sexta-feira, 10 de junho de 2011

RAPHAEL HERBSTER E MARÍLIA FAÇANHA


Quem sobe ao altar do matrimônio na noite de hoje é o meu amigo Raphael Herbster, que permutará aliança com a advogada Marília Façanha, da qual se enamorou há alguns pares de janeiros.

Raphael é uma figura leve e agradável. Veloz e imprudente na fala, é calmo e prudente em se tratando das decisões essenciais da vida.

Desejo-lhe sucesso nesta nova etapa da sua caminhada existencial.

Raphael é um bom amigo e me faz lembrar a frase de Shakespeare: "bons amigos são a família que nos permitiram escolher."


A propósito, segue a íntegra da Mensagem do grande poeta e dramaturgo inglês:


Depois de algum tempo você aprende a diferença,
a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma.

E você aprende que amar não significa apoiar-se.
E que companhia nem sempre significa segurança.

Começa a aprender que beijos não são contratos e que presentes não são promessas.
Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante,
com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

Aprende a construir todas as suas estradas no hoje,
porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos,
e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.
E aprende que, não importa o quanto você se importe,
algumas pessoas simplesmente não se importam…

E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa,
ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.

Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.

Descobre que se leva anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la…
E que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida.

Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.

E o que importa não é o que você tem na vida,
mas quem você tem na vida.

E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos de mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam…
Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa,
ou nada, e terem bons momentos juntos.

Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa…
por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas;
pode ser a última vez que as vejamos.

Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós,
mas nós somos responsáveis por nós mesmos.

Começa a aprender que não se deve comparar com os outros,
mas com o melhor que pode ser.

Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser,
e que o tempo é curto.

Aprende que não importa onde já chegou, mas para onde está indo…
mas, se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve.

Aprende que, ou você controla seus atos, ou eles o controlarão…
e que ser flexível não significa ser fraco, ou não ter personalidade,
pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação,
sempre existem, pelo menos, dois lados.

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer,
enfrentando as conseqüências.

Aprende que paciência requer muita prática.

Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai
é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve
e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou.

Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.

Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens…
Poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva,
mas isso não te dá o direito de ser cruel.

Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame
não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode,
pois existem pessoas que nos amam,
mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.

Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém…
Algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo.

Aprende que com a mesma severidade com que julga,
você será em algum momento condenado.

Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido,
o mundo não pára para que você o conserte.

Aprende que o tempo não é algo que possa voltar.
Portanto, plante seu jardim e decore sua alma,
em vez de esperar que alguém lhe traga flores.

E você aprende que realmente pode suportar…
que realmente é forte,
e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.
E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!

Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem
que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar.

Willian Shakespeare

quinta-feira, 9 de junho de 2011

"A CADA 1 MINUTO DE TRISTEZA PERDEMOS A OPORTUNIDADE DE SERMOS FELIZES 60 SEGUNDOS"!

Meu pai está com Alzheimer. Logo ele, que durante toda vida se dizia 'o Infalível'. Logo ele, que um dia, ao tentar me ensinar matemática, disse que as minhas orelhas eram tão grandes que batiam no teto. Logo ele que repetiu, ao longo desses 54 anos de convivência, o nome do músculo do pescoço que aprendeu quando tinha treze anos e que nunca mais esqueceu: esternocleidomastóideo.

O diagnóstico médico ainda não é conclusivo, mas, para mim, basta saber que ele esquece o meu nome, mal anda, toma líquidos de canudinho, não consegue terminar uma frase, nem controla mais suas funções fisiológicas, e tem os famosos delírios paranóicos comuns nas demências tipo Alzheimer.

Aliás, fico até mais tranqüilo diante do 'eu não sei ao certo' dos médicos; prefiro isso ao 'estou absolutamente certo de que.....', frase que me dá arrepios.

E o que fazer... para evitarmos essas drogas?

Lendo muito, escrevendo, buscando a clareza das idéias, criando novos circuitos neurais que venham a substituir os afetados pela idade e pela vida 'bandida'. Meu conselho: é para vocês não serem infalíveis como o meu pobre pai; não cheguem ao topo, nunca, pois dali só há um caminho: descer. Inventem novos desafios, façam palavras cruzadas, forcem a memória, não só com drogas (não nego a sua eficácia, principalmente as nootrópicas), mas correndo atrás dos vazios e lapsos. Namorem muito, amem, apaixonem-se, casem, descasem(mas não vivam infelizes). Eu não sossego enquanto não lembro do nome de algum velho conhecido, ou de uma localidade onde estive há trinta anos. Leiam e se empenhem em entender o que está escrito, e aprendam outra língua, mesmo aos sessenta anos. Coloquem a palavra FELICIDADE no topo da sua lista de prioridades: 7 de cada 10 doentes nunca ligaram para essas 'bobagens' e viveram vidas medíocres e infelizes - muitos nem mesmo tinham consciência disso. Mantenha-se interessado no mundo, nas pessoas, no futuro. Invente novas receitas, experimente (não gosta de ir para a cozinha? Hum...Preocupante!). Lute, lute sempre, por uma causa, por um ideal, pela felicidade. Parodiando Maiakovski, que disse 'melhor morrer de vodca do que de tédio', eu digo: melhor morrer lutando o bom combate do que ter a personalidade roubada pelo Alzheimer.

Dicas para escapar do Alzheimer:


- use o relógio de pulso no braço direito;
- escove os dentes com a mão contrária da de costume;
- ande pela casa de trás para frente; (vi na China o pessoal treinando isso num parque);
- vista-se de olhos fechados;
- estimule o paladar, coma coisas diferentes; (conheço tanta gente que só quer comer a mesma coisa)
- veja fotos de cabeça para baixo;
- veja as horas num espelho;
- faça um novo caminho para ir ao trabalho.


A proposta é mudar o comportamento rotineiro!

Tente, faça alguma coisa diferente com seu outro lado e estimule o seu cérebro.. Vale a pena tentar!


(Roberto Goldkorn é psicólogo e escritor)

ASSEMBLÉIA DA ACADEMIA DE LETRAS DE CRATEÚS

Caros colegas da ALC,

Está se aproximando a data de nossa assembleia. Vai ser sabado proximo, dia 11, em nossa sede, as 15 HORAS.

Vamos avisar e mobilizar todos os colegas para estarem presentes. é importante estarmos todos decidindo os rumos de nossa Academia.

Gostaria de lembrar ao colegas que estão responsaveis pelos contatos com os convidados a virem integrar nossa Arcádia para providenciarem o quanto antes os itens exigidos como pré-requisitos para o ingresso, ou seja: curriculo pessoal, memorial do patrono e copia de obra.

O material deve ser entregue até sexta, dia 10 na sede.

Saudações literárias

Elias de França
Presidente

PALOCCI SALVA MUAMBEIRO DE IR PARA A CADEIA

Palocci ainda estava ministro da Casa Civil, quando foi invocado como a principal alegação de um sacoleiro em processo por crime de descaminho, numa audiência na 7ª Vara Federal Criminal de São Paulo, na manhã desta terça-feira (7/6).

O réu era duramente denunciado pelo representante do Ministério Público pela irregular importação de muambas no valor de pouco mais de R$ 12 mil. Eis senão quando, ao ser interrogado, o muambeiro reclama que está sendo injustiçado: "Pois o Palocci fez coisas bem pior e teve suas vultosas consultorias arquivadas pelo procurador-geral da República", lamenta.

Pairou na sala de audiências um pesado e constrangedor silêncio até que o ilustre representante do Ministério Público Federal, com um misto de ironia e vergonha, informou que na rede interna do parquet todos exclamavam que "o Gurgel ‘brindeirou’ geral" (para os mais jovens vale esclarecer que a neologismo é uma referência a Geraldo Brindeiro, o procurador-geral da República no governo Fernando Henrique Cardoso que entrou para a história com o singelo epíteto de "engavetador geral").

E continuou o nobre procurador a dizer que depois da "brindeiragem" de Gurgel cresceu na comunidade a torcida para que a candidata Ella Wiecko venha a ocupar a cadeira de procurador-geral em substituição ao próprio, que está em fim de mandato. Gurgel é candidatíssimo a ficar no posto — a lei permite a recondução —, daí sua intenção de agradar quem nomeia o procurador-geral com sua atuação no caso Palloci. Mas segundo a interpretação do procurador, o tiro do Gurgel saiu pela culatra.

Depois desse forrobodó nos debates orais, o membro do MPF pediu a absolvição do muambeiro, no que foi prontamente atendido pelo juiz.

(Fonte: CONJUR)

quarta-feira, 8 de junho de 2011

POSSE NA MAÇONARIA


Caro Júnior Bonfim,


Ficamos-lhe gratos pelo convite para Solenidade de Posse do Grão Mestre José Anízio de Araújo, e de sua Posse de Grão Mestre Adjunto, da Assembleia Estadual Legislativa Maçônica, do Grande Oriente do Brasil, no Ceará.

Sua honrosa investidura para exercer o múnus de Grão Mestre Adjunto é motivo de alegria toda a nossa família e, indubitavelmente, para todos os crateuenses.

Sua escolha como dignitário da Maçonaria, no Ceará, afigura-se-nos apenas em reconhecimento do seu intrínseco valor de pessoa verdadeiramente humana.

Continue a palmilhar o caminho da fraternidade, praticando a Reta Ação (ação sem espera de recompensa) e seguindo a Lei Geral que rege o Universo.

Parabéns, extensivos a toda a sua abençoada família.



Saúde e Paz,



Fortaleza (CE), 7 de junho de 2011.



Boaventura Bonfim e Família.

CONJUNTURA NACIONAL

Idôneo, o comandante

Em certa cidade fluminense, o chefe local era um monumento de ignorância. A política era feita de batalhas diárias. Um dia, o chefe político recebeu um telegrama de Feliciano Sodré, que presidia o Estado:
- Conforme seu pedido, segue força comandada por oficial idôneo. O coronelão relaxou e gritou para a galera que o ouvia:
- Agora, sim, quero ver a oposição não pagar imposto: a força que eu pedi vem aí. E quem vem com ela é o comandante IDÔNEO.
(Historinha contada por Leonardo Mota, em Sertão Alegre)

A análise Swot

Procuremos adaptar a análise Swot para o caso Palocci. Após essa análise, talvez se possa fa-zer apreciação mais adequada da decisão da presidente em tirar o ministro Palocci da equipe. Não procederemos a uma análise rigorosa, mas tão somente à rápida aplicação das questões: forças (streghts), fraquezas (weaknesses), oportunidades (opportunities) e ameaças (threats).

Forças

Antonio Palocci foi um ministro bem conceituado nos mais variados conjuntos das forças pro-dutivas. Médico, ex-prefeito, como ministro da economia do primeiro ciclo do governo Lula, saiu-se muito bem, sendo respeitado pela maneira como soube aprofundar os eixos iniciados pelo governo FHC. Domina bem a matéria econômica. E os partidos da base o preferiam a ou-tros, mesmo que não tenha correspondido aos seus pleitos e demandas. Antes de cair, sinali-zava com a esperança de que, mais cedo ou mais tarde, os partidos seriam contemplados. Conservava o apoio de forças do mercado.

Fraquezas

Atingido pela segunda vez - a primeira foi por conta do caseiro Francenildo - Palocci abriu um flanco nos próprios costados do governo Dilma. Como demorou bastante a se explicar, colabo-rou diretamente para espanar a fumaça pelo ambiente político. Sai do governo deixando no ar muitas interrogações. Não disse que consultorias prestou, quais os clientes e quanto ganhou de cada um, etc.. Ou seja, fez uma defesa genérica. Coisa que poderia ter feito no dia seguinte à denúncia de multiplicação do patrimônio. Para complicar sua situação, veio à tona a informação de que mora em apartamento em nome de um laranja. Ou seja, mais fumaça chegou aos ares. E passou a ser objeto de fogo amigo. Isso contribuiu para a queda.

Oportunidades

O governo Dilma deveria aproveitar a saída de Palocci para reformular o modelo de gestão, de forma a estreitar a articulação com a esfera política, considerada, hoje, muito frágil. A perma-nência de Palocci dificultaria tal possibilidade, na medida em que o ministro passou (e ainda passará) bom tempo no corredor da suspeita e da dúvida. Teria ele a mesma independência, ficando no governo? Não. Seria compelido a atender aos pleitos dos atores políticos. O governo Dilma, ao tirá-lo do Ministério, marca presença da autoridade, atenuando a especulação de que é tutelada todo tempo pelo ex-presidente Lula.

Ameaças

A saída de Palocci pode fechar o tempo na frente das relações com a área política. Mas isso vai depender da nova ministra, a senadora Gleisi Hoffmann. A substituição de Palocci por um qua-dro sem muito traquejo na esfera política terá o condão de fechar ainda mais as comportas congressuais? Será que o governo terá forças para fazer a reformulação que pretende no Có-digo Florestal? Gleisi participou de debates quentes e recentes no plenário do Senado. Pode vir a ser questionada pelas oposições. Por outro lado, cessa o processo de deterioração da imagem governamental. Imagem que, segundo se sabe, passou a se corroer em grandes centros urbanos. Pesquisa que teria sido feita em São Paulo aponta para uma queda de 15 pontos per-centuais na avaliação positiva do governo. A lua de mel com o Palácio do Planalto acaba e se abre um novo ciclo.

PMDB, o mais forte

O caso Palocci joga mais forças nos braços do PMDB. Que tem apresentado uma unidade nunca vista, nem nos tempos do velho Ulysses. Michel Temer, o vice-presidente da República, é o centro da convergência peemedebista.

"Não sou Deus, mas posso ser"

Tertuliano, maníaco religioso, batina cinzenta adornada de cores berrantes, terços e escapulá-rios, e conhecido pelos "repentes". Costumava recitar:

"O ano tem doze mês,
O dinheiro é quem faz guerra,
Adão foi feito de terra,
Não se morre duas vez;
Um reinado com dois reis
Não houve nem há de haver,
O homem não tem poder
De fazer outro feliz :
Como é que este bruto diz :
- Não sou Deus, mas posso ser ?"

PSD já nasce gordo

O PSD, partido que está sendo criado pelo prefeito Gilberto Kassab, já tem, a essa altura, o compromisso de ingresso de 50 deputados Federais. A janela aberta pelo TSE, que deu 30 dias para migração partidária, sem punição aos migrantes, consolida a gordura da sigla. Kassab espera obter as 500 mil assinaturas necessárias para a formalização do partido até o final de agosto.

O papel de Lula

Luiz Inácio está com a corda toda. Quer ir, já, já, para as ruas. Não se conforma de ser mero observador da cena política. Quer participar. Iria a Brasília esta semana, mas foi desaconse-lhado a viajar. Sua ida à capital Federal há dias não fez bem à imagem do governo Dilma. Lula pode querer ajudar, mas deve entender que a presidente precisa ganhar a confiança social. E esse desafio carece de um estilo próprio de governo. Sem tutelas que possam sugerir interfe-rências do ex-presidente na condução do país. Será que Lula concordou com a saída de Palocci?

O papel da mídia

Não adianta querer culpar a mídia pela crise. Aqui e ali aparecem maldosos comentários de que a mídia está fabricando uma crise. Que besteira. A mídia abre espaços para o que vê e apura. Quem vê a imprensa como golpista tem cegueira na cabeça.

Ser fita

"Deus me perdoe, se é pecado,
Mas eu queria ser fita
Só para andar na cintura
Duma cabocla bonita."
(Do Cancioneiro nordestino)

Cenário paulistano

Gabriel Chalita é o primeiro candidato indicado para disputar a prefeitura da maior capital do país, São Paulo. Foi recebido pelo PMDB em grande festa, semana passada, na Assembleia Paulista. Ele e Paulo Skaf, presidente da FIESP, são os nomes que abrem o processo de reno-vação do partido no maior colegiado eleitoral do país. Pesquei a informação de que o presidente da OAB/SP, Luiz Flávio Borges D'Urso está sendo convidado pelo presidente do PTB, deputado Campos Machado, a ser o candidato do partido para a prefeitura. D'Urso tem discurso denso e poderá dar uma boa contribuição ao debate político, a partir das bandeiras da Justiça e da Cidadania, que cobrem o seu dia a dia. Fala-se, ainda, em Bruno Covas, o neto do governador Mário. Que poderia sair pelo PSDB. Todos vestindo o manto da renovação. Coisa para a democracia brasileira.

Governo é solidário

Atenção, tomadores e prestadores de serviço. O TST ratifica, em súmula, uma posição que serve para moralizar a área de prestação de serviços. Se houver inadimplência do prestador de serviços - por quaisquer motivos - o tomador governamental deverá arcar também com o ô-nus. Ou seja, acabará no colo do órgão público eventuais compromissos com os contingentes terceirizados. Essa situação é típica de serviços contratados a preços inexequíveis, baixos, co-brados por prestadores inidôneos. O alerta está dado.

Certidão negativa

Mais um alerta na área dos serviços. O Senado aprovou projeto de lei que exige das empresas que participarem de licitações públicas a apresentação de uma certidão negativa de débitos trabalhistas. O documento seria emitido on-line pela Justiça do Trabalho para comprovar a ausência de dívidas com os empregados - desde que estejam apuradas em decisões judiciais transitadas em julgado. E condiciona o recebimento de benefícios fiscais à apresentação da certidão, que teria validade de 180 dias. Projeto agora irá a plenário. Aprovado, será encami-nhado à sanção presidencial.

JK?

Anos de chumbo grosso. Tempos magros, época de fechadura braba. Falar em Juscelino era, no mínimo, pecado mortal. Mudança das placas dos carros, as chamadas alfanuméricas. A Câmara Municipal de Diamantina oficia ao Contran solicitando as letras JK para as placas dos carros do município, "como uma forma de homenagear o grande estadista John Kennedy". O Contran não atende. Um conterrâneo de Juscelino desabafa:
- Esse pessoal do Conselho deve ser republicano, eleitor do Nixon.
(Historinha de Zé Abelha)

Basta o essencial

"Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora. Tenho muito mais passado do que futuro. Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, chupo displicente, mas percebendo que faltam poucas. Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, co-biçando seus lugares, talentos e sorte. Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos. As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa... Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade... Quero caminhar perto de coisas e pessoas de verdade. O essencial faz a vida valer a pena. E para mim, basta o essencial."
(Anônimo na multidão)

Conselho à presidente Dilma

Esta coluna dedica sua última nota a pequenos conselhos a políticos, governantes e líderes nacionais. Na última coluna, o espaço foi destinado ao ministério da Justiça. Hoje, sua atenção se volta à presidente Dilma Rousseff:
1. Presidente, aproveite a saída do ministro Palocci para fazer uma reformulação profunda na área de articulação com a esfera política.
2. Faça um exame dos pontos positivos e negativos do caso Palocci, uma leitura das ameaças e oportunidades que advirão. E oriente a nova ministra Gleisi Hoffmann para abrir um novo ciclo, que deve ser inspirado em princípios de franqueza, transparência, lealdade e compromissos.
3. Converse com o ex-presidente Lula sobre as inconveniências de presença (dele) no palco da administração. Abra ampla e urgente interlocução com líderes e partidos da base.

(Gaudêncio Torquato)

terça-feira, 7 de junho de 2011

POLÍTICA & ECONOMIA NA REAL

O vício está na origem


A decisão do procurador-Geral da República de arquivar as quatro representações da oposição contra Palocci deu uma sobrevida, talvez até uma vida longa, ao chefe da Casa Civil. Deu também o argumento que o presidente da Câmara, Marco Maia, necessitava para anular a convocação de Palocci para depor na Comissão de Agricultura sem parecer demasiado parcial. A insistência de Dilma em ficar com Palocci, apesar das pressões até de partidos aliados, tem outra razão que a simples solidariedade e o respeito à presunção de inocência do ministro : as dificuldades para encontrar alguém que o substitua com as características que foram imputadas a ele quando de sua escolha - ao mesmo tempo um eficiente gerente e um hábil articulador político. Assim, sem Palocci o governo ficaria manco, pois Dilma também tem características especiais que não a deixam ocupar os espaços que foram designados para o ministro da Casa Civil. Com Palocci baleado em campo (a confusão não vai amainar tão cedo, mesmo agora com o parecer de Roberto Gurgel) ou sem ele, no entanto, o governo continuará com problemas em seus espaços políticos, pois a confusão não nasceu com a decadência política do ministro. Está na origem do governo. O caso Palocci apenas explicitou o que já estava latente. O governo Dilma é politicamente arrevesado.


O grande equívoco


O pecado original foi a crença de Lula - depois abraçada de forma obediente pelo PT e seus aliados - de que seria possível botar na presidência da República, cargo eminentemente político, uma pessoa de perfil gerencial, sem gosto e paciência para as negociações que a política exige - as boas e, no Brasil, as más. O arranjo foi terceirizar essa função, deixando-se um pedaço dela para o ministro da Casa Civil, outro tanto para o ministro das Relações Institucionais e, ainda, algumas funções para o ministro Secretário Geral da presidência. Lula teve todo esse aparato, mas todos os seus auxiliares nesta linha eram, por assim dizer, "subintelocutores" dos políticos, dos empresários, dos sindicalistas, das ONGs. Quem fazia a interlocução real era ele mesmo, Lula, o animal político por natureza que tinha a caneta e o poder de decisão.


Linha torta


Como nem Palocci (o "primeiro ministro"), nem Luiz Sérgio e nem Gilberto Carvalho tinham força para fazer acontecer o que conversavam e acertavam, uma vez que dependiam da palavra final de Dilma, as relações políticas do governo ficaram capengas. Antes de estourar o caso Palocci, a insatisfação com o Planalto no Congresso, nos partidos aliados, já era imensa. Explodiu no episódio do Código Florestal, mas teria explodido também em outra votação na Câmara e no Senado mais tarde. Com ou sem consultorias do ministro, diga-se. É insatisfação que já atingia ministros, dirigentes de estatais e até gente de fora do governo.


Assim sendo...


Com Palocci totalmente reabilitado ou com ele fora do governo, a crise política que cerca o governo Dilma, fato negado inicialmente e agora classificado como um "problema do ministro", não vai embora. Ela fica, instalada no Planalto. O que terá de ser feito é reformular politicamente o governo, não apenas trocar de nomes. E esta reformulação implica que Dilma assuma as funções presidenciais em sua plenitude, como uma entidade política. Inclusive com paciência para a "micropolítica". Há muito urubu rondando o telhado...


Os nomes para a Casa Civil


As especulações para a substituição de Palocci, e que ainda estão no ar, gravitam em torno da ministra do Planejamento Miriam Belchior que, por sua vez, seria substituída por Paulo Bernardo no Planejamento e Graça Foster, diretora da Petrobras, um dos primeiros nomes cogitados por Dilma para o lugar, ainda na fase de formação do governo. Depois é que surgiu Palocci, indicado por Lula. O único nome que preenche o requisito político (comentado nas notas acima), no que diz respeito à articulação política do governo, é o de Paulo Bernardo. Experiente burocrata e político, Bernardo pode facilitar as articulações necessárias à retomada da normalidade do governo Dilma. Já Belchior e Foster são nomes que reforçam a visão de que o governo continuará carente na arte da política. Com o agravante de que há reservas sobre a personalidade excessivamente forte de ambas as amigas da presidente. Mas, por enquanto, a vez ainda é de Palocci.


Pagando também pelo que não deve


Palocci está hoje em desgraça com os políticos, mesmo os que ainda o defendem não querem ser vistos em sua companhia. A razão não é apenas os embaraços causados pelos até agora mal explicados negócios de consultoria empresarial. Ele já estava em desgraça antes no meio político, porque é tido como responsável pelo represamento das nomeações para o segundo escalão e das verbas das emendas do parlamentares. Neste caso, está pagando pelo que não deve. Decisões desse tipo saem de um andar superior ao de Palocci. A não ser que ele fosse poderoso o suficiente para impor essas normas à presidente. A interpretação de que era Palocci quem barrava tudo pode ser até conveniente para Dilma, pois não a indispõe diretamente com os políticos, mas ajuda a desgastar sua imagem de pessoa decidida. Já bastam as intromissões do sucessor.


A caneta é dela


As decisões de bloqueio são, sim, da presidente, que não quis se render ao jogo tradicional do escambo fisiológico da política. Quis deixar isto para os ministros "políticos". Agora, o desafio da presidente é mergulhar nessa micropolítica sem entrar no jogo bruto.


Um homem de peso


Gabinetes muito bem postados em Brasília e em SP - e bota bem postados nisso! - estão anotando ciosamente em suas cadernetas de "deveres e haveres" a agilidade política com que tem se movimentado o vice-presidente da República, Michel Temer. O prócer do PMDB é comparado, em termos de fidelidade, com o companheirão José Alencar nos tempos lulistas. Uma comparação penosa para o atual vice.


Joguinho sem erros


Pergunta um: quem quer a permanência de Palocci no governo, de preferência fragilizado? Pergunta dois: quem não quer mais Palocci no governo de modo algum, a não ser que ele seja ungido beato? Erra quem responder PT, para a primeira indagação, e PMDB, para a segunda. Hoje, quem está com o ministro e não abre é o peemedebismo (e outros aliados). Ninguém quer perder o que Garotinho ironicamente classificou como um "diamante de 20 milhões".


Experiência


Jornalista político experiente, sentado à mesa tomando chopp num tradicional bar paulistano, analisava o desempenho de Palocci na sua incursão televisiva da última sexta-feira. Depois de minuciosa observação do ministro, o jornalista lançou a conclusão: há sinais inequívocos de que Palocci falava para seus clientes e fazia um seguro para si mesmo, para Dilma e para o PT. Algo parecido com o que já fez José Dirceu.


Guido em silêncio e resguardado


O ministro da Fazenda era um dos principais membros do governo sujeitos ao monitoramento e, de vez em quando, ao fogo cruzado de Palocci. Desde a conversão do trotskismo juvenil para a ortodoxia de sua gestão na Fazenda, o venerável de Ribeirão Preto era os olhos e ouvidos dos segmentos mais conservadores do meio empresarial. Guido sabia disso e era alvo aberto da tentativa de Palocci em interferir no dia a dia da política econômica. A fragilidade de Mantega se reduziu drasticamente com os percalços de Palocci. Daqui para frente pode ter mais paz dentro do governo, mas será mais cobrado pelos críticos que se escondiam por detrás dos vidros do gabinete do ministro da Casa Civil.


BC e os juros. De novo


Em meio à crise política do governo, o Copom se reúne a partir de hoje para analisar os dados disponíveis e disparar uma decisão. É quase unânime a expectativa de que os juros básicos subam de 12% para 12,25% ao ano. Pode parecer algo cosmético, mas não devemos esquecer que as pressões em relação à autoridade monetária eram gigantescas em função da alta da inflação. Agora, por debaixo de nuvens cinzentas externas e internas, o BC deve ter mais paz para subir os juros e todos dizerem amém. Afinal, a economia continua aquecida, mesmo com sinais de desaceleração à vista.


Portugal na rota conservadora


A vitória do PSD português e seus aliados da direita levarão Portugal a caminhar para a ortodoxia econômica com mais docilidade. Para receber os quase 115 bilhões de euros de recursos para fechar as suas contas, Portugal deve se sujeitar a um crescimento de 12% para 15% no desemprego formal. Os credores podem até sorrir, mas a dúvida sobre a capacidade de Portugal em resistir a tanto sofrimento social voltará à tona. Por enquanto, há alguns felizes na terra de Fernando Pessoa. Já os infelizes são incontáveis.


Entre a reforma e a conjuntura


O BC dos EUA deve aumentar o capital mínimo para que as instituições financeiras alavanquem seus ativos, sobretudo os empréstimos. Esta é uma boa notícia no que tange à reforma do combalido sistema financeiro do país. Todavia, como nada é neutro quando o assunto é economia, esta medida adicionará dificuldades para que os indivíduos e empresas retomem sua disposição em emprestar para consumir e investir. Os últimos números de empregos e de atividade econômica dos EUA mostram que a convalescência depois da crise do final de 2008 ainda é sofrida. A retomada ainda é frágil e o mundo não está nada fácil para os americanos : a Europa está caída e, até mesmo, a China mostra sinais de esfriamento da demanda.


Ainda não se viu tudo


Está ainda para ser contada a verdadeira crônica da malfadada ressurreição da Telebrás e da pressa eleitoral do lançamento do Plano Nacional de Banda Larga. A demissão, na semana passada, para "readequação" do Plano, do primeiro presidente da nova Telebrás, Rogério Santana, é apenas o capítulo inicial. O segundo, foi também na semana passada, a decisão da Anatel, sem esperar a votação de um projeto já em tramitação no Congresso, da TV a cabo para as empresas de telecomunicações. A banda larga eleitoral de alta velocidade está com todos os prazos vencidos e os custos elevados. E o TCU já entrou no jogo constatando superfaturamento em licitação da Telebrás.


Contradição ambiental


Esqueçam-se as questões de fundo, de conteúdo, olhe-se só a questão política. Em matéria ambiental, o governo anda mergulhado em uma contradição só. Para não aceitar a proposta de Código Florestal aprovada pela Câmara, Dilma põe entre seus argumentos os estragos que ele pode causar na imagem internacional do Brasil como um país ambientalmente responsável. Mas, ao mesmo temp,o força o Ibama a apressar as licenças para a construção da Usina de Belo Monte, decisão que no mesmo dia gerou várias bordoadas no Brasil lá fora.


Eles estão salivando


Usinas hidrelétricas em correria, Copa do Mundo e Olimpíadas com lei de licitações abrandada, trem bala com "papai" BNDES de cofres abertos, pressões para o TCU ser menos exigente... Nunca antes neste país os construtores de obras públicas estiveram tão felizes... E mais felizes ainda estão os que concedem as obras e os consultores de negócios.


Neoconvertido. Mas não sabe rezar


Acompanhado de prefeitos de 47 cidades, que estiveram na capital paulista para discutir os problemas (e soluções) dos grandes aglomerados urbanos, o prefeito Gilberto Kassab virou um poço de ideias, inclusive para um dos mais graves gargalos de São Paulo - o trânsito. Logo ele, que em sua gestão (somada aos dois anos de Serra) não construiu praticamente um único quilômetro de corredores exclusivos para ônibus, solução já testada para melhorar a circulação dos veículos de transportes de massa. Um de seus grandes projetos é o de um túnel na avenida Sena Madureira, pista para veículos individuais. E a sua mais brilhante ideia agora é criar faixas exclusivas - para carros que se dispuserem a fazer o transporte solidário. Levaram Kassab à missa do transporte público. Mas não lhe ensinaram direito a rezar.


(José Marcio Mendonça e Francisco Petros)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

NOVOS DESAFIOS


Passados os momentos de euforia por havermos ingressado no clube dos que tomam decisões no mundo (e não nos esqueçamos de que o G-20 começou como encontro entre ministros da Fazenda quando Pedro Malan ainda exercia a função), começam as dores de cabeça e as indefinições criadas pela nova situação. Se a estas juntarmos as advindas da política doméstica, não são poucos os enigmas e incertezas que temos pela frente.

O mundo está se reordenando. A liderança norte-americana, com Barack Obama, evita a arrogância e começa a aceitar novas parcerias. Ainda agora, ao proclamar que a melhora de posição dos Brics e dos demais países emergentes não põe a perigo a predominância anglo-saxã, não disse isso como ameaça, mas como conselho aos seus: não temam o que está surgindo porque surgirá de qualquer modo e é melhor ter aliados do que inventar inimigos. Diante dos novos atores políticos no Norte da África e no Oriente Médio, a atitude americana está sendo marcada por um encorajamento democrático discreto como há tempos não víamos. É cedo para saber até onde irá esse bafejo de idealismo pragmático e também para ver até que ponto evoluirá a situação dos países recém-ansiosos por liberalização.

De qualquer modo, a situação internacional é distinta daquela aterradora da era Bush. O que não quer dizer que o futuro será melhor. Depende de muita coisa. De os Estados Unidos superarem a crise financeira, pois o desemprego continua enorme e o gasto público, descontrolado. De a Europa mostrar ser capaz de suportar as agruras de uma austeridade "germânica" sem romper a coesão social produzida pelo modelo democrático e próspero sonhado pela União Europeia. De a China continuar a crescer e dar pitadas de bem-estar ao povo. Mesmo que tudo isso se realize da melhor maneira, sobram dúvidas.

Que farão EUA e China, gigantes em comparação com as demais economias e Estados em expansão, jogarão como um duo gestor do mundo? Haverá um G-2 com suas economias complementares impondo seus interesses ao conjunto do planeta? Ou, então, EUA e Europa imporão seu predomínio, como tentam fazer agora na sucessão do FMI? E nós nisso tudo?

As incertezas pesam e tornam necessárias estratégias de convergência doméstica e lucidez para organizar alianças internacionais. Dado o caráter dos interesses globais, que ora unem, ora repelem alianças entre os Três Grandes, o necessário é que participemos da grande cena mundial sem ilusões ideológicas e com muita coesão interna. Para tanto precisamos de uma estratégia consensual e de determinação política. Estratégia consensual não é um "projeto nacional", expressão que, em geral, significa o Estado conduzindo o povo para objetivos definidos por um partido ou um grupo de ideólogos. Não é disso que precisamos, mas de um consenso enraizado na sociedade sobre questões decisivas, sem supor adesão a governos nem oposições aquietadas.

Com a globalização os condicionantes geográficos não nos limitam, como no passado. Não há por que nos cingirmos ao "Ocidente", ao Hemisfério ou mesmo à América do Sul. Mas temos outros condicionantes. A demografia impõe-nos desafios, com o crescimento da população adulta e idosa. Há que criar empregos de qualidade para sustentar tal tipo de população. É certo também que aprendemos a amar a liberdade e a desejar uma sociedade com crescente participação de todos no bem-estar e nas decisões. Por fim, os imperativos de preservação do meio ambiente e da criação de uma economia baseada em energias de baixo consumo de carbono são onipresentes.

Não adianta sonhar com o "estilo chinês" de crescimento, pois o afã de liberdade e consumo impede tal proeza. Nem imaginar que a expansão econômica baseada na exportação de minérios e produtos alimentícios gerará, por si só, a quantidade e a qualidade de valor agregado necessário para distribuir melhor o bolo, que é o que queremos. Tampouco faz sentido limitarmos nossas alianças a este ou àquele parceiro: elas deverão ser com quem nos ofereça vantagens de conhecimento (tecnológico, científico, organizacional) que permitam nos apropriarmos do que de melhor há no mundo. É imperativo inovar, não abrir mão da indústria e oferecer serviços em quantidade e qualidade em saúde, educação, transportes, finanças, etc. Aproveitar, mas ir além do que as commodities nos permitem alcançar. Nosso caminho será o da democracia. Ela não é um obstáculo. É parte inseparável do desenvolvimento, como valor e como "método". Por isso é preciso aumentar a transparência das decisões e debater com o País os passos decisivos para o futuro.

É ai que pecamos. Desde o governo Lula, a modo do autoritarismo militar, as decisões fundamentais são tomadas sem debate pelo Congresso e pelo País (mudança da Lei do Petróleo, decisões na política energética, especialmente na nuclear, reaparelhamento militar, não decisões sobre a infraestrutura por medo das privatizações, ou pior, decisões com abuso de subsídios, como no caso do trem).

Quando o governo da presidente Dilma parecia dar passos certos para ajustar a política internacional e começava a permitir que o debate sobre as grandes questões nacionais se deslocasse do plano miúdo das divergências eleitorais, vem de novo "seu mestre" (que prometera ficar calado como ex-presidente) e joga em solo corriqueiro as questões políticas. Em vez de se preocupar com a veracidade do que transpareceu, acusa irresponsavelmente o PSDB pelo vazamento de informações relativas à evolução patrimonial do principal ministro do governo. E passa a operar a disputa por cargos e troca de votos no Congresso, ofuscando sua sucessora. Em vez de um passo à frente, mais um passo atrás no amadurecimento da sociedade e da política, que volta a se apequenar no jogo rasteiro de chantagens e pressões. No lugar de o líder sustentar valores, temos o retorno da metamorfose ambulante operando com o costumeiro desdém aos princípios.

Assim será difícil uma nação com tantas virtudes alcançar a maturidade que as condições materiais começam a tornar possível. É preciso ter lideranças à altura se quisermos jogar na grande cena mundial. Presidente Dilma: não desperdice sua chance!


(Fernando Henrique Cardoso)

EVANGELHO DE HOJE (João 16,29-33)

Naquele tempo, os discípulos disseram a Jesus: “Eis, agora falas claramente e não usas mais figuras. Agora sabemos que conheces tudo e que não precisas que alguém te interrogue. Por isto cremos que vieste da parte de Deus”. Jesus respondeu: “Credes agora? Eis que vem a hora – e já chegou – em que vos dispersareis, cada um para seu lado, e me deixareis só. Mas eu não estou só; o Pai está comigo. Disse-vos estas coisas para que tenhais paz em mim. No mundo, tereis tribulações. Mas, tende coragem! Eu venci o mundo!”

domingo, 5 de junho de 2011

DIA MUNDIAL DA ECOLOGIA E DO MEIO AMBIENTE

Caro Júnior Bonfim,

Eu não sabia que hoje é Dia Mundial da Ecologia e do Meio Ambiente.

Ao acessar seu instrutivo e bem elaborado Blog, hoje pela manhã (5.6.2011), vi sua informação sobre este importante dia e a assisti ao vídeo produzido por Pedro Caetano Wellington Bernardes, dirigido à Greenpeace, a respeito da Mãe Natureza.

Muito bom. Parabéns.

O interessante é que remeti, hoje, uma mensagem para o celular de dois amigos, antes de abrir o computador, tratando do mesmo assunto.

Transcrevo-a:

"Quando a última árvore tiver caído,
quando o último rio tiver secado,
quando o último peixe for pescado,
vocês vão entender que dinheiro não se come." (Greenpeace).


Saúde e Paz.

Boaventura Bonfim.

HOJE É O DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE