frei Betto acha “provável” –, mais críticas. “É bom porque o Lula tira o Ciro de dividir votos com a Dilma e resolve um problema que o PT não consegue porque não tem ninguém para ser candidato em São Paulo”, ironiza.


Bolsa Família é eleitoreiro

Um dos idealizadores do programa Fome Zero, Frei Betto não poupa palavras duras ao Bolsa Família, principal vitrine do presidente Lula.

“Lamentavelmente o Fome Zero foi criado e destruído pelo próprio governo Lula. O Fome Zero tinha um caráter emancipatório, previa que cada família que nele ingressasse dentro de dois anos estaria em condições de produzir a própria renda”, recorda.

Frei Betto acusa “um grupo no Planalto”, sem dar nomes, de acabar com o Fome Zero e aumentar o Bolsa Família pensando na permanência no poder.

“Esse grupo descobriu que não era interessante manter o Fome Zero e aí maquiou o Bolsa Família, criado pelo governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que mantém as famílias na dependência permanente ao governo e isso em termos de dividendos significa votos”, cutuca.

Sobre o pré-acordo já firmado entre o PT e o PMDB visando as eleições do ano que vem, Frei Betto, que nunca foi filiado a partido político, mais uma vez, atira.

“Eu lamento. Alguém está equivocado nessa história. Lamento que o PT tendo condições de fazer alianças com os movimentos sociais, com a sociedade civil prefira um partido que só tem um objetivo: é governo, sou a favor. Esse é o principio básico do PMDB, com raríssimas exceções”.

Ataques ao MST são armações da elite

Defensor dos movimentos sociais, Frei Betto diz que as manifestações contrárias ao MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) são armações da elite.

Ao comentar o episódio em que o MST invadiu uma fazenda da Cutrale em Borebi, na região de Bauru, e foi acusado de destruir tratores e furtar objetos dos moradores, o escritor dispara.

“Aquilo foi armado por quem denuncia o MST. Eu estou convencido disso. A Cutrale invadiu primeiro, aquelas terras não pertencem a empresa”, fala


Oposição
Perguntado o porquê do PSDB e do DEM não conseguirem fazer oposição ao governo Lula, Frei Betto é taxativo: “Eles continuam perdidos porque não têm base social. Eles têm eleitores, mas não têm sociedade civil organizada”, fala, ressaltando, no entanto, que o PT também perdeu essa característica.

“O PT cometeu o erro de, uma vez no governo, cooptar alguns [movimentos sociais], como a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e a UNE (União Nacional dos Estudantes), que hoje representam mais o governo diante de suas bases do que suas bases diante do governo”.

O único momento de elogio ao governo do presidente Lula é quando comenta as políticas externa e, em parte, a econômica, mesmo assim ressaltando que as grandes reformas – agrária, tributária e política – não saíram do papel.


(Enviado por Boaventura Bonfim)

terça-feira, 28 de setembro de 2010

OBSERVATÓRIO


“O poder não é um antro; é um tablado. A autoridade não é uma capa, mas um farol. A política não é uma maçonaria, e sim uma liça. Queiram, ou não queiram, os que se consagraram à vida pública, até à sua vida particular deram paredes de vidro. Agrade, ou não agrade, as constituições que abraçaram o governo da Nação pela Nação, têm por suprema esta norma: para a Nação não há segredos; na sua administração não se toleram escaninhos; no procedimento dos seus servidores não cabe mistério; e toda encoberta, sonegação ou reserva, em matéria de seus interesses, importa, nos homens públicos, traição ou deslealdade aos mais altos deveres do funcionário para com o cargo, do cidadão para com o país”.


ATUALIDADE

Parecem escritas agora, mas as palavras acima foram proferidas em 1920 pelo notável homem público Ruy Barbosa. Integram a Conferência “A Imprensa e o Dever da Verdade”, que tinha dois objetivos: chamar a atenção da comunidade para a responsabilidade dos meios de comunicação social e contribuir para os serviços de assistência social e educacional prestados por entidades particulares. Os intentos foram alcançados. A renda proveniente da publicação foi revertida em favor do Abrigo dos Filhos do Povo, uma entidade que possuía dez escolas na periferia de Salvador, Capital da Bahia.

ELEIÇÕES

No próximo domingo os brasileiros se dirigirão às urnas para a escolha de quem deverá conduzir, no próximo quadriênio, os destinos da Pátria, dos Governos Estaduais, do Congresso Nacional e das Assembléias Legislativas Estaduais e do Distrito Federal. O ideal é que cada um fizesse a escolha a partir de uma profunda reflexão. No entanto, as campanhas eleitorais progressivamente são contaminadas por baixas contingências gregárias. Uma torrente de emoção sacode, inclusive, as consciências mais sóbrias. Há uma agitação feérica, um fenômeno recorrente de abalo no estado de ânimo das pessoas, majoritariamente provocado pelo incentivo das lideranças. Nessa ambiência de incontrolável efervescência, há muita perda de referência. Qual o verdadeiro significado da representação popular? Para que serve o poder?

A CONJUNTURA ATUAL

Embalados pelos bons ventos da situação econômica que o País experimenta, a maioria do povo parece anestesiada. Idolatra o Presidente da República e pronto. Há uma verdadeira veneração ao Chefe do Governo. Sua trajetória singular o alçou à condição de mito. É como se fosse um homem que pairasse acima do reino do bem ou do império da maldade. Salvo diminutas exceções que confirmam a regra, todo mundo se entregou à sauna do individualismo e fazendo vistas grossas às mazelas públicas. Veja-se o caso de Erenice Guerra.

ERENICE

Erenice Guerra foi escolhida para substituir Dilma Rousseff como ministra por ser pessoa da estrita confiança da ex-chefe da Casa Civil. A imprensa provou que o coração do governo era, sob os auspícios da ministra, um balcão de negócios. Fábrica de nepotismo. A reação de Erenice foi agressiva: negou peremptoriamente. Incontinenti, mais graves evidências eclodiram. Sua situação ficou insustentável. Foi obrigada a pedir para sair. A denúncia deixou o Presidente possesso. Não com os malfeitores, mas com a imprensa que descobriu o malfeito. E, em gesto de descontrole pouco recomendável, acusou os meios de comunicação que divulgaram o episódio de ‘mídia golpista’.

A IMPRENSA

Todo mundo sabe que essa mesma imprensa denunciou recentemente problemas na obra do rodoanel e do metrô de São Paulo, sob o governo tucano. Igualmente deu ampla publicidade ao mensalão de Brasília que culminou com a derrocada de José Roberto Arruda, governador pelo DEM. ‘A imprensa’, dizia Rui Barbosa, ‘é a vista da Nação. Por ela é que a Nação acompanha o que lhe passa ao perto e ao longe, enxerga o que lhe malfazem, devassa o que lhe ocultam e tramam, colhe o que lhe sonegam, ou roubam’. Essa sempre foi a essência do papel da imprensa: fiscalização permanente do exercício do poder. Na oposição, o PT aplaudia essa postura crítica; na situação, defenestra.

O PRESIDENTE

O que ocorre é que o Presidente, ego inflado por índices estratosféricos de popularidade, despreza valores caros à democracia e aos princípios republicanos. Desce da condição de estadista para a de cabo eleitoral. É um militante assanhado que reage raivosamente a qualquer provocação. Revela enorme dificuldade de conviver com pensamentos contrários ao seu. Isso é lamentável. Pior: a correção procedimental é posta em segundo plano. Se a economia vai bem, se muita gente melhorou de vida, que se dane a ética, a moral e os bons costumes. Há uma verdadeira banalização da moralidade pública. Segundo Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT, “na certeza da impunidade, Lula já não se preocupa mais nem mesmo em valorizar a honestidade. É constrangedor...”

PARA REFLETIR

“A liberdade não foi conquistada apenas para os que "informam corretamente", mas também para os que, na opinião desse ou daquele presidente da República, não informam tão corretamente assim. Se um jornal quiser assumir uma postura militante, de cabo eleitoral histérico, e, mais, se quiser não declarar que faz as vezes de cabo eleitoral, o problema é desse jornal, que se arrisca a perder credibilidade. O problema é dele, só dele, não é do governo. (...) Não cabe ao Executivo, ao Legislativo ou ao Judiciário definir o que é "informação correta". Isso é prerrogativa do cidadão e da sociedade. Que setores da sociedade protestem contra esse ou aquele jornal faz parte da vida democrática. Às vezes, é bom. Pode ser profilático. Agora, que o governo emule, patrocine ou encoraje esses movimentos é no mínimo temerário. (...) A pessoa do presidente tem direito de se irritar com o noticiário. Tem até o direito de processar jornalistas. Mas o chefe de Estado não deveria semear o ódio, conclamando o povo a "derrotar" órgãos de imprensa”. (Eugênio Bucci, no artigo Um pingo de serenidade)



(Publicado na edição de hoje do Jornal Gazeta do Centro Oeste, Crateús, Ceará)

ESCOLA - ESPAÇO DE PRAZER


Rubem Alves ensina que “há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas”.

E faz, com a maestria de prestidigitador de palavras, a sutil distinção:

“Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.

Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado”.

É induvidoso que vivemos uma crise no nosso sistema de ensino. Décadas atrás o profeta da educação libertadora, Paulo Freire, já diagnosticava que “um dos grandes pecados da escola é desconsiderar tudo com que a criança chega a ela. A escola decreta que antes dela não há nada.” Conceituou isso como “educação bancária”. Era como se o professor fosse preenchendo com seu saber a cabeça vazia de seus alunos; depositava conteúdos, como alguém deposita dinheiro num banco.

Janusz Korczak, diretor de um abrigo para crianças e adolescentes em Varsóvia, na Polônia, costumava dizer: “Vocês, professores, me dizem que é muito difícil ensinar às crianças. Estou de acordo. E vocês dizem também que é muito difícil descer às crianças. Estou em desacordo. O que é muito difícil é subir ao nível de sensibilidade e de curiosidade das crianças, ficar na ponta dos pés, falar brandamente para não machucá-las”. Esse é o grande desafio das escolas: preparar os seus profissionais para subirem ao nível das crianças.

Porém, a par desse enorme quadro de dificuldades e desafios, há experiências e exemplos de unidades educacionais, tanto no sistema público quanto na esfera privada, que nos reanimam na crença de que é possível fazer da escola um ambiente prazeroso. Vulcão motivador. Lócus de alegria, parque de emoção, força livre das amarras da “grade curricular”.

Na semana antepassada recebi, dos confrades Lourival Veras e Flávio Machado, uma comunicação que dizia: “O Colégio Vitória convida os membros da Academia de Letras de Crateús para uma amostra cultural e exposição científica”. O convite estampava: DIA DA CIÊNCIA E DA CULTURA – Uma noite mágica na qual nossos pesquisadores irão abordar de forma clara e científica duas grandes temáticas: Consciência Ambiental, Memória de Crateús. Você é nosso convidado. Dia 24 de Outubro, às 18:00, no Colégio Vitória.

Por razões profissionais estive impossibilitado de comparecer. Soube que o evento foi exitoso. Dentre as atividades desenvolvidas, houve destaque para os escritores locais, que foram homenageados pelos alunos através da socialização de informações a respeito da vida e obra daqueles conterrâneos que se dedicam à arte de revisitar a fonte do código escrito.

Tive informação que a Escola Sônia Burgos também está elaborando um Projeto similar, envolvendo a Academia de Letras de Crateús (ALC), a Sociedade Amigos da Biblioteca Norberto Ferreira Filho (SABi) e o Sindicato de Professores.

Ações desse naipe configuram valiosa contribuição à alma sedenta, fermento biológico para a massa encefálica cultural, pão farto na mesa humana carente de alimentos ao espírito.

É essencial que os educadores tenham sempre em mente a relevância de estimular a criatividade. A leitura, ao invés de uma carga ou obrigação, há que ser um deleite, abraço dialógico entre escritor e leitor. E que dessa sinergia interativa surja algo novo: a construção do ideário próprio de quem nela mergulhou.

Mais do que nunca é imperioso reposicionarmos a prateleira dos valores, mantermos a irmandade com as coisas permanentes, voltarmos os olhos ao imorredouro.

Aos pais, principalmente, nunca é demais recordar: dêem aos filhos asas no lugar de gaiolas, educação no lugar de metal.

Como assentou Joel Alves Bezerra: “Dai ao teu filho fortuna ao invés de educação e, quando partires, tudo o que conseguistes será dissipado. Dai ao teu filho educação ao invés de fortuna e, quando partires, tudo o que conseguistes será multiplicado”.

(Publicado na edição de hoje do Jornal Gazeta do Centro Oeste, Crateús, Ceará)

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

VISITE O NOVO SITE DA REVISTA GENTE DE AÇÃO


http://www.gentedeacao.com.br/

AMANHÃ É DIA DE MAIS UMA EDIÇÃO DO JORNAL GAZETA DO CENTRO-OESTE!

SERTANEJA, SIM SENHOR!


Sabia que era arisco

Aquele fogoso alazão.

Resolvi correr o risco,

Sem medo de ir ao chão.

Peguei chicote e espora

Montei no bicho na hora

Sem medo ou indecisão.

*

Ele quis titubear,

Mas cutuquei do meu jeito.

Peguei firme nas rédeas,

Pois me achei no direito.

E sob o meu comando

Obedecendo meu mando,

Ele foi quase perfeito...

*

Inda quis se rebelar,

Mas de nada adiantou.

De seus movimentos bruscos

Minha mão se encarregou.

Foi feliz na maratona,

Mostrei quem era a dona.

E ele se conformou.

*

Do que compro e pago caro,

Retorno eu sempre quero.

A manha, birra e coice,

De fato eu não tolero.

Do cavalo eu não caio

Só tenho medo de raio,

No resto eu acelero.

*

Bicho que eu não domino,

Confesso não dou guarida,

O meu sangue nordestino

É que me faz aguerrida.

Eu só não sou cangaceira,

Por ser metida a faceira,

Porém sou bem atrevida. *


Texto: Dalinha Catunda

domingo, 26 de setembro de 2010

EM EDITORIAL, JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO DECLARA APOIO A JOSÉ SERRA


EDITORIAL: O MAL A EVITAR


A acusação do presidente da República de que a Imprensa "se comporta como um partido político" é obviamente extensiva a este jornal. Lula, que tem o mau hábito de perder a compostura quando é contrariado, tem também todo o direito de não estar gostando da cobertura que o Estado, como quase todos os órgãos de imprensa, tem dado à escandalosa deterioração moral do governo que preside. E muito menos lhe serão agradáveis as opiniões sobre esse assunto diariamente manifestadas nesta página editorial. Mas ele está enganado. Há uma enorme diferença entre "se comportar como um partido político" e tomar partido numa disputa eleitoral em que estão em jogo valores essenciais ao aprimoramento se não à própria sobrevivência da democracia neste país.

Com todo o peso da responsabilidade à qual nunca se subtraiu em 135 anos de lutas, o Estado apoia a candidatura de José Serra à Presidência da República, e não apenas pelos méritos do candidato, por seu currículo exemplar de homem público e pelo que ele pode representar para a recondução do País ao desenvolvimento econômico e social pautado por valores éticos. O apoio deve-se também à convicção de que o candidato Serra é o que tem melhor possibilidade de evitar um grande mal para o País.

Efetivamente, não bastasse o embuste do "nunca antes", agora o dono do PT passou a investir pesado na empulhação de que a Imprensa denuncia a corrupção que degrada seu governo por motivos partidários. O presidente Lula tem, como se vê, outro mau hábito: julgar os outros por si. Quem age em função de interesse partidário é quem se transformou de presidente de todos os brasileiros em chefe de uma facção que tanto mais sectária se torna quanto mais se apaixona pelo poder. É quem é o responsável pela invenção de uma candidata para representá-lo no pleito presidencial e, se eleita, segurar o lugar do chefão e garantir o bem-estar da companheirada. É sobre essa perspectiva tão grave e ameaçadora que os eleitores precisam refletir. O que estará em jogo, no dia 3 de outubro, não é apenas a continuidade de um projeto de crescimento econômico com a distribuição de dividendos sociais. Isso todos os candidatos prometem e têm condições de fazer. O que o eleitor decidirá de mais importante é se deixará a máquina do Estado nas mãos de quem trata o governo e o seu partido como se fossem uma coisa só, submetendo o interesse coletivo aos interesses de sua facção.

Não precisava ser assim. Luiz Inácio Lula da Silva está chegando ao final de seus dois mandatos com níveis de popularidade sem precedentes, alavancados por realizações das quais ele e todos os brasileiros podem se orgulhar, tanto no prosseguimento e aceleração da ingente tarefa - iniciada nos governos de Itamar Franco e Fernando Henrique - de promover o desenvolvimento econômico quanto na ampliação dos programas que têm permitido a incorporação de milhões de brasileiros a condições materiais de vida minimamente compatíveis com as exigências da dignidade humana. Sob esses aspectos o Brasil evoluiu e é hoje, sem sombra de dúvida, um país melhor. Mas essa é uma obra incompleta. Pior, uma construção que se desenvolveu paralelamente a tentativas quase sempre bem-sucedidas de desconstrução de um edifício institucional democrático historicamente frágil no Brasil, mas indispensável para a consolidação, em qualquer parte, de qualquer processo de desenvolvimento de que o homem seja sujeito e não mero objeto.

Se a política é a arte de aliar meios a fins, Lula e seu entorno primam pela escolha dos piores meios para atingir seu fim precípuo: manter-se no poder. Para isso vale tudo: alianças espúrias, corrupção dos agentes políticos, tráfico de influência, mistificação e, inclusive, o solapamento das instituições sobre as quais repousa a democracia - a começar pelo Congresso. E o que dizer da postura nada edificante de um chefe de Estado que despreza a liturgia que sua investidura exige e se entrega descontroladamente ao desmando e à autoglorificação? Este é o "cara". Esta é a mentalidade que hipnotiza os brasileiros. Este é o grande mau exemplo que permite a qualquer um se perguntar: "Se ele pode ignorar as instituições e atropelar as leis, por que não eu?" Este é o mal a evitar.

(Publicado na edição deste domingo)

OUTRO COMENTÁRIO SOBRE O "TIRIRICA"

Meu caro Júnior Bonfim:

Quantos homens de qualidade estão se dispondo a disputar cargos eletivos?

São poucos.

Em meio à despolitização, abre-se um imenso vácuo para certos personagens. Não são folclóricos. São espertos. Não têm nada a oferecer, mas usam o fato de serem muito conhecidos para puxar votos. Um deles é cearense. Chama-se Tiririca. É candidato a deputado federal por São Paulo pelo PR.

O partido parece ter percebido que o palhaço pode se tornar um puxador de votos e deu-lhe a legenda e o melhor número (2222). Tiririca já virou um sucesso na internet e está na lista mundial de menções no twitter.

Vejam a seguir a sua plataforma eleitoral: “Vote no Tiririca. Pior que tá não fica”. Outra: “Mais um motivo para reclamar da política no Brasil, Tiririca se elegendo”. Mais uma: “O que faz um deputado federal? Na realidade, não sei, mas vote em mim que eu te conto”.

Em breve, teremos o deputado federal Tiririca, de terno e gravata a perambular pelos corredores do Congresso. Será mais um. Pelo menos é um palhaço legítimo e se apresenta como tal. Não engana ninguém.

Tudo isso que acontece dentro e fora do parlamento brasileiro é o simples reflexo das nossas ações aqui fora, se tivessemos nos policiado a respeito de algumas promoções que vem acontecendo isso poderia não está acontecendo; ora, o que dizer de um Deputado Estadual que teve seu assessor preso com dólar na cueca e a posterior foi promovido a deputado Federal?

Será se o Tiririca é realmente um palhaço? Será se nós não estamos fazendo da maior festa da democracia brasileira um momento de palhaçada, não pelo simples motivo de eleger o Tiririca, mas pelo fato de eleger aqueles que nos fazem de palhaço?

Pelo menos ele é autentico enquanto outros se escondem atrás de gravata para nos fazer de coadjuvante dessa palhaçada.

Abraço:

Vieira