sábado, 24 de janeiro de 2009

"NUNCA, NUNCA, NUNCA DESISTAM!!!"



No dia 24 de janeiro de 1965 faleceu Winston Churchill, o mais eloqüente político de sua era. Enquanto a Grã-Bretanha resistia sozinha à ameaça nazista, depois que Adolf Hitler já havia marchado sobre Paris, Churchill transformava palavras em armas, em coragem, em munição, em poder.

Ganhou o prêmio Nobel de Literatura em 1953 "pelos dotes na descrição histórica e biográfica e pela brilhante oratória na defesa e exaltação dos valores humanos" presentes nos 6 volumes da obra "Segunda Guerra Mundial". A edição inicial do primeiro volume vendeu 200 mil livros na Inglaterra e 600 mil nos EUA.


Certa feita o chamaram pra fazer um discurso em solenidade de formatura de uma faculdade.

Convidado a fazer uso da palavra, ele se levantou e falou pros formandos:

"NUNCA, NUNCA, NUNCA DESISTAM!!!"

Depois se sentou. Pronto, fim do "discurso"! E a mensagem, profunda, calou no fundo da alma de todos.

CONSELHOS DE ADVOGADO - LEI SECA



Um amigo me enviou as dicas abaixo:


“Amigos, isto não é uma apologia à burla, mas sim a estar preparado para possíveis 'achaques' ou tentativas de propina.

Fiquem atentos. (Para os esquecidos, é para ler várias vezes e guardar no carro)

Sobre a nova lei de dirigir embriagado: 665 autuações, cada uma com multa de 1000 reais, mais de meio milhão de reais pro governo em dez dias apenas.

Corre o risco de virar uma farra de multas igual foi com os radares eletrônicos.

Ainda mais porque cabe ao POLICIAL o diagnóstico de embriaguez (lembro que a única profissão autorizada a dar diagnóstico no Brasil é a profissão médica!).

Lembro que se comermos dois bombons de licor, o bafômetro pode acusar 0,2.

Fora as pessoas com diabetes descontrolado, pessoas que tenham contato prolongado recente com éter (laboratórios, hospitais), dizem que até chocolate em excesso pode acusar o bafômetro.

Pode virar também uma forma cara de propina.

Agora se for pego lembre-se:

1) NUNCA FAÇA O TESTE DO BAFÔMETRO, MESMO QUE NÃO TENHA BEBIDO, POIS COMO JÁ DISSE ELE PODE DAR UM FALSO-POSITIVO.

2) Tente se livrar dos problemas no local conversando com o policial (sem propina, é claro!).

3) SE NECESSÁRIO SEJA ENCAMINHADO AO IML PARA PERÍCIA (E ELES USAM ISSO COMO AMEAÇA, MAS É AÍ QUE VOCÊ GANHA). No IML você será examinado por um médico.

4) NUNCA ADMITA QUE VOCÊ BEBEU, NUNCA DEIXE SANGUE OU URINA PARA ANÁLISE E FALE APENAS O ESTRITAMENTE NECESSÁRIO.

Pela lei brasileira você não precisa fornecer provas que te incriminem, e no Brasil dirigir é um direito e não uma concessão do estado como em outros países, onde você é sim obrigado a soprar o bafômetro e dar sangue e urina para análise.

O máximo que pode acontecer é você ser preso sob SUSPEITA de embriaguez.

Pague a fiança, e no dia seguinte dirija-se ao Detran e pegue de volta sua carteira de habilitação (ela é recolhida, só será apreendida se você for julgado culpado).

Logo em seguida entre com um processo contra o estado que te prendeu sem causa, já que nada foi provado e você foi apenas um suspeito.

Arranje um bom advogado e na lei só vale aquilo que está provado.

Ninguém é preso ou punido por suspeitas apenas, e a única prova incontestável de embriaguez é a dosagem de álcool no sangue ou urina, ou você assumir que bebeu.

Pode parecer um manual de burlar a lei (e uma boa lei), mas sabendo do que nossos policiais mal-remunerados são capazes, do tanto que a imprensa adora ver classe-média na cadeia e da ganância de nossos governantes por dinheiro, precisamos estar preparados para escapar dos DIAGNÓSTICOS-POLICIAIS de ocasião.

Divulguem aos amigos”.

VEREDAS CURIOSAS DA ÍNDIA!





Desde segunda-feira (19), os telespectadores brasileiros estamos conhecendo um pouco mais a respeito da cultura, dos costumes e das curiosidades da Índia, país palco da nova novela da Globo: Caminho das Índias.

Vocês sabiam que:

- O sistema numérico foi inventado na Índia. De fato o cientista Aryabhatta foi quem “descobriu” o zero;

- O xadrez foi inventado na Índia – inicialmente era jogado por 4 jogadores, com 8 peças cada um, jogando 2 contra 2;

- Álgebra, Trigonometria e Cálculo são disciplinas que tiveram origem na India;

- O sistema decimal foi desenvolvido na Índia no ano 100 a.C.;

- A democracia Indiana é a maior do mundo, a Índia é o 6º maior país e uma das mais antigas civilizações do mundo (cerca de 10 000 anos);

- A Índia tem o maior número de estações dos correios;

- O maior organismo empregador do mundo são os caminhos de ferro Indianos, empregando mais de um milhão de pessoas;

- Uma das primeiras Universidades apareceu na Índia em Takshila no ano 700 a.C;

- Apesar da conhecida pobreza, a Índia era um dos países mais ricos do mundo até ao sec. XVII, altura em que foi tomada pelos Ingleses;

- Até 1896 a Índia era o único país fornecedor de diamantes do Mundo;

- A maior ponte do Mundo está na Índia na localidade de Ladakh e foi construída pelo exército Indiano em 1982;

- O uso da anestesia já era bem conhecido na Índia antiga. Conhecimentos sobre anatomia, digestão, metabolismo, fisiologia, genética e imunidade são referidos em diversos textos antigos.


ALIMENTAÇÃO:

Tradicionalmente, os indianos costumam comer usando a mão direita literalmente, isto é, sem nenhum talher;

Hindus não comem carne bovina e muçulmanos não comem porco;

Deve se comer usando somente a mão direita, visto que a mão esquerda é usada para propósitos higiênicos e portanto considerada impura. Porém, é aceitável passar pratos ou vasilhas com a mão esquerda;

Tocar a comida em um prato comum, ou seja que vai ser divido para todos, pode causar que os outros evitem comê-lo;

Lavar as mãos antes e depois das refeições é muito importante. Em algumas casas hindus, eles esperam que você lave sua boca também;

Para alguns hindus, é um insulto um visitante agradecer pela comida após ter terminado de comer, visto que eles dizem que dizer obrigado é considerado uma forma de pagamento.

Se você está bebendo água ou outra bebida num copo ou outro container que será usado por outros, nunca toque o copo ou container com seus lábios. Segure o copo um pouco acima da boca e então entorne aos poucos dentro da boca sem tocar o copo com a boca;

É muito comum entre os hindus utilizarem muitos cerimoniais em sua vida diária. Por exemplo, os brâmanes (casta alta) não comem nenhum tipo de carne, e derivados como ovos e outros. Quando comem por engano ou fazem outras coisas que segundo eles os torna impuros, eles costumam fazer um ritual de purificação que, algumas vezes, consiste em beber urina de vaca (que eles dizem que é sagrada). Alguns rituais de purificação incluem cinco produtos da vaca, considerados sagrados para os hindus: leite, coalhada, gordura, urina e fezes.

Um antigo costume hindu, já fora de uso, dizia que para uma mulher devota, seu marido era literalmente um deus. Para agradar seu marido a esposa deveria de boa vontade fazer qualquer coisa. A principal razão para ela viver era servir seu marido e obedecer a risca todos os seus desejos. Uma esposa era para comer somente após seu marido ter terminado e comer então no prato sujo de seu marido.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

SENTENÇA POÉTICA – Magistrado gaúcho profere decisão em forma de verso



O Juiz de Direito Afif Jorge Simões Neto, da 2ª Turma Recursal Cível, do estado do Rio Grande do Sul, proferiu voto em forma de verso, em julgamento realizado ontem, 21/1. A ação, que tramitou perante o Juizado Especial Cível da Comarca de Santana do Livramento, trata de pedido de indenização por dano moral.

O autor da ação, patrão do CTG Presilha do Pago, afirmou ter sido ofendido em sua honra pessoal durante pronunciamento feito por Conselheiro Fiscal da 18ª Região Tradicionalista durante o uso da tribuna livre da Câmara de Vereadores.

O ofensor teria dito que o Patrão não prestava conta das verbas públicas recebidas para a realização de eventos. Salientou que as afirmações foram publicadas também no jornal local A Platéia. O réu negou as ofensas.

A decisão no Juizado Especial Cível de Livramento condenou o Conselheiro ao pagamento de R$ 1,5 mil. Houve recurso à Turma Recursal. Para o relator, a ofensa não aconteceu.

Os Juízes Eduardo Kraemer e a Leila Vani Pandolfo Machado acompanharam o voto do relator, reformando a decisão de 1º Grau para negar o pedido de indenização.

* Confira abaixo a sentença "poética" na íntegra:

“Este é mais um processo
Daqueles de dano moral
O autor se diz ofendido
Na Câmara e no jornal.

Tem até CD nos autos
Que ouvi bem devagar
E não encontrei a calúnia
Nas palavras do Wilmar.

Numa festa sem fronteiras
Teve início a brigantina
Tudo porque não dançou
O Rincão da Carolina.

Já tinha visto falar
Do Grupo da Pitangueira
Dançam chula com a lança
Ou até cobra cruzeira.

Houve ato de repúdio
E o réu falou sem rabisco
Criticando da tribuna
O jeitão do Rui Francisco

Que o autor não presta conta
Nunca disse o demandado
Errou feio o jornalista
Ao inventar o fraseado.

Julgar briga de patrão
É coisa que não me apraza
O que me preocupa, isso sim
São as bombas lá em Gaza.

Ausente a prova do fato
Reformo a sentença guerreada
Rogando aos nobres colegas
Que me acompanhem na estrada.

Sem culpa no proceder
Não condeno um inocente
Pois todo o mal que se faz
Um dia volta pra gente.

E fica aqui um pedido
Lançado nos estertores
Que a paz volte ao seu trilho
Na terra do velho Flores.”

O QUE ESPERAR DE OBAMA

John Kennedy inscreveu seu nome na maioria dos livros de citações ao dizer, em seu discurso de posse, em 1961: “Americanos, meus patrícios; não perguntem o que o seu país pode fazer por vocês; perguntem o que vocês podem fazer pelo seu país”.

O texto tem uma segunda parte, menos conhecida, que vale a pena lembrar: “Cidadãos do mundo, meus amigos: perguntem o que a América fará por vocês, mas o que juntos poderemos fazer pela liberdade do homem”.

Quarenta e oito anos depois, nós, brasileiros poderíamos, modificando alguma coisa na frase de Kennedy, dizer ao presidente norte-americano Barack Obama que o mundo não pergunta hoje o que ele, como dirigente do país que detém a maior economia do planeta, pode fazer pela liberdade de homem. Contenta-se em desejar que em seu mandato, iniciado em meio a grandes esperanças, administre bem o seu país, ponha fim ao colossal déficit público norte-americano e retome o processo produtivo, que ali se paralisou. Se atingir essas metas, eliminará muito dos problemas que comprometem a estabilidade e toldam o futuro de dezenas de países.

Os brasileiros que ingressaram na escola primária na década de 1950 conviveram com um ideal pan-americano que ninguém sabia explicar exatamente o que era. Cantavam “Deus salve a América”, canção com que o russo Irving Berlin homenageou seu país de adoção, com uma bonita letra em português de João de Barro, o Braguinha. Tinham a ilusão de que a América à qual ela se referia fosse o continente e não o nome mais popular dos Estados Unidos.

No Brasil, o pan-americanismo afundou com o desencontro entre a Doutrina Truman e o projeto econômico do segundo governo Vargas (1951/1954).

Único governante da América do Sul a enviar forças de seu país ao teatro de guerra europeu, para lutar contra as forças militares do nazismo, Getúlio esperava ver o País fosse contemplado numa extensão do Plano Marshall. Os norte-americanos estavam reconstruindo a economia de seus ex-inimigos alemães, italianos e japoneses. Podiam e deviam dar uma mãozinha ao Brasil que, além de soldados da FEB e aviadores da FAB, participara do esforço de guerra permitindo a implantação em nosso território da grande base militar de Natal.

Em vez disso, Vargas recebeu cobranças e pressões para enviar soldados brasileiros à Guerra da Coréia, facilitar o acesso das empresas americanas à exploração de nossas possíveis jazidas de petróleo e vender a preços camaradas minerais estratégicos como a areia monazítica. Em relação a estas, os americanos perderam o interesse pelas nossas jazidas ao descobrirem depósitos daquele insumo em seu próprio território. A esperança de um apoio estadunidense ao desenvolvimento da America Latina se reacendeu no governo Kennedy (1961/63), com a Aliança para o Progresso.

Dela sobrou pouca coisa depois que, na Conferência de Chanceleres Americanos em Punta Del Leste, em 1961, Che Guevara, então ministro da Economia de Cuba, país que ainda não fora expulso da Organização dos Estados Americanos (OEA), alertou seus colegas para uma realidade incômoda.

As linhas de crédito mais consistentes à disposição da América Latina eram destinadas a financiar sistemas de tratamento de água e coleta de esgoto. Praticamente nada se previa no tocante à modernização da economia em si.

O saneamento básico não ascendera, ainda, à condição de prioridade para os governos do continente. Os municípios brasileiros que aceitaram os recursos da Aliança e os gerenciaram adequadamente fizeram um excelente negócio. Mas o que sobrou da Aliança para a maioria dos latino-americanos foi a expectativa frustrada de um maior apoio dos Estados Unidos ao desenvolvimento de seus países.

Neste instante, em que muitas esperanças cercam o governo de Barack Obama, é bom lembrar que na lista de prioridades da nova política externa, ocupa o penúltimo lugar, à frente apenas da África. Por sua vez, os interesses brasileiros, em relação aos Estados Unidos situam-se principalmente na busca de relações comerciais não protecionistas, com destaque para o etanol.

Mesmo nesse terreno restrito as chances de êxito do Brasil não são entusiasmantes. Mas um eventual insucesso não nos trará desilusões tão fortes quanto as suportadas nos tempos de Truman e de Kennedy.

Se Obama equilibrar o espantoso déficit fiscal que herdou de George W. Bush estará tornando menos difícil o dia-a-dia de dezenas países, inclusive o nosso, aos quais o governo de Washington vem repassando os efeitos do desastre econômico da América.

Adotemos, pois uma postura de saudável ceticismo em relação aos efeitos da era Obama para o Brasil. A citação que vale para o nosso país e aquela, enfática, do poeta Gilberto Gil: “Meu caminho pelo mundo eu mesmo faço!”.


* Antonio Carlos Pannunzio - deputado federal e membro da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional

ENTERRO DE JURACI REÚNE ALIADOS E DESAFETOS



"Sob a fina chuva de uma quarta-feira bastante cinzenta, o corpo do ex-prefeito de Fortaleza, Juraci Magalhães, foi sepultado no cemitério Parque da Paz, por volta das 18 horas de ontem. “Ele lutou muito contra a doença. Não foi por falta de luta. Foi cansaço”, disse, com a voz embargada, o filho Magalhães Neto. O movimento de pessoas em torno do caixão chegou a atrapalhar os funcionários do local, o que gerou empurra-empurra em alguns momentos. Emocionada, a viúva Zenaide Magalhães não conseguiu acompanhar todo o sepultamento.

Nos últimos dias, Juraci foi mantido sedado na UTI, onde respirava com ajuda de aparelhos, sob efeito de analgésicos. “Não era para ele ter morrido assim. Ele achava que a cidade ainda não havia o reconhecido pelo que tinha feito”, lamentou o vereador Carlos Mesquita (PMDB), que por oito anos foi líder do ex-prefeito na Câmara Municipal.

Distante do caixão e com lágrimas nos olhos, Mesquita lembrou emocionado a última visita que fez ao amigo, no fim de dezembro. “Ele estava triste e me disse: ‘Rapaz, quando você está no poder, você é uma coisa. Depois que sai, vira nada. Antes, minha casa vivia lotada. Hoje, ficam aí me criticando’”, relatou o vereador, acrescentando que, mesmo sendo aliado da atual prefeita Luizianne Lins (PT), continuará defendendo os feitos de Juraci.

Também estiveram presentes no velório os personagens históricos do PMDB: o ex-deputado federal Paes de Andrade e o deputado federal Mauro Benevides. “No sábado, fui ao hospital visitá-lo. Só consegui trocar alguns acenos com ele. Mas ele vai se projetar a partir de agora como um homem que lutou muito por Fortaleza”, disse Benevides.

Além de amigos, o auditório do Legislativo reuniu também antigos desafetos políticos que, ontem, esqueceram o passado de desavenças. Esperada para compor esse bloco, a prefeita Luizianne não compareceu. Entretanto, figuras ligadas à petista ressaltaram que “independente de convicções políticas e ideológicas, é uma perda”, atentou o vereador Acrísio Sena (PT).

Menos imparcial foi a senadora Patrícia Saboya (PDT), que chegou ao velório por volta das 17 horas com os olhos mareados. Ela disse que, apesar de ter sido adversária de Juraci, conserva “um grande respeito” pelo ex-prefeito. A pedetista revelou que, durante a campanha eleitoral de 2008, Juraci a procurou para uma conversa que durou cerca de quatro horas. “Foi a única vez que nós conversamos pra valer. Ele queria me dar umas dicas para a cidade”, contou, acrescentando que considera “positivo” o legado que Juraci deixou para a cidade.

(Jornal O POVO)

CURIOSIDADE



No dia 22 de janeiro de 1532, o navegador Martim Afonso de Sousa, enviado pela Coroa Portuguesa, chegou a São Vicente para construir a primeira vila do Brasil. Católico fervoroso, Martim Afonso fundou a cidade e a batizou com o nome do santo daquele dia.

PALAVRA PROVIDENCIAL

CARO JB,

Parabenizo-lhe pelo blog, acessei hoje pela primeira vez.

A vida do poeta perderia o sentido se a natureza não fosse enxergada, se a lua de madrugada não pudesse inspirar , se o canto do pássaro não mais fosse traduzido que triste seria a vida sem ter tempo prá amar ... e fazer o que dá prazer. Percebo que escrever te dá prazer, e o faz muito bem.

Um abraço poético
de

EDMILSON PROVIDENCIA

Crateús-Ce

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

OBAMA - DISCURSO DE POSSE!



Meus caros concidadãos

Estou aqui hoje humildemente diante da tarefa que temos pela frente, grato pela confiança que vocês depositaram em mim, ciente dos sacrifícios suportados por nossos ancestrais. Agradeço ao presidente Bush pelos serviços que prestou à nação, assim como pela generosidade e a cooperação que ele demonstrou durante esta transição.

Quarenta e quatro americanos já fizeram o juramento presidencial. As palavras foram pronunciadas durante marés ascendentes de prosperidade e nas águas plácidas da paz.

Mas de vez em quando o juramento é feito entre nuvens carregadas e tempestades violentas. Nesses momentos, a América seguiu em frente não apenas por causa da visão ou da habilidade dos que ocupavam os altos cargos, mas porque nós, o povo, permanecemos fiéis aos ideais de nossos antepassados e leais aos nossos documentos fundamentais.

Assim foi. Assim deve ser para esta geração de americanos.

Que estamos em meio a uma crise hoje é bem sabido. Nossa nação está em guerra, contra uma ampla rede de violência e ódio. Nossa economia está gravemente enfraquecida, uma conseqüência da cobiça e da irresponsabilidade de alguns, mas também de nosso fracasso coletivo em fazer escolhas difíceis e preparar o país para uma nova era. Lares foram perdidos; empregos, cortados; empresas, fechadas. Nosso sistema de saúde é caro demais; nossas escolas falham para muitos; e cada dia traz novas evidências de que os modos como usamos a energia reforçam nossos adversários e ameaçam nosso planeta.

Esses são indicadores de crise, sujeitos a dados e estatísticas. Menos mensurável, mas não menos profundo, é o desgaste da confiança em todo o nosso país -- um temor persistente de que o declínio da América é inevitável, e que a próxima geração deve reduzir suas perspectivas.

Hoje eu lhes digo que os desafios que enfrentamos são reais. São sérios e são muitos. Eles não serão resolvidos facilmente ou em um curto período de tempo. Mas saiba disto, América -- eles serão resolvidos.

Neste dia, estamos reunidos porque escolhemos a esperança acima do medo, a unidade de objetivos acima do conflito e da discórdia.

Neste dia, viemos proclamar o fim dos sentimentos mesquinhos e das falsas promessas, das recriminações e dos dogmas desgastados que por tanto tempo estrangularam nossa política.

Ainda somos uma nação jovem, mas, nas palavras da escritura, chegou o tempo de pôr de lado as coisas infantis. Chegou o tempo de reafirmar nosso espírito resistente; de escolher nossa melhor história; de levar adiante esse dom precioso, essa nobre ideia, transmitida de geração em geração: a promessa dada por Deus de que todos são iguais, todos são livres e todos merecem a oportunidade de perseguir sua plena medida de felicidade.

Ao reafirmar a grandeza de nossa nação, compreendemos que a grandeza nunca é um fato consumado. Deve ser merecida. Nossa jornada nunca foi de tomar atalhos ou de nos conformar com menos. Não foi um caminho para os fracos de espírito -- para os que preferem o lazer ao trabalho, ou buscam apenas os prazeres da riqueza e da fama. Foram, sobretudo, os que assumem riscos, os que fazem coisas -- alguns célebres, mas com maior frequência homens e mulheres obscuros em seu labor, que nos levaram pelo longo e acidentado caminho rumo à prosperidade e à liberdade.

Por nós, eles empacotaram seus poucos bens terrenos e viajaram através de oceanos em busca de uma nova vida.

Por nós, eles suaram nas oficinas e colonizaram o Oeste; suportaram chicotadas cortantes e lavraram a terra dura.

Por nós, eles lutaram e morreram, em lugares como Concord e Gettysburg, na Normandia e em Khe Sahn.

Incansavelmente, esses homens e mulheres lutaram, se sacrificaram e trabalharam até ralar as mãos para que pudéssemos ter uma vida melhor. Eles viam a América como algo maior que a soma de nossas ambições individuais; maior que todas as diferenças de nascimento, riqueza ou facção.

Esta é a jornada que continuamos hoje. Ainda somos a nação mais próspera e poderosa da Terra. Nossos trabalhadores não são menos produtivos do que quando esta crise começou. Nossas mentes não são menos criativas, nossos produtos e serviços não menos necessários do que foram na semana passada, no mês passado ou no ano passado. Nossa capacidade continua grande. Mas nosso tempo de repudiar mudanças, de proteger interesses limitados e de protelar decisões desagradáveis -- esse tempo certamente já passou. A partir de hoje, devemos nos reerguer, sacudir a poeira e começar novamente o trabalho de refazer a América.

Para todo lugar aonde olharmos há trabalho a ser feito. A situação da economia pede ação ousada e rápida, e vamos agir -- não apenas para criar novos empregos, mas depositar novas bases para o crescimento. Vamos construir estradas e pontes, as redes elétricas e linhas digitais que alimentam nosso comércio e nos unem. Vamos restabelecer a ciência a seu devido lugar e utilizar as maravilhas da tecnologia para melhorar a qualidade dos serviços de saúde e reduzir seus custos. Vamos domar o sol, os ventos e o solo para movimentar nossos carros e fábricas. E vamos transformar nossas escolas, colégios e universidades para suprir as demandas de uma nova era. Tudo isso nós podemos fazer. E tudo isso faremos.

Agora, há alguns que questionam a escala de nossas ambições -- que sugerem que nosso sistema não pode tolerar um excesso de grandes planos. Suas memórias são curtas. Pois eles esqueceram o que este país já fez; o que homens e mulheres livres podem conseguir quando a imaginação se une ao objetivo comum, e a necessidade à coragem.

O que os cínicos não entendem é que o chão se moveu sob eles - que as discussões políticas mofadas que nos consumiram por tanto tempo não servem mais. A pergunta que fazemos hoje não é se nosso governo é grande demais ou pequeno demais, mas se ele funciona - se ele ajuda as famílias a encontrar empregos com salários decentes, tratamentos que possam pagar, uma aposentadoria digna. Quando a resposta for sim, pretendemos seguir adiante. Quando a resposta for não, os programas terminarão. E aqueles de nós que administram os dólares públicos terão de prestar contas -- gastar sabiamente, reformar os maus hábitos e fazer nossos negócios à luz do dia -- porque somente então poderemos restaurar a confiança vital entre uma população e seu governo.

Tampouco enfrentamos a questão de se o mercado é uma força do bem ou do mal. Seu poder de gerar riqueza e expandir a liberdade é inigualável, mas esta crise nos lembrou de que sem um olhar vigilante o mercado pode sair do controle -- e que uma nação não pode prosperar por muito tempo quando favorece apenas os prósperos. O sucesso de nossa economia sempre dependeu não apenas do tamanho de nosso Produto Interno Bruto, mas do alcance de nossa prosperidade; de nossa capacidade de estender oportunidades a todos os corações dispostos -- não por caridade, mas porque é o caminho mais certeiro para o nosso bem comum.

Quanto a nossa defesa comum, rejeitamos como falsa a opção entre nossa segurança e nossos ideais. Nossos pais fundadores, diante de perigos que mal podemos imaginar, redigiram uma carta para garantir o regime da lei e os direitos do homem, uma carta expandida pelo sangue de gerações. Aqueles ideais ainda iluminam o mundo, e não vamos abandoná-los em nome da conveniência. E assim, para todos os outros povos e governos que nos observam hoje, das maiores capitais à pequena aldeia onde meu pai nasceu: saibam que a América é amiga de toda nação e de todo homem, mulher e criança que busque um futuro de paz e dignidade, e que estamos prontos para liderar novamente.

Lembrem que as gerações passadas enfrentaram o fascismo e o comunismo não apenas com mísseis e tanques, mas com sólidas alianças e convicções duradouras. Elas compreenderam que somente nossa força não é capaz de nos proteger, nem nos dá o direito de fazer o que quisermos. Pelo contrário, elas sabiam que nosso poder aumenta através de seu uso prudente; nossa segurança emana da justeza de nossa causa, da força de nosso exemplo, das qualidades moderadoras da humildade e da contenção.

Somos os mantenedores desse legado. Conduzidos por esses princípios mais uma vez, podemos enfrentar essas novas ameaças que exigem um esforço ainda maior -- maior cooperação e compreensão entre as nações. Vamos começar de maneira responsável a deixar o Iraque para sua população, e forjar uma paz duramente conquistada no Afeganistão. Com antigos amigos e ex-inimigos, trabalharemos incansavelmente para reduzir a ameaça nuclear e reverter o espectro do aquecimento do planeta. Não pediremos desculpas por nosso modo de vida, nem vacilaremos em sua defesa, e aos que buscam impor seus objetivos provocando o terror e assassinando inocentes dizemos hoje que nosso espírito está mais forte e não pode ser dobrado; vocês não podem nos superar, e nós os derrotaremos.

Pois sabemos que nossa herança de colcha de retalhos é uma força, e não uma fraqueza. Somos uma nação de cristãos e muçulmanos, judeus e hindus -- e de descrentes. Somos formados por todas as línguas e culturas, saídos de todos os cantos desta Terra; e como provamos o sabor amargo da guerra civil e da segregação, e emergimos daquele capítulo escuro mais fortes e mais unidos, só podemos acreditar que os antigos ódios um dia passarão; que as linhas divisórias logo se dissolverão; que, conforme o mundo se tornar menor, nossa humanidade comum se revelará; e que a América deve exercer seu papel trazendo uma nova era de paz.

Ao mundo muçulmano, buscamos um novo caminho à frente, baseado no interesse mútuo e no respeito mútuo. Para os líderes de todo o mundo que buscam semear conflito, ou culpam o Ocidente pelos males de sua sociedade -- saibam que seu povo os julgará pelo que vocês podem construir, e não pelo que vocês destroem. Para os que se agarram ao poder através da corrupção e da fraude e do silenciamento dos dissidentes, saibam que vocês estão no lado errado da história; mas que lhes estenderemos a mão se quiserem abrir seu punho cerrado.

Aos povos das nações pobres, prometemos trabalhar ao seu lado para fazer suas fazendas florescer e deixar fluir águas limpas; alimentar corpos famintos e nutrir mentes famintas. E para as nações como a nossa, que gozam de relativa abundância, dizemos que não podemos mais suportar a indiferença pelos que sofrem fora de nossas fronteiras; nem podemos consumir os recursos do mundo sem pensar nas consequências. Pois o mundo mudou, e devemos mudar com ele.

Ao considerar o caminho que se desdobra a nossa frente, lembramos com humilde gratidão daqueles bravos americanos que, nesta mesma hora, patrulham desertos longínquos e montanhas distantes. Eles têm algo a nos dizer hoje, assim como os heróis caídos que repousam em Arlington sussurram através dos tempos. Nós os honramos não só porque são os guardiões de nossa liberdade, mas porque eles personificam o espírito de servir; a disposição para encontrar significado em algo maior que eles mesmos. No entanto, neste momento -- um momento que definirá uma geração -- é exatamente esse espírito que deve habitar em todos nós.

Pois por mais que o governo possa fazer e deva fazer, afinal é com a fé e a determinação do povo americano que a nação conta. É a bondade de hospedar um estranho quando os diques se rompem, o altruísmo de trabalhadores que preferem reduzir seus horários a ver um amigo perder o emprego, que nos fazem atravessar as horas mais sombrias. É a coragem do bombeiro para subir uma escada cheia de fumaça, mas também a disposição de um pai a alimentar seu filho, o que finalmente decide nosso destino.

Nossos desafios podem ser novos. Os instrumentos com que os enfrentamos podem ser novos. Mas os valores de que depende nosso sucesso -- trabalho duro e honestidade, coragem e justiça, tolerância e curiosidade, lealdade e patriotismo -- essas são coisas antigas. São coisas verdadeiras. Elas têm sido a força silenciosa do progresso durante toda a nossa história. O que é exigido de nós hoje é uma nova era de responsabilidade -- um reconhecimento, por parte de todos os americanos, de que temos deveres para nós mesmos, nossa nação e o mundo, deveres que não aceitamos resmungando, mas sim agarramos alegremente, firmes no conhecimento de que não há nada tão satisfatório para o espírito, tão definidor de nosso caráter, do que dar tudo o que podemos em uma tarefa difícil.

Esse é o preço e a promessa da cidadania.

Essa é a fonte de nossa confiança -- o conhecimento de que Deus nos chama para moldar um destino incerto.

Esse é o significado de nossa liberdade e nosso credo -- a razão por que homens e mulheres e crianças de todas as raças e todas as fés podem se unir em comemoração neste magnífico espaço, e por que um homem cujo pai, menos de 60 anos atrás, talvez não fosse atendido em um restaurante local hoje pode se colocar diante de vocês para fazer o juramento mais sagrado.

Por isso vamos marcar este dia com lembranças, de quem somos e do longo caminho que percorremos. No ano do nascimento da América, no mês mais frio, um pequeno bando de patriotas se amontoava junto a débeis fogueiras nas margens de um rio gelado. A capital fora abandonada. O inimigo avançava. A neve estava manchada de sangue. No momento em que o resultado de nossa revolução era mais duvidoso, o pai de nossa nação ordenou que estas palavras fossem lidas para o povo:

"Que seja dito ao mundo futuro ... que na profundidade do inverno, quando nada exceto esperança e virtude poderiam sobreviver ... que a cidade e o país, alarmados diante de um perigo comum, avançaram para enfrentá-lo".

A América, diante de nossos perigos comuns, neste inverno de nossa dificuldade, vamos nos lembrar dessas palavras atemporais. Com esperança e virtude, vamos enfrentar mais uma vez as correntes geladas, e suportar o que vier. Que seja dito pelos filhos de nossos filhos que quando fomos testados nos recusamos a deixar esta jornada terminar, não viramos as costas nem vacilamos; e com os olhos fixos no horizonte e com a graça de Deus sobre nós, levamos adiante o grande dom da liberdade e o entregamos em segurança às futuras gerações.

(Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves)

FALECEU JURACI MAGALHÃES!



O ex-prefeito de Fortaleza, Juraci Magalhães, morreu na manhã desta quarta-feira, 21. Desde a última quinta-feira, 15, ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Mateus. O velório do ex-prefeito deverá ser realizado na Câmara Municipal de Fortaleza.

O último boletim médico, divulgado na noite de terça-feira, informava que o ex-prefeito estava respirando com ajuda de aparelhos, sedado e sob efeitos de analgésicos. Juraci Magalhães lutava contra um câncer há mais de 10 anos.


Juraci Magalhães nasceu em Senador Pompeu, em 12 de fevereiro de 1931. Atualmente estava afastado da política. Ele esteve à frente da prefeitura de Fortaleza de 1990 a 1993 e novamente de 1997 a 2004, pelo PMDB. Em 1994, Juraci se candidatou ao governo de estado do Ceará. Em 2006, foi candidato a deputado federal pelo PR, mas obteve inexpressiva votação e não foi eleito.

domingo, 18 de janeiro de 2009

OBAMA, LUTHER KING E LINCOLN



O mais poderoso país do planeta está coberto por uma atmosfera festiva de celebração da ascensão do primeiro mulato à cadeira mais importante da nação.

Duas legendas históricas da América estão sendo associadas a esse momento marcante protagonizado por Obama: Martin Luther King Jr e Abraham Lincoln. Posto aqui três discursos memoráveis da lavra de cada uma dessas figuras extraordinárias:

LEMBRANDO MARTIN LUTHER KING

(Discurso de Barack Obama em razão dos 40 anos da morte de Martin Luther King Jr.)


Como disse Mike, o dia de hoje é um trágico aniversário para o nosso país. Por meio de sua fé, coragem e sabedoria, o Dr. Martin Luther King comoveu todo o país. Pregava o evangelho da irmandade, da igualdade e da justiça. Foi esta a causa pela qual viveu e pela qual morreu há exatos 40 anos. Assim, antes de começarmos, eu gostaria que vocês se unissem a mim em um minuto de silêncio, em honra desse norte-americano extraordinário.

Houve muita discussão esta semana sobre a o que a vida e o legado de King têm a nos dizer hoje. Ela vem acontecendo nas escolas e igrejas, na televisão e nas mesas de jantar. E suspeito que muito do que as pessoas venham dizendo gire em torno de questões de justiça racial o boicote ao sistema de ônibus de Montgomery, a marcha a Washington, a campanha pela igualdade racial no sul, a resistência em Selma.

E é justo que assim seja porque aquela foi uma era em que homens e mulheres comuns se aprumaram e decidiram lucidamente desafiar o que consideravam errado, para ajudar a aperfeiçoar nossa união. E o fizeram em larga medida porque King estava lá para apontar um caminho.

Mas também acredito que valha a pena refletir sobre o que King estava fazendo em Memphis quando ele saiu por um momento à varanda, antes de deixar o motel para jantar.

Sua missão lá era apoiar os lixeiros da sua cidade em sua greve. Eram trabalhadores que serviam a cidade há anos sem se queixar, recolhendo o lixo dos outros por baixos salários e ainda menos respeito. Os transeuntes os chamavam de "urubus andantes" e, devido à segregação que ainda existia no sul, eles tinham de usar bebedouros e banheiros separados.

Mas em 1968 esses trabalhadores decidiram que já chegava, e mais de mil deles entraram em greve. Suas demandas eram modestas: melhores salários, mais benefícios, e o reconhecimento de seu direito de sindicalização. Mas a oposição era feroz. Suas vigílias resultavam em detenções. Seus protestos eram reprimidos com cassetetes. E, ao final de uma de suas marchas, um menino de 16 anos estava morto.

Foi essa a batalha que levou King a Memphis. Uma luta pela justiça econômica, pelas oportunidades de que pessoas de todas as raças e condições deveriam desfrutar. Porque King compreendia que a luta pela justiça econômica e a luta pela justiça racial eram na verdade a mesma luta e parte de uma luta ainda maior, "pela liberdade, pela dignidade e pela humanidade". Enquanto houvesse norte-americanos aprisionados na pobreza, enquanto lhes fossem negados os salários, benefícios e tratamento justo que mereciam enquanto as oportunidades existissem apenas para alguns e não para todos-, o sonho de que ele falou continuaria fora de alcance.

Na véspera de sua morte, King pregou um sermão em Memphis sobre aquilo que o movimento a que a cidade estava assistindo significava para ele e para o país. E em tons que se provariam sobrenaturalmente proféticos, King disse que, a despeito das ameaças que havia recebido, não temia homem algum, porque havia estado lá no momento em que Birmingham despertou a consciência do país. E havia estado lá com os estudantes quando estes se ergueram pela liberdade ao ocupar lugares reservados a brancos nos restaurantes. E estivera em Memphis em um momento em que estava escuro o bastante para ver as estrelas, e para ver a comunidade unida em torno de um propósito comum. King havia galgado a montanha. Vira a Terra Prometida. E embora soubesse na medula dos ossos que não chegaria a ela conosco, estava certo que chegaríamos lá.

Ele o sabia porque havia percebido que os norte-americanos têm "a capacidade", como disse naquela noite, de "projetar o eu no tu". De reconhecer que, não importa a cor da pele, não importa que fé professemos, não importa quanto dinheiro tenhamos, não importa que sejamos lixeiros ou senadores dos Estados Unidos, todos temos interesses mútuos, todos devemos cuidar de nossos irmãos, de nossas irmãos, e "ou nos ergueremos juntos ou cairemos juntos".

E quanto ele foi morto no dia seguinte, a alma de nosso país sofreu uma ferida da qual ainda não se curou. E em poucos lugares essa dor foi mais pronunciada do que em Indianápolis, onde Robert Kennedy estava fazendo campanha. E coube a ele informar a um parque repleto de militantes que King havia sido morto. À medida que o choque se transformava em raiva, Kennedy lembrava aos espectadores da compaixão de King, de seu amor. E, em uma noite na qual cidades de todo o país foram iluminadas pelas labaredas da violência, em Indianápolis houve silêncio.

Nos dias que seguiram à morte de King, sua mulher, Coretta Scott King, preferiu apontar para as estrelas. Ela assumiu a causa do marido e liderou uma marcha em Memphis. Mas embora os lixeiros da cidade terminassem por conquistar seu contrato sindical, a luta pela justiça econômica continua a ser uma porção inacabada do legado de King. Porque o sonho continua fora do alcance para número excessivo de norte-americanos. Ainda esta manhã, surgiu o anúncio de que o desemprego do país está mais alto agora do que esteve em muitos anos. E em toda a nação, famílias enfrentam preços em alta, salários estagnados e o terrível fardo de perderem suas casas.

Parte do problema é que, por tempo demais, nós vivemos com uma política mesquinha demais para a dimensão dos desafios que precisamos encarar. Trata-se de algo sobre o que falei em discurso que fiz algumas semanas atrás em Filadélfia. E o que eu disse foi que em lugar de termos uma política que faça jus ao apelo de King pela união, temos uma política que usou a raça para nos separar, ainda que isso apenas alimente as forças da divisão e da dissonância, e nos impeça de resolver nossos problemas.

É por isso que a grande necessidade desta hora é mais ou menos a mesma que existia quando o Dr. King pronunciou seu sermão em Memphis. Temos de reconhecer que, embora tenhamos todos passados diferentes, compartilhamos das mesmas esperanças para o futuro que possamos encontrar um trabalho que pague salário decente, que seja possível encontrar serviços de saúde acessíveis quando adoecemos, que possamos um dia enviar nossos filhos à universidade, e que, depois de uma vida de trabalho árduo, nos seja possível desfrutar de uma aposentadoria segura. Trata-se de esperanças comuns, sonhos modestos. E eles ocupam posição central na luta pela liberdade, dignidade e humanidade que King começou e que nos cabe concluir.

King declarou certa vez que o arco do universo moral é longo, mas que se inclina na direção da justiça. Mas o que ele também sabia é que o arco não se inclina sozinho. Inclina-se porque cada um de nós faz força para que ele tome a direção da justiça.

Assim, que hoje, especialmente hoje, cada um de nós faça sua parte para que o arco se incline.

Que o arco se incline em direção à justiça.

Que o arco se incline em direção à oportunidade.

Que o arco se incline em direção à prosperidade para todos.

E se pudermos fazê-lo e marchar juntos como país unido e povo unido, não estaremos só mantendo a fé péla qual King viveu e morreu, mas concretizando as palavras de Amós que ele invocava com tanta freqüência: "Que a justiça flua como a água, e a retidão seja corrente caudalosa".

O DISCURSO DO SONHO AMERICANO



Em uma visita à Índia em 1959, Martin Luther King pôde compreender melhor o que entendia por Satyagraha, o princípio de persuasão não violenta de Gandhi, que King estava determinado a empregar como o seu principal instrumento de protesto social.
Entre seus protestos destacam-se a campanha, em 1963, a favor dos direitos civis em Birmingham, Alabama, a realização do censo para aprovação dos votos dos negros, o fim da segregação racial e a melhoria da educação e de moradia para os negros nos estados do sul. Dirigiu a histórica ”marcha” para Washington, em 28 de agosto de 1963, onde pronunciou o famoso discurso I have a dream (Tenho um sonho).

O discurso de Martin Luther King, pronunciado na escadaria do Monumento a Lincoln, em Washington, foi ouvido por mais de 250.000 pessoas de todas as etnias, reunidas na capital dos Estados Unidos da América, após a «Marcha para Washington por Emprego e Liberdade». A manifestação foi pensada como uma maneira de divulgar de uma forma dramática as condições de vida desesperadas dos negros no Sul dos Estados Unidos, e exigir ao poder federal um maior comprometimento na segurança física dos negros e dos defensores dos direitos civis, sobretudo no Sul.

Devido a pressões políticas exercidas pela Presidência dos Estados Unidos - ocupada por John Kennedy -, as exigências a apresentar no comício tornaram-se mais moderadas, mas mesmo assim foram feitos pedidos claros: o fim da segregação no ensino público, passagem de legislação clara no que respeita aos direitos civis, assim como de legislação proibindo a discriminação racial no emprego; para além do fim da brutalidade policial contra militantes dos direitos civis e a criação de um salário mínimo para todos os trabalhadores, que beneficiaria sobretudo os negros.
Realizado num clima muito tenso, a manifestação foi um estrondoso sucesso, e o discurso conhecido sobretudo pela frase permanentemente repetida no meio do discurso «I have a Dream» (Eu tenho um sonho), mas também pela frase que é repetida no fim - «That Liberty Ring» (Que a Liberdade ressoe), que retoma o poema patriótico «América», tornou-se, com o discurso de Lincoln em Gettysburg, um dos mais importantes da oratória americana.

Em 1964 a Lei dos Direitos Civis foi votada e promulgada por Lyndon B. Johnson e em 1965 a Lei sobre o Direito de Votar foi aprovada.

Martin Luther King, Jr. foi escolhido como Prêmio Nobel da Paz no ano seguinte, em 1964.

• Em 20 de janeiro de 1986, foi instituído nos Estados Unidos pelo então presidente Ronald Reagan o "Dia de Martin Luther King".


EU TENHO UM SONHO

Discurso de Martin Luther King (28/08/1963)

"Eu estou contente em unir-me com vocês no dia que entrará para a história como a maior demonstração pela liberdade na história de nossa nação.

Cem anos atrás, um grande americano, na qual estamos sob sua simbólica sombra, assinou a Proclamação de Emancipação. Esse importante decreto veio como um grande farol de esperança para milhões de escravos negros que tinham murchados nas chamas da injustiça. Ele veio como uma alvorada para terminar a longa noite de seus cativeiros.
Mas cem anos depois, o Negro ainda não é livre.
Cem anos depois, a vida do Negro ainda é tristemente inválida pelas algemas da segregação e as cadeias de discriminação.
Cem anos depois, o Negro vive em uma ilha só de pobreza no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos depois, o Negro ainda adoece nos cantos da sociedade americana e se encontram exilados em sua própria terra. Assim, nós viemos aqui hoje para dramatizar sua vergonhosa condição.

De certo modo, nós viemos à capital de nossa nação para trocar um cheque. Quando os arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e a Declaração da Independência, eles estavam assinando uma nota promissória para a qual todo americano seria seu herdeiro. Esta nota era uma promessa que todos os homens, sim, os homens negros, como também os homens brancos, teriam garantidos os direitos inalienáveis de vida, liberdade e a busca da felicidade. Hoje é óbvio que aquela América não apresentou esta nota promissória. Em vez de honrar esta obrigação sagrada, a América deu para o povo negro um cheque sem fundo, um cheque que voltou marcado com "fundos insuficientes".

Mas nós nos recusamos a acreditar que o banco da justiça é falível. Nós nos recusamos a acreditar que há capitais insuficientes de oportunidade nesta nação. Assim nós viemos trocar este cheque, um cheque que nos dará o direito de reclamar as riquezas de liberdade e a segurança da justiça.

Nós também viemos para recordar à América dessa cruel urgência. Este não é o momento para descansar no luxo refrescante ou tomar o remédio tranqüilizante do gradualismo.
Agora é o tempo para transformar em realidade as promessas de democracia.
Agora é o tempo para subir do vale das trevas da segregação ao caminho iluminado pelo sol da justiça racial.
Agora é o tempo para erguer nossa nação das areias movediças da injustiça racial para a pedra sólida da fraternidade. Agora é o tempo para fazer da justiça uma realidade para todos os filhos de Deus.

Seria fatal para a nação negligenciar a urgência desse momento. Este verão sufocante do legítimo descontentamento dos Negros não passará até termos um renovador outono de liberdade e igualdade. Este ano de 1963 não é um fim, mas um começo. Esses que esperam que o Negro agora estará contente, terão um violento despertar se a nação votar aos negócios de sempre.

Mas há algo que eu tenho que dizer ao meu povo que se dirige ao portal que conduz ao palácio da justiça. No processo de conquistar nosso legítimo direito, nós não devemos ser culpados de ações de injustiças. Não vamos satisfazer nossa sede de liberdade bebendo da xícara da amargura e do ódio. Nós sempre temos que conduzir nossa luta num alto nível de dignidade e disciplina. Nós não devemos permitir que nosso criativo protesto se degenere em violência física. Novamente e novamente nós temos que subir às majestosas alturas da reunião da força física com a força de alma. Nossa nova e maravilhosa combatividade mostrou à comunidade negra que não devemos ter uma desconfiança para com todas as pessoas brancas, para muitos de nossos irmãos brancos, como comprovamos pela presença deles aqui hoje, vieram entender que o destino deles é amarrado ao nosso destino. Eles vieram perceber que a liberdade deles é ligada indissoluvelmente a nossa liberdade. Nós não podemos caminhar só.

E como nós caminhamos, nós temos que fazer a promessa que nós sempre marcharemos à frente. Nós não podemos retroceder. Há esses que estão perguntando para os devotos dos direitos civis, "Quando vocês estarão satisfeitos?"

Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto o Negro for vítima dos horrores indizíveis da brutalidade policial. Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto nossos corpos, pesados com a fadiga da viagem, não poderem ter hospedagem nos motéis das estradas e os hotéis das cidades. Nós não estaremos satisfeitos enquanto um Negro não puder votar no Mississipi e um Negro em Nova Iorque acreditar que ele não tem motivo para votar. Não, não, nós não estamos satisfeitos e nós não estaremos satisfeitos até que a justiça e a retidão rolem abaixo como águas de uma poderosa correnteza.

Eu não esqueci que alguns de você vieram até aqui após grandes testes e sofrimentos. Alguns de você vieram recentemente de celas estreitas das prisões. Alguns de vocês vieram de áreas onde sua busca pela liberdade lhe deixaram marcas pelas tempestades das perseguições e pelos ventos de brutalidade policial. Você são o veteranos do sofrimento. Continuem trabalhando com a fé que sofrimento imerecido é redentor. Voltem para o Mississippi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para Louisiana, voltem para as ruas sujas e guetos de nossas cidades do norte, sabendo que de alguma maneira esta situação pode e será mudada. Não se deixe caiar no vale de desespero.

Eu digo a você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã. Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.

Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais.

Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.

Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça.

Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje!

Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje!

Eu tenho um sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne estará junta.

Esta é nossa esperança. Esta é a fé com que regressarei para o Sul. Com esta fé nós poderemos cortar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé nós poderemos transformar as discórdias estridentes de nossa nação em uma bela sinfonia de fraternidade. Com esta fé nós poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, para ir encarcerar juntos, defender liberdade juntos, e quem sabe nós seremos um dia livre. Este será o dia, este será o dia quando todas as crianças de Deus poderão cantar com um novo significado.

"Meu país, doce terra de liberdade, eu te canto.

Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos,

De qualquer lado da montanha, ouço o sino da liberdade!"

E se a América é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro.

E assim ouvirei o sino da liberdade no extraordinário topo da montanha de New Hampshire.

Ouvirei o sino da liberdade nas poderosas montanhas poderosas de Nova York.

Ouvirei o sino da liberdade nos engrandecidos Alleghenies da Pennsylvania.

Ouvirei o sino da liberdade nas montanhas cobertas de neve Rockies do Colorado.

Ouvirei o sino da liberdade nas ladeiras curvas da Califórnia.

Mas não é só isso. Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Pedra da Geórgia.

Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Vigilância do Tennessee.

Ouvirei o sino da liberdade em todas as colinas do Mississipi.

Em todas as montanhas, ouviu o sino da liberdade.

E quando isto acontecer, quando nós permitimos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia quando todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir mãos e cantar nas palavras do velho spiritual negro:

"Livre afinal, livre afinal.

Agradeço ao Deus todo-poderoso, nós somos livres afinal."

DISCURSO DE GETTYSBURG



Discurso proferido por Abraham Lincoln em 19 de Novembro de 1863, na cerimónia de inauguração do Cemitério Militar de Gettysburg, no local onde se tinha dado a batalha do mesmo nome.

O Discurso de Gettysburg é um dos grandes discursos proferidos na língua inglesa, o mais conhecido discurso de Lincoln, possivelmente o mais importante presidente americano, e um discurso político essencial para a história americana e da democracia ocidental.

O assunto principal do discurso é a nova Democracia a instituir após a Guerra Civil, com a participação dos negros libertos da escravatura, não sendo preciso mais do que reafirmar os objectivos do sistema político criado com a Revolução Americana de 1777:
Um governo do povo, pelo povo e para o povo, consagrado ao princípio de que todos os homens nascem iguais.


“Há 87 anos, os nossos pais deram origem neste continente a uma nova Nação, concebida na Liberdade e consagrada ao princípio de que todos os homens nascem iguais.

Encontramo-nos atualmente empenhados numa grande guerra civil, pondo à prova se essa Nação, ou qualquer outra Nação assim concebida e consagrada, poderá perdurar. Eis-nos num grande campo de batalha dessa guerra. Eis-nos reunidos para dedicar uma parte desse campo ao derradeiro repouso daqueles que, aqui, deram a sua vida para que essa Nação possa sobreviver. É perfeitamente conveniente e justo que o façamos.

Mas, numa visão mais ampla, não podemos dedicar, não podemos consagrar, não podemos santificar este local. Os valentes homens, vivos e mortos, que aqui combateram já o consagraram, muito além do que nós jamais poderíamos acrescentar ou diminuir com os nossos fracos poderes.

O mundo muito pouco atentará, e muito pouco recordará o que aqui dissermos, mas não poderá jamais esquecer o que eles aqui fizeram.

Cumpre-nos, antes, a nós os vivos, dedicarmo-nos hoje à obra inacabada até este ponto tão insignemente adiantada pelos que aqui combateram. Antes, cumpre-nos a nós os presentes, dedicarmo-nos à importante tarefa que temos pela frente – que estes mortos veneráveis nos inspirem maior devoção à causa pela qual deram a última medida transbordante de devoção – que todos nós aqui presentes solenemente admitamos que esses homens não morreram em vão, que esta Nação com a graça de Deus venha gerar uma nova Liberdade, e que o governo do povo, pelo povo e para o povo jamais desaparecerá da face da terra”.

ABRAHAM LINCOLN