sábado, 2 de maio de 2009

PSICANÁLISE PELO SUS

NOVA CAMPANHA DO SUS:

PSICANÁLISE PARA TODOS !!!!!!

AGORA VOCÊ FALA QUANTO TEMPO QUISER E NÃO PAGA NADA!

PAINEL


Vamos falar sério

Na antevéspera de apontar "hipocrisia" nas denúncias sobre o uso irregular de passagens aéreas por deputados e senadores, Lula ouviu dos presidentes Michel Temer (PMDB-SP) e José Sarney (PMDB-AP) um misto de desabafo e recado. Em visita ao Alvorada na noite de quinta, os dois reclamaram que há três meses o Congresso só faz apanhar, enquanto o Executivo flana em aprovação popular, e que o elevado grau de insatisfação nas duas Casas ameaça explodir na forma de CPIs das quais o governo não quer nem ouvir falar, como as da Petrobras e do Dnit -esta com o requerimento já repleto de assinaturas peemedebistas.De maneira bastante explícita, Temer e Sarney pediram a solidariedade de Lula. E conseguiram.
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Fermento. A rebeldia da base aliada também deriva de sucessivas contrariedades no mundo do loteamento de cargos. O irmão de Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Senado, acaba de rodar na Infraero. O mesmo ocorreu com um apadrinhado de Almeida Lima (PMDB-SE), presidente da Comissão de Orçamento, que ocupava a direção dos Correios em Sergipe.

Portfolio. Outro banco que contratou a Contact, empresa em nome de "laranjas" do ex-diretor do Senado João Carlos Zoghbi, para intermediar a operação do crédito consignado foi o Daycoval, que concedeu R$ 79,3 milhões em empréstimos entre 2006 e 2009.

O especialista. Zoghbi contratou o criminalista Antonio Carlos Almeida Castro, cuja lista de clientes de ontem e de hoje inclui Law Kin Chong, Daniel Dantas, ACM e José Dirceu. Bordão conhecido em Brasília: "Quando a casa cai, chame o Kakay".

Gênese. Um dos alvos da artilharia do casal Zoghbi em entrevista à revista "Época", a contratação de uma empresa de taquigrafia pelo Senado foi decidida numa época de três CPIs simultâneas -Correios, Mensalão e Bingos.

Vapt-vupt. Antes mesmo de terminar o evento que marcou a primeira extração de petróleo no campo de Tupi, já estava no ar a peça publicitária marcando o "ano um de uma nova era" da Petrobras, com direito a clipe de "Rapaziada", de Gonzaguinha.

Volume. O Movimento PT, tendência que historicamente se associa às majoritárias na disputa interna, resolveu lançar nome para concorrer à presidência nacional. Estão no páreo os deputados Geraldo Magela e Maria do Rosário.

Onde e quando. Dilma Rousseff estava em NY no meio de março, num seminário sobre o Brasil para investidores estrangeiros, quando recebeu de seu médico a notícia de que um exame de rotina havia identificado um gânglio na axila esquerda da ministra.

Alma do negócio. A bancada do PT na Assembleia paulista prepara ofensiva contra os gastos do governo Serra em publicidade. No cálculo dos técnicos petistas, foram R$ 127 milhões somente na primeira quinzena de abril.

Espalha-brasas. Em visita ao Paraná, José Dirceu acertou o apoio do governador Roberto Requião (PMDB) à candidatura a deputado federal de seu filho Zeca (PT), prefeito de Cruzeiro do Oeste. O ex-ministro aproveitou para lançar farpas contra o senador Osmar Dias (PDT), cortejado pelos petistas locais para aliança na sucessão estadual.

Divórcio. Depois da troca de cotoveladas com o PMDB baiano, Jaques Wagner (PT) rompeu com o PSDB, que o apoiava desde o início do governo. O motivo foi a adesão dos tucanos à marcha de prefeitos patrocinada pelo ministro peemedebista Geddel Vieira Lima (Integração).

Cobrança. O procurador-geral do Ministério Público do Trabalho, Otavio Brito, irá ao ministro Carlos Lupi na próxima semana para pedir que o MPT integre a coordenação das ações do Grupo Móvel de Combate ao Trabalho Escravo em todo o país. Brito também reivindica "políticas públicas mais firmes" de reinserção dos trabalhadores resgatados nas operações, para que não retornem às condições degradantes.

Tiroteio

"Ao admitir o descontrole, o próprio ministro confirma as denúncias que chegaram à CPI e que o governo manobrou para abafar."
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Do deputado GUSTAVO FRUET (PSDB-PR) sobre Tarso Genro, que se disse receoso de "falar a respeito de determinados assuntos no celular", pois o país vive uma "síndrome do grampo".

Contraponto

Superfaturamento

Em 1981, quando era governador de Pernambuco, Marco Maciel visitou São Bento do Una, acompanhado do Secretário de Transportes e outras autoridades, para inaugurar a rodovia que liga o município a Belo Jardim. No palanque, os políticos faziam discursos cada vez mais entusiasmados, até que o presidente da Câmara Municipal apresentou o verdadeiro milagre da multiplicação:
-De São Bento do Una a Belo Jardim são 21 quilômetros, e vice-versa. Obrigado, portanto, por estes 42 quilômetros.
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(Renata Lo Prete - com Vera Magalhães e Silvio Navarro)

sexta-feira, 1 de maio de 2009

TRABALHADOR - GUERREIRO MENINO!

Eis um soneto que lapidei há alguns anos mirando o mundo do trabalho:

Quem do milho a cada manhã nos dá o pão desejado;
Faz as praças, mercados florescerem de verdura.
Doma as árvores, e do barro nos oferece o telhado;
Encontra o ouro, modela o ferro, traz a fartura?!!!

Quem é este que golpeia as trevas, constrói a beleza,
Sabe as vontades dos seres, os segredos de viver,
Conhece as aspirações da terra, as notas da pureza,
Os mistérios da noite, os hinos do amanhecer?!!!

Tu és, oh obscuro ser, o mais luminoso companheiro,
Tens o fogo da vida, o amplo sonho, o amor verdadeiro,
De tuas mãos mágicas e poderosas nasce o Novo.

Ó combativo operário, valente camponês, pai guerreiro,
Com as veias da aurora honradamente te louvo
E no peito azul da vida o teu nome: POVO!


(Júnior Bonfim – in Poesias Adolescentes e Maduras)


quinta-feira, 30 de abril de 2009

DIA DO FERROVIÁRIO



A Dalinha me lembra que hoje é o Dia do Ferroviário.

Isto me remete a Luis Ximenes, vigário por muitos anos de Santa Quitéria, Ceará. Ele era um amante de tudo o que dizia respeito ao mundo dos trens: colecionava peças, mergulhava em pesquisas, perscrutava réplicas de Maria-fumaça, emocionava-se em debates, escrevia livros.

Certa feita, deslumbrado com aquela figura fascinante e seu contagiante idílio ferroviário, escrevi este

SONETO AO MENINO DO TREM

Pintor de alegrias, sem ter pincel ou aquarela
Capto o som cristalino, o perfume libertário!
E hoje uma cor recente invadiu minha janela:
Um amor amplo, o amplo amor ferroviário.

A verdade é que hoje aprendi vibrante
A viajar nas sílabas móveis da ferrovia,
Como quem lapida um delicado diamante,
Como quem cultiva um canteiro de poesia.

Amigo, no espaço poético de uma locomotiva
Reinventas não apenas um parque de infância
Mas um mundo luminoso, jardim puro de ânsia.

Por isso, mãos banhadas na pia do além,
Faço-me mestre da claridade ativa,
Te purifico e te batizo: “Menino do Trem!”

O SERTANEJO



O Sertanejo quando sai

Do seu querido torrão,

Só sai porque necessita,

Sai porque tem precisão.

Se fosse mesmo por gosto,

Jamais deixaria seu chão.



Nos alforjes carregados

Transporta tristeza e dor.

Saudades da lua cheia,

Das noites no interior.

Do amanhecer do dia

Com galo despertador.



Com olhos marejados,

Lacrimeja de emoção.

Quando escuta no rádio

Ou mesmo na televisão,

Canções que antes ouvia

Em seu saudoso sertão.



Dói na alma dói no peito,

É bem grande a emoção,

Do “sertanejo que é forte”,

Mas vira menino chorão,

Se sente a saudade telúrica

Batendo em seu coração.


(Dalinha Catunda)

ALÍVIO FISCAL - MP 449 É APROVADA NO SENADO E VOLTA PARA CÂMARA


O Senado aprovou ontem (29/4) a Medida Provisória 449, que prevê o perdão de dívidas tributárias vencidas há mais de cinco anos e em valores de até R$ 10 mil, segundo informações da Agência Brasil. A matéria ainda retornará para apreciação da Câmara dos Deputados por conta de emendas incluídas no Senado.

A MP prevê ainda o refinanciamento de dívidas superiores a R$ 10 mil com parcelamentos de até 180 vezes por pessoas físicas e jurídicas. Os senadores derrubaram o dispositivo, previsto pela Câmara, que impedia que as parcelas fossem menores que 85% do valor da última prestação paga. O relator, senador Francisco Dornelles (PP-RJ), argumentou que esse mecanismo é injusto pois cria diferenças nos pagamentos de débitos fiscais das empresas. O relator destacou ainda que, enquanto empresas com parcelamentos de valores mais altos seriam obrigadas a quitarem em 120, 100 e até 50 vezes suas dívidas, outras, com prestações mais baixas, teriam o benefício de parcelamento em 180 vezes.

Assim, a medida prevê um valor mínimo para cada prestação mensal. De R$ 50 para a pessoa física e R$ 100 para a pessoa jurídica. As parcelas serão reajustadas pela Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) ou por 60% da Taxa Selic, prevalecendo a maior. O parecer do relator também prevê que as empresas poderão utilizar prejuízo fiscal e base de cálculo negativa da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) próprios para liquidar valores correspondentes a multas (de mora ou de ofício) e a juros moratórios.

Os senadores também prorrogaram até 2014 a isenção de pagamento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a aquisição de automóveis novos por taxistas e deficientes físicos. Esta isenção, já prevista em lei, expiraria em 31 de dezembro deste ano. O senador Francisco Dornelles incluiu, em seu relatório, a possibilidade de clubes amadores, que tenham no mínimo três atividades desportivas, reconhecidas pela Confederação Brasileira de Clubes, de parcelarem suas dívidas tributárias em até 240 meses. Para as Santas Casas de Misericórdia disponibilizou 180 prestações.

(Fonte: CONJUR)

IMPOSTO DE RENDA - MPF PEDE DEDUÇÃO INTEGRAL DE GASTOS COM EDUCAÇÃO


O Ministério Público Federal em São Paulo ajuizou Ação Civil Pública com pedido de liminar para que a Receita Federal do Brasil considere todas as despesas educacionais dos contribuintes e seus dependentes no cálculo do Imposto de Renda de pessoa física de 2009. A ação pede a inclusão de gastos como aquisição de livros, cursos de informática, idiomas e cursinhos preparatórios para concursos e vestibular no cálculo de restituição, mesmo quando o valor ultrapassar o limite de R$ 2.592,29, instituído na lei atual.

Para o Ministério, o limite de valores é inconstitucional por distorcer a real capacidade contributiva de quem paga o Imposto de Renda. Os gastos com instrução não podem ser tidos como sinais de riqueza, nem devem criar desigualdade entre diferentes pessoas físicas e/ou jurídicas e, ainda, desrespeitar o direito básico à educação, diz o MPF. No entendimento do MPF, ao não permitir a dedução total dos gastos com instrução, a União também está exigindo imposto sobre despesa e não sobre renda, o que viola a competência tributária que lhe foi outorgada pela Constituição.

Além da liminar pleiteada, o MPF pede que seja arbitrada multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento da medida. Sugere ainda que a nova fórmula seja amplamente divulgada no site da Receita Federal e nos meios de comunicação social.

Na ação, o MPF argumenta que uma eventual decisão judicial deve valer para todo o país para evitar a quebra do princípio da isonomia. A ação foi proposta ao final do período de apresentação das declarações de ajuste para que os contribuintes não atrasem a entrega da declaração do IR, na espera de uma liminar, segundo explicação do Ministério Público. O pedido foi formulado de forma que a Receita proceda o recálculo, em tempo hábil arbitrado pela Justiça Federal, sem que os contribuintes tenham prejuízos em caso de demora, já que eventuais restituições seriam acrescidas de correções monetárias.

(Com informações da Assessoria de Comunicação do Ministério Público Federal).

GILMAR MENDES É HOMENAGEADO POR GESTÃO NO SUPREMO APÓS DISCUSSÃO COM JOAQUIM BARBOSA


Brasília - O Supremo Tribunal Federal (STF) realizou ontem a primeira sessão plenária, após o bate-boca ocorrido entre o presidente do STF, Gilmar Mendes, e o ministro Joaquim Barbosa, na semana passada.

O início da sessão foi marcada por uma homenagem feita a Gilmar Mendes, que completou um ano à frente da presidência do STF, no dia 23 de abril. A homenagem foi adiada para ontem porque a sessão de quinta-feira passada (23/04) foi suspensa devido à discussão. Como parte das tradições do STF, o ministro mais antigo da Corte, no caso, Celso de Mello, fez um discurso em defesa da gestão de Mendes e destacou as ações realizadas por ele.

Mello disse que “importantíssimas decisões foram proferidas, neste último ano, sob o comando do presidente Gilmar Mendes, todas com imensa repercussão sobre a vida dos cidadãos desta República, bem assim sobre as próprias Instituições do Estado. Em clara demonstração de que os julgamentos desta Corte, sempre pautados pela consciência responsável de seus juízes, encontram fundamento, referência e parâmetro, unicamente, no texto da Constituição da República”.

Celso de Mello disse que o STF tem sofrido injustos ataques e que o Supremo é mais importante do que cada um dos seus ministros, uma vez que o STF tem permanecido vigilante na proteção aos direitos e garantias fundamentais de qualquer cidadão.

“Cabe-nos, desse modo, como juízes da Suprema Corte, velar pela integridade de suas altas funções, sendo-lhes fiéis no desempenho da missão constitucional que lhe foi delegada. É por isso que jamais podemos transigir sobre valores derrogáveis, como a respeitabilidade institucional, a dignidade funcional e a integridade desta Corte Suprema”, disse.

O ministro Joaquim Barbosa não compareceu à sessão de hoje, porque está se submetendo a exames médicos em São Paulo.

(Fonte: Agência Brasil)

PARA REFLETIR!

(...) incumbe, ao Supremo Tribunal Federal, o desempenho do dever que lhe é inerente: o de velar pela integridade dos direitos fundamentais de todas as pessoas, o de repelir condutas governamentais abusivas, o de conferir prevalência à essencial dignidade da pessoa humana, o de fazer cumprir os pactos internacionais que protegem os grupos vulneráveis expostos a práticas discriminatórias e o de neutralizar qualquer ensaio de opressão estatal.

(MINISTRO CELSO DE MELLO, em discurso proferido ontem, por ocasião do transcurso do primeiro ano de mandato de GILMAR MENDES como Presidente do Supremo Tribunal Federal).

quarta-feira, 29 de abril de 2009

RECEITA CASEIRA DE COMBATE AO MOSQUITO DA DENGUE






A população de todo o Brasil pode ajudar nos trabalhos realizados pelas secretarias de saúde de combate ao mosquito transmissor da dengue. A receita é prática e simples e não envolve uso de venenos ou inseticidas perigosos à saúde humana ou dos animais. A proliferação do mosquito da espécie Aedes aegypti, que transmite a doença, pode ser combatida colocando-se borra de café nos pratinhos de coleta de água dos vasos, nos pratos dos xaxins, entre as folhas das plantas que acumulam água, como as bromélias e nos locais da casa em que a água se acumula e fica parada, como ralos. O único trabalho que você terá é colocar aquele pó úmido que resta depois do café ser coado.

A descoberta que revelou que a borra de café combate com eficiência o Aedes aegypti é da cientista e bióloga Alessandra Laranja. Ela é pesquisadora do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), campus de São José do Rio Preto. Os testes realizados em laboratório comprovaram que a borra de café - que fica depositada no coador, é uma arma muito eficiente contra o mosquito transmissor da dengue. A borra depositada nos pratinhos e reservas de água de plantas impede que o mosquito transmissor da dengue ponha seus ovos.

Se o Aedes aegypti já tiver desovado, mesmo assim, a borra de café consegue impedir que os ovos se desenvolvam em larvas. Em seu estudo, a bióloga mostrou que a cafeína da borra de café altera as enzimas chamadas esterases, responsáveis por processos fisiológicos fundamentais como o metabolismo hormonal e da reprodução do Aedes aegypti. Anote agora a receita caseira para combater o mosquito da dengue com borra de café:

• Para fazer a solução que pode ser aplicada em pratos, plantas ou até mesmo jardins e hortas que acumulem água você vai precisar de 2 colheres das de sopa de borra de café misturadas em meio copo de água. Depois de pronto você já pode começar a aplicar o conteúdo. Se precisar de mais, faça sempre na proporção indicada, ou seja, 2 colheres de borra de café para cada meio copo de água.

• Outra receita com a borra de café é usá-la diretamente nos vasos, sem a diluição em água. Desta maneira você estará também adubando de forma ecológica as plantas. A diluição da borra de café vai acontecer naturalmente, na medida em que a planta for regada.

• Não se esqueça que a borra de café pode ser aplicada também em outros locais da casa que acumulem água como, por exemplo, nos ralos e até mesmo na terra do jardim ou poças que se formam com a água da chuva.

• E lembre-se, ajude o Brasil na luta contra a dengue. Faça propaganda boca-a-boca, informe seus amigos e familiares, dissemine esta receita que é barata, simples e acessível. Além de saborear o bom e velho "cafezinho" brasileiro, você poderá contribuir com a melhoria do seu meio ambiente e da saúde pública.

(Fonte: Jornal do Comércio)

RELEMBRANDO GONZAGUINHA



Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior nasceu em 22 de setembro de 1945, no Rio de Janeiro, filho legítimo de Luiz Gonzaga, o rei do baião, e Odaléia Guedes dos Santos, cantora do Dancing Brasil.

"Venho de Odaléia, uma profissional daquelas que furam cartão e de vez em quando sobem no palco; ela cruzou com meu pai e de repente eu vim" (Gonzaguinha)

A mãe morreu de tuberculose ainda muito moça, com apenas 22 anos de idade, deixando Gonzaguinha órfão aos dois anos, e o pai, não podendo cuidar do menino porque viajava por todo Brasil, entregou-o aos padrinhos: "Dina (Leopoldina de Castro Xavier) e Xavier (Henrique Xavier), baiano do violão das calçadas de Copacabana, do pires na zona do mangue, morro de São Carlos, foram eles que me criaram e por isso eu toco violão. (Gonzaguinha)

As primeiras letras Gonzaguinha aprendeu numa escola local, mas as verdadeiras lições de vida recebeu pelas ladeiras do morro. Quando garoto, para conseguir algum dinheiro, carregava sacolas na feira.

Moleque Luizinho – seu apelido de infância - ia aprontando das suas. Pipas, peladas, bolinha de gude, pião e os acidentes da infância. Como as três vezes em que furou o olho esquerdo. Na primeira, com uma pedrada, depois, com um estilingue e, na quina da cama, com isso perdeu 80% da visão desse olho.

No carnaval fugia com Pafúncio, um vendedor de caranguejos que morava nas redondezas e era membro da ala de compositores da Unidos de São Carlos, a partir daí, o samba estaria definitivamente em sua vida. Nas ruas do Estácio, Gonzaguinha ia crescendo, entre a malandragem dos moleques de rua e o carinho da madrinha.

Do pai, recebia o nome de certidão, dinheiro para pagar os estudos e algumas visitas esporádicas. Imerso no dia-a-dia atribulado da população, Gonzaguinha ia aprendendo a dureza de uma vida marginal, a injustiça diária vivida por uma parcela da sociedade que não tinha acesso a nada.

O aprendizado musical se fez em casa mesmo, ouvindo o padrinho tocar violão e tentando fazer o mesmo: "Sempre toquei um instrumento e poderia chegar a tocar bem, sendo um músico profissional, coisa que não sou. Sou um compositor e um intérprete que também toca violão, mas não sou músico nem tenho intenção de me arvorar a sê-lo" (Gonzaguinha)

Quando pequeno, Gonzaguinha ouvia Lupicínio Rodrigues, Jamelão e as músicas de seu pai. Gostava de bolero e era assíduo freqüentador de programas sertanejos. Ouvia também muita música portuguesa, pois D. Dina, sua madrinha e mãe adotiva, era filha de portugueses e manteve-se ligada às tradições familiares.

A MATURIDADE

Em 1975, Gonzaguinha dispensou os empresários e essa atitude foi fundamental para sua carreira, segundo Gonzaguinha a vantagem de trabalhar independente dos empresários está nos contatos que o artista mantém com várias pessoas, o que concorre para recuperar se a base humana do trabalho.

O ano de 1975 foi particularmente importante na vida do compositor: tendo contraído tuberculose, Gonzaguinha viu-se obrigado a passar oito meses em casa e aproveitou o tempo para meditar e refletir sobre si mesmo. Neste período acabou chegando a algumas conclusões importantes.

"Achei que devia retomar toda uma espontaneidade em termos de apresentação, de estar no palco como se estivesse em qualquer outro lugar" (Gonzaguinha)


O ano de 1975 também marcou o início das suas excursões pelo Brasil, em que rodou todo o país de violão. Com isso, conseguiu solidificar as bases nacionais de sua arte e descobriu a importância de seu pai, na música popular brasileira.

Em 1976, Gonzaguinha gravou o LP Começaria Tudo Outra Vez. O disco, de acordo com o próprio autor, representou a capacidade de voltar ao início da carreira, retomar a espontaneidade perdida e "assumir a coerência de um trabalho que vem se estendendo há muito tempo"

Em 1981 nasceu Amora Pêra, filha de Gonzaguinha e da Frenética Sandra Pêra.

Depois disso, sua carreira constituiu um coleção de sucessos, tanto nas apresentações ao vivo como nos diversos LPs que lançou, entre os quais Gonzaguinha da vida (1979), Coisa Mais Maior de Grande (1981), Alô, Alô Brasil (1983), em toda essa trajetória, Gonzaguinha tem demonstrado, ao lado de qualidades artísticas indiscutíveis, uma grande coerência de idéias sobre a arte, a vida e a dimensão política do homem.

Seus últimos 12 anos de vida, Gonzaguinha passou-os ao lado de Louise Margarete Martins - a Lelete. Desta relação nasceu Mariana, sua caçula. Até hoje Lelete e Mariana vivem em Belo Horizonte, cidade onde Gonzaguinha viveu durante dez anos.

A vida em Minas, mais calma, com longos passeios de bicicleta em torno da lagoa da Pampulha, marcou um período mais introspectivo de sua carreira. O músico dedicava-se a pesquisar novos sons dividindo-se entre longos períodos em casa e demoradas turnês de shows pelo país.

A mais importante dessas turnês talvez tenha sido com o show "Vida de Viajante", ao lado do pai Luiz Gonzaga, em 1981. Não apenas um show, "Vida de Viajante" selou o reencontro de pai e filho, a intersecção de dois estilos, o Brasil sertanejo do baião encontrando o Brasil urbano das canções com compromisso social e uma só paixão - o palco.

Se "Todo artista tem de ir aonde o povo está", lá estavam pai e filho deixando mágoas, desavenças, ressentimentos na poeira das estradas. Viajando juntos por quase um ano, mais do que se perdoaram - tornaram-se amigos. Não houve reconciliação, houve compreensão.

O ACIDENTE

O acidente que tirou a vida de Luiz Gonzaga Júnior aconteceu na manhã do dia 29 de abril de 1991 , ocorrido no quilômetro 30 da BR-280, entre os municípios de renascença e marmeleiro, na região sudoeste do Paraná e a cerca de 420 quilômetros de Curitiba.

(Fonte: www.gonzaguinha.com.br)
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GONZAGUINHA NOS BRINDOU COM GRANDES MENSAGENS DE GRANDEZA E HUMANISMO EM FORMA DE MÚSICA. UMA DELAS É A QUE ESTA POSTADA A SEGUIR:

E A VIDA, O QUE É?

COMO SE DECOMPÕE UMA NAÇÃO



Em seu relatório de 2008, a International Transparency situa o Brasil em 80º lugar, com nota 3,5 sobre 10, no ranking da corrupção. Estamos nivelados com Burkina Faso, Marrocos, Arábia Saudita e Tailândia. Perdemos até para a Namíbia, Tunísia e Gana, países onde as práticas são consideradas mais corretas do que aqui. É constrangedor o que o mundo pensa de nós! Estou convencido, caro leitor, de que temos a obrigação moral de enfrentar essa pauta, refletindo sobre a realidade que os números expressam. É intenção deste artigo, portanto, identificar o que nos conduz a tão lamentável reconhecimento mundial.

Em contradição com a opinião de muitos, penso que o povo brasileiro é de boa índole. Nossa gente, em sua imensa maioria, tende a agir bem. Mas vem sendo submetida, essa boa gente, de modo sistemático, a uma estratégia perversora, cujo longo e tenebroso roteiro pode ser agrupado nos quatro conjuntos de ações que exemplifico a seguir, sem esgotar a pauta:

1. Ações pelo império do “politicamente correto”. Elas envolvem tolerar tudo, sempre, exceto a opinião do Papa. Combater a disciplina e jamais dizer “não” a si mesmo. Rejeitar a noção de limites. Inibir o exercício da autoridade nas famílias, escolas, instituições públicas e privadas. Abrandar as penas, tornar morosos os processos. Instaurar o império da impunidade. Assumir, como critério de juízo, a ideologia segundo a qual as vítimas da criminalidade são socialmente culpadas, ao passo que os bandidos são inocentes porque a sociedade os obriga a ser como são (tese do Marcola que coincide com o espírito da última Campanha da Fraternidade). Matreiro, Macunaíma, o herói sem caráter, piscará o olho.

2. Ações contra a identidade nacional. Elas envolvem reescrever a história do Brasil de modo a promover a cultura do ajuste de contas, da vingança e do resgate imediato de dívidas caducas. Denegrir o passado, borrar a imagem dos nossos grandes vultos, construir estátuas para bandidos e exibir, como novos modelos da nacionalidade, os peitos e bundas dos heróis e heroínas do BBB. Macunaíma esboçará um sorriso.

3. Ações contra a alma e a consciência das pessoas. Elas envolvem rejeitar, combater e, quando isso for inútil, tornar irrelevante a idéia de Deus. Sustentar que pecado é conceito medieval e que coisas como bem e mal são muito relativas, dependentes dos pontos de vista e da formação de cada um. Declarar obsoletos o exame de consciência, a coerência com a verdade e a retificação das condutas. Aceitar como válido que o erro de um sirva para justificar o erro de outro. Canonizar o deboche e debochar da virtude. Combater a Igreja desde fora, pela via do ateísmo militante, e desde dentro, invadindo os seminários com literatura marxista. Macunaíma rirá seu riso desalmado.

4. Ações contra a virtude. Elas envolvem atacar a instituição familiar, ambiente essencial à transmissão dos valores e assemelhá-la a uma coisa qualquer. Tornar abundante a vulgaridade. Servir licenciosidade e erotismo à infância e colocar a maior autoridade do país a distribuir camisinhas no carnaval. Evidenciar a inutilidade da Lei, tornando nítido, por todos os meios, que uns estão acima dela, que outros, sem quaisquer conseqüências, vivem fora dela e que outros, ainda, são credores do direito de a descumprir. Macunaíma, o herói sem caráter, rolará no chão, às gargalhadas.


(Por Percival Puggina, in ZERO HORA, 26 de abril de 2009)

terça-feira, 28 de abril de 2009

OBSERVATÓRIO



Há alguns anos atrás, nos sertões de Crateús, surgiu um fenômeno que fez a região ganhar uma negativa notoriedade: jovens de origem simples virando neo-ricos como num passe de mágica, aplicando golpes em detentores de cartão bancário. Essas figuras ficaram conhecidas como “os cartãozeiros” e viveram dias de glória no início da trajetória. Eram, via de regra, figuras paupérrimas que partiam sem qualquer tostão no bolso e voltavam exibindo luxuosos veículos, modernas peças eletrônicas e, sobretudo, polpudas carteiras com dinheiro em espécie. Logo granjeavam a admiração dos incautos. No auge dessa “fama”, alunos de escolas de Novo Oriente foram sondados sobre o que desejariam ser no futuro. A esmagadora maioria respondeu: ‘cartãozeiro’...

O STF E O DIREITO DAS RUAS I

Na semana passada, a nação brasileira assistiu intrigada a mais deprimente contenda verbal da história do Supremo Tribunal Federal. Questionado pelo Presidente da Corte, Gilmar Mendes, o Ministro Joaquim Barbosa disparou uma saraivada de agressões pessoais no colega. A sessão teve que ser encerrada à bem da ordem. Em que pese ter feito História por ser o primeiro negro a tomar assento na mais alta Corte de Justiça Brasileira, o ministro Barbosa, ao sair do altiplano da polêmica jurídica e deslizar para o pântano da refrega pessoal – malgrado o alerta censurativo à excessiva incursão midiática do Presidente da Casa – manchou um pouco a toga. Isto à parte, Joaquim Barbosa levantou uma questão de fundo. Ao insinuar que Gilmar contribuía para o descrédito da Justiça por se situar longe das ruas, Barbosa reacende um antigo debate entre decisão judicial e vontade popular. O ideal seria que a aplicação da lei e o sopro da popularidade andassem juntos. Porém, nem sempre isso é possível. Na maioria dos casos, quase impossível.


O STF E O DIREITO DAS RUAS II

Basta relembrarmos a enorme resistência que a massa popular externa por ocasião da entrada em vigor de leis rígidas e severas, mas necessárias, como é o caso da obrigatoriedade do cinto de segurança, da proibição de dirigir alcoolizado etc. Embora simpática à ira coletiva, a postura do Ministro Barbosa depõe contra o sentido da Justiça, que deve ser exercida com desassombro e destemor, inclusive incorrendo em impopularidade. Na linha de raciocínio esposada, se fosse juiz nos sertões de Crateús há alguns anos atrás – e corresse às ruas para decidir o destino dos ‘cartãozeiros’ quando estes desfrutavam de enorme prestígio popular - certamente Joaquim Barbosa lhes outorgaria uma sentença de absolvição...

A ACADEMIA

Encontra-se em avançado estágio o debate visando à constituição da Academia de Letras de Crateús – ALC. De abrangência municipal, a Arcádia acolherá amantes das letras em sentido lato (tanto produtores da escrita convencional como artesãos da literatura popular), que possuam obra qualificada escrita (publicada ou não), bem como exibam vínculo literário com Crateús. No quadro de Patronos, figurarão nomes ligados ao Município e ao estado do Ceará, como: Dom Fragoso, Padre Alfredinho, Gerardo Mello Mourão, Patativa do Assaré, Sebastião Bonfim, Jáder de Carvalho e Raquel de Queiroz. O Estatuto está em fase final de compilação.


GOVERNO LOCAL

Por ocasião dos 100 dias de Governo de Carlos Felipe, algumas pessoas da cidade foram instadas a formular uma avaliação da gestão municipal. Dentre elas, este Colunista. Externamos que uma Administração se avalia por seu patrimônio, que é material e imaterial. O primeiro está ligado ao conjunto de realizações físicas, palpáveis, concretas; o segundo, pelo conjunto de intervenções simbólicas, gestos, idéias, posturas e falas.

O MATERIAL

Salvo algumas pequenas obras triviais, sobretudo ligadas à área de pavimentação, inexistem grandes ações. Pelo exíguo espaço de tempo, seria quase impossível à atual gestão exibir qualquer cartela de realizações. Portanto, pouco se pode ponderar nesse campo. Considerando o amplo leque de ações previstas para o município pelos Governos Federal e Estadual, em especial com a proximidade do próximo pleito eleitoral de 2010, certamente a cidade tende a virar um canteiro de obras. Tudo leva a crer que o governo local, nesse particular, obtenha êxito. O seu maior desafio é no campo impalpável.

O IMATERIAL I

Ao longo dos últimos quatro anos, o atual Prefeito construiu um discurso de rejeição a quem já tinha passado pela Prefeitura, sobretudo os ex-prefeitos. Criou uma dicotomia entre ‘velho’ e ‘novo’. Fustigou as práticas patrimonialistas, o exercício do clientelismo, o vírus da corrupção e a barganha politiqueira. Virou paladino da seriedade, herói municipal. E conquistou o povo, sedento de uma oxigenação na política local. Sucede que, já na própria campanha, abriu a guarda quando aceitou o apoio de um ex-prefeito e até rival, o também médico Nenzé Bezerra. Após a eleição, ainda na fase de transição, ensaiou uma aproximação com o então Prefeito Zé Almir. Ante a reação adversa, negou o entendimento. Empossado, tem se aproximado de adesistas e esquecido aliados de primeira hora. Esses movimentos têm encontrado resistências em sua maior base de apoio: a classe média, a massa crítica que forma a opinião popular.

O IMATERIAL II

Emblemático desse quadro preocupante é o movimento dos professores (onde mais de 90% da categoria apostou no seu projeto), que gerou a mais rápida e duradoura greve da história do município. A dificuldade de diálogo eficaz já produziu explosões autoritárias do Prefeito, prontamente estimuladas por alguns dos seus assessores, inclusive tentando desqualificar os que lhe contestam. E isso é perigoso. Todos os que trilharam a vereda do autoritarismo se arrependeram.

O IMATERIAL III

A grande indagação é: está errado o Prefeito quando se aproxima de lideranças que contestava? É lógico que está certo. Um bom governo se faz ampliando apoios, somando forças, agregando valores. Equivocado ele estava quando difundiu um discurso diferente: separatista, divisionista. E agora, o que fazer?! É hora de protagonizar uma auto-avaliação séria e dialogar francamente com a população. No entanto, esse diálogo, que é necessário, há que ser feito de modo maiúsculo: ao invés de negociações pontuais, varejistas, vitaminada por concessões e barganhas individuais (como está sendo feito hoje), poderia ser colocado em pauta um debate de alto nível, discutindo um arrojado Programa Para o Município, com a audiência de todas as forças vivas e organizadas. Seria, pelo menos, um bom sinal.


PARA REFLETIR

"Não sou dos que rebaixam o debate, convertendo-o em pugilato. Elevo-o à região das idéias: não o arrasto pela das personalidades." (Rui Barbosa)


(Por Júnior Bonfim - publicado na edição de hoje do Jornal Gazeta do Centro-Oeste)
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Paulo Nazareno disse...

Congratulações efusivas pela brilhante ideia da Academia de Letras, iniciativa benfazeja,iluminada e sem surpresa,fruto da sua visão futurista.

Parabens!
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Paulo Nazareno disse...

Imaterial IV

"O tempo é o senhor da razão"
(F.Bacon)
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Júnior,

Fui e sou muito ligada a tudo que se refere a Gerardo Mello Mourão.

Sou amiga de seus familiares, frequentava sua casa em Copacabana e cheguei a recê-lo em minha chácara, em Ipueiras, por ocasião de um evento cultural.

Estou feliz e orgulhosa em saber que Gerardo fará parte do quadro de patronos da Academia de letras de Crateús.

Assim como Ipueiras, Crateús faz parte da história deste grande poeta que levou sua terra para o mundo.

Um abraço,

Dalinha Catunda

FOTÓGRAFOS FANTÁSTICOS













(Enviado por Virginia Almeida)
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Dalinha Catunda disse...

Olá Júnior,

Adoro fotos. Como passo meus finais de semana no sítio, vivo com uma câmera na mão tentando flagrantes.

Achei linda a foto da borboleta, curiosa a do lagarto abduzindo um inseto. E a do gato, um barato!!!

No mais, todas bem interessantes.

Um abraço,

Dalinha Catunda

segunda-feira, 27 de abril de 2009

LEI ESTABELECE QUE ADVOGADO PASSA A TER FÉ PÚBLICA, ASSIM COMO JUIZ E MP



O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto, classificou como "mais uma importante vitória da advocacia brasileira, no sentido da valorização da profissão", a sanção da Lei nº 11.925, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A nova lei estabelece que "o documento em cópia oferecido para prova poderá ser declarado autêntico pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal". Desta forma, reconhece que o advogado privado tem fé pública, conferindo-lhe o mesmo poder de que já dispõem a magistratura e os membros do Ministério Público.

"É mais uma vitória da advocacia, pois faz parte da nossa campanha de valorização da profissão demonstrar que o advogado privado tem o mesmo poder, a mesma fé e as mesmas prerrogativas do Ministério Público, da magistratura e da advocacia pública da União, vez que todos fazemos parte da administração da Justiça", observou Cezar Britto.

Ele lembrou que as outras categorias já podiam firmar que os documentos ali produzidos nos processos por elas são originais. "Agora, o advogado privado passa a ter o mesmo poder de dizer que a prova ali produzida, quando reconhecida por ele, pode ser acreditada - porque a mentira não convive com a advocacia. Assim,, as cópias por nós produzidas e documentos por nós juntadas, se firmarmos que elas provem de um documento original ao qual tivemos acesso, ela tem que ser reconhecido como os demais e passar a ter fé pública", destacou Britto.

A seguir, a íntegra da Lei 11.925, que reconhece a fé pública do advogado, sancionada Pelo presidente da República:

LEI Nº 11.925, DE 17 DE ABRIL DE 2009.

Dá nova redação aos arts. 830 e 895 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Os arts. 830 e 895 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, passam a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 830. O documento em cópia oferecido para prova poderá ser declarado autêntico pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal.

Parágrafo único. Impugnada a autenticidade da cópia, a parte que a produziu será intimada para apresentar cópias devidamente autenticadas ou o original, cabendo ao serventuário competente proceder à conferência e certificar a conformidade entre esses documentos." (NR)

"Art. 895. ....................................................................

I - das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e

II - das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos.

............................................................................." (NR)

Art. 2o Esta Lei entra em vigor 90 (noventa) dias após a data de sua publicação.

Brasília, 17 de abril de 2009; 188o da Independência e 121o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Carlos Lupi

(Fonte: Ordem dos Advogados do Brasil - Conselho Federal)

AMANHÃ SAI MAIS UMA EDIÇÃO DO JORNAL "GAZETA DO CENTRO OESTE"

LULA: ESPECULAR SOBRE DILMA É BURRICE E DESRESPEITO



Nos diálogos privados que manteve no final de semana, Lula disse que o câncer contra o qual passou a se bater Dilma Rousseff não muda “uma vírgula” nos seus planos.

Disse que a ministra “continua candidata” a 2010. Disse que quem especular em contrário, além de “desrespeitar” Dilma, “vai passar atestado de burrice”.

O raciocínio, segundo Lula, vale para a oposição e também para o PT. Nos próximos dias, o presidente pretende agir para segurar o petismo.

Avaliou como positivas as primeiras manifestações do partido. Sempre na linha da manutenção dos planos originais. Mas receia a abertura de um debate sobre “Plano B”.

Um dos personagens que trocou idéias com Lula saiu com a impressão de que o presidente raciocina com os olhos no calendário.

As sessões de quimeoterapia de Dilma vão durar quatro meses, segundo a estimativa dos médicos. Devem começar em dez dias. Terminariam em agosto.

Só então seria possível, segundo a interpretação do interlocutor de Lula, avaliar o ânimo de Dilma e as chances de êxito do tratamento.

Antes disso, o presidente refutará qualquer abordagem que passe pela rediscussão da candidatura presidencial da ministra.

Por ora, Dilma reage bem ao drama que se imiscui em sua rotina no mês de março. Soube que tinha um nódulo sob a axila esquerda quando fazia exames cardíacos.

Em 28 de março, um sábado, foi submetida ao procedimento que levou à extração. Coisa rápida, feita em ambulatório. Durou menos de 50 minutos.

Os médicos a sedaram. Fizeram um corte de três centímetros. O suficiente para retirar o nódulo, que media 2,5 centímetros de diâmetro.

Na segunda-feira (20) da semana passada, Dilma retornou ao Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Dessa vez para implantar um cateter (portacath).

É por esse cateter, que inclui uma pequeno tubo de silicone, que a ministra receberá a medicação quimioterápica. Era o prenuncia de que a biopsia não traria boa notícia.

Na quarta-feira (22), a ministra voou para o Rio Grande do Sul, Estado onde mora sua filha, Paula. A viagem era administrativa. Mas ganhou contornos familiares.

Dilma confidenciou à filha detalhes do exame e da cirurgia a que se submetera. Ainda não sabia, àquela altura, o resultado da biopsia.

Soube na quinta-feira (23). Era noite. Chegara a Brasília havia pouco, procedente de Porto Alegre. Ficara no Sul por dois dias.

A notícia lhe chegou por meio de um telefonema do cardiologista Roberto Kalil, um dos médicos que a assistem. Na manhã de sexta (24) tocou o telefone para a filha.

Depois, reuniu-se com Lula. Contou os detalhes. Acentuou a perspectiva otimista que lhe fora repassada pelo médico.

O presidente voou para o município goiano de Itumbiara. Retornou a Brasília à noite. Reuniu-se de novo com Dilma.

Dessa vez, a pedido do presidente, participou da conversa o ministro Franklin Martins (Comunicação Social).

Na manhã de sábado, acompanhada de Franklin, Dilma viajou para São Paulo. No inínico da tarde, o segredo converteu-se em notícia, numa entrevista coletiva.

Antes, Dilma e Franklin almoçaram com o amigo e ex-minsitro da Justiça Márcio Thomaz Bastos. Dividiram uma mesa no restaurante italiano Magari.

Fica no número 234 da Rua Amauri, no bairo do Itaim Bibi, zona Sul da capital paulista. Depois, em diálogo com amigos, Thomaz Bastos se revelaria “impressionado”.

Passada a surpresa da notícia, causara-lhe impressão a forma mansa como Dilma parecia lidar com o câncer.

A Lula agradou o fato de a ministra não ter feito a mínima objeção à divulgação da notícia sobre a doença.

Algo que, aliás, tornara-se inevitável na manhã de sábado, quando a edição da Folha circulou com a informaçõa de que Dilma submetia-se a tratamento no Sírio Libanês.

Lula deixou Dilma à vontade para reduzir o ritmo de trabalho na Casa Civil. A oferta foi, por ora, rejeitada.

Na manhã desta segunda (27), a ministra viaja com o chefe para Manaus. Visitará obras, participará de solenidade de entrega de títulos fundiários...

...Almoçará com governadores de Estados situados na chamada Amazônia Legal. Na terça, Lula segue para Rio Branco (AC). Dilma fica em Manaus.

Fará uma exposição para prefeitos amazonenses sobre o andamento das obras do PAC no Amazonas. Depois, retorna a Brasília.

Ao menos nessas primeiras horas depois da divulgação da notícia explosiva, Dilma faz justiça às palavras de Lula: “Continua candidata”.

Com uma diferença: deve receber da oposição um refresco. Lideranças do PSDB e do DEM avaliam que não seria prudente manter a ministra sob artilharia.

No sábado, aliás, depois da entrevista de Dilma, o líder tucano Arthur Virgílio, eleito pelo Amazonas, apressou-se em divulgar uma nota. Escreveu:

“Desejo que, de fato, esse câncer seja do tipo mais leve. E que ela possa superar isso muito bem, como ocorreu com um irmão meu que, há 15 anos, passou por problema semelhante”.

Noutras circunstâncias, Virgílio talvez estivesse alvejando Dilma por conta da viagem política que realiza ao seu Estado.

(Escrito por Josias de Souza)