sábado, 19 de junho de 2010

O E-MAIL DO ANO

Se você acha que você é infeliz, olhe para eles:




*Quando você pensar em desistir, pense neste homem...




* Veja o sistema de transportes deles!




*Se a sua sociedade é injusta com você, que tal a dela?



*Aproveite a vida como ela é e como ela vem. As coisas são piores para os outros e muito melhores para nós.

*Existem muitas coisas na vida que irão surpreender os seus olhos mas poucas coisas irão surpreender o seu coração ...


*Estudar te chateia? A eles não.





*Odeia verduras? Eles morrem de fome e as comeriam com prazer ...





*O carinho de seus pais cansa você? Eles não tem nenhum e adorariam receber esse carinho ...




*Enjoado dos mesmos jogos? Eles não tem essa opção, pois eles não têm jogos pra brincar!




*Alguém te deu um adidas em vez de um Nike e você ficou chateado? Eles só tem uma marca pra calçar!


*Não está agradecido por uma cama para dormir? Eles gostariam de não acordar ou pelo menos de ter uma cama!



*Você ainda está reclamando?

*Observe à sua volta e seja agradecido por tudo que você tem nessa vida passageira...

* Nós somos afortunados, nós temos muito mais do que precisamos para ser feliz...
Vamos tentar não alimentar esse ciclo sem fim de consumismo e imoralidade no qual essa sociedade 'moderna e avançada' esquece e ignora os outros dois trilhões de irmãos e irmãs.

(Enviado por Ismael Pedrosa)

sexta-feira, 18 de junho de 2010

MORREU JOSÉ SARAMAGO


José de Sousa Saramago (Azinhaga, Golegã, 16 de Novembro de 1922 — Lanzarote, 18 de Junho de 2010) foi um escritor, argumentista, jornalista, dramaturgo, contista, romancista e poeta português.

Foi galardoado com o Nobel de Literatura de 1998. Também ganhou o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa. Saramago é considerado o responsável pelo efectivo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa.

O seu livro Ensaio Sobre a Cegueira foi adaptado para o cinema e lançado em 2008, produzido no Japão, Brasil e Canadá, dirigido por Fernando Meirelles (realizador de O Jardineiro Fiel e Cidade de Deus). Em 2010 o realizador português António Ferreira adapta um conto retirado do livro Objecto Quase, conto esse que viria dar nome ao filme Embargo, uma produção portuguesa em co-produção com o Brasil e Espanha.

Nasceu na província do Ribatejo, no dia 16 de Novembro, embora o registo oficial apresente o dia 18 como o do seu nascimento. Saramago, conhecido pelo seu ateísmo e iberismo, é membro do Partido Comunista Português e foi director do Diário de Notícias. Juntamente com Luiz Francisco Rebello, Armindo Magalhães, Manuel da Fonseca e Urbano Tavares Rodrigues foi, em 1992, um dos fundadores da Frente Nacional para a Defesa da Cultura (FNDC). Casado com a espanhola Pilar del Río, Saramago viveu em Lanzarote, nas Ilhas Canárias.

(Fonte: Wikipédia)

SARAMAGO ERA CONHECIDO POR OPINIÕES POLÊMICAS

O escritor português José Saramago, que morreu nesta sexta-feira aos 87 anos, era conhecido tanto por seu talento literário como por suas visões polêmicas.

Saramago era um comunista ferrenho e seus desafetos incluíam a Igreja Católica, o governo israelense e o ex-presidente americano George W. Bush.

"Eu sou um comunista hormonal, meu corpo contém hormônios que fazem crescer minha barba e outros que me tornam um comunista. Mudar, para quê? Eu ficaria envergonhado, eu não quero me tornar outra pessoa", disse Saramago ao repórter da BBC Alfonso Daniels, em uma entrevista em junho de 2009.

Recentemente, Saramago fez duras críticas ao primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, a quem se referia como "vômito".

"Na terra da máfia e da Camorra, o quanto é importante o fato provado de que o primeiro-ministro é um delinquente?", perguntou em O Caderno de Saramago, o blog que escrevia no site da Fundação Saramago.

Desafetos

Em 2002, o escritor comparou a situação nos territórios palestinos com o campo de concentração nazista de Auschwitz.

"Nós precisamos tocar todos os sinos do mundo para falar que o que está ocorrendo na Palestina é um crime, e está em nosso poder parar isso", disse ele, quando uma delegação de membros do Parlamento Internacional de Escritores se encontrou com o líder palestino Yasser Arafat em Ramallah.

"Nós podemos comparar (a situação palestina) com o que aconteceu em Auschwitz", disse.

Saramago também teve desentendimentos com o governo de seu próprio país.

Em 1992, ele se mudou em exílio simbólico para as Ilhas Canárias, depois que o governo português bloqueou a nomeação de seu livro O Evangelho segundo Jesus Cristo para um prêmio literário europeu por ser supostamente herético.

"O ser humano inventou Deus e depois escravizou-se a ele", disse o escritor certa vez.

Fim de Portugal

Mais recentemente, em 2007, Saramago causou polêmica ao sugerir que Portugal um dia se tornaria parte da Espanha.

"Eu acho que nós acabaremos integrando", disse ele ao jornal Diário de Notícias, de Lisboa.

Saramago afirmou acreditar que Portugal se tornaria uma província ou região autônoma do país vizinho.

Segundo o escritor, a Espanha provavelmente mudaria de nome e se chamaria Ibéria, mas os portugueses não virariam espanhóis.

As declarações foram amplamente criticadas por outros escritores e pela imprensa portuguesa.

Em outra entrevista, esta ao jornal português Público, o escritor disse também que "como portugueses estamos cansados de viver".

"Se calhar, a nossa missão histórica acabou", afirmou na entrevista.

Pessimismo

Saramago também era conhecido ainda por seu lendário pessimismo.

"Eu sempre fui uma criança séria, melancólica", disse à BBC.

"Eu sempre tendi a ver o lado negro das coisas, eu acho que as pessoas nascem com isso", afirmou, ao ser perguntado se a criação rural poderia ser responsável pelo pessimismo que, segundo ele, estava cada vez maior.

Em abril de 2009, várias das opiniões polêmicas de Saramago foram incluídas no livro O Carderno, uma coletânea de textos publicados por ele em seu blog.

(Fonte O Globo)

REPERCUTINDO

Caro JB:

Apesar do assunto "política" soar como algo distante, no que pese o fato de ter exercido mandato; impressiona o quanto o fantasma Nazareno ainda suscita "emoções"(odio,amor,etc); sinto haver, por parte de pessoas, setores, ou melhor dizendo,interesses potencialmente contrariados,o receio de possivel inserção minha na politica partidária.

Para júbilo de uns ou desapontamento de outros, reafirmo minha total indisposição para tal, fundamentalmente por profunda decepção, visto ter conhecido de perto os "porões" e as motivações indizíveis que a movem.

Reservo-me o direito de abster-me. Qdo Prefeito, exercí com a mais aguerrida dedicação; se por um lado, nunca tratei de "assuntos financeiros" seja com quem quer que seja (o que talvez seja a fonte de muitos problemas de hoje), por outro, tenho a consciência mais que tranquila de o pouco que possuo, foi e é fruto de muito trabalho e dedicação à minha arte (possivelmente ja util, ou às ordens de quem inclusive me hoje destrata).

Com a colaboração de muitas pessoas,inclusive você, realizamos obras e direcionamentos até então insuperáveis, sem modéstia mesmo.

O que espero,desejo e torço, é que nossa cidade se reencontre, volte a ter seu espírito acolhedor; impressiona como hoje se agridem as pessoas, execram, adjetivam e o pior, escondidos no manto covarde e indigno do anonimato, quem assim o faz nega-se a sí próprio. Medo de represália? Pior ainda.

Lembrete: Tudo que temos aqui neste planetinha é emprestado,inclusive esses ossos e couros velhos que nos recobrem.

Carpe Diem!


Paulo Nazareno



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Caro Junior Bonfim, quem fez tal comentario não leu a Lei da Ficha Limpa. A Lei, eu entendi assim, so punirá os politicos apenados depois da Lei em vigor; e ainda tem casos que cabe apelação.

A Lei é complexa e o seu argumento foi contundente.

Luiz Bonfim

quinta-feira, 17 de junho de 2010

COMENTÁRIO

Alguém postou o seguinte comentário na Coluna Observatório:


"Anônimo disse...

paulo nazareno é rei morto rei posto, não compare agua não se mistura com oleo, o primeiro esbofeteava todo mundo conegundes paulo teles....

á proposito onde voce encontrou que o nenen é ficha limpa...no TRE certamente não foi pois encontra -se no terceiro lugar da podridão..

o pior cego é deseja convecer tentando ocultar o que todo mundo ver...." (sic)



RESPONDO:

Tenho por regra excluir comentários de quem se esconde sob a capa do anonimato. Como em minhas observações procuro evitar expressões grosseiras, acho que qualquer pessoa pode comentá-las assinando embaixo.

Porém, abro uma exceção porque vi aqui uma provocação que pode suscitar uma melhor explicitação:

1. QUANTO À OBSERVAÇÃO SOBRE O PAULO NAZARENO (REI POSTO, REI MORTO), HÁ QUE SE PONDERAR QUE A HISTÓRIA REGISTRA INÚMEROS CASOS DE POLÍTICOS QUE PERDERAM ELEIÇÃO E SE REABILITARAM. A POLÍTICA É UM DESSES RAROS ESPAÇOS EM QUE MORTOS RESSUCITAM. COLLOR DE MELO, POR EXEMPLO, FOI DEPOSTO, CONSIDERADO MORTO POLITICAMENTE, E HOJE INTEGRA, NO SENADO, A LISTA DOS ALIADOS INFLUENTES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA.

2. QUANTO A NENEN COELHO, NUNCA DISSE QUE ELE NÃO POSSUI PROCESSOS. O QUE EU POSSO AFIRMAR É QUE EM NENHUM DOS PROCESSOS QUE ELE RESPONDE HÁ CONDENAÇÃO TIPIFICADA NOS MOLDES DA LEI DO "FICHA LIMPA". EXPLICO MELHOR: PELA LEI RECÉM-APROVADA, A PESSOA SÓ SE TORNA INELEGÍVEL SE A CONDENAÇÃO NO TRIBUNAL DE CONTAS CONFIGURAR "ATO DOLOSO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA". AS DECISÕES DO TCM EM RELAÇÃO A ELE ESTÃO FORA DESSE ENQUADRAMENTO. DE IGUAL FORMA, AS CONDENAÇÕES EM ORGÃO COLEGIADO TAMBÉM TÊM QUE CONTEMPLAR "A SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS, IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, LESÃO AO PATRIMONIO PÚBLICO E ENRIQUECIMENTO ILÍCITO". TAMBÉM AQUI INEXISTE DECISÃO TERMINATIVA DESSA NATUREZA EM RELAÇÃO AO DEPUTADO NENEN COELHO. ANTES DE POSTAR ESSA INFORMAÇÃO, FIZ UMA PESQUISA. SE O AUTOR DO COMENTÁRIO TIVER UMA DECISÃO DIFERENTE DAS QUE EU ENCONTREI, FAREI O DEVIDO E IMPRECINDÍVEL REPARO.

3. POR ÚLTIMO, QUERO REAFIRMAR NOSSO COMPROMISSO DE REFUTAR A CRÍTICA VITUPERINA, O INSULTO RASTEIRO OU A PRÁTICA DA BAIXARIA. PROCURAMOS PRATICAR O BOM DEBATE. ATÉ PORQUE PARA CADA PONDERAÇÃO LISTAMOS UMA SUGESTÃO.

4. UMA OBSERVAÇÃO DERRADEIRA: PODE COMENTAR À VONTADE. DE PREFERÊNCIA, IDENTIFICANDO-SE. AQUI NINGUÉM SERÁ EXECRADO NO EXERCÍCIO DEMOCRÁTICO DO DIREITO DE OPINIÃO. OBRIGADO!

JÚNIOR BONFIM

JOÃO BYRON DE FIGUEIREDO FROTA


Sempre recebo o mês de junho com a alma ardente e o coração em festa. Nos sertões de Crateús, o frio das noites é aquecido pelas fogueiras. O céu, estrelado e envolvente, fica mais belo. Os jovens, mais românticos. Do fogão de lenha surge a culinária com autênticos sabores terrestres, principalmente do milho verde. É o apogeu da colheita. Um ciclo abençoado por santos populares, como Santo Antonio, o casamenteiro; São João, o festivo e São Pedro, o protetor das viúvas e dos pescadores.

Este ano, notei que no junino mês, mais precisamente no dia de São João, a família do crateuense João Byron de Figueiredo Frota celebra o folguedo do seu natalício. Detentor de portentoso currículo, o sexagenário conterrâneo homônimo do famoso poeta inglês, além de ocupar cadeira na Corte de Justiça Alencarina como desembargador, é também o seu atual Corregedor.

Fui ao seu encontro nesse início de mês. No aristocrático gabinete da Corregedoria Geral de Justiça ofereceu-me um chá biográfico. Ali, como dois sertanejos sentados em um terreiro em noite de fogueira, ficamos aquecendo gratuitamente grãos informativos da história de sua vida.

Cultor de coincidências, assisti um verdadeiro desfile invisível de eventos sincronísticos, sob a sombra benfazeja de seu pai: o também juiz José Olavo de Rodrigues Frota. Na doutrina Shakespeariana, “há mais dos seus pais em você do que você supunha”.

De início, ele me fala da cena mais impactante de sua vida como Magistrado. No ano de 1971, iniciava a carreira judicante na Comarca de Coreaú. (A mesma onde seu genitor havia iniciado a magistratura cinqüenta anos antes). Ocupava, na pequena urbe, um velho casarão. Certa manhã dirigia-se ao fórum. Numa calçada próxima, três longevos cidadãos estavam sentados, proseando. Ao avistarem o jovem juiz, levantaram solenemente, tiraram os chapéus e o cumprimentaram com reverente respeito.

Desconhecia que o mesmo gesto, anos antes, era repetido em Crateús, quando o seu velho pai, bengala à mão, caminhava pelas ruas da cidade...


Nascido em Crateús, na Rua José Coriolano, Byron tem ascendência sobralense. Na seqüência, me fala dos seus ancestrais: o senador Paula Pessoa, seu trisavô, e do bisavô José Antonio Figueiredo, que foi professor da lendária Faculdade de Direito de Recife, a mais respeitada do País no século XIX. Por lá passaram luminares das letras e do direito como Castro Alves, Rui Barbosa, Clóvis Beviláqua... E um crateuense fulgurante: José Coriolano de Sousa Lima. Magistrado, poeta, político, jornalista, deputado provincial pelo Piauí por duas legislaturas e presidente da Assembléia Legislativa.

Sabem onde Byron Frota nasceu? Na Rua José Coriolano – que, ao que tudo indica, fora aluno do seu bisavô.


Muito da coluna de dignidade do pai de Byron teve como alicerce a Ordem Maçônica. O homem era uma verdadeira pedra polida. Cavava masmorras ao vício e levantava templos à virtude. Por isso, embora parente de dom José Tupinambá da Frota, atritou-se com o bispo-conde de Sobral. Aristocrático no estilo, culto por dedicação, empreendedor por vocação, dom José reinava absoluto na Princesa do Norte. Porém, cometeu equívocos. Um deles foi dizer que, em Sobral, nunca permitiria Carnaval e Maçonaria. Perdeu a batalha. Uma das poucas na sua vitoriosa trajetória. Do outro lado estava o parente José Olavo de Rodrigues Frota.

Na esteira do pai, Byron também é iniciado nos Augustos Mistérios do simbolismo. Por onde passou como Juiz (na pacata Coreaú, na libertária Redenção ou sob a brisa da Bica do Ipú), o filho do doutor Olavo sempre reservou tempo para preencher o livro de presença em ações filantrópicas e manter vivo o arquivo com escaninhos do trabalho social, principalmente através do Lions.

Sempre esteve com o rádio do coração sintonizado na freqüência do serviço ao próximo e na busca do conserto do mundo. No inicio da década de 1960, pisou nas brasas da luta estudantil. Eleito Secretário Geral do Centro Acadêmico Clóvis Beviláqua, da Faculdade de Direito da UFC, exerceu ponderável liderança no meio estudantil. No dia 09 de agosto de 1964, em palanque armado defronte a Catedral do Senhor do Bonfim, em Crateús, proferiu inflamada oração saudando o profético pastor Dom Antonio Batista Fragoso, um dos pioneiros da Teologia da Libertação e primeiro bispo da sua terra natal. Em 1965, após rigorosa seleção, foi classificado para o "Seminário Especial para Líderes Estudantis Brasileiros", tendo sido um dos poucos crateuenses a ocupar assento na famosa Universidade de Harvard, nos Estados Unidos da América.

Tempos depois, já maduro e na direção da entidade classista dos Magistrados (ACM), reacendeu a garra militante da juventude para estancar uma campanha difamatória contra o Poder que tem por tarefa precípua a dicção da Justiça. Foi de sua lavra o artigo “Respeito ao Poder Judiciário”, publicado no Jornal O POVO em 25 de outubro de 1987. Oportuno e eficaz, o histórico repto acha-se transcrito nos anais do Tribunal de Justiça.

Ao final da nossa conversa, fala da célula mater que cultiva. Olha para o céu e recorda que está casado há 38 anos com Rita. Suspira: - Parece que foi ontem! Rita Enoy Machado Vale Frota é sua consorte e com ela colocou no mundo Danielle Maria Vale Frota, Isabelle Maria Frota e José Olavo de Rodrigues Frota Neto.

Doutor Byron se despede de mim com um olhar de alegria. Alegria de quem compartilhou um pouco da canjica existencial, produzida com o milho da correção e o leite da decência. Lembrei-me de uma frase do outro Byron, o poeta inglês: “Só temos alegrias se as repartirmos: a felicidade nasceu gêmea!”


(Por Júnior Bonfim, na edição de hoje do Jornal GAZETA DO CENTRO OESTE e na REVISTA GENTE DE AÇÃO)

OBSERVATÓRIO

O ano: 1962. Todas as principais forças políticas cearenses (UDN, PSD e PTN) se uniram em uma mesma coligação intitulada “União pelo Ceará”. O objetivo: derrotar Carlos Jereissati (PTB), que pleiteava o Senado e pontificava como um dos principais adversários do então governador Parsifal Barroso. Tasso Jereissati era um adolescente e acompanhava o pai, Carlos, na batalha eleitoral. Quando as urnas se abriram, Carlos Jereissati foi o único da chapa de oposição à “União pelo Ceará” que conseguiu se eleger. Segundo o historiador Altemar da Costa Muniz, da Universidade Estadual do Ceará (UECE), “muito possivelmente, o Tasso nunca imaginou viver situação semelhante à do pai”. Mas... é o que se desenha.


JEREISSATI E OS “FERREIRA GOMES”

Os últimos fatos da política cearense revelam que esta pode ser a primeira eleição estadual em que Tasso e a família Ferreira Gomes se enfrentem diretamente. A história da parceria entre eles é conhecida. Todo o Ceará sabe que o sucesso político dos Ferreira Gomes tem dois motivos principais: primeiro, o talento dos seus membros (são águias no exercício da política); segundo, o apoio de Tasso. Quando era apenas Deputado Estadual e uma boa promessa, Ciro recebeu o convite do “Galego” para ser o líder do Governo da Assembléia. Depois, Prefeito de Fortaleza. Em seguida, recebeu das mãos de Tasso a faixa de Governador. A partir daí, fez carreira solo como Ministro de Estado, Candidato a Presidente e Deputado Federal. Mesmo quando virou oposicionista feroz do Presidente que Tasso apoiava, Ciro continuou recebendo a solidariedade do antigo aliado. Pela manutenção da amizade a Ciro, Tasso enfrentou todos os caciques do seu partido. E nunca fraquejou. Agora, os papéis se inverteram. Resta saber se a recíproca ocorrerá.


PAULO TELES I


Paulo Teles, na década passada, era um ilustre desconhecido. Em uma noite de festa no Clube Caça e Pesca, resolveu provocar o então Prefeito Paulo Nazareno, que estava no auge do mandato. Pavio curto e pouco dado à prudência que agora busca cultivar, Nazareno reagiu. O tempo fechou. Trocaram socos e pontapés. O episódio deu notoriedade a Teles. A oposição festejou. Nas eleições seguintes, candidato a vereador, Paulo Teles era apresentado como “o homem que enfrentou o Prefeito”. Davi contra Golias. E assim ganhou uma vaga na Câmara Municipal.

PAULO TELES II

Carlos Filipe, o atual alcaide, parece que já elegeu o seu Paulo Teles. Chama-se Silveira Filho. Deficiente físico, Silveira foi um dos mais eficientes e dedicados colaboradores das duas eleições que Felipe disputou. Há alguns dias, foi abruptamente expulso do Gabinete do Prefeito. O gesto causou desconforto. A imprensa explorou. A Prefeitura publicou uma nota desmentindo. Porém, ficou mal na foto.

OBRAS I


Em verdade, o Prefeito é beneficiário de um leque significativo de obras que os governos estadual e federal despejam no município. Embora várias delas sejam fruto de um trabalho antigo, caíram no colo do gestor atual, por conta dos bons fluídos da economia. E ele competentemente fatura em cima delas, chamando para si a paternidade de todas. Poderia, como o Lula, estar deslizando na maionese. Mas sofre de um visível desgaste. Por quê?

OBRAS II

Carlos Felipe desprezou seu maior capital: a credibilidade. Mais do que um simples tocador de obras, a população delirou com sua campanha messiânica porque enxergou nele um jovem sério, médico limpo, avesso a negociatas, inimigo da corrupção, algoz da politicagem e profeta da novidade. Uma vez no poder, requentou as práticas que, com justeza, havia condenado: desprezou aliados de primeira hora, trocou cargos por apoio, deixou aflorar suspeitas de direcionamento de licitações, esconjurou movimentos grevistas e deu aval a ações nepotistas. Deixou chispa de lama respingar na bandeira de esperança que desfraldou. Guardadas as imprescindíveis proporções, suscitou uma desilusão à Collor de Melo. Certamente, ao longo do mandato, exibirá muitas obras. É trabalhador e audaz. Porém, deveria cuidar da sua obra mais importante: a de recuperar e preservar o respeito ético e a dignidade moral que despertou. Esta não é física, mas espiritual. Definitiva e nobre. Para isso, basta um freio de arrumação, um enérgico murro na mesa dos deslizes. Abrir a janela da transparência e convidar todos à sala de estar do diálogo saudável. Do contrário, nenhuma das outras obras enterrará o arranha-céu da decepção.


FICHA LIMPA

Está decidido: a Lei Complementar 135/2010, que alterou a Lei das Inelegibilidades, valerá para este ano. Também chamada de “Ficha Limpa”, essa lei estabelece casos de inelegibilidade e determina providências que visam a proteger a probidade administrativa e a moralidade no exercício do mandato. A indagação que surge é: qual a situação dos deputados mais votados em Crateús, Nenen e Hermínio? Terão problemas? A resposta é simples: não! Ambos estão livres das molduras legais previstas na Lei. Ambos poderão ser candidatos sem maiores dificuldades de natureza legal.

ALC


Este mês a Academia de Letras de Crateús estará reunida. Formalmente constituída, passará agora por uma nova fase, com os ônus e bônus da personalidade jurídica. Na pauta, calendário anual de reuniões e assuntos mais urgentes. Espaço de debate qualificado, a Academia muito há de contribuir para o avanço cultural da urbe.

PARA REFLETIR

“A personalidade criadora deve pensar e julgar por si mesma, porque o progresso moral da sociedade depende exclusivamente da sua independência”. (Albert Einstein)



(Por Júnior Bonfim - na edição de hoje do Jornal GAZETA DO CENTRO OESTE, Crateús, Ceará)


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COMENTÁRIO:


Aos 40 do segundo tempo, não restava opção ao Senador que não a ruptura com os Ferreira Gomes. Afinal, uma coalizão entre PSDB e PSB no Ceará significaria a presença, num mesmo palanque, de Ciro Gomes e José Serra, o que seria, no mínimo, paradoxal à história recente de desavenças entre os dois.

Não se pode esquecer também que, aproximando-se do PSDB, o governador Cid estaria desfazendo os laços com a fonte provedora da União, o que não se mostraria razoável, notadamente em época de eleição.

No gand finale, Tasso seria posto em banho-maria até o dia 05 de julho, prazo limite para o registro dos candidatos, não indicaria candidato do PSDB e deixaria o caminho livre para os Ferreira Gomes fazerem aliança com o PT, sem qualquer oposição ao governo do Ceará.

Ponto para o senador!

Petrus Henrique

quarta-feira, 16 de junho de 2010

CONJUNTURA NACIONAL

Perspectivas e características

Luís Pereira, pintor de parede, teve apenas 200 votos em Pernambuco. Mas virou deputado Federal. Suplente de Francisco Julião, cassado, tinha de assumir. Chegou a Brasília de roupa nova e muito comovido. No aeroporto, o potiguar Murilo Melo Filho, conta Sebastião Nery, jogou tinta na boca do novo parlamentar:

- Deputado, como vai a situação?

Pensou, pensou, olhou para um lado, olhou para o outro e tascou:

- As perspectivas são piores do que as características.

Identidade e imagem

Postas as candidaturas, a campanha começa a ganhar ares oficiais. Cada candidato terá de fazer chegar sua Identidade aos eleitores. Identidade é um composto de: pensamentos e ideias, experiências, história, atitudes e valores (plano semântico); e maneira de se vestir, de falar, de gesticular (plano estético). Identidade começa com o sufixo Idem (do latim), que significa semelhante, igual. Identidade, portanto, é a verdade da pessoa. Já Imagem é a sombra da Identidade, é a projeção. Quando a sombra está muito distante da pessoa, cria-se uma dissonância. A Imagem não corresponde à verdade. Por isso, candidatas e candidatos, procurem ajustar as Imagens que desejam transmitir aos eleitores à Identidade.

Escândalos

A pergunta é recorrente: e os escândalos farão alguma diferença? Os dossiês montados para prejudicar candidaturas surtirão algum efeito? A resposta é: não. Os eleitores sabem que todos os escândalos em princípio, meio e fim de campanha têm a finalidade de ajudar um candidato em detrimento de outro. E por saberem disso, os eleitores estão devidamente vacinados. Não se contaminam com o clima de denúncias. O efeito é apenas esse: reforça a opinião dos dois lados. Os eleitores de uns ficarão com raiva do candidato adversário; e os eleitores deste candidato ficarão indignados com o outro candidato. Zero a zero.

A decisão estará com 1/3

Pois bem, o que estamos vendo é o seguinte: 1/3 do eleitorado está apoiando José Serra; 1/3 do eleitorado está apoiando Dilma; e 1/3 do eleitorado está espiando a cena. Este 1/3 que está nas arquibancadas de observação definirá o resultado da eleição. Ele será guiado e influenciado por três fatores: o conforto econômico (40%), os patrocinadores (30%), como Lula, governadores, prefeitos e outras lideranças políticas e perfis (30%), correspondendo à avaliação que os eleitores farão da Identidade e da Imagem dos candidatos. Essa é mais ou menos a equação eleitoral. Conte-se, ainda, com o detalhe abaixo.

Minas, síntese do Brasil

Tenho dito e repetido: a eleição passa por Minas Gerais. Este Estado é a síntese do Brasil. Nos últimos cinco pleitos, Minas foi o Estado que registrou a menor diferença entre o índice nacional e os índices regionais, algo em torno de 5%. Quer dizer que Minas aponta o caminho da vitória dos candidatos. Os vitoriosos em todos os grandes pleitos contemporâneos ganharam também em Minas Gerais. Que tem 14 milhões e 300 mil eleitores. E o eleitorado mais indeciso do país. Na última hora, tira o voto do colete.

A força dos debates

Os debates têm importância central em uma campanha. Por meio deles, o eleitor afere os contendores, estabelece comparações, avalia posições etc. Um candidato mais nervoso, mais preparado, mais tenso, com menor domínio temático, explosivo, contundente, tranqüilo, educado, mais grosseiro: eis aí o painel de características e condições dos perfis captadas pelos eleitores. O preparo para os debates ajuda, mas as situações incontroláveis poderão desestabilizar uma candidatura. Ciro Gomes chamou um eleitor de burro pelo rádio; outra feita, indagado sobre o papel de sua mulher, Patrícia Pillar, na campanha, disse que ela era importante: dormia com ele. Caiu nas pesquisas. Foi grosseiro.

O papel de Lula

O que vimos, até agora, foi um ensaio de campanha. Que pegará fogo após a Copa. Lula já prometeu usar toda a munição que tem no seu arsenal. E mais: desafia Serra, querendo saber se o ex-governador tem mesmo "sangue de barata", porque fará ele, Lula, muitas provocações para tirar o tucano da seriedade. Lula é macaco velho. Respira política pelos poros. Aprendeu as maldades nos tempos do sindicalismo maquiavélico. Forjou sua experiência com muitas derrotas. Diz que seu maior projeto de vida é: eleger Dilma.

Cancelo chuvas

A seca era medonha. A Paraíba em desespero, o governador aflito. Um dia, caiu uma chuva fininha no município de Monteiro. Inácio Feitosa, o prefeito, correu ao telégrafo:

"Governador José Américo: chuvas torrenciais cobriram todo município de Monteiro. População exultante: Saudações, Feitosa”.

Os comerciantes da cidade, quando souberam do telegrama, ficaram desesperados. O município não ia mais receber ajuda. Ainda mais porque a mensagem era falsa e apressada. Feitosa correu de novo ao telégrafo:

"Governador José Américo: cancelo chuvas. População continua aflita. Feitosa, prefeito".

A favorita

Hoje, a ex-ministra é a franca favorita do pleito. E a razão é simples: peguem os dados da equação descrita no início da Coluna e somem os fatores positivos – a favor e contra ela. Façam a mesma coisa em relação a Serra e Marina. A conclusão é a de que a pirâmide social foi toda ocupada por programas do governo Lula. Tenho usado um conceito simbólico para expressar o favoritismo de Dilma Rousseff: o Produto Nacional Bruto da Felicidade (dinheiro no bolso com certo conforto social) aponta na direção dela. Serra, por sua vez, terá dificuldade em montar o discurso, que deverá se pautar por verbos como: melhorar o que existe, ampliar os programas, aumentar a rede social etc. Se disser que vai mudar alguma coisa – que está dando certo – poderá ser rejeitado.

Mudanças

Então, não poderá Serra usar o termo mudança? Ele tem usado o slogan: o Brasil pode mais. E fará mais com ele. Essa foi a saída encontrada por seus marqueteiros. Mas ele poderá usar mudança ao se referir a aspectos da macroeconomia, área que não é palatável para as massas. Serra tem dito que vai baixar os juros e o empresariado gosta dessa abordagem. Mexerá, ainda, na política de câmbio, para evitar um câmbio tão baixo, que prejudica as exportações, tema também do agrado de setores como o agronegócio. Mas a palavra mudança, quando focada para os braços sociais, dá pesadelo.

Campanha negativa


Os candidatos terão de controlar muito a expressão. E a razão é muito conhecida: campanha negativa não ajuda candidatura. Quem se prestar ao esforço de passar uma campanha xingando, acusando, criando atritos, poderá ser visto como perfil negativo. É claro que os contendores devem reagir à altura diante de acusações pesadas. Mas o substantivo é melhor que o adjetivo em campanha eleitoral. Porque eleva as pessoas, conferindo-lhes uma taxa de liturgia e seriedade.

História (1)

Depois de nove anos em campanha, Alexandre, o Grande, parou de conquistar povos. Essa parada ocorreu no dia em que ele se preparava para cruzar o rio Beas, na Índia. O general gritou: "Adiante!". Os homens responderam: "Nem pensar". E assim tudo se acabou. Alexandre já não conquistava a admiração de seu Exército. Por que seus homens se recusaram a continuar? Uns dizem que os soldados estavam com saudades de casa. Outros de que estavam cansados de aguentar chuvas. O biógrafo Peter Green é de opinião que eles finalmente compreenderam que o objetivo de Alexandre era conquistar o mundo. E eles não estavam dispostos a tanto.

Avanço e recuo em SC


Eduardo Moreira, presidente do PMDB de Santa Catarina, procurou o presidente nacional do partido, Michel Temer, para que este marcasse uma reunião com Dilma Rousseff. Michel marcou. Na reunião, garantiu aliança com o PT no Estado. Firmou posição. No sábado, os convencionais de SC votaram na convenção do PMDB, em Brasília. Na segunda-feira, Temer é surpreendido com a virada. Moreira virou vice na chapa de Raimundo Colombo, do DEM, candidato ao governo. Este consultor ouviu um Temer furioso, bem diferente do perfil equilibrado. Dizia ele: André Pucinelli, do Mato Grosso do Sul, sempre me dizia que iria apoiar Serra. Jarbas Vasconcelos sempre se manifestou também na direção do PSDB. Ao contrário de SC. Que traiu o compromisso. A direção pensa em intervenção em SC.

Exposição de Serra

Depois da ascensão de Dilma, na esteira de ampla visibilidade, espera-se a subida de Serra na montanha eleitoral. Mas há um busílis: a Copa. Serra vai aparecer muito – inserções do DEM, PPS e PSDB – no meio dos jogos. Ou seja, haverá certo processo de canibalização. Será esmaecido pela catarse futebolística. De qualquer forma, tenderá a crescer. Se não ocorrer, sinal vermelho. Quando a Copa acabar e se o empate continuar, na escala de 0 a 100, Dilma sobe para uma escada com uma inclinação de 65 graus.

Jogo a zero grau?

Essa Coluna é fechada na terça. Vou arriscar: 2 a 1 para o Brasil. Se der mais, ótimo. Se não, indignação. Nesse momento, os leitores se dividem entre esses dois sentimentos. Pequena vitória é meia frustração. Empate e derrota são motivos de intenso xingamento. Culpa de quem? Da pouca pomada que o médico da seleção, José Luiz Runco, botou nos jogadores para aliviar o frio de zero grau? Se o resultado for ótimo, foi densa a camada de pomada.

Precisamos trabalhar


O brigadeiro Eduardo Gomes fazia, no largo da Carioca(Rio de Janeiro), seu primeiro comício da campanha presidencial de 1945. A multidão o ouvia em silêncio:

- Brasileiros, precisamos trabalhar!

Do meio do povo, uma voz poderosa gritou:

- Já começou a perseguição!

Bagunça geral. O comício quase acabou.

Cadê o Skaf, hein?

Cadê o socialista Paulo Skaf, hein? Ele é o único caso na história do marketing político no Brasil que contratou um marqueteiro bem antes de homologar a candidatura. Duda Mendonça será o homem da cosmética publicitária. Se alcançar 5% dos votos em SP, poderá se considerar um político iniciante com razoável performance.

Olho na Rede Globo

Há um olho apurado sobre a cobertura das eleições pelo Grupo Globo. Aliás, o Grupo fez questão de produzir uma Carta de Princípios para orientar a cobertura das eleições. Nenhum de seus colaboradores poderá fazer campanha nos textos que produzem. Ou dar ênfase a um em detrimento de outro. O jornal O Globo com seu Estatuto das Eleições produz, assim, uma vacina ética contra futuras versões sobre cobertura tendenciosa. O Grupo se compromete a cobrir com equilíbrio, independência e pluralidade. Aqui pra nós, Lula acha que a Rede Globo favorece os tucanos.

História (2)

A derrota de Napoleão costuma ser atribuída ao inverno russo. Aliás, esse sempre foi o argumento usado pelo próprio. Mas o exército napoleônico estava arrasado bem antes de o inverno chegar. Napoleão deixou Moscou com cerca de cem mil homens. Em 12 de novembro de 1812, primeiro dia em que a temperatura caiu abaixo de zero, haviam sobrado apenas quarenta e um mil. Não foi apenas o frio do inverno que matou os soldados. Foram as doenças. O clima enfraqueceu os homens de Napoleão, mas a temperatura não estava fria o suficiente para matá-los. O exército de George Washington, décadas antes, sobreviveu a clima muito pior. A descoberta mais estranha dos historiadores é que seu exército provavelmente sofreu tanto com o calor como com o frio. O verão russo de 1812 foi tão quente que dezenas de milhares de seus soldados morreram de insolação e desidratação.

Conselho a Dunga

Esta coluna dedica sua última nota a pequenos conselhos a políticos, governantes e líderes nacionais. Na última coluna, o espaço foi destinado ao pré-candidato ao governo de Minas Gerais, senador Hélio Costa. Hoje, volta sua atenção ao técnico Dunga:

1. Use todos os seus conhecimentos e experiência para que os jogadores brasileiros alcancem a única meta que interessa: a vitória.

2. Os jogadores brasileiros têm um algo a mais : criatividade, genialidade, capacidade de improvisação. É claro que sua visão dura – voltada exclusivamente para a eficácia – poderá, eventualmente, canibalizar a força criativa do conjunto. Mas deixe o grupo usar também a genialidade.

3. Diz-se que você tem ouvidos moucos para a opinião pública. Dunga, a chamada Pátria de Chuteiras pede que seja também ouvida.

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(Por Gaudêncio Torquato)

AMANHÃ É DIA DE MAIS UMA EDIÇÃO DO JORNAL GAZETA DO CENTRO-OESTE!


OS SEGREDOS DE UM RELACIONAMENTO

A vida é cheia de ilusões. Mais ainda: muitos relacionamentos são o próprio mundo das ilusões. As pessoas se iludem muito e depois se decepcionam com as fantasias que elas mesmas criaram.

Talvez a maior ilusão seja construída em torno daquela conhecida frase das histórias de cinema: “E foram felizes para sempre.”

A verdade é que encontrar uma pessoa, se apaixonar, namorar e casar é apenas o ponto de partida para uma nova caminhada na nossa vida.

Mas tem um segredo: Pessoas felizes constroem um casamento feliz. Pessoas infelizes constroem casamentos infelizes. Então, você tem que dar um jeito de ser feliz sozinho, antes de querer ser feliz junto de alguém.

A primeira ilusão que as pessoas têm é de que o casamento vai resolver seus problemas. Mas casamento não resolve problema de ninguém. Pelo contrário, se você tiver essa ilusão, o casamento vai aumentar os seus problemas.

A segunda ilusão é querer encontrar a pessoa perfeita para ter como companheiro. Não busque a perfeição. Essa é uma meta inatingível. Nem você é perfeito, nem vai encontrar a pessoa perfeita.

O casamento dá certo para pessoas que não são dependentes uma da outra. Os dois têm de aprender a crescer juntos.

Mas, o mais importante de tudo é saber que o outro sempre é o seu espelho. Quando você critica o outro, na verdade não está falando dele, está falando de si mesmo. Sempre que você reclama algo de alguém, é preciso perceber como esse problema começa antes em você.

É importante entender, se quer ter um relacionamento que dê certo na sua vida, que tudo o que acontece com você, é você mesmo quem provoca.

Portanto só você mesmo pode mudar. Só você pode escolher o que quer para a sua vida, para os seus relacionamentos. A escolha é sempre sua. Portanto, olhe para dentro de você e realize a sua vocação: deixe aparecer o ser amoroso que você é.

Cuide bem de seus relacionamentos e seja feliz.


Um abraço,

Roberto Shinyashiki

terça-feira, 15 de junho de 2010

TASSO ANUNCIA QUE CANDIDATO DO PSDB AO GOVERNO SAI NA SEGUNDA

rompimento do PSDB com o governador Cid Gomes foi confirmado hoje durante encontro de três horas do senador Tasso Jereissati com 45 prefeitos. Tasso aproveitou a reunião para anunciar que até segunda, 21, o PSDB estará lançando o candidato do partido ao Governo do Ceará. O instituto Ibope já foi contratado para fazer uma pesquisa com vários cenários eleitorais que vão definir o melhor nome. Há dois fortes candidatos: o deputado estadual Marcos Cals e o empresário Beto Studart.

A conversa de Tasso com os prefeitos retratou os últimos acontecimentos da política cearense. Sem esconder seu sentimento de ter sido traído pelo governador Cid Gomes e também por seu amigo, deputado federal Ciro Gomes, Tasso disse que "a coragem da família Ferreira Gomes acabou no dia em que Lula(presidente) desembarcou no Ceará(no dia 8 de junho)".

Tasso explicou aos prefeitos que procurou Cid Gomes para negociar os termos da aliança eleitoral do PSDB com o PSB. Primeiro, contou Tasso, Cid pediu que aguardássemos o retorno de Ciro do exterior. Depois, sugeriu que esperasse sua volta da Copa do Mundo. Sem uma definição eleitoral e com o tempo passando, Tasso disse que resolveu cobrar uma decisão do governador Cid Gomes.

Para surpresa de Tasso, segundo contou aos prefeitos, o governador Cid Gomes não atendia as ligações e nem retornava os telefonemas. Constatado esse fato, Tasso afirmou que resolveu telefonar para o seu amigo, deputado federal Ciro Gomes. Mas, o estranho disse Tasso, é que Ciro também não me deu nenhum retorno. "Agora quem manda é o Ivo".

Sem esconder sua revolta, o senador Tasso Jereissati aproveitou a reunião com os prefeitos para fazer um desabafo. Declarou que no momento oportuno irá provar porque " Ciro Gomes não é um homem de palavra". Não quis dar detalhes dessa forte declaração que revela o estremecimento não apenas político mas também pessoal de Tasso e de Ciro Gomes, numa amizade de 24 anos que está trincada pelo que sentiram todos os prefeitos presentes ao escritório do senador.


(Por Donizete Arruda)

segunda-feira, 14 de junho de 2010

"A SELEÇÃO DE DUNGA"


Na Copa do Mundo de 90, na Itália, o técnico foi Sebastião Lazaroni, que um ano antes ganhara a Copa América, competição na qual o Brasil não ia bem (a conquista de 89 quebrou um jejum de quarenta anos nesse torneio, que até então era o preferido de argentinos e de uruguaios). Com a conquista da Copa América, Lazaroni teve carta branca da CBF e levou para a Itália a primeira geração pós Zico, Falcão e Sócrates. Esta geração, como se sabe, perdeu as Copas de 82 e 86. Lazaroni, então, formou uma seleção com alguns egressos de 86, mas fundamentalmente com espírito diverso da geração anterior e que tinha no meio-campista Dunga uma espécie de emblema daquele grupo que foi para a Itália com o peso de conquistar um título que há 20 anos o Brasil perseguia.

A seleção de 90 não se deu bem, foi eliminada justamente pela Argentina de Maradona, e aquele time passou para o anedotário do futebol como a "Geração Dunga". A história tem seus caprichos e, em 94, Dunga, capitão da seleção contra a vontade de muitos que o viam de sobrolho, levantou a Copa do Mundo, num feito esperado por 24 anos. Dunga, ainda, em 98, novamente como capitão da seleção, chegou a outra final de Copa do Mundo, contra a França. O Brasil, como todos sabem, perdeu a final, mas não lembro outro capitão de seleção em qualquer país que tenha chegado a duas finais seguidas de Copa do Mundo (quem foi o capitão italiano nas finais de 34 e 38? O jornalista Paulo Vinícius Coelho, do ESPN e jornal Folha de S. Paulo, que se esmera com memória invulgar, responderia de bate pronto?).

Dunga e sua geração foram estigmatizados em 90, ganhou a Copa de 94, mas, quando a Copa acabou, voltou-se para a imprensa e disse: esse título é para vocês, seus traíras! Na época, com o título, Dunga tinha um alvo bem fixo: a imprensa esportiva. O tempo passa e, após a controvertida participação na Copa da Alemanha em 2006, Dunga foi chamado pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, para técnico da seleção. No início, desconfiança; depois, títulos, vitórias incontestes sobre a arquirival Argentina, sobre o Uruguai em Montevidéu, classificação antecipada para a Copa Sulafricana de 2010. Mas, após a convocação, a imprensa bate pesado em Dunga, que, quando tem microfones e holofotes, revida com virulência que impressiona.

Recentemente, em entrevista coletiva, Dunga afirmou, para afrontar os jornalistas, que a seleção era sua. Se perder, será ele e sua seleção que serão derrotados e, portanto, alvos de ira jornalística. Dunga, por isso, foi acusado de levar para o "pessoal" o que é um trabalho jornalístico. O que se pode extrair é que Dunga, como figura do futebol brasileiro, marca como poucos (como jogador ou agora como técnico) sua passagem na seleção. Com seu estilo duro e seco, ele não agrada a gregos e troianos, mas creio que seria o caso de observá-lo com um olhar, digamos, mais pausado: ele tem história, sabe o que é futebol para além das pranchetas dos jornalistas especializados (tenho em vista principalmente Paulo Vinícius Coelho), ganhou, perdeu, foi estigmatizado e convocou uma seleção praticamente pautada pela relação de confiança num grupo que se formou ao longo desses últimos quatro anos.

Espera-se que uma seleção não agrade a todos. A "seleção de Dunga" não é a que muitos gostariam, mas o que muitos podem não gostar, e isso não tem importância, é que ele dá a incautos e especialistas, com certa generosidade inconsciente, motivos para pensar. Se perder esta Copa, como ele e todos nós sabemos, será execrado; se ganhar, pode até ser desdenhado, como muitos desdenham a conquista de 94, mas a terá ganho e, junto ao coro dos ressentidos, ouvir-se-á: HEXA! O que se pode aprender com Dunga e sua seleção? Revelamo-nos à altura dos acontecimentos quando nos elevamos na vitória e na derrota, não quando choramos e procuramos culpados, como crianças imberbes que não têm a bola só para si.

Mas o que quer dizer que Dunga leva para o lado "pessoal" o que seria um trabalho jornalístico? Creio que há muito tempo o trabalho da imprensa esportiva em época de Copa do Mundo, principalmente, carece de autocrítica. Para além da ajeitada de meia de Roberto Carlos na jogada que resultou no gol de Thierry Henry na derrota para a França na Copa de 2006, a imprensa tem também grande parcela de culpa pelo insucesso da seleção. O papel da imprensa esportiva é ― todos com bom senso hão de concordar ― cobrir a seleção, manter-se numa posição quase neutra para falar o que acontece, digamos, de "bom" e de "ruim". Mas muitos, muitos jornalistas acabam por ter uma influência que vai além da mera cobertura profissional. Num momento como o de Copa do Mundo, de ânimos exacerbados e de paixões incontidas, muitos jornalistas esquecem o profissional e falam da seleção como se fosse uma coisa "pessoal", de torcida a favor ou contra conforme não tenham a seleção que desejam.

O que esperar dos jornalistas? Na posição em que eles estão, menos paixão, mais discernimento e cultura futebolística. Dunga tem história e sabe bem mais de futebol do que possa desconfiar nossa vã filosofia. O que esperar de Dunga? Que, se perder, tenha a dignidade e grandeza que tem demonstrado ao longo de sua carreira: uma derrota, como os gregos ficaram sabendo com os trezentos liderados por Leônidas em Termófilas, não é simplesmente uma derrota. Basta, para tanto, ler as belas páginas de Heródoto. As derrotas em 82 e 86 serviram para que não se cometessem erros similares em 94. A derrota em 2006 traz uma experiência a não ser seguida agora em 2010. A presença de Dunga como técnico da seleção afirma que em 2010 não se repetirá o que ocorreu em 2006.

Dunga leva para o pessoal? Aí os jornalistas precisariam ter grandeza. Em certos momentos, argumentar que alguém leva para o "pessoal" tem algo como falar da bota do soldado antes do desembarque na Normandia. Quem entra em campo de batalha sabe o que pode sofrer, ou pelo menos o que o espera. Imagino no Dia D um soldado a reclamar que a guerra era uma questão pessoal. Estabelecidas as bases para o embate, não posso me esconder sob o manto dos sentimentos pessoais, com o risco de parecer criança sem a bola do jogo. Ao bater, é ingênuo exigir que meu oponente não me bata com força igual ou maior.

O que parece mais saliente com esta "seleção de Dunga" é que grande parte da imprensa está tendo, como teve no passado, grande dificuldade para reagir com grandeza no caso de uma conquista ou de uma derrota. O que espero dos jornalistas em caso de uma vitória não é outra coisa senão lembrarem sempre que essa é a "seleção de Dunga", que assim se manifestou para lembrar que seu time não satisfaz o desejo de grande parte imprensa. Mas, a essa altura, alguém pode imaginar que creio que segmento expressivo da imprensa esportiva torce contra a seleção.

Não acredito, sinceramente, que algum jornalista sério, mesmo que espinafre a seleção de Dunga, torça contra ela. Acredito é que o jornalismo esportivo no Brasil, em grande parte, reverbera a voz da galera, ecoa paixões incontidas, se dispersa em dores de jogadores como Kaká, fofocas de corredores e perde o senso de grandeza e de responsabilidade diante do evento. Raras vezes, cito Juca Kfouri (da ESPN e Folha de S. Paulo), vi um jornalista fazer meaculpa. Não é, portanto, que muitos bons jornalistas torcem, digamos, contra, é que perdem o senso do que dizem e de seus efeitos. Se não quero levar meu alvo de crítica a falar e depois, em momento de fraqueza, acusá-lo de levar para o "pessoal", eu teria que ter discernimento e acuidade para acusar a mulher de Cesar sem ofender Cesar.

Humberto Pereira da Silva