sábado, 14 de março de 2009

HOJE É O DIA NACIONAL DA POESIA!



O que é a poesia?

A poesia é uma flor perfumada de amanhãs;
é um vento que sabe ser brisa, ventania, furacão ou tempestade no momento adequado;
é pássaro que tem por missão cantar e por dever, a liberdade;
é o horizonte misterioso que o homem busca beber;
é a raiz colossal da profundidade humana.

A poesia ganhou este dia específico, em homenagem ao maior poeta brasileiro de todas as luas: Antônio Frederico de Castro Alves (1847-1871). No dia de seu nascimento, 14 de março.

CASTRO ALVES



QUANDO TUDO ACONTECEU...

1847: A 14 de Março, na fazenda Cabaceiras, perto de Curralinho, Bahia, Brasil, nasce António Frederico de Castro Alves, filho de D. Clélia Brasília da Silva Castro e do Dr. António José Alves. – 1854: A família Alves vai morar em Salvador. – 1859: Morte de D. Clélia, mãe do poeta. – 1862: António Frederico de Castro Alves e o seu irmão José António vão estudar no Recife. – 1863: Castro Alves publica “A Canção do Africano”, os seus primeiros versos abolicionistas. Apaixona-se pela actriz portuguesa Eugénia Câmara. – 1864: Desequilíbrio mental e suicídio de José António. Castro Alves matricula-se no 1.º ano da Faculdade de Direito de Recife. Escreve o poema “O Tísico” (ao qual dará depois o título “Mocidade e Morte”). – 1865: Em Recife, na abertura do ano lectivo declama o poema “O Século”. Começa a elaborar os poemas de “Os Escravos”. – 1866: Morte do Dr. Alves, pai do poeta. Este matricula-se no 2.º ano de Direito. Com Rui Barbosa e outros colegas funda uma sociedade abolicionista. É um dos fundadores do jornal de ideias “A Luz”. No Teatro Santa Isabel declama o poema “Pedro Ivo”, grande sucesso. Torna-se amante da actriz Eugénia Câmara e entusiasma-se pela vida teatral. – 1867: Conclui o drama “Gonzaga”. Com Eugénia Câmara deixa Recife e instala-se na Bahia. Estreia de “Gonzaga” e consagração do poeta. Retira-se para a chácara da Boa Vista. – 1868: Viaja para o Rio de Janeiro. José de Alencar e Machado de Assis tomam contacto com a sua obra. Ainda com Eugénia Câmara viaja para São Paulo onde requer matrícula no 3º. Ano de Direito. Triunfo com a declamação de “O Navio Negreiro” em sessão magna. Sucesso de “Gonzaga” no Teatro de São José. Acidente de caça, tiro no calcanhar esquerdo. – 1869: Matricula-se no 4.º ano de Direito. A tísica progride, viaja para o Rio, hospeda-se na casa de um amigo. Amputação do pé esquerdo. Assiste ao desempenho de Eugénia Câmara, da qual se separara um ano antes. Torna à Bahia. – 1870: Pousa em Curralinho (hoje Castro Alves), sertão baiano, e depois na fazenda Sta. Isabel do Orobó (hoje Iteberaba). Regressa a Salvador da Bahia. Edição de “Espumas Flutuantes” – 1871: Apaixona-se pela cantora Agnese Trinci Murri. Agrava-se o seu estado de saúde. Morre a 6 de Julho.


DOIS CLANDESTINOS NA MÁQUINA DO TEMPO


A minha máquina do tempo às vezes derrapa e agita os paradoxos. Quando eu me preparo para descer na Bahia, em meados do século XIX, reparo que nas traseiras da cabina viajavam dois clandestinos. Um deles eu reconheço, já vi a sua fotografia, é o Tabarin, um Maestro italiano. De 1943 a 1948, no Conservatório de Santos, foi o professor de piano da minha mulher. Quando uma discípula começava a adocicar os nocturnos de Chopin, irritava-se, berrava, atirava pela janela as pautas da aluna... Quando eu parti (ou partirei?) o Maestro já tinha morrido. Portanto apanhou a máquina em andamento. Tal como eu fazia quando pulava para o estribo do eléctrico que passava (ou passará?) na rua da minha infância...

O outro eu não conheço mas tem, mais ou menos, a idade do Tabarin. Portanto, também ele apanhou a máquina em andamento. O Maestro dá-lhe o nome de Agripino e os dois conversam em italiano. Mas brasileiro será segundo, pois responde-me num português escorreito quando pergunto o que estão os dois a fazer ali:

- Queríamos ouvir Castro Alves declamando, por isso pegámos sua “carona”. Não leva a mal?

- Não, não levo a mal, bem entendo o vosso desejo, é justamente o meu.
Abro a porta da cabina. Acabo de arribar ao sertão baiano, bafo ardente. Antes de pôr o pé em terra, verifico: corre o ano de 1851.

Estou a poucas léguas de Curralinho, cidade que um dia virá a ser chamada Castro Alves. Mais precisamente: estou na comarca de Cachoeira, na freguesia de S. Pedro de Muritiba. Planura agreste, ventania a açoitar e ressecar moitas. À minha frente avisto a fazenda Cabaceiras, a senzala e a casa grande (que não é tão grande assim...). No alpendre, uma negra corpulenta embala um garotinho branco, irrequietos 4 anos. É a mucama Leopoldina ninando Secéu (assim lhe chamam os meninos da senzala e todos os familiares da casa grande, irmãos, pai e mãe). Secéu (que é o António Frederico de Castro Alves que eu demandava) escreverá mais tarde:

Junto ao fogo, uma africana,
Sentada, o filho embalando,
Vai lentamente cantando
Uma tirana indolente,
Repassada de aflição,
E o menino ri contente...
Mas treme e grita gelado,
Se das palhas do telhado
Ruge o vento do sertão.

A meu lado, comenta o Maestro Tabarin:

- Senhores e escravos, que tristeza...

- Maestro, vai-me desculpar mas a realidade não é contraste a preto e branco, há que ter olhinhos para apanhar os meios tons. Matizes, Maestro, matizes...

Intervém o Agripino:

- Tabarin, o português tem razão.

Vira-se para mim:

- Não se irrite, o Maestro desconhece a realidade brasileira deste século. Não quero ser indelicado mas acho que o melhor é irmos nós dois por um lado, para eu poder explicar tudo, em italiano, ao Tabarin, e Você ir por outro. Para si a busca será fácil; embora com pronúncia diferente, fala a mesma língua deste povo e conhece seus usos e costumes porque já andou pelo sertão daqui a cento e poucos anos, sei disso. Andou ou andará? Mas que bruta confusão...

- São os paradoxos do tempo, Agripino, não se aborreça. Boa excursão e até logo!


Os meios tons! Assinalo a convivência pacífica entre brancos e pretos que vivem na fazenda Cabaceiras, quando o habitual é mandar açoitar costas e nádegas de escravos relapsos, ou respondões, e depois esfregar com sal os ferimentos. O que me intriga é saber de onde brotou esta súbita humanidade. Então reparo em D. Clélia, senhora de saúde frágil, mãe de Secéu. É filha de José António da Silva Castro, o major “Periquitão”, o herói baiano das guerras da independência do Brasil. Começo a entender: primeiro a independência e depois, por arrasto, a expansão da liberdade... Também reparo no Dr. António José Alves, pai de Secéu. Médico formado na Bahia, foi depois estagiar em hospitais franceses - quem pagou a conta foi o futuro sogro, já que ele era moço pobre -. Hoje o doutor zela pela saúde de todos os habitantes da fazenda, os da casa-grande, mas igualmente os da senzala. É um homem de ciência mas foi também (e continuará a ser, nada se apaga...) o estudante apaixonada que pegou em armas contra as milícias do Doutor Sabino, caudilho que mandava violar cemitérios a que chamava de profanos, só a Igreja é que deveria tomar conta dos funerais... Fanatismo bento, confissão, confusão...

Mais tarde, em Salvador, o Dr. Alves irá cobrar preços simbólicos pelas suas consultas a escravos doentes, coerência.

Ânsias de liberdade e progresso, tal como na Europa, já começam pois a sacudir o Brasil, não tarda muito a maré-cheia...
Entretanto, no alpendre da casa-grande, Leopoldina, a mucama, acalentando Secéu, vai lentamente cantando uma tirana indolente, repassada de aflição, e o menino ri contente...


O GINÁSIO BAIANO


As crianças crescem, precisam de Escola. Em 1852 vejo a família Alves mudar-se, primeiro para Muritiba, depois para S. Félix (na margem do rio Paraguaçu) e, finalmente, em 54, para Salvador, onde o doutor abre um pequeno hospital no piso inferior do seu palacete da Rua do Paço.

Foi com saudade que Secéu partiu da fazenda Cabaceiras. Ali perto, em Curralinho, conhecera Leonídia Fraga, uma menina da sua idade, namoro de crianças. Irá reencontrá-la mais tarde.

Secéu e José António (o irmão mais velho) durante dois anos estudam no Colégio Sebrão. Depois o Dr. Alves matricula-os no Ginásio Baiano, fundado e dirigido por Abílio César Borges, o qual está a revolucionar a forma de ensino. Em vez de impingir o latinório do costume e zurzir os cábulas, trata mas é de premiar os alunos que mais se distinguem na interpretação de Virgílio, Horácio, Camões, Lamartine e Victor Hugo. Rui Barbosa (futuro líder republicano) e Castro Alves, para regozijo de colegas e professores, entram em frequentes despiques rimados. “Secéu” declama, veemência:

Se o índio, o negro africano,
E mesmo o perito Hispano
Tem sofrido servidão;
Ah! Não pode ser escravo
Quem nasceu no solo bravo
Da brasileira região!
O Ginásio Baiano é um viveiro de tribunos.


D. CLÉLIA

Em 1858 o Dr. Alves reconstrói o solar da chácara Boa Vista. Pretende que a sua esposa, exausta mãe de seis filhos, saúde frágil, ali repouse e ganhe forças. Em vão. D. Clélia falece em 1859.

Um desgosto e um problema: criar e educar seis filhos.

Três anos depois o Dr. Alves casa-se com viúva Maria Ramos Guimarães. Será ela o amparo das quatro crianças menores, um rapaz e três meninas, Guilherme, Elisa, Adelaide e Amélia.
No dia seguinte ao casamento do pai, os dois filhos mais velhos embarcam para o Recife. Ali irão preparar-se para a admissão à Faculdade de Direito. José António vai perturbado e ninguém consegue identificar os motivos da perturbação.


EU SEI QUE VOU MORRER

Castro Alves, o Secéu, tem 15 anos e é dono do seu nariz, inteira liberdade, o pai está longe. Acha Recife uma cidade insípida. Escreve a um amigo na Bahia:

“Minha vida passo-a aqui numa rede, olhando o telhado, lendo pouco, fumando muito. O meu ‘cinismo’ passa a misantropia. Acho-me bastante afectado do peito, tenho sofrido muito. Esta apatia mata-me. De vez em quando vou à Soledade."

É de curta duração a apatia de Secéu. O bairro da boémia, desamparo, Soledade, mas depois a Rua do Lima, no bairro de Sto. Amaro. Ali o poeta procura uma Idalina que o aconchega em sua cama...

São noivos – as mulheres murmuravam!
E os pássaros diziam: - São amantes!

Estroina, mau estudante, reprovação, falhado ingresso na Faculdade de Direito. Mas antes de ser “calouro”, já começa a ser notado como poeta, “A Destruição de Jerusalém”, o “Pesadelo”, “A Canção do Africano”, aplausos da mocidade inconformada.

Começa a frequentar o Teatro Santa Isabel. Fica fascinado por Eugénia Câmara, a Dama Negra, a actriz portuguesa que, de forma gaiata, domina o palco.

Recorda-te do pobre que em silêncio
De ti fez o seu anjo de poesia,
Que tresnoita cismando em tuas graças,
Que por ti, só por ti, é que vivia,
Que tremia ao roçar do teu vestido,
E que por ti de amor era perdido...

Mas, na ribalta, também a actriz Adelaide Amaral disputa o coração dos espectadores (jornalistas, escritores, artistas, estudantes muitos). Duas claques aguerridas, vaias, aplausos, pateadas, loas e cantigas de escárnio, bebedeiras no fim da noite. Na manhã seguinte, nos jornais, elogios e doestos, ora a uma, ora a outra. Tobias Barreto é o chefe da claque pró Adelaide. Castro Alves o da claque pró Eugénia. Esta é amante do actor Furtado Coelho, do qual tem uma filha pequena. O que não trava os avanços do Secéu, adolescente sedutor, porte esbelto, tez pálida, olhos grandes, cabeleira farta e negra, voz possante, sempre vestido de preto, elegância, nostalgia. Embora tenha 10 anos mais do que o poeta, a Dama Negra não se esquiva; do romance que desponta, adia apenas a florada.

1864: aos 17 anos Castro Alves é finalmente admitido na Faculdade de Direito

A 9 de Novembro sente uma forte dor no peito:

E eu sei que vou morrer... dentro em meu peito
Um mal terrível me devora a vida:
Triste Ahasverus, que no fim da estrada,
Só tem por braços uma cruz erguida.

Sou o cipreste que inda mesmo flórido
Sombra de morte no ramal encerra.
Vivo vagando sobre o chão da morte,
Morto entre vivos a vagar na terra.
Mas dirá depois: “Para chorar as dores pequenas, Deus criou a afeição; para chorar a humanidade – a poesia.”

POETA-CONDOR

Se o mal de peito lhe vai roubar tempo de vida, então há que vivê-lo intensamente... O poeta alarga a sua dor pequena às dores da humanidade. Ei-lo a declamar “O Século”:

O Século é grande... No espaço
Há um drama de treva e luz.
Como Cristo - a liberdade
Sangra no poste da cruz.
(...)

A escandalizar:

Quebre-se o ceptro do Papa,
Faça-se dele uma cruz.
A púrpura sirva ao povo
Pra cobrir os ombros nus.

E, com “Os Escravos”, a amedrontar até os abolicionistas moderados:

(...)
Somos nós, meu senhor, mas não tremas,
Nós quebramos as nossas algemas
Pra pedir-te as esposas ou mães.
Este é o filho do ancião que mataste.
Este - irmão da mulher que manchaste...
Oh, não tremas, senhor; são teus cães.
(...)
Cai, orvalho de sangue do escravo,
Cai, orvalho na face do algoz,
Cresce, cresce, seara vermelha,
Cresce, cresce, vingança feroz.
(...)

Tribuno, poeta-condor a adejar sobre a multidão em delírio, ovações, são as ânsias de liberdade a sacudir o Brasil.

PRESSA

Tem pressa, a sua vida está a esvair-se mas, vez por outra, é obrigado a parar. É quando em 1864 José António, o seu perturbado irmão, se suicida em Curralinho. É quando, em 1866, falece o Dr. Alves, o seu pai, e ele, então de férias na Bahia, a assistir ao passamento.

Mas reage, não tem tempo a perder. É vizinho das Amzalack, três irmãs judias. Manda-lhes um poema, elas que decidam qual a destinatária (talvez seja a Esther):

Pomba d’esp’rança sobre um mar d’escolhos!
Lírio do vale oriental, brilhante!
Estrela vésper do pastor errante!
Ramo de murta a recender cheirosa!...
Tu és, ó filha de Israel formosa...
Tu és, ó linda sedutora Hebreia...
Pálida rosa da infeliz Judéia
Sem ter o orvalho, que do céu deriva!

Retorna ao Recife, matricula-se no 2.º ano de Direito. Com Rui Barbosa e outros colegas funda uma sociedade abolicionista. No Teatro Santa Isabel declama o poema “Pedro Ivo”, exaltação do herói da revolta Praieira e do ideal republicano:

Cabelos esparsos ao sopro dos ventos,
Olhar desvairado, sinistro, fatal,
Diríeis estátua roçando nas nuvens,
Pra qual a montanha se fez pedestal.
(...)
República! Voo ousado
Do homem feito condor!
(...)

Consolidará a imagem:

A praça! A praça é do povo
Como o céu é do condor...

Participa na fundação do jornal de ideias “A Luz”.

Torna-se amante de Eugénia Câmara e convence-a a fugir com ele para,

(...) A todos sempre sorrindo,
Bem longe nos ocultar...
Como boémios errantes,
Alegres e delirantes
Por toda a parte a vagar.

Pressa, tem muita pressa. Escreve, em prosa, o drama “Gonzaga” ou “A Revolução de Minas”. Organiza manifestação contra o espancamento de um estudante republicano. Em Maio de 67 abandona, de vez, o Recife. Viaja, com Eugénia, para a Bahia. Mudam-se para a chácara Boa Vista. Um cão de guarda, já muito velho, vem lamber-lhe a mão. Memórias, melancolia...

A erva inunda a terra; o musgo trepa os muros;
A urtiga silvestre enrola em nós impuros
Uma estátua caída, em cuja mão nevada
A aranha estende ao sol a teia delicada.

No Teatro São João, Eugénia desempenha o principal papel feminino do “Gonzaga”. Sucesso, consagração do autor em cena aberta, embora as senhoras da capital baiana torçam o nariz à ligação do poeta com uma “cómica de má vida”.
Mas na Bahia o ambiente é acanhado, a vida é lenta e ele tem pressa, tem muita pressa. Em Fevereiro de 68 Castro Alves e Eugénia partem para o Rio de Janeiro.


RIO DE JANEIRO

José de Alencar e Machado de Assis louvam a poesia de Castro Alves. Entretanto, o que está a acontecer no resto do mundo? Consulta a Tábua Cronológica.

Na capital procura José de Alencar e o autor de “Iracema” deixa-se cativar pelo fluxo verbal do poeta. Apresenta-o a Machado de Assis. Dirá este:

- Achei uma vocação literária cheia de vida e robustez, deixando antever nas magnificências do presente as promessas do futuro.

Também em Lisboa, Eça de Queirós ao ler, para um amigo, o poema “Aves de Arribação”

(...) Às vez quando o sol nas matas virgens
A fogueira das tardes acendia... (...)

comentará:

- Aí está, em dois versos, toda a poesia dos trópicos.

Ainda em Portugal, afirmará António Nobre:

- O maior poeta brasileiro.

Na redacção do Diário do Rio de Janeiro, Castro Alves lê, para outros homens de letras, o seu “Gonzaga”. Sucesso!

Mas a glória popular é quando, da varanda do mesmo jornal, na Rua do Ouvidor, centro da Capital, declama para a multidão as estrofes do “Pesadelo de Humaitá”, em que celebra o feito da esquadra brasileira na Guerra do Paraguai:

Fere estes ares, estandarte invicto!
Povo, abre o peito para nova vida!
Talvez agora o pavilhão da pátria
Açoite altivo Humaitá rendida.
Sim! pela campa dos soldados mortos,
Sim! pelo trono dos heróis, dos reis;
Sim! pelo berço dos futuros bravos,
O vil tirano há-de beijar-lhe os pés.


S. PAULO

Em Março de 68, Eugénia Câmara e Castro Alves viajam para São Paulo. Ali, na Faculdade do Largo de S. Francisco, o poeta pretende concluir o curso de Direito. Porém, mais do que o estudo, mobilizam-no os grandes ideais da Abolição e da República, também a agitação académica a fluir das arcadas da Faculdade. Em sessão magna, pela primeira vez declama o “Navio Negreiro”:

Era um sonho dantesco... O tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar,
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite
Horrendos a dançar...

Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães;
Outras, moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!

E ri-se a orquestra irónica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doidas espirais...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais.

Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que de martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!

No entanto, o capitão manda a manobra,
E após, fitando o céu que se desdobra
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
“Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!...”

E ri-se a orquestra irónica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doidas espirais...
Qual num sonhos dantesco as sombras voam!
Gritos, ais, maldições, preces ressoam
E ri-se Satanás!...

Conclui o poeta:

Auriverde pendão da minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra,
E as promessas divinas da esperança...
Tu, que da liberdade após a guerra,
Foste hasteada dos heróis na lança,
Ante te tivessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!

Dirá Joaquim Nabuco: “Quem visse Castro Alves em um desses momentos em que se inebriava de aplausos, vestido de preto para dar à fisionomia um reflexo de tristeza, com a fronte contraída como se o pensamento a oprimisse, com os olhos que ele tinha profundos e luminosos fixos em um ponto do espaço, com os lábios ligeiramente contraídos de desdém ou descerrados por um sorriso de triunfo, reconheceria logo o homem que ele era: uma inteligência aberta às nobres ideias, um coração ferido que se procurava esquecer na vertigem da glória.”

Esquecer o quê? Talvez a tuberculose que vai minando os seus pulmões, talvez o arrefecimento do amor de Eugénia Câmara. A Dama Negra está a envelhecer e corre em busca da juventude, erotismo, aventuras várias. Ciúmes de Castro Alves, violência e mágoa, reconciliações, sensualidade:

É noite ainda! Brilha na cambraia
- desmanchado o roupão, a espádua nua -
O globo do teu peito entre os arminhos
Como entre as névoas se balança a lua...

O par separa-se em Setembro de 68. Encontram-se, pela última vez, em Outubro, quando Eugénia sobe ao palco do Teatro São José para, mais uma vez, interpretar o principal papel feminino do “Gonzaga”.

Isolamento, melancolia, tabaco, nuvens de fumo, mal agravado.
Armado, o poeta passeia pelas várzeas do Brás, caçar é distracção. Ao saltar uma vala, tropeça, a espingarda dispara-se e o tiro acerta-lhe no calcanhar esquerdo. Dores, infecção, o pé terá de ser amputado. Mas a operação deverá ocorrer no Rio, pois o clima húmido de São Paulo agrava-lhe o mal do peito.


O DERRADEIRO ENCONTRO

"Não quero mais o teu amor", diz Castro Alves para Eugénia Câmara. Entretanto, o que está a acontecer no resto do mundo? Consulta a Tábua Cronológica.

O poeta é levado para a Capital em Maio de 69. Fica hospedado na casa do seu amigo Cornélio dos Santos.

Amputação do pé, porém a frio, o seu estado de fraqueza desaconselha o uso do clorofórmio. Galhofa é o escudo contra a dor:

- Corte-o, corte-o, doutor... Ficarei com menos matéria do que o resto da Humanidade.

Valem depois ao poeta os muitos amigos que o cercam durante a longa convalescença.

17 de Novembro de 69: Castro Alves enfia a perna esquerda num botim recheado de algodão, assim disfarça o defeito. Apoiado numa muleta, aí vai ele assistir a um espectáculo de Eugénia Câmara no Teatro Fénix Dramática. Os dois antigos amantes têm ainda uma troca de palavras. Dessa última conversa sobram versos, apenas:

Quis te odiar, não pude. – Quis na terra
Encontrar outro amor. – Foi-me impossível.
Então bem disse a Deus que no meu peito
Pôs o germe cruel de um mal terrível.

Sinto que vou morrer! Posso, portanto,
A verdade dizer-te santa e nua:
Não quero mais o teu amor! Porém minh’alma
Aqui, além, mais longe, é sempre tua.
Uma semana depois embarca para a Bahia. Doente, e aleijado, o poeta retorna a casa.


A BAHIA - O SERTÃO

Castro Alves recorda a sua infância. Entretanto, o que está a acontecer no resto do mundo? Consulta a Tábua Cronológica.

Recebido efusivamente por Maria (a madrasta) por Augusto Álvares Guimarães (o cunhado e grande amigo), por Guilherme (o irmão), e por Elisa, Adelaide (esposa de Augusto) e Amélia, as três irmãs que o endeusam.

É curta a permanência de Castro Alves em Salvador. Apenas o tempo necessário para coligir os poemas para a edição de “Espumas Flutuantes”. Relembra São Paulo, onde alcançara a glória, nostalgia:

Tenho saudades das cidades vastas
Dos ínvios cerros, do ambiente azul...
Tenho saudades dos cerúleos mares,
Das belas filhas do país do sul.

Tenho saudades de meus dias idos
- Pét’las perdidas em fatal paul -
Pét’las que outrora desfolhámos juntos,
Morenas filhas do país do sul.

Depois abala para o sertão onde, segundo os médicos, o clima seco será mais favorável aos seus pulmões. Passará o tempo a escrever e a desenhar.

Em Curralinho, o comovido reencontro com a paisagem e a memória da infância:

Hora meiga da Tarde! Como é bela
Quando surges do azul da zona ardente!
Tu és do céu a pálida donzela
Que se banha nas termas do oriente...
Quando é gota do banho cada estrela
Que te rola da espádua refulgente...
E, - prendendo-te a trança a meia lua,
Te enrolas em neblinas seminua!...

Eu amo-te, ó mimosa do infinito!
Tu me lembras o tempo em que era infante.
Inda adora-te o peito do precito
No meio do martírio excruciante;
E, se não te dá mais da infância o grito
Que menino elevava-te arrogante,
É que agora os martírios foram tantos,
Que mesmo para o riso só tem prantos!...
(...)

E na fazenda de Sta. Isabel do Orobó, o reencontro com Leonídia Fraga, sua prometida de menino e hoje donzela airosa que por ele esperara sempre. Reacender a paixão primeira? Para quê, se a morte ronda? A si mesmo diz o poeta:

Talvez tenhas além servos e amantes,
Um palácio em lugar de uma choupana.
E aqui só tens uma guitarra e um beijo,
E o fogo ardente de ideal desejo
Nos seios virgens da infeliz serrana!
Leonídia, a “infeliz serrana”, ficará para sempre à sua espera. Acabará por enlouquecer.

AGNESE

Fizeram-lhe bem os ares do sertão, sente-se melhor e regressa a Salvador.

As “Espumas Flutuantes” são editadas, correm de mão em mão e o poeta é saudado e louvado em cada esquina.

Apaixona-se por Agnese Trinci Murri, alta, alva, bela viúva florentina, cantora lírica que se deixara ficar na Bahia para ensinar piano às meninas da alta roda. A italiana aceita, vagamente, a corte do poeta, mas não embarca em aventuras, quer manter o seu bom nome.

No camarote gélida e quieta
Por que imóvel assim cravas a vista?
És o sonho de neve de um poeta?
És a estátua de pedra de um artista?

Renascera contudo o optimismo e o poeta tornara ao teatro, longe já vai o tempo da Dama Negra... Ouve recitar a sua “Deusa Incruenta”, exaltação do papel educativo da Imprensa:

Oh! Bendito o que semeia
Livros à mão cheia
E manda o povo pensar!
O livro, caindo n’alma
É germe – que faz a palma,
É chuva – que faz o mar!

E em Outubro de 70 é ele mesmo quem declama, no comício de apoio às vítimas francesas das tropas de Bismarck:

Já que o amor transmudou-se em ódio acerbo,
Que a eloquência é o canhão, a bala - o verbo,
O ideal – o horror!
E, nos fastos do século, os tiranos
Traçam co’a ferradura dos uhlanos
O ciclo do terror...
(...)
Filhos do Novo Mundo! Ergamos nós um grito
Que abafe dos canhões o horríssono rugir,
Em frente do oceano! Em frente do infinito
Em nome do progresso! Em nome do porvir!

É a sua última aparição em público. O estado de saúde agrava-se. Recolhe-se à casa da família. Em 71, na noite de 23 de Junho aproxima-se da varanda. O fumo das fogueiras de São João provoca-lhe um acesso de tosse que o deixa prostrado. Febre alta, hemoptises. Ordena a Adelaide que impeça a visita de Agnese. Não consente que a Diva derradeira contemple a sua ruína física. A 6 de Julho pede que o sentem junto a uma janela ensolarada. A contemplar o longe, morre às 3 e meia da tarde. 24 anos, vida breve, intensidade.

* * *

Quando me aproximo da máquina do tempo, os dois clandestinos já estão à minha espera para regressarem ao futuro. Sei que, durante a viagem, irão misteriosamente desaparecer como, na vinda, misteriosamente apareceram na cabina. Entusiasmo do Maestro Tabarin:

- Vigoroso e revolucionário Castro Alves! Um romântico sem açúcar... Tal e qual Chopin...

E o outro? Puxei pela memória e agora já sei quem é: Agripino Grieco, brasileiro, crítico de língua afiada. Sobre o que viu e ouviu tem, obviamente, uma opinião. Definitiva, como são todas as suas:

- Castro Alves não foi um homem, foi uma convulsão da natureza.

________________
Principais Obras de Castro Alves

Gonzaga ou A Revolução de Minas
Os Escravos
Hinos do Equador
A Cachoeira de Paulo Afonso
Espumas Flutuantes
________________

(Por Fernando Correia da Silva)

OS 45 ANOS DO COMÍCIO DA CENTRAL DO BRASIL




Há exatos 45 anos e um dia, em 13 de março de 1964, o então presidente João Goulart resumia com a frase "Progresso com justiça, desenvolvimento com igualdade" o famoso discurso em frente ao Edifício Central do Brasil, no Rio de Janeiro. O comício reuniu cerca de 150 mil pessoas, incluindo sindicatos, associações de servidores públicos e estudantes e conclamou o povo a lutar por mudanças estruturais no país que iam do campo à cidade e passavam por amplas reformas na educação, na política tributária e nas leis eleitorais do país. Muitas destas reivindicações até hoje não saíram efetivamente do papel.
O discurso de João Goulart aniversaria na mesma semana em que a anistia de Maria Thereza Fontela Goulart, viúva do ex-presidente, foi publicada no Diário Oficial.

O DISCURSO DE JOÃO GOULART


“Devo agradecer em primeiro lugar às organizações promotoras deste comício, ao povo em geral e ao bravo povo carioca em particular, a realização, em praça pública, de tão entusiasta e calorosa manifestação. Agradeço aos sindicatos que mobilizaram os seus associados, dirigindo minha saudação a todos os brasileiros que, neste instante, mobilizados nos mais longínquos recantos deste país, me ouvem pela televisão e pelo rádio.

Dirijo-me a todos os brasileiros, não apenas aos que conseguiram adquirir instrução nas escolas, mas também aos milhões de irmãos nossos que dão ao brasil mais do que recebem, que pagam em sofrimento, em miséria, em privações, o direito de ser brasileiro e de trabalhar sol a sol para a grandeza deste país.

Presidente de 80 milhões de brasileiros, quero que minhas palavras sejam bem entendidas por todos os nossos patrícios.

Vou falar em linguagem que pode ser rude, mas é sincera sem subterfúgios, mas é também uma linguagem de esperança de quem quer inspirar confiança no futuro e tem a coragem de enfrentar sem fraquezas a dura realidade do presente.

Aqui estão os meus amigos trabalhadores, vencendo uma campanha de terror ideológico e sabotagem, cuidadosamente organizada para impedir ou perturbar a realização deste memorável encontro entre o povo e o seu presidente, na presença das mais significativas organizações operárias e lideranças populares deste país.

Chegou-se a proclamar, até, que esta concentração seria um ato atentatório ao regime democrático, como se no Brasil a reação ainda fosse a dona da democracia, e a proprietária das praças e das ruas. Desgraçada a democracia se tiver que ser defendida por tais democratas.

(...)

A democracia que eles desejam impingir-nos é a democracia antipovo, do anti-sindicato, da anti-reforma, ou seja, aquela que melhor atende aos interesses dos grupos a que eles servem ou representam.

A democracia que eles querem é a democracia para liquidar com a Petrobrás; é a democracia dos monopólios privados, nacionais e internacionais, é a democracia que luta contra os governos populares e que levou Getúlio Vargas ao supremo sacrifício.

Ainda ontem, eu afirmava, envolvido pelo calor do entusiasmo de milhares de trabalhadores no Arsenal da Marinha, que o que está ameaçando o regime democrático neste País não é o povo nas praças, não são os trabalhadores reunidos pacificamente para dizer de suas aspirações ou de sua solidariedade às grandes causas nacionais. Democracia é precisamente isso: o povo livre para manifestar-se, inclusive nas praças públicas, sem que daí possa resultar o mínimo de perigo à segurança das instituições.

(...)

Estaríamos, sim, ameaçando o regime se nos mostrássemos surdos aos reclamos da Nação, que de norte a sul, de leste a oeste levanta o seu grande clamor pelas reformas de estrutura, sobretudo pela reforma agrária, que será como complemento da abolição do cativeiro para dezenas de milhões de brasileiros que vegetam no interior, em revoltantes condições de miséria.

Ameaça à democracia não é vir confraternizar com o povo na rua. Ameaça à democracia é empulhar o povo explorando seus sentimentos cristãos, mistificação de uma indústria do anticomunismo, pois tentar levar o povo a se insurgir contra os grandes e luminosos ensinamentos dos últimos Papas que informam notáveis pronunciamentos das mais expressivas figuras do episcopado brasileiro.

(...)

Àqueles que reclamam do Presidente de República uma palavra tranqüilizadora para a Nação, o que posso dizer-lhes é que só conquistaremos a paz social pela justiça social.

Perdem seu tempo os que temem que o governo passe a empreender uma ação subversiva na defesa de interesses políticos ou pessoais; como perdem igualmente o seu tempo os que esperam deste governo uma ação repressiva dirigida contra os interesses do povo. Ação repressiva, povo carioca, é a que o governo está praticando e vai amplia-la cada vez mais e mais implacavelmente, assim na Guanabara como em outros estados contra aqueles que especulam com as dificuldades do povo, contra os que exploram o povo e que sonegam gêneros alimentícios e jogam com seus preços.

Não receio ser chamado de subversivo pelo fato de proclamar, e tenho proclamado e continuarei a proclamando em todos os recantos da Pátria – a necessidade da revisão da Constituição, que não atende mais aos anseios do povo e aos anseios do desenvolvimento desta Nação.

Essa Constituição é antiquada, porque legaliza uma estrutura sócio-econômica já superada, injusta e desumana; o povo quer que se amplie a democracia e que se ponha fim aos privilégios de uma minoria; que a propriedade da terra seja acessível a todos; que a todos seja facultado participar da vida política através do voto, podendo votar e ser votado; que se impeça a intervenção do poder econômico nos pleitos eleitorais e seja assegurada a representação de todas as correntes políticas, sem quaisquer discriminações religiosas ou ideológicas.

Todos têm o direito à liberdade de opinião e de manifestar também sem temor o seu pensamento. É um princípio fundamental dos direitos do homem, contido na Carta das Nações Unidas, e que temos o dever de assegurar a todos os brasileiros.

(...)

É apenas de lamentar que parcelas ainda ponderáveis que tiveram acesso à instrução superior continuem insensíveis, de olhos e ouvidos fechados à realidade nacional.

São certamente, trabalhadores, os piores surdos e os piores cegos, porque poderão, com tanta surdez e tanta cegueira, ser os responsáveis perante a História pelo sangue brasileiro que possa vir a ser derramado, ao pretenderem levantar obstáculos ao progresso do Brasil e à felicidade de seu povo brasileiro.

(...)

E podeis estar certos, trabalhadores, de que juntos o governo e o povo – operários , camponeses, militares, estudantes, intelectuais e patrões brasileiros, que colocam os interesses da Pátria acima de seus interesses, haveremos de prosseguir de cabeça erguida, a caminhada da emancipação econômica e social deste país.

O nosso lema, trabalhadores do Brasil, é “progresso com justiça, e desenvolvimento com igualdade”.

(...)

Vamos continuar lutando pela construção de novas usinas, pela abertura de novas estradas, pela implantação de mais fábricas, por novas escolas, por mais hospitais para o nosso povo sofredor; mas sabemos que nada disso terá sentido se o homem não for assegurado o direito sagrado ao trabalho e uma justa participação nos frutos deste desenvolvimento.

Não, trabalhadores; sabemos muito bem que de nada vale ordenar a miséria, dar-lhe aquela aparência bem comportada com que alguns pretendem enganar o povo. Brasileiros, a hora é das reformas de estrutura, de métodos, de estilo de trabalho e de objetivo. Já sabemos que não é mais possível progredir sem reformar; que não é mais possível admitir que essa estrutura ultrapassada possa realizar o milagre da salvação nacional para milhões de brasileiros que da portentosa civilização industrial conhecem apenas a vida cara, os sofrimentos e as ilusões passadas.

O caminho das reformas é o caminho do progresso pela paz social. Reformar é solucionar pacificamente as contradições de uma ordem econômica e jurídica superada pelas realidades do tempo em que vivemos.

Trabalhadores, acabei de assinar o decreto da SUPRA com o pensamento voltado para a tragédia do irmão brasileiro que sofre no interior de nossa Pátria. Ainda não é aquela reforma agrária pela qual lutamos.

Ainda não é a reformulação de nosso panorama rural empobrecido.
Ainda não é a carta de alforria do camponês abandonado.
Mas é o primeiro passo: uma porta que se abre à solução definitiva do problema agrário brasileiro.

O que se pretende com o decreto que considera de interesse social para efeito de desapropriação as terras que ladeiam eixos rodoviários, leitos de ferrovias, açudes públicos federais e terras beneficiadas por obras de saneamento da União, é tornar produtivas áreas inexploradas ou subutilizadas, ainda submetidas a um comércio especulativo, odioso e intolerável.

Não é justo que o benefício de uma estrada, de um açude ou de uma obra de saneamento vá servir aos interesses dos especuladores de terra, que se apoderaram das margens das estradas e dos açudes. A Rio-Bahia, por exemplo, que custou 70 bilhões de dinheiro do povo, não deve beneficiar os latifundiários, pela multiplicação do valor de suas propriedades, mas sim o povo.

(...)

Reforma agrária com pagamento prévio do latifundio improdutivo, à vista e em dinheiro, não é reforma agrária. É negócio agrário, que interessa apenas ao latifundiário, radicalmente oposto aos interesses do povo brasileiro. Por isso o decreto da SUPRA não é a reforma agrária.

Sem reforma constitucional, trabalhadores, não há reforma agrária. Sem emendar a Constituição, que tem acima de dela o povo e os interesses da Nação, que a ela cabe assegurar, poderemos ter leis agrárias honestas e bem-intencionadas, mas nenhuma delas capaz de modificações estruturais profundas.

Graças à colaboração patriótica e técnica das nossas gloriosas Forças Armadas, em convênios realizados com a SUPRA, graças a essa colaboração, meus patrícios espero que dentro de menos de 60 dias já comecem a ser divididos os latifúndios das beiras das estradas, os latifúndios aos lados das ferrovias e dos açudes construídos com o dinheiro do povo, ao lado das obras de saneamento realizadas com o sacrifício da Nação. E, feito isto, os trabalhadores do campo já poderão, então, ver concretizada, embora em parte, a sua mais sentida e justa reinvindicação, aquela que lhe dará um pedaço de terra para trabalhar, um pedaço de terra para cultivar. Aí, então, o trabalhador e sua família irão trabalhar para si próprios, porque até aqui eles trabalham para o dono da terra, a quem entregam, como aluguel, metade de sua produção. E não se diga, trabalhadores, que há meio de se fazer reforma sem mexer a fundo na Constituição. Em todos os países civilizados do mundo já foi suprimido do texto constitucional parte que obriga a desapropriação por interesse social, a pagamento prévio, a pagamento em dinheiro.

No Japão de pós-guerra, há quase 20 anos, ainda ocupado pelas forças aliadas vitoriosas, sob o patrocínio do comando vencedor, foram distribuídos dois milhões e meio de hectares das melhores terras do país, com indenizações pagas em bônus com 24 anos de prazo, juros de 3,65% ao ano. E quem é que se lembrou de chamar o General MacArthur de subversivo ou extremista?

Na Itália, ocidental e democrática, foram distribuídos um milhão de hectares, em números redondos, na primeira fase de uma reforma agrária cristã e pacífica iniciada há quinze anos, 150 mil famílias foram beneficiadas.

No México, durante os anos de 1932 a 1945, foram distribuídos trinta milhões de hectares, com pagamento das indenizações em títulos da dívida pública, 20 anos de prazo, juros de 5% ao ano, e desapropriação dos latifúndios com base no valor fiscal.

Na Índia foram promulgadas leis que determinam a abolição da grande propriedade mal aproveitada, transferindo as terras para os camponeses.

Essas leis abrangem cerca de 68 milhões de hectares, ou seja, a metade da área cultivada da Índia. Todas as nações do mundo, independentemente de seus regimes políticos, lutam contra a praga do latifúndio improdutivo.

Nações capitalistas, nações socialistas, nações do Ocidente, ou do Oriente, chegaram à conclusão de que não é possível progredir e conviver com o latifúndio.

A reforma agrária é também uma imposição progressista do mercado interno, que necessita aumentar a sua produção para sobreviver.

Os tecidos e os sapatos sobram nas prateleiras das lojas e as nossas fábricas estão produzindo muito abaixo de sua capacidade. Ao mesmo tempo em que isso acontece, as nossas populações mais pobres vestem farrapos e andam descalças, porque não tem dinheiro para comprar.

Assim, a reforma agrária é indispensável não só para aumentar o nível de vida do homem do campo, mas também para dar mais trabalho às industrias e melhor remuneração ao trabalhador urbano.

Interessa, por isso, também a todos os industriais e aos comerciantes. A reforma agrária é necessária, enfim, à nossa vida social e econômica, para que o país possa progredir, em sua indústria e no bem-estar do seu povo.

Como garantir o direito de propriedade autêntico, quando dos quinze milhões de brasileiros que trabalham a terra, no Brasil, apenas dois milhões e meio são proprietários?

O que estamos pretendendo fazer no Brasil, pelo caminho da reforma agrária, não é diferente, pois, do que se fez em todos os países desenvolvidos do mundo. É uma etapa de progresso que precisamos conquistar e que haveremos de conquistar.

Esta manifestação deslumbrante que presenciamos é um testemunho vivo de que a reforma agrária será conquistada para o povo brasileiro. O próprio custo daprodução, trabalhadores, o próprio custo dos gêneros alimentícios está diretamente subordinado às relações entre o homem e a terra. Num país em que se paga aluguéis da terra que sobem a mais de 50 por cento da produção obtida daquela terra, não pode haver gêneros baratos, não pode haver tranquilidade social. No meu Estado, por exemplo, o Estado do deputado Leonel Brizola, 65% da produção de arroz é obtida em terras alugadas e o arrendamento ascende a mais de 55% do valor da produção. O que ocorre no Rio Grande é que um arrendatário de terras para plantio de arroz paga, em cada ano, o valor total da terra que ele trabalhou para o proprietário. Esse inquilinato rural desumano é medieval é o grande responsável pela produção insuficiente e cara que torna insuportável o custo de vida para as classes populares em nosso país.

(...)

E é claro, trabalhadores, que só se pode iniciar uma reforma agrária em terras economicamente aproveitáveis. E é claro que não poderíamos começar a reforma agrária, para atender aos anseios do povo, nos Estados do Amazonas ou do Pará. A reforma agrária deve ser iniciada nas terras mais valorizadas e ao lado dos grandes centros de consumo, com transporte fácil para o seu escoamento.

(...)

Não me animam, trabalhadores – e é bom que a nação me ouça – quaisquer propósitos de ordem pessoal. Os grandes beneficiários das reformas serão, acima de todos, o povo brasileiro e os governos que me sucederem. A eles, trabalhadores, desejo entregar uma Nação engrandecida, emancipada e cada vez mais orgulhosa de si mesma, por ter resolvido mais uma vez, pacificamente, os graves problemas que a História nos legou. Dentro de 48 horas, vou entregar à consideração do Congresso Nacional a mensagem presidencial deste ano.

Mas estaria faltando ao meu dever se não transmitisse, também, em nome do povo brasileiro, em nome destas 150 ou 200 mil pessoas que aqui estão, caloroso apelo ao Congresso Nacional para que venha ao encontro das reinvindicações populares, para que, em seu patriotismo, sinta os anseios da Nação, que quer abrir caminho, pacífica e democraticamente para melhores dias. Mas também, trabalhadores, quero referir-me a um outro ato que acabo de assinar, interpretando os sentimentos nacionalistas destes país. Acabei de assinar, antes de dirigir-me para esta grande festa cívica, o decreto de encampação de todas as refinarias particulares.

A partir de hoje, trabalhadores brasileiros, a partir deste instante, as refinarias de Capuava, Ipiranga, Manguinhos, Amazonas, e Destilaria Rio Grandense passam a pertencer ao povo, passam a pertencer ao patrimônio nacional.

Ao anunciar, à frente do povo reunido em praça pública, o decreto de encampação de todas as refinarias de petróleo particulares, desejo prestar homenagem de respeito àquele que sempre esteve presente nos sentimentos do nosso povo, o grande e imortal Presidente Getúlio Vargas.

(...)

Na mensagem que enviei à consideração do Congresso Nacional, estão igualmente consignadas duas outras reformas que o povo brasileiro reclama, porque é exigência do nosso desenvolvimento e da nossa democracia. Refiro-me à reforma eleitoral, à reforma ampla que permita a todos os brasileiros maiores de 18 anos ajudar a decidir dos seus destinos, que permita a todos os brasileiros que lutam pelo engrandecimento do país a influir nos destinos gloriosos do Brasil. Nesta reforma, pugnamos pelo princípio democrático, princípio democrático fundamental, de que todo alistável deve ser também elegível.

Também está consignada na mensagem ao Congresso a reforma universitária, reclamada pelos estudantes brasileiros. Pelos universitários, classe que sempre tem estado corajosamente na vanguarda de todos os movimentos populares nacionalistas.

(...)

Dentro de poucas horas, outro decreto será dado ao conhecimento da Nação. É o que vai regulamentar o preço extorsivo dos apartamentos e residências desocupados, preços que chegam a afrontar o povo e o Brasil, oferecidos até mediante o pagamento em dólares. Apartamento no Brasil só pode e só deve ser alugado em cruzeiros, que é dinheiro do povo e a moeda deste país. Estejam tranqüilos que dentro em breve esse decreto será uma realidade.

(...)

Ao encerrar, trabalhadores, quero dizer que me sinto reconfortado e retemperado para enfrentar a luta que tanto maior será contra nós quanto mais perto estivermos do cumprimento de nosso dever. À medida que esta luta apertar, sei que o povo também apertará sua vontade contra aqueles que não reconhecem os direitos populares, contra aqueles que exploram o povo e a Nação.

Hoje, com o alto testemunho da Nação e com a solidariedade do povo, reunido na praça que só ao povo pertence, o governo, que é também o povo e que também só ao povo pertence, reafirma os seus propósitos inabaláveis de lutar com todas as suas forças pela reforma da sociedade brasileira. Não apenas pela reforma agrária, mas pela reforma tributária, pela reforma eleitoral ampla, pelo voto do analfabeto, pela elegibilidade de todos os brasileiros, pela pureza da vida democrática, pela emancipação econômica, pela justiça social e pelo progresso do Brasil”.

sexta-feira, 13 de março de 2009

ESCUTATÓRIA



Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória.

Todo mundo quer aprender a falar... Ninguém quer aprender a ouvir.

Pensei em oferecer um curso de escutatória, mas acho que ninguém vai se matricular.

Escutar é complicado e sutil.

Diz Alberto Caeiro que... Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores.

É preciso também não ter filosofia nenhuma.

Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas.

Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia.

Parafraseio o Alberto Caeiro:

Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito.
É preciso também que haja silêncio dentro da alma.

Daí a dificuldade:

A gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor...
Sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer.
Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração...
E precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor.

Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade.

No fundo, somos os mais bonitos...

Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64. Contou-me de sua experiência com os índios: Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio.

Vejam a semelhança...

Os pianistas, por exemplo, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio... Abrindo vazios de silêncio... Expulsando todas as idéias estranhas. Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos...
Pensamentos que ele julgava essenciais.

São-me estranhos. É preciso tempo para entender o que o outro falou.

Se eu falar logo a seguir... São duas as possibilidades. Primeira: Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua (tola) fala.
Falo como se você não tivesse falado. Segunda: Ouvi o que você falou. Mas, isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo.É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou.

Em ambos os casos, estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada.

O longo silêncio quer dizer: Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou.

E, assim vai a reunião.

Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos.
E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia.

Eu comecei a ouvir.

Fernando Pessoa conhecia a experiência...

E, se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras... No lugar onde não há palavras.

A música acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa.

No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos.

Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia...

Que de tão linda nos faz chorar.

Para mim, Deus é isto: A beleza que se ouve no silêncio.

Daí a importância de saber ouvir os outros: A beleza mora lá também.

Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.

(Por Rubem Alves)

(Enviado por Paulo Nazareno)

quinta-feira, 12 de março de 2009

COMENTÁRIOS SOBRE A POLÍTICA NACIONAL

As metades

Numa noite, às vésperas de 24 de agosto de 54, quando se matou, Getulio Vargas conversava, desalentado, desencantado, com José Américo de Almeida, seu ministro da Viação. Confessa :

- Impossível governar este país. Os homens de verdadeiro espírito público vão escasseando cada vez mais.

- Presidente, o que é que o senhor acha dos homens de seu governo ?

- A metade não é capaz de nada e a outra metade é capaz de tudo.

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A pergunta é : e você, leitor, o que acha ? Os homens do governo são capazes de nada ou de tudo ?

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A cruz de Crusius

Yeda Crusius conseguiu melhorar as finanças do RS, graças a um programa bem concebido por uma equipe sugerida pelo patriota empresário Jorge Gerdau. O esforço parece ter sido em vão. Continuam a pipocar denúncias contra a governadora. Até a compra de um avião para servir à chefe do Executivo tem sido objeto de ácidas críticas. O calvário de Crusius se deve à falhas graves de comunicação. O bônus administrativo – enxugamento das contas públicas – é canibalizado pelo ônus imposto pelas oposições. Quanta falta faz uma comunicação eficaz.

"Para que o laço não se desfaça – primeiro deves mordê-lo." (Friedrich Nietzsche)

Protógenes na berlinda

Será muito difícil para o delegado que queria se transformar em justiceiro, Protógenes Queiroz, sair do imbróglio em que se meteu. Fazia uma investigação paralela, segundo matéria explosiva da revista Veja. O delegado tentou desmentir a denúncia. A revista, em tréplica, confirma o teor das informações a que teve acesso. A CPI dos Grampos, que já tinha aquele material, agora irá se debruçar sobre as gravações. A panela vai esquentar.

Pressão e contrapressão

Pois bem, há uma turma que defende a abertura plena das informações. E há um grupo que procura por água fria na fervura. A fogueira acesa poderá atingir, mais uma vez, o governo, que será acusado de leniência, passividade. E há tagarelas que gostariam de saber quem é quem na vida íntima de certas personalidades. Uma coisa é certa : se a intimidade de autoridades subir à superfície, não será um caos, como se imagina. O tiro poderá sair pela culatra. Os brasileiros tendem a se solidarizar com as vítimas de tramóias, principalmente se os casos se restringem ao abrigo exclusivamente pessoal, sem ligações com corrupção e abuso do poder.

Um par de chifres

No velório de Jânio (1992), apareceu um homem aos prantos. Jurava que, muitos anos antes, estava no alto de um prédio disposto a se matar quando Jânio, então um jovem vereador, gritou : "não faça bobagem." Ele explicou que ia pular porque a esposa o traíra. Jânio dissuadiu o suicida : "o que tua mulher te arrumou foi um par de chifres, não um par de asas. Desça daí já!". Salvou o homem.

Bloqueio de bens

No momento em que a Justiça bloqueia os bens da Associação Nacional de Cooperação Agrícola (ANCA), braço formal do MST, este Movimento faz ouvidos moucos. Ao lado das Mulheres da Vila Campesina, protagoniza cenas abertas de vandalismo no ES, Brasília, SP, PE e no RS. O ministro Gilmar Mendes, em sua determinação de fazer cumprir a lei, continua a denunciar a ilegalidade perpetrada pelo MST. O juiz federal José Carlos Francisco dá provas de que concorda com o presidente do STF e coloca o MST no caminho dos tribunais.

Loucuras

"Pode haver maior loucura que a de um candidato que adula suplicamente o povo para conquistar honras e que compra o seu favor à custa de liberalidade ? que a daquele que recebe servil e humildemente os aplausos dos mentecaptos ? daquele que fica lisonjeado com as aclamações populares ? daquele que se deixa carregar em triunfo, como uma estátua, para ser visto pelo povo, ou que é efigiado em bronze no foro ? A todas essas loucuras, acrescentai a da adoção dos nomes e sobrenomes : acrescentai as honras divinas prestadas a um homem sem mérito algum ; acrescentai, finalmente, as cerimônias públicas levadas a efeito para colocar no número dos deuses os mais celerados tiranos". (Erasmo de Rotterdam)

A crise do emprego

Mais de 50 milhões de vagas foram banidas do mapa do emprego no mundo pela borrasca da crise. O mercado de trabalho, segundo a OIT, começa a ganhar um novo perfil : serviços terceirizados e trabalho temporário. O futuro do mundo são os serviços, e o que aumentará a qualidade do emprego é a educação, ensina o professor José Marcio Camargo, da PUC/Rio. No Brasil, a Terceirização espera sua regulamentação, impedida, até o momento, pela ganância de algumas Centrais Sindicais.

Até quando ?

Até quando seremos guiados em matéria de relações do trabalho por uma visão caolha, gerada pelo sindicalismo dos anos 30 ?

Os tigres

Quando Confúcio visitou a montanha sagrada de Taishan, encontrou uma mulher cujos parentes haviam sido mortos por tigres.

- Por que não se muda daqui, perguntou Confúcio.

- Porque os governantes são mais ferozes que os tigres.

Autocrítica

Vejam o velho Mao, dos fundões da eternidade, sugerindo ao partido comunista uma autocrítica. Quem faz autocrítica, hoje ? Nenhuma sigla.

"A prática conscienciosa da autocrítica é uma das características marcantes que distinguem o nosso Partido dos demais partidos políticos. Como temos dito, uma casa deve ser varrida regularmente, do contrário, a poeira vai-se acumulando; as nossas caras devem ser lavadas regularmente pois, doutro modo, acabam por ficar cheias de poeira. A mente dos nossos camaradas e o trabalho do nosso Partido igualmente podem ficar cobertos de poeira, razão por que devem ser varridos e lavados também. O provérbio que diz que ‘a água corrente não apodrece e os gonzos das portas não são carcomidos pelos vermes’ significa que o movimento constante impede a ação desagregadora dos micróbios e todos os parasitas". (Mao Tsé-Tung)

Caiado, bom de briga

Ronaldo Caiado sempre se destacou por ser bom de briga. Trata-se de um deputado com densa bagagem intelectual. Médico, professor, produtor rural, fez o mais adequado projeto de reforma política, como relator desta matéria na Câmara dos Deputados. Agora, como líder do DEM, tem uma boa oportunidade para levar adiante a tarefa. Não será fácil. Em matéria de reforma política, a polêmica sobe às alturas. Caiado, no momento apropriado, espera costurar esse desgastado tecido. Esta Coluna acompanhará o esforço.

Hamm na CTUR

O deputado Afonso Hamm é uma boa promessa na Comissão de Turismo e Desporto da Câmara Federal. O gaúcho quer ouvir todos os nichos turísticos com a intenção de procurar preencher os vácuos, atender as necessidades e demandas do turismo nacional.

A campanha nas ruas ?

A campanha de 2010 está nas ruas ? Sim, dizem os oposicionistas ; não, garantem os situacionistas. A turma de Dilma Rousseff, que reúne em torno de si 13 partidos, acha muito normal que ela se desloque pelo país, fiscalizando e inaugurando obras do PAC. A turma de José Serra, que reúne os tucanos e, por enquanto, o DEM e o PPS, acha que ela comete irregularidades. Vamos aos argumentos : como ministra, Dilma pode correr o país para vistoriar obras ; como governador, Serra tem os mesmos direitos de correr nos espaços de SP. Não podem, ambos, pedir votos. Ou fazer promessas eleitoreiras. Os limites entre a ação administrativa e a ação política são estreitos. Falta uma disposição mais forte e clara do TSE sobre esta matéria.

"Na vingança e no amor a mulher é mais bárbara que o homem." (Friedrich Nietzsche)

Cutait tem cacife ?

Mario Sergio Cutait, presidente do Sindirações, é um potencial candidato à presidência da FIESP. Terá cacife para tanto ?

As prévias de Aécio

Fernando Henrique, o tucanuçu, o maior dos tucanos, implode a idéia de prévias para a escolha do candidato tucano à presidência em 2010. Aécio Neves está uma vara. Diz que FHC concordava com essa proposta. Neves vai insistir. Mas Serra, a cada dia, se fortalece como candidato imbatível entre os tucanos. Já conta com o apoio de ampla maioria dos Diretórios do PSDB no país.

Anvisa abusada

A Anvisa precisa vigiar – bem – as condições de salubridade que abrigam o atendimento ao público. Com estrutura politizada e aparelhada para se colocar acima dos pobres mortais, essa Agência esnoba os cidadãos que a procuram em busca de informações sobre processos. Se alguém reclama, os ideólogos burocratas respondem de forma lacônica : façam queixa na Ouvidoria. Maneira de dizer : vão se queixar ao Papa. Endinheirada e rica, a Anvisa é um dos olhos caolhos que veem o país pelo avesso.

Skaf salada mista

Paulo Skaf, presidente da FIESP, botou mesmo na cabeça que seu futuro passa pelo governo de SP. A princípio, pensava-se que era conversa mole pra boi dormir. Esta Coluna, faz um bom tempo, disparou uma nota nesse sentido, mas foi desmentida por seus assessores. Agora, as colunas de jornais confirmam a hipótese. Indicam interesse de Skaf de juntar, em um mesmo bloco, o PP de Paulo Maluf, o PC do B de Aldo Rebelo, o PDT de Paulinho da Força, o PSB de Luiza Erundina e Ciro Gomes. Falta só o PSOL, de Heloisa Helena e Chico Alencar. O impossível poderá acontecer ? Em política, tudo é possível. Mas a conclusão é inexorável : é mais fácil o sol não aparecer amanhã no horizonte que apostar no nascimento deste frankstein.

O nome do monstrengo ?

A Coluna concede o Troféu da Esquisitice para quem adivinhar o nome do monstrengo. Para esquentar o Concurso, sugere alguns epítetos : tromba d’água, mistura de elefante com nuvem; bode expiatório, mistura de cabra com buraco de fechadura (sugestão já feita semana passada) ; ou, se quiserem, nomes reais de híbridos do reino animal ; ligre, filho de leão com tigresa ; tigon, de leoa com tigre ; zorse, filho de cavalo com zebra ; cama, híbrido de camelo com lhama. Um cético cochichou aos ouvidos deste escriba : "nada disso, o cara acha que o prédio da FIESP é mais poderoso que o Taj Mahal".

"A pessoa possuída por um ardente e incontrolável desejo de poder afastará, constantemente, os que o apóiam, tornando, assim, impossível a conquista do poder." (Robert Lane, in Political Life)

Múcio versus Erenice

José Múcio, ministro das Relações Institucionais, começa a pavimentar seu caminho em direção ao TCU. Mas esbarra numa pedra no meio. Que tem o nome de Erenice Guerra, braço direito da ministra Dilma Rousseff. Mas a ministra pré-candidata precisa administrar todas as arestas. Por isso, dançará conforme a música. Tenderá ao recuo.

PIB diminuindo

A meta de 4% de crescimento do PIB, para este ano, baixou para 2% a 2,5%. É a nova previsão dos técnicos do Ministério da Fazenda. Há quem aponte um índice menor ainda.

Células-tronco

Ao aprovar o uso de células-tronco embrionárias, o presidente dos EUA, Barack Obama, sinaliza compromisso com o futuro da humanidade. As pesquisas poderão ajudar em tratamentos para diabetes, doenças degenerativas como mal de Parkinson e até paralisias por lesão na medula espinhal.

Palocci e Haddad

O deputado Antonio Palocci e o ministro da Educação, Fernando Haddad, surgem como os nomes mais viáveis do PT para a disputa ao governo do Estado de SP em 2010. Palocci tem pela frente a decisão do STF sobre o caso da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. Haddad é a alternativa B. Dependerá da chancela de Lula. Exibe um perfil de renovação.

Sobre abutres

Cuidado, muito cuidado com os abutres que rondam os cemitérios. As Escrituras ensinam :

"A águia não conhece a vereda, o olho do abutre não a viu". (Jó, 28, 7)

"Não abandoneis ao abutre a vida de vossa pomba, não esqueçais para sempre a vida de vossos pobres". (Salmos 73,19)

"Onde houver um cadáver, aí se ajuntarão os abutres". (São Mateus 24,28)

Conselho à CPI dos grampos

Esta coluna dedica sua última nota a pequenos conselhos a políticos, governantes e líderes nacionais. Na edição passada, o espaço foi destinado ao Ministro da Justiça, Tarso Genro. Hoje, volta sua atenção aos membros da CPI dos Grampos :

1. Façam o dever de casa começando por ouvir as gravações das conversas grampeadas pelo delegado Protógenes Queiroz.

2. Apurem responsabilidades e concluam o Relatório da CPI com os nomes dos autores da barbárie em torno das investigações paralelas.

3. Não transijam com a verdade. Nem procurem acomodar situações.


* Por Gaudêncio Torquato

quarta-feira, 11 de março de 2009

LISTA DE COISAS QUE VALE A PENA RELEMBRARMOS!

OS TRÊS REIS MAGOS

O árabe Baltazar: trazia incenso, significando a divindade do Menino Jesus.
O indiano Belchior: trazia ouro, significando a sua realeza.
O etíope Gaspar: trazia mirra, significando a sua humanidade.


As Sete Maravilhas do Mundo Antigo

1 - As Pirâmides do Egito
2 - Os Jardins Suspensos da Babilônia
3 - O Mausoléu de Helicarnasso
4 - A Estátua de Zeus
5 - O Templo de Artemisa
6 - O Colosso de Rodes
7 - O Farol de Alexandria.

As 7 Notas Musicais

A origem é uma homenagem a São João Batista, com seu hino:

Ut queant laxis (dó) Para que possam
Resonare fibris ressoar as
Mira gestorum maravilhas de teus feitos
Fa mulli tuorum com largos cantos
Solve polluit apaga os erros
La bii reatum dos lábios manchados
S ancti Ioannis Ó São João




Os Sete Pecados Capitais

(Eles só foram enumerados no século VI, pelo papa São Gregório Magno (540-604), tomando como referência as cartas de São Paulo)

Gula
Avareza
Soberba
Luxúria
Preguiça
Ira
Inveja


As Sete Virtudes

(para combater os pecados capitais)

Temperança (gula)
Generosidade (avareza)
Humildade (soberba)
Castidade (luxúria)
Disciplina (preguiça)
Paciência (ira)
Caridade (inveja)


Os Sete dias da Semana e os "Sete Planetas"

Os dias, nos demais idiomas, com excessão da língua portuguesa, mantém os nomes dos sete corpos celestes conhecidos desde os babilônios:

Domingo - dia do Sol
Segunda - dia da Lua
Terça - dia de Marte
Quarta - dia de Mercúrio
Quinta - dia de Júpiter
Sexta - dia de Vênus
Sábado - dia de Saturno


As Sete Cores do Arco-Íris

(Na mitologia grega, Íris era a mensageira da deusa Juno. Como descia do céu num facho de luz e vestia um xale de sete cores, deu origem à palavra arco-íris. A divindade deu origem também ao termo íris, do olho.)

Vermelho
Laranja
Amarelo
Verde
Azul
Anil
Violeta


Os Dez Mandamentos

1º - Amar a Deus sobre todas as coisas
2º - Não tomar o Seu Santo Nome em vão
3º - Guardar os sábados
4º - Honrar pai e mãe
5º - Não matar
6º - Não pecar contra a castidade
7º - Não furtar
8º - Não levantar falso testemunho
9º - Não desejar a mulher do próximo
10º - Não cobiçar as coisas alheias


Os Doze Meses do Ano

Janeiro: homenagem ao Deus Janus, protetor dos lares
Fevereiro: mês do festival de Februália (purificação dos pecados), em Roma;
Março: em homenagem a Marte, deus guerreiro;
Abril: derivado do latim Aperire (o que abre). Possível referência à primavera no Hemisfério Norte;
Maio: acredita-se que se origine de maia, deusa do crescimento das plantas;
Junho: mês que homenageia Juno, protetora das mulheres;
Julho: No primeiro calendário romano, de 10 meses, era chamado de quintilis (5º mês). Foi rebatizado por Júlio César;
Agosto: Inicialmente nomeado de sextilis (6º mês), mudou em homenagem a César Augusto;
Setembro: era o sétimo mês. Vem do latim septem;
Outubro: Na contagem dos romanos, era o oitavo mês;
Novembro: Vem do latim novem (nove);
Dezembro: era o décimo mês


Os Doze Apóstolos

1 - Simão Pedro
2 - Tiago (o maior)
3 - João
4 - Filipe
5 - Bartolomeu
6 - Mateus
7 - Tiago (o menor)
8 - Simão
9 - Judas Tadeu
10 - Judas Iscariotes
11 - André
12 - Tomé.

(Após a traição de Judas Iscariotes, os outros onze apóstolos elegeram Matias para ocupar o seu lugar.)


Os Doze Profetas do Antigo Testamento

1 - Isaías
2 - Jeremias
3 - Jonas
4 - Naum
5 - Baruque
6 - Ezequiel
7 - Daniel
8 - Oséias
9 - Joel
10 - Abdias
11 - Habacuque
12 - Amos


As Musas da Mitologia Grega

(a quem se atribuía a inspiração das ciências e das artes)

1 - Urânia (astronomia)
2 - Tália (comédia)
3 - Calíope (eloqüência e epopéia)
4 - Polímnia (retórica)
5 - Euterpe (música e poesia lírica)
6 - Clio (história)
7 - Érato (poesia de amor)
8 - Terpsícore (dança)
9 - Melpômene (tragédia)


Os Sete Sábios da Grécia Antiga:

1 - Sólon
2 - Pítaco
3 - Quílon
4 - Tales de Mileto
5 - Cleóbulo
6 - Bias
7 - Períandro


Os Múltiplos de Dez

(os prefixos usados em Megabytes, Kilowatt, milímetro...)

NOME (Símbolo) = fator de multiplicação
Yotta (Y) = 1024 = 1.000.000.000.000.000.000.000.000
Zetta (Z) = 1 021 = 1.000.000.000.000.000.000.000
Exa (E) = 1018 = 1.000.000.000.000.000.000
Peta (P) = 1015 = 1.000.000.000.000.000
Tera (T) = 1012 = 1.000.000.000.000
Giga (G) = 109 = 1.000.000.000
Mega (M) = 10 6 = 1.000.000
kilo (k) = 10 3 = 1.000
hecto (h) = 10 2 = 100
deca (da) = 10 1 = 10
uni = 10 0 = 1
deci d, 10-1 = 0,1
centi c, 10-2 = 0,01
mili m, 10-3 = 0,001
micro µ, 10-6 = 0,000.0001
nano n, 10 -9= 0,000.000.001
pico p, 10-12 = 0, 000.000.000.001
femto f, 10-15 = 0,000.000.000.000.001
atto a, 10-18 = 0,000.000.000.000.000.001
zepto z, 10-21 = 0,000.000.000.000.000.000.001
yocto y, 10 -24 = 0,000.000.000.000.000.000.000.001
exa deriva da palavra grega "hexa" que significa "seis".
penta deriva da palavra grega "pente" que significa "cinco".
tera do grego "téras" que significa "monstro".
giga do grego "gígas" que significa "gigante".
mega do grego "mégas" que significa "grande".
hecto do grego "hekatón" que significa "cem".
deca do grego "déka" que significa "dez".
deci do latim "decimu" que significa "décimo".
mili do latim "millesimu" que significa "milésimo".
micro do grego "mikrós" que significa "pequeno".
nano do grego "nánnos" que significa "anão".
pico do italiano "piccolo" que significa "pequeno".
femto do dinamarquês "femten" que significa "quinze".
atto do dinamarquês "atten" que significa "dezoito".
zepto e zetta derivam do latim "septem" que significa "sete".
yocto e yotta derivam do latim "octo" que significa "oito".


Conversão entre unidades

cavalo-vapor 1 cv = 735,5 Watts
horsepower 1 hp = 745,7 Watts
polegada 1 in (1´´) = 2,54 cm
pé 1 ft (1´) = 30,48 cm
jarda 1 yd = 0,9144 m
angström 1 Å = 10-10 m
milha marítima =1852 m
milha terrestre 1mi = 1609 m
tonelada 1 t = 1000 kg
libra 1 lb = 0,4536 kg
hectare 1 ha = 10.000 m2
metro cúbico 1 m3 = 1000 l
minuto 1 min = 60 s
hora 1 h = 60 min = 3600 s
grau Celsius 0 ºC = 32 ºF = ?273 K (Kelvin)
grau fahrenheit =32+(1,8 x ºC


Os Dez Números Arábicos

Os símbolos tem a ver com os ângulos:

o 0 não tem ângulos
o número 1 tem 1 ângulo
o número 2 tem 2 ângulos
o número 3 tem 3 ângulos
etc...


As Datas de Casamento:

1 ano - Bodas de Algodão
2 anos - Bodas de Papel
3 anos - Bodas de Trigo ou Couro
4 anos - Bodas de Flores e Frutas ou Cera
5 anos - Bodas de Madeira ou Ferro
10 anos - Bodas de Estanho ou Zinco
15 anos - Bodas de Cristal
20 anos - Bodas de Porcelana
25 anos - Bodas de Prata
30 anos - Bodas de Pérola
35 anos - Bodas de Coral
40 anos - Bodas de Rubi ou Esmeralda
45 anos - Bodas de Platina ou Safira
50 anos - Bodas de Ouro
55 anos - Bodas de Ametista
60 anos - Bodas de Diamante ou Jade
65 anos - Bodas de Ferro ou Safira
70 anos - Bodas de Vinho
75 anos - Bodas de Brilhante ou Alabastre
80 anos - Bodas de Nogueira ou Carvalho


Os Sete Anões

. Dunga
. Zangado
. Atchin
. Soneca
. Mestre
. Dengoso
. Feliz


Você Sabia ?

1 - Durante a Guerra de Secessão, quando as tropas voltavam para o quartel após uma batalha sem nenhuma baixa, escreviam numa placa imensa: " O Killed " (zero mortos).. Daí surgiu a expressão " O.K. ". Para indicar que tudo está bem.

2 - Nos conventos, durante a leitura das Escrituras Sagradas, ao se referir a São José, diziam sempre " Pater Putativus ", ( ou seja: "Pai Suposto" ) abreviando em P.P .". Assim surgiu o hábito, nos países de colonização espanhola, de chamar os "José" de "Pepe".


3 - Cada rei no baralho representa um grande Rei/Imperador da história:

. Espadas: Rei David ( Israel )
. Paus: Alexandre Magno ( Grécia/Macedônia )
. Copas: Carlos Magno ( França )
. Ouros: Júlio César ( Roma )


4 - No Novo Testamento, no livro de São Mateus, está escrito " é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha que um rico entrar no Reino dos Céus "... O problema é que São Jerônimo, o tradutor do texto, interpretou a palavra " kamelos " como camelo, quando na verdade, em grego, "kamelos" são as cordas grossas com que se amarram os barcos. A idéia da frase permanece a mesma, mas qual parece mais coerente?

5 - Quando os conquistadores ingleses chegaram a Austrália, se assustaram ao ver uns estranhos animais que davam saltos incríveis. Imediatamente chamaram um nativo ( os aborígenes australianos eram extremamente pacíficos ) e perguntaram qual o nome do bicho. O índio sempre repetia " Kan Ghu Ru ", e portanto o adaptaram ao inglês, " kangaroo" ( canguru ). Depois, os lingüistas determinaram o significado, que era muito claro: os indígenas queriam dizer: "Não te entendo ".

6 - A parte do México conhecida como Yucatán vem da época da conquista, quando um espanhol perguntou a um indígena como eles chamavam esse lugar, e o índio respondeu " Yucatán ". Mas o espanhol não sabia que ele estava informando " Não sou daqui ".

7 - Existe uma rua no Rio de Janeiro, no bairro de São Cristóvão, chamada "PEDRO IVO". Quando um grupo de estudantes foi tentar descobrir quem foi esse tal de Pedro Ivo, descobriram que na verdade a rua homenageava D.Pedro I, que quando foi rei de Portugal, foi aclamado como "Pedro IV" (quarto). Pois bem, algum dos funcionários da Prefeitura, ao pensar que o nome da rua fora grafado errado, colocou um " O " no final do nome. O erro permanece até hoje.

(Enviado por Gabriel Vale)

terça-feira, 10 de março de 2009

OBSERVATÓRIO



Vivemos uma era fantástica. Hoje, ao simples toque numa tecla de computador, podemos exercer uma complexa atividade laboral, realizar negócios estupendos ou transferir informações até entre países. Contemplando esse fenômeno da interação virtual, Bill Gates, o fundador da Microsoft, profetizou que "em alguns anos vão existir dois tipos de empresas: as que fazem negócios pela Internet e as que estão fora dos negócios". Ou seja, ninguém ficará imune a essa avassaladora realidade. Sobretudo, a máquina pública. Apesar do seu funcionamento já existir a alguns anos, somente nos quatro últimos, com o aparecimento do acesso rápido, é que a internet realmente começou a influenciar vidas de maneira mais ostensiva.

O SITE I

A propósito, acessei semana passada o sítio virtual pertencente à Prefeitura de Crateús, cujo domínio é http://www.crateus.ce.gov.br. A iniciativa é das mais louváveis. Em tese, o crateuense que habite qualquer espaço da aldeia global tem aí um espaço oficial para consultas e atualizações sobre a terra em que nasceu. Embora isso hoje seja uma obrigação legal, posto que há vários dispositivos no nosso ordenamento jurídico determinando a universalização das informações, ainda há muita gente que desvia esse itinerário normativo. Sucede que a home page da Prefeitura, malgrado o esforço, contém deficiências e impropriedades que reclamam urgente reparação.


O SITE II

Ao clicar no primeiro link, vê-se a biografia do Prefeito. Aí, num texto de apenas um parágrafo, identifica-se uma série de informações equivocadas. Por exemplo, a certa altura, narrando a trajetória política do atual Chefe do Executivo, lemos: “Na Década de 70 iniciou a vida político-partidária como Universitário, militando no PT – Partido dos Trabalhadores”. Ora, na década de 70 nem o doutor Felipe era universitário nem existia o Partido dos Trabalhadores - PT, que só foi fundado na década seguinte. O próprio texto se contradiz quando narra que “em 1980 foi aprovado em sétimo lugar para o vestibular de Medicina na concorrida faculdade da Universidade Federal do Ceará”. Noutra passagem, o texto relata que “em 1990 viajou para o Rio de Janeiro, onde fez pós-graduação em cirurgia geral e do câncer na Universidade Fluminense e no Instituto do Câncer daquele estado”. Mais à frente, diz que “no início dos anos 90 começou exercer a função de Médico, voluntariamente, nos Hospitais Gentil Barreira e Geral, hoje, São Lucas”. Era como se ele estivesse em dois lugares ao mesmo tempo... Na galeria dos ex-prefeitos, consta que José Almir Claudino Sales é o atual alcaide. Além de corrigir esses equívocos, impende que o site seja alimentado em seus aspectos que despertam maior interesse. É o caso, por exemplo, das informações sobre os certames licitatórios e sobre os Atos oficiais de maior relevância. Tudo em louvor à transparência que, além de um princípio constitucional, foi celebrada como compromisso de campanha.


ZÉ ALMIR

Por falar em Zé Almir, consta que o Governador Cid Gomes o convidou para ocupar uma assessoria à Presidência da CAGECE. O ex-prefeito – que operou um estratégico mergulho desde o início da campanha passada, evitando os palanques e a ribalta da refrega eleitoral - está analisando a possibilidade, visto que retomou o batente da advocacia.

NENEN

O deputado Nenen Coelho também ocupou os microfones para fazer uma prestação de contas das suas atividades parlamentares, sobretudo dos projetos que intermediou e das emendas destinando recursos para comunidades que representa. Destacou o fato de ter conseguido a aprovação de um título de Cidadão Cearense para o bispo D. Jacinto. Sobre o atual líder diocesano de Crateús, certa feita escrevi: “Toda a infra-estrutura predial da Igreja Católica acusa o palpitar da renovação. Esse impulso motivador há contagiado também os fiéis, que se revelam estimulados e atendem prontamente a todas as convocações do Pastor, inclusive para o exercício de longas peregrinações. Estas consideráveis alterações se produziram graças ao Sopro do Espírito através de um dos seus discípulos, o bispo Jacinto Furtado de Brito Sobrinho. No ímpeto empreendedor, lembra D. José Tupinambá da Frota, o sobralense que elevou às estrelas a auto-estima da Princesa do Norte. (...)Do Maranhão veio o atual prelado de Crateús. O anterior, D. Antonio Batista Fragoso, também, assim como o primeiro bispo a pisar o solo crateuense, Dom Antonio de Alvarenga. Há entre os crateuenses e os maranhenses um fio de união religiosa que atravessa as eras, pois de lá advieram missionários com prédicas peculiares na condução do estandarte da fé. (...)Dom Jacinto é um carpinteiro da fé, que talha a madeira bruta do sonho realizador coletivo e estimula o rebanho religioso a desenvolver os talentos, que são dádivas celestiais”.

DIA DA MULHER

No último dia 08 de março, celebramos outra vez o Dia Internacional da Mulher. Brindo-vos com um Soneto à Mulher:

Vejo brotar de tua alma a fonte da harmonia;
De teus olhos, uma torrente de firmeza cristalina;
Do teu corpo formoso, uma insondável mina;
De tuas veias azuis, o rio caudaloso da poesia.


Contigo apreendi os valores essenciais:
A bondade saindo pela janela da retidão,
O esforço precedendo à delícia do pão
E o sonho fecundando a cultura de paz.


Contigo confirmei que vale a pena ser decente,
Primor de mulher, discreta luz, rosa coerente.
De ti recebi o alimento perene à lúcida alegria.


Ah! Hoje eu posso afirmar solenemente:
Melhor do que cantar uma mulher a cada dia
É conquistar a mesma mulher diariamente!


PARA REFLETIR

“A sabedoria das mulheres não é raciocinar, é sentir”. (Immanuel Kant)


(Por Júnior Bonfim, publicado na edição de hoje do Jornal Gazeta do Centro Oeste)

CLAUDINO SALES



Embora ainda pisasse as babugens da infância, relembro nitidamente: um cidadão do campo sentando sobre a calçada alta de sua casa na fazenda Mondubim, a 20 km de Crateús, defronte a um imponente pé de Benjamin, aguardando a visita de uma ilustrada figura. O cidadão: meu avô Tetêro Bonfim; o visitante insigne: o então deputado Claudino Sales.

Enquanto exerceu múnus público, Gonçalo Claudino Sales fez política assim: no contato direto com os amigos, sob o realce da habilidade, com uma pitada de discrição, agregando certo espírito conciliador com o tempero de uma boa dose de astúcia política.

Aliás, com muita propriedade, agia como os grandes mineiros, mestre na arte de politicar. Daquele jeito que ensinou Fernando Sabino: “Ser mineiro é não dizer o que faz, nem o que vai fazer, é fingir que não sabe aquilo que sabe, é falar pouco e escutar muito, é passar por bobo e ser inteligente (…)”.

Pois bem, foi nas Alterosas que o filho de Antônio Claudino Sales e Joana Soares da Silva lapidou a alma para as tarefas superiores que a História lhe reservou. Após desfrutar a tenra idade em Novo Oriente, onde nasceu em 12 de fevereiro de 1922, foi estudar o ginasial em Teresina e, em seguida, partiu para Belo Horizonte, onde cursou Direito na Universidade Federal de Minas Gerais. No campus, conheceu nomes que transitaram sobre as veias abertas da política nacional - como Francelino Pereira, por exemplo. Formado, logo perdeu a virgindade política assumindo uma secretaria municipal na cidade mineira de Caeté, que em tupi-guarani significa "Mata Virgem". Lá, teve o nome cogitado para ser o alcaide local.

Porém, resolveu advogar em Crateús. Perambulando como operador do direito, conheceu a sobralense Franci (Francisca das Chagas Carneiro Sales), com quem firmou aliança sentimental e gerou os filhos Maria de Fátima, Jane Mary, Vanda, Sandra e Claudino.

Na terra do Senhor do Bonfim, logo ganhou destaque acionando o poderoso gatilho de sua metralhadora verbal. Em sessões do Tribunal do Júri, emocionadas multidões acorriam para sentir vibrar as cordas do coração sob o impacto do seu vigor tribunício. Outra era, no entanto, a tribuna para a qual o tufão da eloqüência o arrastava definitivamente: a dos palanques eleitorais. Candidata-se a Prefeito de Crateús em 1958 em 1962, mas não obtém êxito.

Em 1966, estoura eleitoralmente ao disputar uma vaga à Assembléia Legislativa, saindo virtualmente eleito das urnas apuradas às margens do Poty. No Parlamento Estadual, além de ocupar a Presidência no ano de 1969, liderou o Grupo de Ação Parlamentar que articulou a candidatura de César Cals ao comando do Executivo Alencarino. Reeleito em 1970, assume a Secretaria de Administração do Ceará de 1971 a 1974.

Paralelamente à intensa atividade política, alça vôo na representação filantrópica como Dirigente Leonístico, ocupando a Presidência do Conselho Nacional de Governadores - CNG do Distrito Múltiplo L- Brasil – no biênio 1973/1974 – realizando profícuas missões internacionais e elaborando inclusive um trabalho monográfico: “Leonismo e Desenvolvimento”.
.
No ano de 1975, estréia na Câmara Federal, onde esteve por dois mandatos consecutivos, relatou projetos emblemáticos como o Código de Menores e se sobressaiu como vice-líder do seu partido.

Na década de 1980, sua versatilidade político-administrativa é testada: ocupa as pastas de Administração, de Segurança Pública e a Procuradoria Geral do Estado (no Governo Gonzaga Mota); é nomeado Presidente da Companhia Industrial do Ceará - CDI e, depois, Chefe de Gabinete (Subsecretário) da Secretaria de Governo do Estado - SEGOV (no 1º Governo Tasso Jereissati). Nessa condição, pavimentou a continuidade do seu grupo político viabilizando a candidatura do sobrinho Zé Almir que, eleito prefeito de Crateús, tornou-se o líder de seu espólio e herdeiro necessário.

Entre outras, recebeu as condecorações da Ordem do Mérito Militar e da Ordem do Mérito Naval (ambas por Decreto do Presidente da República); da Ordem do Ipiranga (por Decreto do Governador do Estado de São Paulo), além de Cidadão Honorário de Crateús-CE e de Caeté-MG.

Nos últimos anos, enquanto a saúde permitiu, vivia percorrendo as terras da família, batendo papo com os amigos de longas datas como o Tio Nande e sorvendo os aperitivos da benevolência.

No apogeu de sua atuação, viabilizou projetos importantes para a região onde nasceu, como a rodovia da confiança, ligando Nova Russas, Crateús e Novo Oriente. Participou ativamente do movimento para garantir a implantação da rede elétrica de Crateús vinda de Paulo Afonso, na Bahia.

Porém, o principal contributo do doutor Claudino Sales foi de natureza imaterial: o de que é possível fazer política como arte fraterna, vereda de polidez, elogio à inteligência, prática nobre, teia de benquerença, exercício de lealdade!


(Por Júnior Bonfim, publicado na edição de hoje da Revista Gente de Ação e do Jornal Gazeta do Centro Oeste)

segunda-feira, 9 de março de 2009

AMANHÃ É DIA DE MAIS UMA EDIÇÃO DO JORNAL GAZETA DO CENTRO-OESTE!

TSE DEVERÁ LIVRAR DILMA E LULA DA ACUSAÇÃO DE CAMPANHA ANTECIPADA



A Justiça Eleitoral nada pode fazer contra o que a oposição classifica como campanha antecipada da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e do presidente Lula. Passadas as eleições municipais e a um ano e meio da campanha de 2010, ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e advogados que da área admitem não ter como proibir a virtual candidata do PT à sucessão do presidente de subir em palanques, inaugurar obras e fazer discurso atrás de discurso pelo País.

O que Lula e Dilma não podem fazer, de acordo com a Justiça Eleitoral, é pedir explicitamente votos nesses eventos ou se referir à campanha de 2010, o que não fizeram no encontro de prefeitos no mês passado, em Brasília, admite um advogado que defende a oposição no TSE. De resto, Lula, Dilma e os demais ministros interessados em disputar as próximas eleições estão livres para falar das obras que integram o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), propagandear as realizações do governo e ainda trocar elogios em público.

Assim, a representação do DEM e do PSDB contra Lula e Dilma por suposta antecipação de campanha no encontro de prefeitos deverá ser arquivada pelo TSE nas próximas semanas. O único caminho que restaria para punir eventuais abusos que possam ter sido cometidos por Lula e Dilma, explica um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), seria acionar o Ministério Público e a Justiça comum. Para isso, DEM e PSDB teriam de comprovar que o presidente e a ministra se valeram de recursos públicos ou da propaganda de programas oficiais para promoção pessoal.

Nesse cenário, o DEM reclama da disparidade de forças entre o governo e a oposição. "Tendo ou não intenção de se projetar eleitoralmente, é evidente que um agente político com a chave do cofre tem mais visibilidade do que os pretensos candidatos de oposição, que estão longe da máquina pública e somente podem contar com a fidelidade de seus eleitores", diz o advogado do DEM Thiago Boverio.

JURISPRUDÊNCIA

Em julgamentos antigos, os ministros do TSE estabeleceram uma diferenciação entre o que é campanha antecipada - que é ilegal - e o que se convencionou chamar de projeção pessoal - o que é permitido. É esta diferenciação que deve pautar o julgamento da representação da oposição contra Lula e Dilma.

Na campanha antecipada, um ministro, por exemplo, aproveita a inauguração de uma obra para deliberadamente pedir votos ou lembrar aos eleitores que disputará a próxima eleição. No outro caso, o político vai às inaugurações para vincular sua imagem a obras que melhoram as condições de vida da população de determinada cidade, sem que isso esteja vinculado necessariamente aos votos nas eleições seguintes.

Em um desses casos, foi o PT que, na oposição, reclamou ao TSE. O partido disse que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso antecipou de julho para abril de 1997 a comemoração do aniversário do Plano Real.

Se o evento fosse mantido para julho, o governo dependeria de autorização da Justiça Eleitoral - com a mudança de data, o PT pediu que o governo tucano fosse punido por antecipação de campanha eleitoral. O tribunal não concordou com a tese: "O TSE entendeu que ali não havia pedido de voto, não havia promoção pessoal. Além disso, nos outros anos também houve comemoração", afirmou o atual advogado-geral da União, José Antonio Dias Toffoli, que nessa época era advogado do PT.

Em outros casos, os ministros deixaram claro que, nesse intervalo entre eleições municipais e nacionais, a Justiça Eleitoral tem pouco a fazer, até porque os políticos ainda não são candidatos. Assim, governo e oposição aproveitam o vácuo para "massificar sua imagem".

LEGISLAÇÃO

A polêmica gerada pelo recente protagonismo de Dilma Rousseff é mais constante em eleições em que o candidato tenta a reeleição.

As acusações de uso ilegal da máquina e abuso do poder econômico são frequentes no TSE e nas últimas semanas levaram à cassação dos governadores da Paraíba, Cássio Cunha Lima, e do Maranhão, Jackson Lago.

A aprovação da emenda da reeleição não foi acompanhada de uma lei específica para evitar abusos.

(Felipe Recondo)

domingo, 8 de março de 2009

HOJE É O DIA DA MULHER!

O Dia Internacional da Mulher é celebrado a 8 de Março. É um dia comemorativo para a celebração dos feitos económicos, políticos e sociais alcançados pela mulher.

A ideia da existência de um dia internacional da mulher foi inicialmente proposta na virada do século XX, durante o rápido processo de industrialização e expansão económica que levou aos protestos sobre as condições de trabalho. As mulheres empregadas em fábricas de vestuário e indústria têxtil foram protagonistas de um desses protestos em 8 de Março de 1857 em Nova Iorque, em que protestavam sobre as más condições de trabalho e reduzidos salários.

Existem outros acontecimentos que possam provar a tese como o incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist, que também aconteceu em Nova Iorque, em 25 de março de 1911, onde morreram 146 trabalhadoras. Segundo esta versão, 129 trabalhadoras durante um protesto teriam sido trancadas e queimadas vivas. Este evento porém nunca aconteceu e o incêndio da Triangle Shirtwaist continua como o pior incêndio da história de Nova Iorque.

Muitos outros protestos se seguiram nos anos seguintes ao episódio de 8 de Março, destacando-se um outro em 1908, onde 15.000 mulheres marcharam sobre a cidade de Nova Iorque exigindo a redução de horário, melhores salários, e o direito ao voto. Assim, o primeiro Dia Internacional da Mulher observou-se a 28 de Fevereiro de 1909 nos Estados Unidos da América após uma declaração do Partido Socialista da América. Em 1910, a primeira conferência internacional sobre a mulher ocorreu em Copenhaga, dirigida pela Internacional Socialista, e o Dia Internacional da Mulher foi estabelecido. No ano seguinte, esse dia foi celebrado por mais de um milhão de pessoas na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça, no dia 19 de Março. No entanto, logo depois, um incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist mataria 140 costureiras; o número elevado de mortes foi atribuído às más condições de segurança do edifício. Além disto, ocorreram também manifestações pela Paz em toda a Europa nas vésperas da Primeira Guerra Mundial.

No Ocidente, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado durante as décadas de 1910 e 1920, mas esmoreceu. Foi revitalizado pelo feminismo na década de 1960. Em 1975, designado como o Ano Internacional da Mulher, a Organização das Nações Unidas começou a patrocinar o Dia Internacional da Mulher.

(Fonte: Wikipédia)

MULHERES



Elas sorriem quando querem gritar.
Elas cantam quando querem chorar.
Elas choram quando estão felizes.
E riem quando estão nervosas.

Elas brigam por aquilo que acreditam.
Elas levantam-se para injustiça.
Elas não levam "não" como resposta quando
acreditam que existe melhor solução.

Elas andam sem novos sapatos para
suas crianças poder tê-los.
Elas vão ao medico com uma amiga assustada.
Elas amam incondicionalmente.

Elas choram quando suas crianças adoecem
e se alegram quando suas crianças ganham prêmios.
Elas ficam contentes quando ouvem sobre
um aniversario ou um novo casamento.


(Pablo Neruda)

O MUNDO SEM AS MULHERES!


O cara faz um esforço desgraçado para ficar rico pra que?

O sujeito quer ficar famoso pra que?

O indivíduo malha, faz exercícios pra que?

A verdade é que é a mulher o objetivo do homem. Tudo que eu quis dizer é que o homem vive em função de você.

Vivem e pensam em você o dia inteiro, a vida inteira...

Se você, mulher, não existisse, o mundo não teria ido pra frente.

Homem algum iria fazer alguma coisa na vida para impressionar outro homem, para conquistar um sujeito igual a ele, de bigode e tudo.

Um mundo só de homens seria o grande erro da criação.

Já dizia a velha frase que "atrás de todo homem bem-sucedido existe uma grande mulher".

O dito está envelhecido.

Hoje eu diria que "na frente de todo homem bem-sucedido existe uma grande mulher".

É você, mulher, quem impulsiona o mundo.

É você quem tem o poder, e não o homem.

É você quem decide a compra do apartamento, a cor do carro, o filme a ser visto, o local das férias.

Bendita a hora em que você saiu da cozinha e, bem-sucedida ficou na frente de todos os homens.

E, se você que está lendo isto aqui for um homem, tente imaginar a sua vida sem nenhuma mulher.

Aí na sua casa, onde você trabalha, na rua.

Só homens. Já pensou?

Um casamento sem noiva?

Um mundo sem sogras?

Enfim, um mundo sem metas.

ALGUNS MOTIVOS PELOS QUAIS OS HOMENS
GOSTAM TANTO DE MULHERES:

1- O cheirinho delas é sempre gostoso, mesmo que seja só xampu.

2 - O jeitinho que elas tem de sempre encontrar o lugarzinho certo em nosso ombro.

3 - A facilidade com a qual cabem em nossos braços.

4 - O jeito que tem de nos beijar e, de repente, fazer o mundo ficar perfeito

5 - Como são encantadoras quando comem.

6- Elas levam horas para se vestir, mas no final vale a pena.

7- Porque estão sempre quentinhas, mesmo que esteja fazendo trinta graus abaixo de
zero lá fora.

8- Como sempre ficam bonitas, mesmo de jeans com camiseta e rabo-de-cavalo.

9- Aquele jeitinho sutil de pedir um elogio.

10- Como ficam lindas quando discutem.

11- O modo que tem de sempre encontrar
a nossa mão.

12- O brilho nos olhos quando sorriem.

13 - Ouvir a mensagem delas na secretária eletrônica logo depois de uma briga horrível.

14 - O jeito que tem de dizer "Não vamos brigar mais, não.."

15 - A ternura com que nos beijam quando lhes fazemos uma delicadeza.

16 - O modo de nos beijarem quando dizemos "eu te amo".

17 - Pensando bem, só o modo de nos beijarem já basta.

18 - O modo que têm de se atirar em nossos braços quando choram.

19 - O jeito de pedir desculpas por terem chorado por alguma bobagem.

20 - O fato de nos darem um tapa achando que vai doer.

21 - O modo com que pedem perdão quando o tapa dói mesmo (embora jamais admitamos que doeu).

22 - O jeitinho de dizerem "estou com saudades"...

23 - As saudades que sentimos delas.

24 - A maneira que suas lágrimas tem de nos fazer querer mudar o mundo para que mais nada lhes cause dor.


(Por Arnaldo Jabor)