sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

SÁBIAS PALAVRAS - DISCURSO DE POSSE DE MARCONI PERILO - GOVERNADOR DE GOIÁS


Minhas amigas

e meus amigos,

O escritor Leon Tolstoi disse certa vez que todos querem mudar o mundo, mas ninguém quer mudar a si mesmo.

Comecemos agora um novo ciclo de mudanças em nossas atitudes e, através delas, façamos um mundo mais fraterno, justo e solidário.

Quis o destino que eu fosse eleito pela terceira vez governador de Goiás. Não há honra maior para a minha pessoa.

Ao iniciar as minhas palavras, quero humildemente agradecer a Deus e ao povo goiano a emoção deste momento, quando assumo perante a Assembleia Legislativa a responsabilidade de governar o nosso Estado pelos próximos quatro anos.

Sou muito grato a todos pela confiança.

Na verdade, toda troca de Governo é um rito de passagem carregado de significados.

Quem sai será submetido ao julgamento implacável da História.

Quem entra é portador de expectativas e sonhos para os dias que virão.

O genial escritor goiano Bernardo Élis, imortal da Academia Brasileira de Letras, no conto "Chegou o Governador", descreve o período de um governo em três fases. A primeira é a fase da febre com delírio; a segunda, da febre sem delírio; e, finalmente, a terceira, da prostração.

Espero que a primeira fase seja nossa companheira durante todo o governo e que esteja sempre acompanhada do entusiasmo, da alegria e da determinação, sem deslumbramento, sem desvios éticos e morais.

Com a experiência que adquiri nas duas gestões anteriores, sinto-me preparado para conduzir um Governo operoso, ágil e determinado.

Um Governo decididamente voltado para a criação de oportunidades e para a geração de riquezas que beneficiem efetivamente toda a sociedade goiana.

Tenho os olhos mirados no futuro - e, com certeza, sempre haverá um futuro para quem pensa no futuro.

Mais do que reiterar os compromissos de campanha, manifesto o propósito de governar para todos, sem qualquer discriminação.

Serei como sempre fui: justo, benevolente, solidário e bom para os carentes e para os honestos. Porém, serei duro com os maus e corruptos.

Reafirmo: juntos, vamos realizar o melhor Governo da vida dos goianos. Um Governo que, antes e acima de tudo, devolva a autoestima e seja um marco definitivo na História do Estado.

A minha crença no futuro é a mesma que move as famílias goianas: uma força que impulsiona esperanças e nos faz ousar sempre adiante.

Acredito em Goiás e na força de trabalho transformadora do nosso povo.

Minha reputação é meu maior patrimônio. Daria a vida, se necessário, para defendê-la.

Que ninguém duvide da minha coragem, ousadia, criatividade e disposição para o trabalho. Aliás, só há um lugar onde o sucesso chega primeiro que o trabalho: o dicionário.

Como afirmou o Dr. Albert Schweitzer, "eu não sei qual será o nosso destino, mas de uma coisa eu sei: os únicos que serão realmente felizes são os que buscaram e descobriram o verdadeiro sentido do que é servir ao próximo".

Busco inspiração em Leopoldo de Bulhões, Pedro Ludovico, Alfredo Nasser, Juscelino Kubistchek, Mauro Borges, Otávio Lage e Henrique Santillo, exemplos de grandeza e espírito público, a quem mais uma vez rendo as minhas sinceras homenagens.

Homens que foram visionários e souberam realizar o sonho de Dom Bosco, que anteviu no Planalto Central "a terra prometida, fluindo leite e mel".

Goiás, hoje, confirma a realização da profecia de Dom Bosco. Por isso, é com alegria e entusiasmo que assumo o Governo com o espírito desarmado, as mãos estendidas, o coração aberto (e muita disposição para o trabalho incansável).

A hora é de trabalho, de união, de comunhão de forças.

Goiás tem pressa para crescer. Goiás tem pressa para distribuir as conquistas do progresso a todos os goianos.

Quem quiser trabalhar pelo engrandecimento do Estado encontrará as portas do Governo francamente abertas, sem que para tanto seja necessário capitular suas posições ou abdicar de suas convicções.

Nosso governo terá metas, será ancorado na gestão de resultados e reconhecerá o valor do mérito. Iniciaremos o tempo da meritocracia em Goiás.

Vamos seguir um caminho que consolidará a presença do Estado como indutor da iniciativa privada, dotando Goiás da infraestrutura necessária à competitividade dos nossos empreendedores.

Podemos e queremos ser grandes: Goiás está no centro do Brasil e no coração da América Latina, mas nossos olhares se irradiam para além do Atlântico e o Pacífico, sem limites na ambição de construir um Estado forte e generoso.

Nós queremos acolher as demandas do pequeno, do médio e do grande empresário, porque a pujança da economia é resultado da soma dos esforços de todos.

Investiremos com prioridade na formação e capacitação da mão de obra para garantir acesso ao mercado de trabalho e melhor remuneração aos nossos trabalhadores.

Sabemos e vamos encontrar os mecanismos mais adequados para estimular as vocações locais dos nossos municípios.

Que brote o minério onde as rochas despontam até a superfície.

Que cresçam o comércio e a indústria como símbolo do progresso e da cidadania.

Agora, chegou a hora de um novo salto de desenvolvimento econômico.

Não importa que nos apontem dificuldades e nos chamem de sonhadores, porque uma vida sem sonhos, lembrando o grande poeta goiano Gilberto Mendonça Teles, é "um moinho sem ventos, uma palmeira sem chão, uma estrela sem firmamento".

Tenham todos certeza: acabou o tempo da preguiça, da dissimulação, da mentira, da enganação, da omissão e da acomodação no Governo.

Acabou o "tempo da prostração", como escreveu Bernardo Élis.

Afirmo com convicção: Goiás vai recuperar os anos perdidos e reverter o processo de estagnação a que foi submetido nos últimos anos pela inércia e pela incompetência.

Nosso Governo será reconhecido pela democratização das oportunidades, em especial aos mais humildes.

Queremos realizar o sonho de milhares de cidadãos goianos que desejam ver nosso Estado desenvolver-se de forma sustentável, com geração de emprego, renda e cidadania.

Nossa meta não se restringe ao crescimento da economia, porque de pouco adianta o aumento das riquezas se não houver distribuição e acesso de todos a uma vida melhor.

Nossa prioridade será promover a cidadania no mais amplo sentido, com um Governo voltado a ações que promovam a dignidade de todas as nossas crianças, jovens e adultos.

Programas sociais, obras e investimentos articulados com os interesses de todos os segmentos da população: Goiás, hoje, está voltando aos trilhos.

O caminho que escolhemos é o de uma gestão planejada, com a modernização permanente do aparelho do Estado, no sentido de oferecer incentivos capazes não só de tornar as empresas competitivas, mas também de atrair novos investidores nacionais e internacionais.

Queremos ver mais valor agregado a nossos produtos agrícolas e aproveitar a posição geográfica estratégica de Goiás para transformar o nosso Estado num verdadeiro centro de alternativas empresariais.

É imperioso abrir nosso Estado para o mundo.

Nossos horizontes não vão descortinar apenas os mercados consumidores nacionais, porque estamos atentos também aos interesses comerciais dos grandes países e às demandas de novos mercados consumidores.

Com um Plano de Governo resultante da colaboração dos diversos setores produtivos da sociedade e trabalhado por uma equipe de técnicos qualificados, dispomos dos alicerces para construir um Governo à altura das exigências do povo de Goiás.

Vamos adotar o planejamento como instrumento fundamental para administrar o Estado e alcançar as metas a que nos propusemos.

Implantaremos um padrão rígido de austeridade fiscal, cortaremos os gastos supérfluos e garantiremos os investimentos necessários à melhoria da qualidade de vida dos goianos.

Prometi e vou levar obras e benefícios a todos os 246 municípios goianos.

Prometi e vou cuidar da Educação com atenção redobrada, implantando colégios tecnológicos e escolas de tempo integral e promovendo uma reforma de fundo na área educacional.

Prometi e vou tratar a Saúde Pública dentro do enfoque da melhoria radical do atendimento.

E primeiro, com rapidez, vou qualificar e fazer funcionar bem as estruturas e os serviços que já existem, para depois realizar os novos e necessários investimentos.

Prometi e vou construir uma nova Segurança Pública em Goiás, para garantir a paz e a tranquilidade às nossas famílias.

Prometi e vou resgatar o compromisso de implantar a terceira geração dos programas sociais e assegurar cidadania a milhares de famílias.

Vamos recuperar as estradas destruídas pela falta de manutenção e duplicar rodovias.

Maior patrimônio dos goianos, a Celg reencontrará o rumo da boa gestão e se consolidará como o pilar mais sólido da nossa economia.

Prometi e vou levar à frente o projeto de consolidação e expansão da Universidade Estadual de Goiás.

Daremos atenção ao segmento de Ciência e Tecnologia, com incentivo à pesquisa, incorporação das novas ferramentas tecnológicas e a atração de empreendimentos de alta tecnologia para Goiás.

A preocupação com o meio ambiente, fundamento para o bem-estar das futuras gerações, será o escopo de todas as ações do Governo.

Que a história, a cultura e o saber se tornem o esteio do desenvolvimento de Goiás.

É ponto de honra: Centro Cultural Oscar Niemeyer aberto e palco de grandes eventos.

O Centro de Excelência será construído e vamos lutar para inserir Goiânia na agenda da Copa do Mundo de 2014.

Precisaremos do empenho dos funcionários públicos, que serão respeitados, valorizados e prestigiados como parceiros da nossa gestão.

Chego ao Governo de Goiás ciente da herança de descontrole e irresponsabilidade que estarei recebendo, mas o desafio não me intimida.

A política, como muito bem observou Ruy Barbosa, não é o jogo rasteiro da intriga, da inveja e da incapacidade. Isso não é política: é politicagem.

Acredito na política como construção coletiva de novos caminhos, como afirma Norberto Bobbio.

Acredito na liderança horizontal, formada com o envolvimento de todas as correntes da sociedade.

Tenho uma biografia republicana e prezo muito as liberdades democráticas.

Respeito e valorizo a oposição e todas as formas de pensamento plural.

Sob nossa gestão, o Executivo conviverá harmoniosamente com os Poderes Legislativo e Judiciário, buscando, sobretudo, o equilíbrio institucional permanente e necessário à governabilidade do Estado.

Dirijo uma palavra de agradecimento e também um pedido de apoio aos senadores Lúcia Vânia, Demóstenes Torres e Cyro Miranda.

Da mesma forma, agradeço e peço respaldo ao conjunto de deputados estaduais e deputados federais.

Agradeço também ao Vice-Governador José Eliton, cuja juventude e preparo simbolizam a renovação da política em Goiás.

Obrigado aos meus pais, com quem aprendi os valores da solidariedade e da honestidade que sempre nortearam o meu itinerário na vida pública.

Obrigado à minha sogra, aos meus irmãos, cunhados, sobrinhos e a todos os meus familiares.

Um beijo carinhoso de amor e gratidão à minha esposa Valéria, farol da minha vida, e também às minhas filhas Isabela e Ana Luiza, razões maiores de minha dedicação, sonhos, esperanças e trabalho, sempre presentes com o seu carinho e apoio.

A melhor parte da vida de uma pessoa, disse Abraham Lincoln, está nas suas amizades. Por isso, obrigado aos amigos e amigas de todos os recantos de Goiás. Amigos e amigas que são irmãos e irmãs de fé. Serei eternamente grato pela ajuda recebida.

Está escrito no Novo Testamento que "o amor é paciente, o amor é bom, não se gaba nem é arrogante. O amor não se comporta inconvenientemente, não quer tudo para si, não condena por causa de um erro cometido, não se regozija com a maldade, mas com a verdade, suporta todas as coisas, aguenta tudo. O amor nunca falha".

Quero governar Goiás com muito amor, paz e serenidade.

Lembro a linda e terna Cora Coralina, cujos versos estão entre os mais belos da Língua Portuguesa.

É da nossa poeta principal o conselho que seguirei fielmente em todos os atos do Governo de Goiás.

Ele está sintetizado, dizia Cora Coralina, nos sete dons do Divino Espírito Santo:

PRUDÊNCIA

SABEDORIA

INTELIGÊNCIA

FORTALEZA

JUSTIÇA

FRATERNIDADE

SOLIDARIEDADE

Essas são as qualidades que estarão, a cada dia, iluminando a nossa cabeça e o nosso coração.

Que Deus nos abençoe na grande tarefa que se inicia hoje.

Muito obrigado.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O EVANGELHO DO DIA (LUCAS 4,14-22)

14. Jesus então, cheio da força do Espírito, voltou para a Galiléia. E a sua fama divulgou-se por toda a região.

15. Ele ensinava nas sinagogas e era aclamado por todos.

16. Dirigiu-se a Nazaré, onde se havia criado. Entrou na sinagoga em dia de sábado, segundo o seu costume, e levantou-se para ler.

17. Foi-lhe dado o livro do profeta Isaías. Desenrolando o livro, escolheu a passagem onde está escrito (61,1s.):

18. O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu; e enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres, para sarar os contritos de coração,

19. para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os oprimidos, para publicar o ano da graça do Senhor.


20. E enrolando o livro, deu-o ao ministro e sentou-se; todos quantos estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele.

21. Ele começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu este oráculo que vós acabais de ouvir.

22. Todos lhe davam testemunho e se admiravam das palavras de graça, que procediam da sua boca, e diziam: Não é este o filho de José?

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

CONJUNTURA NACIONAL

Nada é tudo
Cícero do Carmo Lima, simpático, vestido de branco, chapéu pequeno, óculos escuros, dentes de ouro, sempre com sua inseparável bicicleta, era uma figura diferente no Ceará. Na década de 60, Ciço Rico foi um vereador muito querido em Ipu, no Ceará. Semi-analfabeto, achava-se um intelectual. No palanque, era o penúltimo a falar. Sua presença atraía a atenção. Coisas engraçadas em profusão. Principalmente no fechamento do discurso. Certa noite, num comício realizado em frente a Praça de Iracema, o locutor faz a convocação: agora, vamos ouvir o vereador Cícero do Carmo Lima. Aplausos prolongados. Descontraidamente, inicia o discurso. Ovações continuadas. Os aplausos o incentivavam a esticar a fala. No final, o fecho glorioso e filosófico, sob gritos frenéticos e (falsos) dos jovens: ipuenses, para terminar eu concluo que "Tudo, tudo é nada, e nada, nada, nada, repito, nada é tudo".

E vamos à ordem do dia
A coluna de hoje procura destacar aspectos e abordagens que abrem a nova administração do país.

O ciclo da razão
O Brasil abre as portas para o ciclo da razão. Fecham-se as cortinas da era da emoção. Sai um ator carismático do palco. Entra um perfil técnico para comandar a nação. As massas, em um primeiro momento, vão se ressentir. Depois se acostumarão. Mas a lembrança do carisma ficará na memória e no coração. Por isso, Lula continuará presente na cena política. Mas não poderá aparecer em demasia para não empanar a imagem da nova administração. Dilma imprimirá sua marca: firme controle da gestão, cobrança, monitoramento, resultados. Apertará os calos dos ministros. Mais que as mãos suaves de Lula.

A festa de Brasília
Este consultor acompanhou de perto a movimentação de Brasília. Posse de presidente da República e vice é sempre uma festa. O discurso de Dilma no Congresso foi um panorama sobre os temas brasileiros. Não carregava o tom retumbante de Lula, mas parecia mais sério e responsável. Sem as tiradas improvisadas, o sarcasmo ou o chiste. Trata-se da expressão mais técnica, mais racional. No Parlatório, Dilma fez um resumo da fala no Congresso. Um pouco mais popular. Referiu-se a Lula e às mulheres, algumas vezes. Agradecimento e homenagem.

No Itamaraty
A festa no Itamaraty reuniu umas 2 mil pessoas. Gente de todos os tipos e regiões. Gente humilde, políticos regionais, ministros, líderes importantes, governadores, autoridades e Chefes de Estado. Muito vinho, uísque e bebidas leves. Barulho infernal. Michel Temer, muito cumprimentado, irradiava satisfação. Dilma, sempre portando a faixa presidencial, foi embora logo. Hillary Clinton saiu 8 minutos antes da chegada de Dilma.

Otimismo
Este consultor teve a oportunidade de conversar com algumas personalidades. E amigos. O tom geral era de otimismo. O país, mesmo com dificuldades eventuais, caminhará firme na rota. O estilo Dilma - racional, objetivo, técnico, cobrança, exigências - dava o tom das conversas. Senso comum. As oposições ali compareceram educadamente. Esbarrei com Alckmin chegando ao Itamaraty com dona Lu, Zé Aníbal, Duarte Nogueira e mais alguns. Nos cumprimentos, a lembrança recorrente de Alckmin para este consultor: e as Porandubas? Ele é um leitor assíduo da coluna. E eu lhe disse que vou acompanhar, passo a passo, seu governo.

Estrelas da equipe
Alguns ministros abrirão amplos espaços de poder e visibilidade. Anotem estes nomes: Zé Eduardo Cardozo, da Justiça; Antônio Palocci, da Casa Civil; Orlando Silva, dos Esportes; Nelson Jobim, da Defesa; Miriam Belchior, do Planejamento; Paulo Bernardo, das Comunicações; e Guido Mantega, da Fazenda. Alexandre Tombini, do BC, estará também na roda. E, claro, o vice presidente da República, Michel Temer, que será uma espécie de escudo e pára-choque contra eventuais crises. Pano de fundo: questões de segurança pública; articulação político-institucional; Copa e Olimpíadas; compra de aviões; organização do orçamento; banda larga; eixos macroeconômicos e eventuais atritos com o Congresso.

Reforma política? Difícil
Pois é, os anúncios se espalham: a reforma política vem aí. Lideranças políticas, a nova presidente da República, o ex-presidente Lula, todos expressam contundente defesa desta reforma. O novo ministro das Relações Institucionais, o bigodudo deputado Luiz Sérgio, do PT do Rio de Janeiro, garante que vai escudar a proposta. Este consultor coloca as dúvidas: o que fazer de início? Mudar o que? O sistema de voto? Qual o modelo ideal? Distrital puro ou misto? Fidelidade partidária? Mas essa já existe. Cláusula de barreira? Os partidos pequenos não toparão. Reforma do código eleitoral? Isso é possível. Mas que aspectos deverão ser contemplados?

Diálogo, uma quimera
O mesmo ministro Luiz Sérgio diz que vai implantar a política do diálogo. Quer evitar atritos entre os partidos da base aliada. Mas esse diálogo, pelo que se sabe, é palavra-chave da Secretaria de Relações Institucionais. Padilha, que de lá saiu para assumir o Ministério da Saúde, quase foi às vias de fato com o líder do PMDB, deputado Henrique Alves. E sempre insistia no diálogo. Só existe diálogo entre partes que desejam efetiva parceria. E, pelo visto, o PT está indo com muita sede ao pote na corrida por postos e cargos. PT é assim: primeiro, ele; segundo, ele; terceiro, ele. Por isso, o diálogo é uma quimera.

E a tributária?
No caso da reforma tributária, o ponto de partida deverá ser o relatório do deputado Sandro Mabel (PR/GO). Não será um debate fácil. Há muita polêmica, a partir da incidência de tributos sobre a riqueza. Outro aspecto diz respeito à desoneração da folha. Teme-se a perda de recursos hoje destinados à Previdência Social. A questão do ICMS deve ser objeto de amplas negociações com os governadores. O objetivo é fazer acordos para reduzir o tributo em áreas específicas, como energia.

Mabel será candidato?
Por falar em Sandro Mabel, eis que ele joga um balão de ensaio: poderá sair como candidato à presidência da Câmara. Marco Maia será alvo de insatisfações de alas partidárias insatisfeitas com a partilha de espaços e cargos. Mabel irá até o fim? Seria um bom candidato.

No vácuo
O grande tribuno Carlos Lacerda, da UDN, fazia inflamado discurso na Câmara dos Deputados, quando um colega pediu aparte: "Vossa Excelência pode falar o quanto quiser, porque o que me entra por um ouvido sai imediatamente pelo outro". Ao que lhe respondeu Lacerda: "Impossível, nobre colega, o som não se propaga no vácuo!"

Linhas de combate e ocupação
Nas próximas semanas, veremos muito combate no campo do poder. PT e PMDB disputam, palmo a palmo, espaço no setor elétrico. PMDB dominava a área. PT quer desbancá-lo. Alvo principal é a Eletrobrás. Nos Correios, PT já levou a melhor. Na Saúde, começa a ocupar todos os espaços. O líder Henrique Alves, do PMDB, tem dificuldades em administrar a indignação da bancada peemedebista. Na área da Integração Nacional, PMDB, que a dominava por completo, ficará apenas com o DNOCS.

Concessão nos aeroportos
Desta vez, dá para acreditar: a concessão de aeroportos ao setor privado toma forma. Nelson Jobim é a favor. A presidente Dilma já deu sinal positivo. Sinal de que o novo governo incentivará a participação privada na infraestrutura.

Dando as caras
A presidente Dilma vai começar a mostrar a cara para o mundo. Primeiras viagens já confirmas: EUA, China, Argentina, Uruguai, Peru e Bulgária. Dilma já deu uma boa sugestão ao secretário geral da ONU, Ban Ki-Mon: abrir uma Escola da ONU no Brasil com foco no estudo e debate da Segurança e Desenvolvimento Social.

Qualidades dos serviços
Novo governo emite bons sinais. O novo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, quer implantar contratos de gestão baseados em metas a partir de indicadores nacionais de saúde. Garantia de qualidade e acesso da população aos serviços.

INSS sob novo comando
O presidente do INSS, ao que tudo indica, deverá ser Mauro Luciano Hauschild, que trabalha no gabinete do ministro José Antônio Toffoli, do STF. O nome técnico, preferido pelo ministro Garibaldi Alves, seria o de Otacílio Cartaxo, ex-secretário da Receita, responsável pela maior arrecadação do órgão em toda a história. Mas o novo ministro da Previdência decidiu acatar a indicação de Renan Calheiros. Mauro Luciano é um quadro da área jurídica. Uma espécie de peixe fora d'água no INSS. A política tem seus caminhos. Estranhos, misteriosos e insondáveis, alguns.

IMPS
Newton Cardoso, hoje deputado pelo PMDB de MG, ex-governador, numa entrevista: "Precisamos acabar com a fila do IMPS." O assessor lhe diz: "Não é IMPS, é INPS." Ele: "Nada disso. Desde lá de Brumado que eu aprendi que antes de P e B se usa M."

Tempo integral
Fernando Haddad, ministro da Educação, vai implantar ensino médio em tempo integral. Com curso regular em um turno e, no outro, o curso profissionalizante. Um Ovo de Colombo.

Alckmin: 1,5 bi de corte
Geraldo Alckmin começa dando exemplo de austeridade: cortou R$ 1,5 bilhões no Orçamento do Estado. Investimentos sofrerão redução de 20% e os gastos com custeio serão diminuídos em 10%. Alckmin também fará revisão de todos os contratos de serviços. Lupa acesa.

Richa: moratória
Já o governador do Paraná, Beto Richa, declarou moratória de 90 dias. Significa suspensão de pagamentos a fornecedores e prestadores de serviços. Quer conhecer real situação financeira do Estado.

Colombo: ICMS por 120 dias
Enquanto isso, Raimundo Colombo, de SC, extingue o artigo da lei que permitia reduzir o ICMS de 17% para uma alíquota de 0,3%, impedindo, ainda, que novas empresas entrem no programa durante o período de reavaliação.

Coutinho: exoneração dos comissionados
Na Paraíba, Ricardo Coutinho, o novo chefe do Executivo, demitiu todos os ocupantes de cargos comissionados. Lá, a folha deve fechar 2010 representando 70% da receita corrente líquida. Suspendeu, ainda, o reajuste de 27,92% concedido pelo ex-governador José Maranhão.

Rosalba: redução de 30%
No Rio Grande do Norte, a governadora Rosalba Ciarlini decidiu reduzir em 30% as verbas de cada Secretaria. Rosalba garante que fará "o RN acontecer". Quer uma gestão de resultados.

A reza de Rosário
Maria do Rosário, a ministra que assumiu a Secretaria de Direitos Humanos, reza pela cartilha da polêmica Comissão da Verdade. Defende sua aprovação. E assim recomeça o lengalenga.

Fato histórico
Já o general José Elito Siqueira, novo chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, é enfático: a existência de desaparecidos políticos durante a ditadura não deve ser motivo de vergonha, mas ser tratado como fato histórico.

Cadê o Ciro?
Ciro Distante Gomes não deu as caras. Não ganhou o Ministério da Saúde. Parece não ter gostado. Não esteve em Brasília na posse. Deve ajudar o irmão Cid Gomes, no Ceará. Algo como a Coordenação da Zona de Exportação. Até ser chamado para coisa mais importante no plano Federal.

Henrique, estressado
Henrique Alves, o aguerrido líder do PMDB na Câmara, está muito nervoso. Este consultor conhece Henrique desde os tempos de antes de ontem. E nunca viu Henrique tão estressado. O PT está invadindo todas as searas do PMDB. Com sede secular.

Vaccarezza
O deputado Cândido Vaccarezza (PT/SP) espera um convite da presidente Dilma para assumir a liderança do governo na Câmara dos Deputados. Vaccarezza é um dos mais preparados e eficazes quadros do PT.

Conselho à nova presidente
Esta coluna dedica sua última nota a pequenos conselhos a políticos, governantes e líderes nacionais. Na última coluna, o espaço foi destinado aos membros do Ministério Público. Hoje, seu conselho se dirige à nova mandatária da nação, presidente Dilma Rousseff:

1. Procure mapear o território de demandas políticas e verificar o estado das tensões.

2. Dê soluções justas e adequadas às demandas e pressões tendo como baliza o efetivo peso dos partidos na composição política.

3. Aja com cautela para evitar derrotas no Congresso logo no início do governo. Seria um péssimo início de administração começar com derrotas.

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(Gaudêncio Torquato)

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

UMA ESTROFE

Amigo Júnior Bonfim,
Uma coisa vou lhe dizer:
Gente fina até se acha,
E é fácil reconhecer
São pessoas especiais
Que nunca são radicais
Vivem por puro prazer.


Um abraço,

Dalinha Catunda

GENTE FINA


Gente fina é aquela que é tão especial que a gente nem percebe se é gorda, magra, velha, moça, loira, morena, alta ou baixa.

Ela é gente fina, ou seja, está acima de qualquer classificação.

Todos a querem por perto.

Tem um astral leve, mas sabe aprofundar as questões quando necessário.

É simpática, mas não bobalhona.

É uma pessoa direita, mas não escravizada pelos certos e errados: sabe transgredir sem agredir.

Gente fina diz mais sim do que não, e faz isso naturalmente, não somente para agradar.

Gente fina não julga ninguém. Tem opinião, apenas.

Um novo começo de era, com gente fina, elegante e sincera. É o que mais se pode querer!

Gente fina não esnoba, não humilha, não trapaceia, não compete e, como o próprio nome diz, não engrossa.

Gente fina não veio ao mundo para colocar areia no projeto dos outros.

Gente fina é amável, honesta, verdadeira e confiável.

Não se ama por ser fácil, se ama porque Deus é amor.

Que Deus continue te abençoando... para que sempre seja uma benção para todos teus amigos.



(Mensagem enviada por Olimpio Bonfim. Autoria desconhecida)