quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

JESUS, LUZ DA PAZ!


Vigilante e incansável
A espera de uma luz
Estou firme na esperança
De paz, com confiança
Em nosso Senhor Jesus

De olhos fixos para o céu
Em plena escuridão
Espero uma luz surgir
E coração se abrir
Para Deus em conversão.

Pois coração convertido
Que contribui no amor
Traz na essência da vida
Um DEUS que ama e convida
Viver na PAZ do SENHOR.

Para que a paz do Senhor
No mundo venha reinar:
Justiça, fraternidade
E solidariedade
Precisamos cultivar!


(Elmo Nunes)

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

LIÇÕES DO MENINO


Mais uma vez relembramos o nascimento do Menino de Belém. Na narrativa sui generis do Nobel José Saramago, em O evangelho segundo Jesus Cristo, “o filho de José e de Maria nasceu como todos os filhos dos homens, sujo do sangue de sua mãe, viscoso das suas mucosidades e sofrendo em silêncio. Chorou porque o fizeram chorar, e chorará por esse mesmo e único motivo”.

Escrevi certa feita que, a rigor, aniversário é motivo de regozijo, de comemoração, de congratulação comunitária. Não sei bem explicar o motivo, mas sempre senti uma certa resistência no ato de se transformar o natalício em momento exógeno, de extravasamento festivo, de exteriorização de alegria.

Quando aniversario, adoro me agarrar às asas da reflexão endógena e voar para o desconhecido território lúdico que faz contraponto ao conhecido cotidiano lúgubre. Talvez seja porque a relembrança da data em que nascemos nos remeta ao mais íntimo e profundo de nós mesmos, refazendo o itinerário fantástico que nos fez romper com a cápsula de ternura, com a nave de conforto protetivo, com a bolsa de afeto do útero materno e permitiu que abríssemos os olhos marejados para o espasmo do universo, para o espetáculo da existência, para o êxtase da vida!

O aniversário que celebramos neste vinte e cinco de dezembro é especial. O Galileu, que veio a esta terra ao lado do estrume da extrema pobreza, foi iluminado pela estrela de Belém. Segundo a astronomia, essa estrela seria uma referência da aproximação do planeta Júpiter com a estrela Régulus que significa: pequeno rei. É a estrela mais brilhante da Constelação de Leão.

Os reis magos, versados na decifração dos conhecimentos e presságios celestes, foram ao encontro do Menino porque estavam em sintonia com a sabedoria que a “Era de Peixes” traria uma novo ciclo de renovação da fé, de alteração nas relações entre os homens e de uma releitura do sentido de viver. A luz que os Reis avistaram representa a luz interior do homem, a eclosão de uma nova consciência e a dilatação de uma energia fraterna e agregadora de seres diferentes.

Inúmeras foram as lições Daquele Menino que se fez Mestre. Ensinou-nos, por exemplo, que um dos primeiros desafios é o de aprendermos a lei do desapego. Depois de aclarar que o Reino que veio inaugurar não era deste mundo, admoestou: buscai primeiro o Reino de Deus. A maioria dos problemas e dificuldades que se interpõem na nossa vereda existencial decorre do apego. Tem sido o apego o responsável pelas principais desavenças que experimentamos. É do apego ao poder e ao dinheiro que nascem as batalhas fratricidas, o vírus da maledicência, a infelicitação dos seres. É do desejo de posse do outro que surge o mais dolorido ferimento no coração humano.

Buscar o Reino do infante de Nazaré é caminhar na direção inversa dos valores pusilânimes que o reino deste mundo quer nos impor. É, ao jeito de flor, abrir a rosa da alma ao beneplácito da gratuidade. É ajoelhar o peito ante o altar da poesia. Mirar os lírios dos campos e descobrir que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Regar o jardim da poesia, acompanhar a fecundação da sensibilidade. Como bem ensinou Chaplin, é deixar de ser máquina, cultivar a afeição e a doçura.

Outra lição: cobrar mais de si do que de outrem. Por que olhas para o cisco que está no olho de teu irmão e não notas a trave no teu olho? Somos eficientes no apontamento dos defeitos alheios; somos deficientes no exame dos nossos próprios defeitos.

Que neste Natal possamos servir à mesa o vinho da auto-reflexão e requentar o alimento da meditação. Mirar o céu e observar os estrelados ensinamentos de robustecimento da fraternidade!


(Júnior Bonfim, na edição de hoje do Jornal Gazeta do Centro Oeste, Crateús, Ceará)




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João Victor Araripe deixou um novo comentário sobre a sua postagem "LIÇÕES DO MENINO":

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Obrigado!

OBSERVATÓRIO



Na atividade política, mais do que em qualquer outra, somos diuturnamente tentados a nos deixar levar pelas paixões. No turbilhão das refregas partidárias, é difícil subjugá-las. Embalados pela bandeira da agremiação a que pertencemos, só enxergamos virtudes nos nossos correligionários. Em contrapartida, só identificamos defeitos nos adversários. Isso contamina as relações, embaça a visão correta das pessoas e termina por conduzir a posturas irracionais. Em que pese o risco da incompreensão, é hora de reformularmos posicionamentos e agirmos de maneira diferente. Embora saiba, como assentou Rui Barbosa, que “a política é uma ciência, e, como toda ciência, é crítica: engrandece-se pela negação”, entendo ser atitude nobre o reconhecimento de qualquer feito digno de nota, independente da sua origem. Esta coluna sempre teve nítida caracterização assentada no binômio produção crítica e postura propositiva. Por isso, hoje, vamos fazer um reconhecimento.

NATAL I

Em passagem pela nossa terra na semana passada, identificamos uma ação louvável em relação ao período natalino: a cidade enfeitada e iluminada para a celebração da data magna da cristandade. Através de uma ação coordenada pela Secretaria de Assistência Social e pelo setor de cultura da Prefeitura, foi desenvolvido um projeto intitulado “A Magia do Natal”. Com patrocínio do Banco do Nordeste, e com a colaboração efetiva da CAGECE (que juntou mais de vinte mil garrafas pet) e da CFN (que cedeu o prédio da estação ferroviária), uma equipe liderada por Silvio Werta, Smith e Cecy, realizou a ornamentação dos principais pontos da urbe, com destaque às pontes de acesso à cidade e ao tradicional “corredor cultural” (praça dos pirulitos, prédio da estação e Teatro Rosa Morais). A antiga sede da RFFSA foi reformada e transformada na ‘casa do Papai Noel’, com toda a mise-en-scène característica.

NATAL II

Em verdade, grande parte dessas pessoas que hoje brilha e tem talento reconhecido nessa área foi revelada naquela arejada ação desencadeada em 1997 por Paulo Nazareno no sentido de revitalizar o carnaval crateuense. Havia toda uma gama de jovens que exalava extrema capacidade inventiva e exuberante criatividade que, no entanto, carecia de espaço para exibir o próprio potencial. E o período momino foi a feliz oportunidade em que esses talentos floresceram e vieram à ribalta. O grupo que manejou a atual ação elogiável teve origem nesse movimento. É prata da casa.

NATAL III

Esse esplêndido resultado - transformar a decoração natalina em obra de arte – merece ser ressaltado. Parabéns aos idealizadores! Louvores aos executores! Que daí também se extraia o imprescindível exemplo. E que o restante da Administração aprenda e apreenda a lição: abrindo espaço para idéias simples, correndo atrás dos recursos, mobilizando as melhores energias, priorizando o talento local, é possível ver florescer empreendimentos geniais! Que essa alvissareira atitude inovadora contagie outros setores da Administração.

TCM

No próximo dia 10 de janeiro Manoel Veras será empossado Presidente do Tribunal de Contas dos Municípios. É o primeiro crateuense a ocupar tal cargo. Um grande contingente de amigos do ex-deputado na região de Crateús se mobiliza para prestigiar a solenidade de posse. Na sequencia, em data a ser divulgada, Veras será homenageado na sua terra natal.

PREMIO RAQUEL DE QUEIROZ

Enche-nos de júbilo saber da caminhada evolutiva de Raimundo Cândido Filho, o Raimundinho, o filho da D. Delite que se destaca no assoalho da literatura. É um testemunho vivo da brisa criativa espargida pela nossa Academia de Letras de Crateús - ALC. Conterrâneos: mirem-se no exemplo desse Raimundo, Cândido no esmero do trato com os fonemas da fecundação. Ele encerra o ano sendo agraciado com o prêmio Ideal, que celebra uma das mais poderosas fêmeas da literatura nacional: Raquel de Queiroz! Parabéns, poeta! De um canto da "goela" do Rio Poty fazes o conto, brinda-nos com o canto e revelas o encanto do telurismo sertanejo!

PARA REFLETIR

O poeta é um abismo insondável\ num vôo insano e estéril ao nada\ e a tudo, condensando quimeras. (...) Seu clamor é um pronunciar ambíguo\ de louvor, entoando um cântico à vida\ mas lambendo os frios pés da morte.\ E quando geme num insolente gozo,\ é pois a primorosa evidência do verso\ que fervilha em sanguínea esperança.
(Raimundo Cândido)


(Júnior Bonfim, na edição de hoje do Jornal Gazeta do Centro Oeste, Crateús, Ceará)

domingo, 19 de dezembro de 2010

NATAL DE PAZ


Vamos vestir com prazer
A roupa da lealdade,
Sorver o vinho da paz
Em taça de caridade,
Matar a sede de amor
Na fonte da humildade,
Palmilhar pelos caminhos
Da solidariedade,
Inalar sabedoria
Em palavras de bondade
Semear grãos de virtude
Em chão de prosperidade,
Queimar o já esgarçado,
Tecido da falsidade,
Colher flores de meiguice
Em roseiras de amizade,
Romper a treva do medo
Com fanal da liberdade,
Colocar ternura em gotas
Em corações de maldade,
Injetar calma no peito
De quem sofre ansiedade,
Plantar roçado de sonhos
E colher simplicidade,
Lavar as mãos em torneira
Que derrama honestidade,
Dividir o pão sagrado
Com os que têm necessidade,
Difundir que melhor vive
Quem rega fraternidade,
Mostrar que o mundo é dos mansos,
Dos que têm dignidade,
Podar a árvore do ódio,
Rasgar o véu da vaidade,
Lambuzar no mel da paz,
Abraçar a igualdade,
Afagar a benquerença,
Beijar a ingenuidade,
Apertar a mão do bem,
Brindar a serenidade,
Buscar chuva de justiça
No céu da felicidade
Para um banho de amor
E fé na sociedade
E proclamarmos com graça
Natal de paz, de verdade!


(Dideus Sales)