sábado, 9 de fevereiro de 2013

FOLIA

Batuques. Tamborins. Atabaques e pandeiros! Alquimia de palavras em tempo de folia. Folgança ruidosa. Pândega nos intervalos da vida de trabalho.

O carnaval chegou. Vem com tudo na busca da alegria. Tríduo momino de loucura premeditada para a brincadeira livre. A zoeira vem a lume. Surge refreada ante a realidade social que vivenciamos entre tragédias e comédias do cotidiano. Fomentar felicidade ao sabor das ilusões. Usar as máscaras para disfarçar a sisudez das preocupações do dia a dia das violências deprimentes que aí estão.

O homem consegue neutralizar momentos e redefini-los ao som do contentamento fabricado. Homens e mulheres na dança da satisfação. A procura do divertimento sadio. Festa de cores. Alegoria da esperança para gáudio de todos nós. Brasileiro tem o riso fácil e o samba no pé. Brinca com as coisas sérias. Executa na prática a festa da inocência. Desfile de escolas de samba, dos maracatus e dos sujos, numa categoria exclusiva da nossa índole, do nosso lado criança. Folia a alegria da vida. Orgia programada para sentir o prazer da euforia.

Usar o bom senso nos parece imprescindível para sustentar a harmonia de uma festa popular de rara singeleza. Momo como representação mímica de um soberano que põe sua coroa entre sorrisos.

O rei do Carnaval, sem escárnio, na franqueza da busca pela felicidade quase perdida no turbilhão da insensatez humana. Somos todos atores dessa paradoxal farsa burlesca do carnaval. Criação de igreja para interligar gente no espírito de religiosidade capaz de aproximar pela cidadania ou urbanismo. Sem resistência para aceitar a alegria. Viva a folia!

Paulo Eduardo Mendes
jornalista

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

PARABÉNS, DINGA!


Ensinaste-me que conviver é viver com,
Ver a vida com e incorporar o outro!

Ensinaste-me que o melhor porto
É essa formosa ilha que a gente chama família,
Pessoas entrelaçadas pelo mesmo cordão sanguíneo
Que aprendem a acorrentar a alma
E liberá-la na correnteza do coração.

Ensinaste-me que é necessário indignar-se
Porque isso nos torna mais dignos!

Ensinaste-me que o essencial intento
É ser bem intencionado
Pois retira a tensão
E induz à boa solução.

Ensinaste-me a importância
Da vigilância –
Ser “vigia da esperança!”

Ensinaste o sentido
Da humildade
Mistura de húmus com serenidade.

E, o principal:
Nada é nosso, nada temos, nada nos pertence!

Mesmo quando, por nossas mãos,
Brotam ramos de estrelas,
Rosas de ternura,
Pétalas de candura,
Somos apenas instrumentos musicais
Regidos por um Artista Superior!

Neste dia de louvor à tua vida, Parabéns prá você!

(Júnior Bonfim)

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

MARACATU LUZES DA ALMA



A Sociedade de Assistência aos Cegos tem a honra de convidar V.Sas.,
para a apresentação do Maracatu Luzes da Alma, agremiação formada por
pessoas com deficiências visuais, que acontecerá no dia 07/02/2013
(Quinta-feira), no CUCA da Barra do Ceará, às 16hs.

Venham participar deste grande momento de inclusão cultural e tragam
suas vibrações, para que a sonoridade da Luz possa iluminar os corações
dos cegos.

Durante o cortejo ecoará a Loa, que embalará a emoção de todos.
Confiram a letra abaixo.

Paulo Roberto Cândido
Cadeira 29 da AMLEF



LUZES DA ALMA, SONORIDADE DA LUZ

Paulo Roberto Cândido


ABERTURA DO CORTEJO

Palavra do Rei:

"Na batida do Maracatu
nossa alma se ilumina
pro caminho da vitória
esta corte se destina"


Nascido no meio dos cegos
Maracatu veio pra ficar
Luzes da Alma tua corte caminha
com passos a iluminar
Bate o tambor segue a linha
sonoridade do coração
Somos tocados por este compasso
que vence a escuridão

Vai Maracatu
bailando com força e com raça
Teus olhos tem muita luz [BIS]
teu cortejo tem muita graça

Crescido no meio das sombras
Maracatu veio pra brilhar
Luzes da Alma teu nome é vitória
lutas vencidas a celebrar
Bate o tambor conta a história
sonoridade da inclusão
Somos tocados por este compasso
que embala a nossa emoção

Vai Maracatu
bailando com força e com raça
Teus olhos tem muita luz [BIS]
teu cortejo tem muita graça

Nosso mundo não acabou
Maracatu continua a lutar
Luzes da Alma tua sina é vencer
conquistas vamos alcançar
Bate o tambor faz florescer
sonoridade da gratidão
Somos tocados por este compasso
que solta a voz nesta canção

Vai Maracatu
bailando com força e com raça
Teus olhos tem muita luz [BIS]
teu cortejo tem muita graça

Movido por meio da gana
Maracatu veio pra mostrar
Luzes da Alma apareceu de novo
como exemplo a se espelhar
Bate o tambor alegrando o povo
sonoridade da superação
Somos tocados por este compasso
que amplia a nossa visão

Vai Maracatu
bailando com força e com raça
Teus olhos tem muita luz [BIS]
teu cortejo tem muita graça

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

CONJUNTURA NACIONAL

Abro a coluna de hoje com uma historinha de advogado.

O rapaz era advogado novo em Princesa Isabel. Ia defender um criminoso de morte a faca. Procurou o coronel Zé Pereira, dono da cidade:

- Coronel, preciso conseguir pena mínima para meu cliente. Se não conseguir, não tenho carreira aqui.

O coronel prometeu. Terminou o julgamento, pena mínima. O advogado foi agradecer a vitória ao coronel, que valorizou a ajuda:

- Doutor, o senhor não calcula a força que eu fiz para conseguir a pena mínima. Todo mundo queria absolver o homem.

A força do PMDB

As eleições de Renan Calheiros e Henrique Alves para os comandos das duas Casas Legislativas reforçam a força do PMDB na tessitura do poder político do país. Trata-se do desdobramento de um processo de acumulação de poder, que leva em conta o fato de o partido ter o maior número de prefeitos - cerca de 1.100 -, o maior número de vereadores, o maior número de deputados estaduais e o maior número de senadores. E é a segunda maior bancada de deputados Federais. Com esse cacife, o partido chega às presidências do Senado e da Câmara, a par de abrigar, ainda, a vice-presidência da República, com Michel Temer.

Temer, o artífice

Michel Temer é o artífice dessa construção. Com seu perfil que agrega harmonia e equilíbrio, consegue juntar contrários, conter ímpetos de grupos ou pessoas, isoladamente, ouvir uns e outros, e, ao final de um longo exercício de administração de interesses, alcançar razoável dose de consenso. O fato é que o PMDB, desde os tempos de Ulysses Guimarães, é uma confederação que reúne federações regionais. Era muito dividido. Hoje, exibe maior unidade que nos tempos ulyssistas. Quando se pensa que as querelas internas farão do partido um amontoado de pedaços, eis que as partes se juntam no todo. Esse é o PMDB.

Parceria com PT

O desdobramento do projeto de poder do PT se alicerça na base peemedebista. O Partido dos Trabalhadores sabe que o PMDB tem capilaridade, algo construído desde 1986, quando o partido conseguiu eleger 22 governadores. Apenas Antonio Carlos Valadares, que pertencia ao PFL de SE, conseguiu quebrar a unidade dos governos estaduais peemedebistas. A consequência foi a eleição seguinte de uma gigantesca fornada de prefeitos e vereadores. Até hoje essa é a argamassa que explica o fato de ser o maior partido nacional.

A conta que soma

Essa é a conta que soma na hora das grandes decisões. É isso que se apresenta na hora de decidir sobre parceiros e perfis. Diz-se, por exemplo, que Lula gostaria de deslocar Michel Temer e colocar, em seu lugar, o governador Eduardo Campos como vice da presidente Dilma em 2014. Falta nexo nessa equação. O PSB é um partido médio. Tem cerca de 500 prefeitos. Foi o partido que mais subiu no pleito municipal passado, é verdade. Mas não chegou ao estágio de grande partido. Ou seja, a imagem de Eduardo Campos é maior que a identidade.

Identidade e imagem

Expliquemos esses conceitos. Identidade é uma soma de posições : porte, estrutura, história, quadros, organização, etc. Imagem é a projeção da identidade. Às vezes, a imagem de uma pessoa ou de um partido se apresenta bem maior do que sua identidade. É o caso do Eduardo Campos e seu PSB. Não tem a força que demonstra ter. Ambos, partido e ator, são menores do que realmente se apresentam. Nesse sentido, perdem a capacidade de mando em momentos decisórios. Lula, portanto, por mais que se esforce, terá dificuldades de deslocar um perfil mais denso para colocar em seu lugar uma identidade menor.

Michel e Lula

Por mais de uma vez, Lula tentou dar as cartas no PMDB. Primeiro, tentou jogar Nelson Jobim, saído do STF, como candidato à presidência do PMDB. Perdeu o jogo para Michel. Depois, tentou jogar Henrique Meirelles no colo do PMDB e, com essa sacada, incluí-lo na chapa da Dilma como vice-presidente. Mais uma vez perdeu. A seguir, Lula apareceu com a ideia de uma lista tríplice de candidatos do PMDB a vice na chapa da Dilma. A sugestão morreu no nascedouro. Leitura linear : Michel derrotou Lula três vezes. Por isso, a arremetida de Lula para deslocar Michel Temer da chapa presidencial em 2014 tende, mais uma vez, a fracassar. Ainda mais quando este partido, presidindo as duas Casas Congressuais, terá a força para definir a agenda político-eleitoral nos próximos dois anos.

Campos como candidato

Esta leitura abre a alternativa de uma eventual candidatura de Eduardo Campos à presidência em 2014. O governador pernambucano conta com a possibilidade de uma terceira candidatura, a de Aécio Neves e, por conseguinte, vislumbra entrar no meio e se apresentar como o perfil entre oposição e situação. Se a economia sair dos trilhos, o olhar eleitoral poderá se dirigir em sua direção, até porque o senador Aécio Neves se mostra cada vez mais um perfil cercado de dúvidas e incertezas. Se perder, Campos usará a ampla visibilidade alcançada no pleito em 2018. Ou seja, já teria pavimentado a estrada do futuro. Lembrança : nem sempre a menor distância na política é uma reta, como na geometria euclidiana. Pode ser uma curva. A derrota de hoje poderá se transformar na vitória do amanhã. Lula que o diga. Fernando Henrique, idem.

Temer no comando

Por volta de abril, o PMDB deverá fazer eleições internas. O vice-presidente da República, por consenso, deverá ser reeleito mais uma vez para comandar o partido. Afastar-se-á em função dos compromissos de vice-presidente, devendo o comando permanecer com o vice, o senador de RO, Valdir Raupp. O plano dos dirigentes é fortalecer o partido para disputar o pleito nos Estados, em 2014.

Em São Paulo

O PMDB tem planos de eleger o maior número de governadores e de deputados Federais e estaduais, a partir de SP. Como se sabe, Michel Temer está consolidando o partido no maior contingente eleitoral do país. O PMDB já tem um pré-candidato definido : Paulo Skaf, presidente da FIESP. Trata-se de um perfil arrojado, dinâmico e em condições de fazer uma campanha eficaz pela capacidade de articulação junto aos prefeitos e pela disposição de organizar uma forte estrutura. O partido quer resgatar a força que já deteve em SP, perdida ao longo das últimas décadas. Para tanto, precisa dispor de um perfil que consiga efetivamente realizar um pleito competitivo e, assim, quebrar a polaridade entre PSDB e PT.

Frases sobre o Brasil

A prosperidade de alguns homens públicos do Brasil é uma prova evidente de que eles vêm lutando pelo progresso do nosso sub-desenvolvimento. (Stanislaw Ponte Preta)

No Brasil, quem tem ética parece anormal. (Mário Covas)

Não sou especialista em Brasil, mas uma coisa estou habilitado a dizer : não creiam que mão de obra barata ainda seja uma vantagem. (Peter Drucker)

O Brasil precisa explorar com urgência a sua riqueza - porque a pobreza não aguenta mais ser explorada. (Max Nunes)

Descobri a fracassomania numa viagem ao Brasil, há mais de 40 anos. Toda vez que muda um governo os intelectuais brasileiros consideram que está tudo errado e é preciso começar tudo de novo. (Albert Otto Hirschman)

Parlamento e Executivo

O Parlamento, sob os comandos de Renan e Henrique, entrará em conflito com o Executivo ? Esta é a questão na ordem do dia das análises. Lembre-se, primeiro, que o PMDB faz parte da base governista. Ou seja, ajudará o Executivo a governar. Mas há o discurso de compromissos para o chamado público interno. A pauta de questões polêmicas é densa, bastando lembrar dois assuntos: MPs e Orçamento Impositivo. O Orçamento Impositivo é um antigo anseio dos deputados, que querem garantia de que os recursos efetivamente aprovados por eles chegarão ao destino. Será difícil à presidente Dilma represar esta vontade parlamentar. Vai haver tensão, mas não a ponto de ruptura. Quanto às MPs, haverá certamente maiores controles e cuidados, evitando-se que sirvam para caronear emendas que fogem aos critérios de relevância e urgência.

Parlamento e Judiciário

E a questão da última palavra em relação aos mensaleiros ? Pertence ao Judiciário ou à Câmara dos Deputados? O ministro Joaquim Barbosa fez a peroração definitiva: em matéria de interpretar a Constituição, o STF tem a última palavra. Quem duvida disso? Ninguém. Ocorre que o mandato parlamentar pertence ao povo. Portanto, a Casa que representa o povo deve se manifestar. A questão é de bom senso. Ou seja, a Câmara não pode contrariar uma interpretação constitucional do Supremo, mas deve se pronunciar a respeito da cassação de algum de seus membros. O bom senso aponta que a direção da Casa deve se manifestar. A liturgia recomenda que o caso tenha trâmite na Câmara. Este consultor acredita que o bom senso administrará a controvérsia.

PSDB e o discurso perdido

Os tucanos estão perdidos na floresta. Há muito tempo, o ex-presidente Fernando Henrique pede aos correligionários um discurso condizente com as ruas. O país avançou nos últimos tempos. Mas há imensos buracos na fisionomia social e na moldura da infraestrutura. Para onde caminhará o país ? Quais os grandes projetos que devem ser levados adiante ? Quais as estratégias para alavancagem da economia e crescimento do PIB? Como o país deve trabalhar para fazer as reformas pendentes no calendário político? Essas são questões que os grandes partidos precisam saber responder.

Anastasia anestesiado?

Esperava-se que o governador tucano Antonio Anastasia, de MG, emergisse como um dos líderes de maior destaque entre os atuais governadores do país. Parece que foi anestesiado. Tinha mais fama como braço direito de Aécio Neves do que como governador do segundo maior colégio eleitoral do país.

Congresso de hotéis

A hotelaria é fundamental para o sucesso dos grandes eventos esportivos marcados para o país neste ano, em 2014 e em 2016 : Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíadas. Por isso, nada mais oportuno do que um encontro entre hoteleiros de todo o país nos dias 25, 26 e 27 de março. Será o 55º Conotel (Congresso Nacional de Hotéis), no Expo Center Transamérica, com o tema Desafios e perspectivas regionais da indústria de hospitalidade. A iniciativa é da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), em parceria com a Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), Resorts Brasil e Grupo Fiera Milano, que traz ao Brasil pela primeira vez a feira Food Hospitality World, destinada à hotelaria e à gastronomia brasileira.

Mais frases sobre o Brasil

No Brasil, sucesso é ofensa pessoal. (Tom Jobim)

No Brasil, empresa privada é aquela que é controlada pelo governo, e empresa pública é aquela que ninguém controla. (Roberto Campos)

No Brasil cultuamos duas frustrações : a dos que têm poder mas não têm competência para exercer e a dos que têm competência mas não têm poder. (Paulo de Tarso de Moraes Souza)

Deixei de acreditar em Deus no dia em que vi o Brasil perder a Copa do Mundo no Maracanã. (Carlos Heitor Cony )

Conselho aos donos de espaços de lazer

Esta coluna dedica sua última nota a pequenos conselhos a políticos, governantes, membros dos Poderes e líderes nacionais. Na última coluna, o espaço foi destinado às autoridades municipais. Hoje, volta sua atenção aos donos de espaços de lazer :

1. Que a tragédia de Santa Maria sirva de lição. Façam completa varredura em seus espaços de lazer, a partir de boates. Vejam as falhas, fechem temporariamente seus estabelecimentos, reabrindo-os quando estiverem em condições de plena segurança.

2. Não esperem pela fiscalização do poder público. Cumpram seu dever de cidadãos responsáveis.

3. Peçam para os órgãos públicos, depois de uma operação de reaparelhamento, fazerem rigorosa fiscalização. E assim o fizerem, estarão ganhando os aplausos da sociedade. Em caso contrário, serão execrados pela opinião pública.

____________

(Gaudêncio Torquato)

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

POLÍTICA & ECONOMIA NA REAL

A democracia formal e a real - I

Inegavelmente o Brasil produziu avanços institucionais importantes ao longo dos últimos trinta anos, especialmente após a promulgação da CF/88, bem como após a estabilização da moeda ao final da administração Itamar Franco e início da gestão de Fernando Henrique Cardoso. O governo Lula representou o passo determinante na transição do poder militar para o civil: a chegada ao mais alto posto por parte do partido mais arraigado na luta pela popularização da democracia coroou a cena da democracia brasileira. Um partido com importantes raízes nos chamados "movimentos populares" adentrou à cena política como ator principal, liderado pelo segundo líder mais carismático da história brasileira. Desde 2003 fortaleceu-se a democracia brasileira naquilo que de forma singela se pode chamar de "democracia formal", entendida como a resultante de eleições livres e plenas garantias individuais e públicas. Há inegavelmente legitimidade política decorrente da existência desta "democracia formal". Todavia, a democracia não é um fim, mas o meio pelo qual se constrói a República, o interesse público, comum e permanente. É preciso dar à democracia este caráter finalista para que se prove de seus benefícios.

A democracia formal e a real - II

O que se vê hoje no Brasil é uma perigosa ausência de funcionalidade e de fins verdadeiramente republicanos à "democracia formal" construída com enorme esforço social e político. Vejamos brevemente. O governo é uma colcha de partidos de concepções díspares, objetivos obscuros e lideranças empenhadas na obtenção de parcelas de poder e de recursos, sem o devido comprometimento com o ideal basilar de uma verdadeira República. Por sua vez, é no coração do Poder Legislativo, dos municípios à União, que é engendrado o chamado "governo de coalizão" que soma os tais partidos de diferentes matizes para construir governos disformes, com ar administrativo rarefeito e padrão ético duvidoso, para dizer o mínimo. O projeto de poder dos partidos se serve do processo eleitoral para, logo depois deste, se distanciar da res publica e negociar o interesse de grupos que tomam de assalto o Estado. A sociedade, por sua vez, assiste a tudo com perplexidade, de um lado, e de outro, com surpreendente passividade, apenas resmunga por meio da mídia. O sistema de representação não passa de uma ficção política e uma realidade maquiavélica recheada de personagens e ações que resvalam para a obscuridade da corrupção, prevaricação, clientelismo e todas as piores mazelas que já Aristóteles imaginava desde a Antiguidade.

A democracia formal e a real - III

A eleição de Renan Calheiros e Henrique Alves para liderar as principais casas legislativas do país nada mais é que mais uma das feições corroídas da democracia brasileira neste tempo. É o lado real de nossa democracia. É a face visível que consagra a nossa já combalida história política, marcada pelo clientelismo e patrimonialismo. Tanto a quem elege, como a quem recebe o sufrágio de votos, pouco interessa o interesse público, a higidez ética necessária à liderança do parlamento, a índole republicana e a imagem pública. Calheiros e Alves simplesmente simbolizam as costas viradas ao povo por parte do Parlamento e, daí por diante, pouco importa a dor de garganta de quem terá de engoli-los. Os políticos assistem a tudo e formalmente consagram os eleitos como se a democracia fosse simplesmente um jogo de legitimação. Meios e fins se misturam e fim de conversa. Está feito. Como se não se tratasse do segundo e terceiro cargos mais importantes daquilo que ousamos chamar de República. Eis a regência que a democracia formal lhe concede no Brasil.

Sarney imortal

Do discurso de José Sarney, agora ex-presidente do Senado Federal, quando de sua posse na Academia Brasileira de Letras perante o general Figueiredo em 6/11/80:

"Nada melhor para um país do que verificar que os homens públicos prezam os valores do espírito. É possível pensar em Nabuco, em Rui, em Graça Aranha, em Tobias Barreto, João Neves, Otávio Mangabeira, Afonso Pena Júnior e em Afonso Arinos, em Luís Viana, em Alceu Amoroso Lima, em José Américo, em Barbosa Lima, Afrânio Peixoto, Aníbal Freire e em Gilberto Amado sem pensar na política? Churchill? De Gaulle? Mao?"

O que diria o velho senador maranhense sobre a última eleição no Senado e na Câmara?

Depois de Calheiros e Alves

A eleição da dupla peemedebista no Legislativo atende a um acordo entre o maior partido brasileiro e o PT há cerca de quatro anos. Os tempos eram outros e o acerto visava atender aos anseios de uma "alternância de poder" entre os dois sócios. Ocorre que a realidade muda. O PSB, duvidoso parceiro do governo no pleito de 2014, lançou candidato alternativo, o mineiro Júlio Delgado e, assim, marcou pontos para Eduardo Campos, o desenvolto governador de PE que anseia dar passos maiores na esfera Federal. No Senado, a eleição de Calheiros foi mais fácil, apesar do candidato ser uma imensa vidraça. Daqui para frente, será relevante observar como andará a aliança entre o PMDB e o PT num novo contexto em que o PT dependerá da caneta de seu maior parceiro.

Oposição, Aécio e o futuro

Nenhum retumbante discurso enfático da oposição na tribuna do Senado e da Câmara. Nenhuma ação junto à sociedade. Nenhum barulho do presidenciável Aécio Neves contra a eleição no Legislativo Federal. Na surdina, PSDB e parceiros fizeram acordos para sentar na mesa das casas legislativas. Acordos bem pequeninos. Do tamanho da oposição que se diz "alternativa de poder". As eleições de 2014 estão soltas, mas qual a imagem que a oposição quer construir?

Anônima Intimidade

Ainda não foi consagrada a nova face poética da República, no caso o vice-presidente Michel Temer, autor de versos verdadeiramente "aéreos". Todavia, não deixa de atiçar a curiosidade de como terá sido a sua atuação na eleição de Calheiros e Alves e sua correspondente articulação com a ocupante do Planalto. Que promessas terão trocado o par neste processo todo? Como ficará a prometida reforma ministerial? Serão verdadeiras as versões que dão conta de que o PMDB não ocupará a vice-presidência na chapa de Dilma em 2014? Tudo ficou anônimo nesta intimidade do poder.

A voz da crítica

De Paulo Maluf, citado por Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo do último fim de semana a respeito do livro de poemas Anônima Intimidade do vice-presidente Michel Temer: "Ele imprime uma poesia que vem de dentro da garganta e do coração". Maluf ultrapassa seus conhecimentos mais mundanos quando fala de poesia...

Nova estratégia econômica? E política... I

Os últimos sinais emitidos indiretamente pela presidente Dilma Rousseff mostram que o governo mudou sua principal obsessão: não mais persegue a todo custo o "PIBão" que o Palácio do Planalto pediu de presente no ano novo. Por PIBão entenda-se um crescimento da economia entre 4% e 4,5%, a meta que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, continua vendendo ao distinto público nacional, principalmente aos mais desavisados. O governo se daria por satisfeito com algo acima de 3% - naturalmente superior a 2011 (2,7%) e a 2012 (mas ou menos 1%). Não será difícil conseguir, segundo a quase totalidade dos analistas. O Boletim Focus, pesquisa do BC com cerca de 100 analistas de mercado, divulgado ontem, indicou a mediana do PIB para 2013 em 3,10%. Evidentemente, não é o que Dilma sonhou, mas o que o próprio governo descobriu, com má vontade, ser possível nas circunstâncias.

Nova estratégia econômica? E política... II

A estratégia agora é preparar o campo para 2014, ano das eleições que a presidente vai disputar e que, com riscos para os planos dela, de Lula, do PT e dos aliados, não pode ser marcado pela perversa combinação de crescimento baixo e inflação muito fora do centro da meta. Quatro anos seguidos com um quadro desses pode destruir o grande cabedal eleitoral da presidente: desemprego baixo e renda em elevação, mesmo que não crescendo nos níveis dos últimos anos. Nesta situação, a oposição pode dar adeus às suas pretensões de voltar ao Palácio do Planalto. Assim, até segunda ordem, pode-se prever, com alguma margem de segurança:

1. A inflação será calibrada para não fugir do teto da meta, de 6,5% e o mais próximo possível de 5%. Sem, contudo, medidas que possam segurar a economia.

2. O dólar será mantido na casa dos R$ 2,00, sem grandes variações para cima e para baixo.

3. O BC só será autorizado a subir a taxa básica de juros dos 7,25% se alguma intempérie ocorrer.

4. O superávit primário de 3,1% não será mantido a ferro e o fogo. E o governo, em lugar de passar o ano garantindo que cumprirá este compromisso para em dezembro aparecer com mágicas para fingir que cumpriu, desta vez deverá admitir antes que não precisa tanto deste número para segurar o tamanho da dívida pública em números palatáveis.

5. O incentivo ao consumo será mantido, talvez apenas com um pouco menos de fôlego.

6. Toda a atenção será dada à ampliação dos investimentos, tanto públicos como privados. Os números preliminares do ano passado estão mostrando que, apesar de todo o discurso e apelos, este item das contas nacionais voltou a decepcionar. E enormemente.

Não deixa de ser um plano econômico. Mas é também uma grande plataforma eleitoral. A dúvida mais cruel é saber como os agentes econômicos vão receber as novas regras. Embora o prestígio da presidente Dilma esteja ainda em alta, a confiança no governo, na condução das políticas para a economia e, principalmente, na sua capacidade de fazer, continua a desejar.

O nó do investimento

Para fazer os investimentos crescerem no ritmo que a economia brasileira necessita (lembrar que o BC escreveu na última ata que nosso problema está do lado da oferta, opinião generalizada entre os analistas não oficiais) a presidente Dilma vai atacar em duas frentes:

1. Na área do governo, aumentar a capacidade de "fazer" dos ministérios e órgãos estatais. Como nos anos anteriores, a execução orçamentária do governo Federal ficou muito abaixo do planejado. Não fossem os investimentos da Petrobras e os relativos ao programa Minha Casa, Minha Vida (que tem um boom do setor particular) os investimentos de 2013 teriam sido quase ridículos.

2. Na área privada, a ordem é envolver empresas e investidores nacionais e estrangeiros, comovê-los com os argumentos (corretos) de que o Brasil é um bom negócio e de que o Estado brasileiro é um bom parceiro (com isso muitos têm dúvidas, dado o intervencionismo estatal em muitas áreas ainda).

Na frente interna, a presidente Dilma Rousseff iniciou um trabalho de atração de investidores e passou a receber periodicamente grandes empresários nacionais e de empresas estrangeiras aqui instaladas para conquistá-los, para acabar com a desconfiança da maioria. Na frente externa, a presidente está despachando o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e outros auxiliares graduados, para road shows nos Estados Unidos, na Europa e em países do Oriente para venderem o Brasil e as possibilidades de investimentos que aqui estão abertas nas áreas de infraestrutura, petróleo e gás. O sucesso dessas empreitadas dependerá do realismo com que o governo apresentar os projetos, como também suas previsões para a economia nacional. Se o espetáculo for mais ou menos parecido com o que Mantega engambela o público brasileiro, o esforço pode não dar em nada. Os interlocutores que a equipe do show vai encontrar estão muito bem informados sobre o Brasil. O governo precisa vender mesmo é credibilidade, confiança.


(por Francisco Petros e José Marcio Mendonça)

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

DICA SAUDÁVEL


Para quem não gosta, ou não tem tempo, de fazer exercícios físicos diariamente!!!!

Um médico naturalista ficava muito triste sempre que participava de congressos: constatava que os resultados, embora comprovados, não eram divulgados, 'NÃO DÁ IBOPE''.

Passou a ensinar dois exercícios e duas ações simples que evitam problemas cardíacos:

1º exercício - Ao acordar, deitado de barriga para cima, pedalar 120 vezes no ar. Esse exercício melhora o posicionamento da coluna e da postura, diminuindo/retardando o encurvamento das costas, aliviando suas dores e, baixando a pressão;

2º exercício - Antes do banho, exercitar a panturrilha (levantar o corpo na ponta dos pés), primeiro rápido até esquentar as panturilhas e depois uma sequência de 10 movimentos lentos. Pronto. Esse exercício bombeia o sangue para o coração, melhora os batimentos cardíacos e evita obstrução das veias.

Nos primeiros 6 meses, se a pessoa estiver com excesso de peso, ela emagrece da cintura para baixo e, nos 6 meses seguintes, da cintura para cima; depois de 2 anos, não engorda mais e, além de tudo, diminui o risco de uma cirurgia cardíaca que custa em média, hoje em dia, R$ 38.000,00 e, de um modo geral, os planos de saúde nem sempre pagam. Melhora o problema de micro varizes;

Ação 1 - Ao chegar em casa, coloque os seus pés em uma bacia com água bem quente (o famoso escalda pés) - além de relaxar, esse processo desencadeia a dilatação dos vasos sanguíneos dos pés, melhora o cabelo e melhora, inclusive, a visão.
Esta prática foi pesquisada com pessoas diabéticas e o resultado evidenciou a melhora na circulação sanguínea, diminuindo os casos de gangrena, o quadro geral de saúde dos pesquisados melhorou, e como um fato relevante, a melhora da visão. Evita o encurvamento da coluna;

Ação 2 - Ao perceber que a pressão subiu, coloque as pernas dentro de um balde com água muito gelada até os joelhos. Permaneça nesta imersão por 20min. Esta ação fará com que o organismo, na busca de aquecer os membros inferiores, reduza o fluxo de sangue para a cabeça, baixando a pressão.

(enviado por César Vale)

domingo, 3 de fevereiro de 2013

LENDA CHINESA: O SIGNIFICADO DOS DEDOS DAS MÃOS


Você sabe por que o anel de compromisso é usado no quarto dedo?

Existe uma lenda chinesa que pode explicá-lo de maneira bonita e muito convincente….

Os polegares representam os pais.
Os indicadores representam seus irmãos e amigos.
O dedo médio representa você mesmo.
O dedo anular (quarto dedo) representa o seu esposo/a.
O dedo mindinho representa os filhos.

Agora, primeiro junte as suas mãos, palma com palma, depois una os dedos médios de forma que fiquem os nós com os nós e voltados para dentro das mãos… depois encoste as pontas dos dedos restantes…

Assim você terá os polegares, os indicadores, os anulares e os mindinhos encostados pelas pontas, e os médios voltados para dentro. (como na foto)

Agora tente separar de forma paralela os polegares (representam os pais).

Você perceberá que se abrem, porque seus pais não estão destinados a viver com você até o dia de sua morte.Una-os de novo.

Agora tente separar da mesma maneira os dedos indicadores (representam os seus irmãos e amigos), você perceberá que também se abrem porque eles se vão, e têm destinos diferentes, como casar-se e ter filhos.

Tente agora separar da mesma forma os dedos mindinhos (representam os seus filhos).

Estes também se abrem porque os seus filhos crescem e quando já não precisem de você, se vão. Una-os de novo.

Finalmente, trate de separar os seus dedos anulares (o quarto dedo que representa o seu companheiro/a) e você se surpreenderá ao ver que simplesmente não consegue separá-los. Isso acontece porque um casal está destinado a permanecer unido até o último dia de sua vida. E é por isso que o anel é usado neste dedo.

Esta é uma dica de lótus para te dar boa sorte!

UM. Dê às pessoas mais do que esperam receber e faça-o com alegria.

DOIS. Case-se com um homem/mulher com quem goste de conversar. Conforme envelheça o seu sentido para conversar enriquecer-se-á como qualquer outro.

TRÊS. Não acredite em tudo o que ouvir, não gaste tudo o que tem e não durma tanto quanto queira.

QUATRO. Quando disser ?amo você', diga-o com um sentimento profundo.

CINCO. Quando disser ?sinto muito' olhe a pessoa nos olhos.

SEIS. Permaneça comprometido pelo menos seis meses antes de se casar...

SETE. Acredite no amor à primeira vista.

OITO. Nunca caçoe dos sonhos dos outros. As pessoas que não têm sonhos, não têm muito.

NOVE. Ame profunda e apaixonadamente. Você pode sair ferido, mas é a única maneira de viver a vida plenamente.

DEZ. Em desavenças, lute de maneira justa. Não cite nomes.

ONZE. Não julgue as pessoas pelos seus familiares.

DOZE. Fale com calma e pense rápido.


TREZE . Quando alguém lhe faz uma pergunta que não queira responder, sorria e pergunte-lhe por que quer saber isso.

CATORZE. Lembre-se de que um grande amor e grandes desafios sempre envolvem um grande risco.

QUINZE. Diga "saúde", quando ouvir alguém espirrar.

DEZESSEIS. Quando perder, não perca a lição.

DEZESSETE. Lembre-se dos três R´s: Respeito por você mesmo; Respeito pelos outros e Responsabilidade por todos os seus atos.

DEZOITO. Não permita que uma pequena briga machuque uma grande amizade.

DEZENOVE. Quando perceber que cometeu um erro, aja imediatamente para corrigi-lo.

VINTE. Sorria quando atender ao telefone para responder a uma chamada, a pessoa que chama poderá senti-lo em sua voz.

VINTE E UM. Passe algum tempo sozinho.


(enviado por Wagner Vitoriano)