sábado, 25 de abril de 2009

O PODER DO SONHO!

COISAS QUE A VIDA ENSINA DEPOIS DOS 40



Amor não se implora, não se pede não se espera...
Amor se vive ou não.

Ciúmes é um sentimento inútil. Não torna ninguém fiel a você.
Animais são anjos disfarçados, mandados à terra por Deus para mostrar ao homem o que é fidelidade.

Crianças aprendem com aquilo que você faz, não com o que você diz.

As pessoas que falam dos outros pra você, vão falar de você para os outros.

Perdoar e esquecer nos torna mais jovens.

Água é um santo remédio.

Deus inventou o choro para o homem não explodir.

Ausência de regras é uma regra que depende do bom senso.

Não existe comida ruim, existe comida mal temperada.

A criatividade caminha junto com a falta de grana.

Ser autêntico é a melhor e única forma de agradar.

Amigos de verdade nunca te abandonam.

O carinho é a melhor arma contra o ódio.

As diferenças tornam a vida mais bonita e colorida.

Há poesia em toda a criação divina.

Deus é o maior poeta de todos os tempos.

A música é a sobremesa da vida.

Acreditar, não faz de ninguém um tolo. Tolo é quem mente.

Filhos são presentes raros.

De tudo, o que fica é o seu nome e as lembranças acerca de suas ações.

Obrigada, desculpa, por favor, são palavras mágicas, chaves que abrem portas para uma vida melhor.

O amor... Ah, o amor...
O amor quebra barreiras, une facções,
destrói preconceitos,
cura doenças...
Não há vida decente sem amor!
E é certo, quem ama, é muito amado.
E vive a vida mais alegremente...

© Artur da Távola

LIÇÕES DO STF



Ontem, recebi o seguinte e-mail do ilustre Conselheiro do TCM-Ceará, doutor Pedro Ângelo:

CARÍSSIMOS COLEGAS,


1. Os que são "do ramo" e até mesmo os leigos que assistem a TV-JUSTIÇA e lêem sobre o Supremo Tribunal, sabem que o MIN.JOAQUIM BARBOSA, é tido como um dos mais sérios ministros do STF. Aliás, já foi capa da revista VEJA, nessa linha.

2. Por outro lado, ele tem se envolvido em constantes discussões excessivamente acaloradas, que fogem um tanto a liturgia que costumávamos ver na nossa Corte Suprema. Isto também é fato notório. Basta recordar seus debates anteriores com o Min. Marco Aurélio, Gilmar Mendes, e outros. Tudo indica que ele tem o "pavio um pouco curto".

3. Pois bem. Ontem toda a imprensa nacional mostrou ao vivo e a cores, o que chamou de "bate-boca" entre o Min. Joaquim e o Min. Gilmar. Certamente todos vocês já sabem e muitos assistiram na TV, mostrado ao Brasil inteiro.

4. A noite, após o lamentável episódio, vi pelo computador vários INTERNAUTAS se manifestarem sobre o fato e a esmagadora maioria (90%) apoiava a atitude do Min. Joaquim Barbosa. Muitos diziam: "parabéns, você disse o que o Brasil inteiro queria dizer" .
Agora, recebi o Boletim de 22-04-09, do site CONSULTOR JURÍDICO, e nele verifico dado novo que eu desconhecia. Nele consta que o Min. Joaquim já havia votado questão semelhante (embargos declaratórios pleiteando modulação dos efeitos da inconstitucionalidade -(desculpem os leigos o tecnicismo)), já havia votado, repito, em sentido exatamente contrário ao voto que acabara de proferir, motivo porque o Relator Min.Gilmar, apontou a contradição.

5. Ficaria não apenas feliz, mas, sobretudo, lisonjeado, se os amigos-destinatários me respondessem informando: "Quem errou especificamente nesse caso", ou seja, quem se comportou mal: o Min. Gilmar ou o Min. Joaquim ???

Abrs. Pedro Ângelo


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Eis a minha resposta:

Esse episódio do STF – que durou poucos minutos – restou prenhe de lições e/ou reflexões para a comunidade jurídica.

Destaco três aspectos:

1. DO COMPORTAMENTO RELACIONAL DOS JULGADORES – Em que pese ter feito História – o primeiro negro a tomar assento na mais alta Corte de Justiça Brasileira – o ministro há que vencer os obstáculos que dificultam a interface com os confrades, sob pena de macular irremediavelmente a própria imagem. Julgar monocraticamente é fácil, pois inexiste o contraditório no momento da elaboração da sentença ou decisão – nesse caso, o Estado Juiz assume feições absolutistas. Julgar colegiadamente implica um exercício convivencial de culto ao debate, de absorção do pensamento divergente, de respeito à diferença – aí a dicção judiciária estatal ganha contornos parlamentares. Embora penosa, árdua e, por vezes, frustrante, esta última é bem mais democrática. O ministro Barbosa, parece, tem um perfil pouco habituado à seara do colegiado. Nesse ponto, equivocou-se.

2. DA POSTURA NO DEBATE – o integrante de qualquer corpo ou colegiado importante e referencial – sobretudo o militante de uma alta Corte de Justiça – há que se policiar na condução das contendas verbais. Lembrar permanentemente Rui Barbosa: "Não sou dos que rebaixam o debate, convertendo-o em pugilato. Elevo-o à região das idéias: não o arrasto pela das personalidades." Ao sair do altiplano da polêmica jurídica e deslizar para o pântano da refrega pessoal – malgrado o alerta censurativo à excessiva incursão midiática do Presidente da Casa – o ministro manchou um pouco a toga.

3. DA QUESTÃO DEONTOLÓGICA – outra questão que o confronto sub oculi suscitou está ligada ao conjunto de regras e princípios que regem a conduta de um profissional ou à ciência que estuda os deveres de uma determinada profissão: a deontologia. Ao lançar o petardo de que o Gilmar Mendes estava fora de sintonia com “a voz das ruas”, Joaquim Barbosa retoma um milenar debate que sempre recrudesce na arena jurídica: o juiz deve ou não pautar suas decisões ao sabor do juízo popular. Penso em sentido inverso ao esposado pelo brilhante Ministro. A voz das ruas – vitaminada pela emocionalidade, freqüentemente temperada pela irracionalidade – jamais poderia servir de base doutrinária principal dos julgados. Foi seguindo a voz do povo que os Juízes do tempo de Jesus o condenaram à morte. Aliás, dispõe a Lei 8.906/94 que o operador do direito há que atuar no exercício da profissão com “independência em qualquer circunstância e sem nenhum receio de incorrer em impopularidade”.

Essa a nossa modesta opinião.

Júnior Bonfim

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CARO AMIGO JÚNIOR BONFIM,

1. Obrigado por sua preciosa atenção.

2. Concordo plenamente com suas observações. Aliás, o artigo do "ESTADÃO" que você mandou tá em cima do mote!

3. Lamentavelmente, o Min. Joaquim Barbosa, um homem sério, não tem sabido conviver em órgão Colegiado.

Abrs. Pedro Ângelo

sexta-feira, 24 de abril de 2009

PARA REFLETIR!



Uma mulher chega apavorada no consultório de seu ginecologista e diz:

- Doutor, o senhor terá que me ajudar num problema muito sério. Este meu bebê ainda não completou um ano e já estou grávida novamente.
Não quero filhos em tão curto espaço de tempo, mas num espaço grande entre um e outro...

O médico então perguntou:

- Muito bem. O que a senhora quer que eu faça?

A mulher respondeu:

- Desejo interromper esta gravidez e conto com a sua ajuda.

O médico então pensou um pouco e depois de algum tempo em silêncio disse para a mulher:

- Acho que tenho um método melhor para solucionar o problema. E é menos perigoso para a senhora.

A mulher sorriu, acreditando que o médico aceitaria seu pedido.

Ele então completou:

- Veja bem minha senhora, para não ter que ficar com dois bebês de uma vez, em tão curto espaço de tempo, vamos matar este que está em seus braços. Assim, a senhora poderá descansar para ter o outro, terá um período de descanso até o outro nascer. Se vamos matar, não há diferença entre um e outro. Até porque sacrificar este que a senhora tem nos braços é mais fácil, pois a senhora não correrá nenhum risco...

A mulher apavorou-se e disse:

- Não doutor! Que horror! Matar um criança é um crime.

- Também acho minha senhora, mas me pareceu tão convencida disso, que por um momento pensei em ajudá-la.

O médico sorriu e, depois de algumas considerações, viu que a sua lição surtira efeito.

Convenceu a mãe que não há menor diferença entre matar a criança que nasceu e matar uma ainda por nascer, mas já viva no seio materno.

O CRIME É EXATAMENTE O MESMO!!!!!

**Se gostou, repasse. Juntos podemos salvar uma vida!**

Você sabe desde quando Deus te ama? DESDE O VENTRE DA TUA MÃE!

Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe; e no teu livro todas estas coisas foram escritas; as quais em continuação foram formadas, quando nem ainda uma delas havia.(Salmos139:16)

(Enviado por Gabriel Vale)

FÓRUM DE COMANDATUBA



Conversas

- Deputado, ouvi uma pessoa falando de você...

Bem rápido, o deputado retruca:

- Quem foi? Até agora, não provaram nada, não é?

A piadinha corria solta nas conversas em torno do Fórum de Comandatuba, realizado no último fim de semana.

O clima esquentou em certos momentos. A tensão chegou ao pico por ocasião de cobranças do empresariado à classe política. Este escriba registra pinceladas de suas conversas com deputados federais (cerca de 20), senadores (6), governadores (uns 10) e ministros (7).

Campos, boa cabeça

O governador Eduardo Campos é uma das melhores cabeças da nova geração política. Possui visão de conjunto e se guia pelo conceito de focos e prioridades. Sabe ouvir muito bem. Registra uma aprovação espetacular à sua administração, em Pernambuco, Estado que soma os maiores recursos de investimentos (somei mais de R$ 10 bilhões) entre os 9 entes nordestinos. O presidente do PSB tem uma dúvida: a base governista deve sair com um(a) candidato(a) - Dilma Rousseff - ou dois no pleito de 2010? É conveniente lançar um segundo candidato para facilitar um segundo turno contra o candidato oposicionista, José Serra ou outro?

O segundo candidato

Leitura deste escriba: a conveniência do lançamento de dois candidatos vai depender das circunstâncias. A serem avaliadas no ciclo pré-eleitoral, no início do próximo ano. Se o clima de confortabilidade social e geral se mantiver em alta, a candidata Dilma poderá correr sozinha. A polarização certamente se desenvolverá de maneira quase natural. Se a crise resultar em mais desemprego e desconforto, o candidato de oposição tenderá a manter seus bons índices. Nesse caso, seria oportuno o lançamento de dois candidatos situacionistas.

Ciro, o briguento

Ciro exibe perfil briguento. Poderá ser o lutador para bater no ringue de Serra. E, assim, preservar Dilma Rouseff. O deputado do PSB sabe, porém, que seu índice deverá girar em torno de 10%. Ademais, Ciro pertence ao cordão do passado. Enquanto Eduardo Campos sinaliza a direção do novo, da diferenciação inovadora.

Aécio, o melhor

Aécio seria um bom candidato? Afora as opiniões de tucanos, senti certa convergência de ideias em torno dessa hipótese: Aécio Neves teria maior potencial de votos. Jovem, irradiando simpatia, cheio de sorrisos, e um discurso emotivo: "com a ajuda dos brasileiros, queremos resgatar o legado que Minas Gerais perdeu, com a morte de Tancredo. Minas precisa voltar a ter um presidente como o mineiro Juscelino Kubitschek". Atrás do palanque, podemos enxergar a foto do velho Tancredo, com aquele sorriso matreiro de Mona Lisa e, ao seu lado, a estampa sorridente de Juscelino. Minas Gerais tem 14 milhões de votos, o segundo maior colégio eleitoral do país.

Serra, o experiente

Dizem, porém, que a cúpula tucana não deixará Aécio ser candidato. E mais: ele seria quase forçado a aceitar ser o vice na chapa do Serra. Esse é o risco que poderá enfrentar. Até porque Aécio obteria facilmente o mandato de senador. O governador paulista, por sua vez, que venderá o produto experiência, terá imensa dificuldade em sustentar 45% de intenção de voto até o pleito de 2010. Essa é a taxa que ostenta hoje.

Alckmin, cheio de sorrisos

Sorriso permanente. Essa foi a cara de Geraldo Alckmin, em Comandatuba. Feliz ante o consenso de que deverá ser um candidato quase imbatível ao governo de São Paulo. Sorri até para quem lembra que o candidato in pectore de José Serra se chama Aloysio Nunes Ferreira, chefe da Casa Civil. Alckmin tem futuro. Ao contrário do que alguns podem imaginar, não chegou ao final da linha. Tem lastro. E voto.


"O gato com sentido em três ratos não pega nenhum." (Eduardo Campos, conversando com este escriba, pinçou o axioma nordestino)


Meirelles será candidato

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, em sua exposição de teor muito técnico, mostrou que o Brasil tem um bom suporte para enfrentar pequenos e médios dissabores. Não deu para distinguir se o pior da crise já passou. O cara é muito cauteloso. Só escancarou a boca quando ouviu o senador Aloízio Mercadante esbanjar otimismo. Foi quando disse que, sem os elos que o prendem ao governo, poderia ser mais eloquente e incisivo. Este momento poderá surgir como um tapete estendido em direção ao governo de Goiás ou mesmo à cúpula do Senado.

Mercadante esbanja otimismo

Já o senador Mercadante esbanja otimismo quando diz que, logo, logo, o Brasil sairá da 10ª economia mundial para ficar na 5ª. E sairá da crise melhor do que está hoje. Fez uma boa exposição, com aplausos gerais. Sua fala sugere que o pior da crise já passou. Bom de papo, mas ruim de vôlei de piscina. Essa é a retribuição do escriba à comparação que ele fez entre minha análise política e a performance esportiva. Minha equipe, com a ajuda da atriz Regina Duarte, perdeu feio. Não adiantou a corrente comandada por Regina, sob nosso brado de guerra.


"Não gosto de São Paulo, prefiro o Rio de Janeiro. Quando vou a São Paulo, penso que estou procurando emprego." (Ao ouvir este desabafo, este escriba replicou: "como boêmio, você não conhece a noite paulistana. Fervente e densa. Pensa que o Rio ainda é a capital da boemia. Isso é passado". O ministro das Relações Institucionais não se convenceu. Ficou o dito pelo não dito.)


Stephanes, o bom senso

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes (PMDB-PR), é um sujeito de linguagem objetiva e concisa. Diz o que pensa, de maneira densa, sem colocar adjetivos a mais nem substantivos a menos. Fez ótima exposição chamando a atenção para os desvios burocráticos que acabam desincentivando investimentos em muitos Estados. É muito saudável ouvir um ministro do governo Lula execrando a burocracia no campo da sustentabilidade ambiental. O que ele disse endossa a abordagem do artigo Idade da Razão, que escrevi no Estadão do último domingo.

Um escudo para cobrir 80%

Stephanes apresentou dado que causou impacto. Somando as terras indígenas, os espaços dos quilombolas, as encostas de determinados espaços preservados, locais que formam o patrimônio público, terrenos da marinha, enfim, todos os espaços cobertos pela legislação protecionista, cerca de 80% do Brasil ficam sob esse gigantesco escudo. Parcela ponderável desse gigantesco território é alimentado pela burocracia.


"As mulheres paulistas são exímias na arte de interpretar e assumir a ginga das baianas quando dançam. Mas as baianas não conseguem acompanhar o ritmo das paulistas em matéria de trabalho." (Senador Mercadante, brincando com os baianos, ao contemplar o desempenho de uma paulista, convocada pelo líder da banda Chiclete com Banana, "a mostrar o que paulista tem".)


Braga, a carga técnica

O governador do Amazonas, Eduardo Braga (PMDB), expressa argumentos sólidos sobre a sustentabilidade ambiental do Amazonas e da Amazônia Legal em comparação com o mundo. Usa gráficos, desenhos e estatísticas, adornadas de adereços lingüísticos, que denotam o esforço do governador para fazer bonito em apresentações nacionais e internacionais. Passa a ideia de ter passado no vestibular da Embrapa a agências congêneres espalhadas pelo mundo. Fez a lição de casa.

Luiza Ferina Trajano

Luiza Trajano, a comandante do Magazine Luiza, é conhecida por não ter papas na língua. Cobrou dos políticos moralização de costumes e padrões. Mas não fez a distinção entre atores e instituição política. Recebeu uma resposta educada, mas firme, do presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, mostrando a importância do Poder Legislativo, o mais aberto dos Poderes, e uma locução mais incisiva do senador Heráclito Fortes, primeiro secretário do Senado
: "quando um empresário é acusado de corrupto, não achamos que todos os empresários também o são". Heráclito, com seu jeito bonachão, não aceita que se faça generalização nas críticas aos representantes do povo e dos Estados.

Clandestino

Heráclito (DEM-PI), ao ser indagado pelo ex-presidente da Philips do Brasil e atual presidente do Grupo Maior, Paulo Zottolo, como entrar no Piauí sem ser xingado, respondeu de pronto: "entre como clandestino". Como se recorda, Zottolo, quando presidia a Philips, cometeu a frase: "não se pode pensar que o país é um Piauí, no sentido de que tanto faz quanto tanto fez. Se o Piauí deixar de existir ninguém vai ficar chateado". É evidente que o empresário produziu uma tremenda gafe ao fazer a comparação. Zottolo é, porém, um empresário preocupado com as grandes questões nacionais. E ganha em taxa de civismo para a média dos empresários nacionais.

O mundo é uma bola

"O mundo é uma bola. Gira e muda de posição todo tempo. Um dia, eu estou bem, no alto; no outro, estou em baixa. Quantas vezes tive de me esconder para não ser xingado na saída do Maracanã. Armando Marques sempre me dizia: não se afobe. Tenha calma. Na próxima partida, a m....vai ser maior." (Arnaldo César Coelho, em conversa com este escriba, recriminando a atitude de algumas pessoas que fazem acusações sem imaginar que elas, um dia, serão as figuras recriminadas). Grande Arnaldo.

O Lula dos empresários

Edson de Godoy Bueno, presidente do Grupo Amil, consegue criar impacto quando fala para a alta elite e as camadas mais carentes. O médico, que começou no primeiro degrau da escada social, é um mestre na arte de botar vitamina na fala. Por isso, ganha deste colunista o título: "Edson é o Lula dos empresários. Recebe palmas de todos os lados".

Brandão

Lázaro Brandão faz parte de uma Escola que tem poucos alunos. Chegou no final da tarde. Foi homenageado por Joao Dória. E após uma expressão curta e modesta, foi embora. Tinha de aparecer na segunda feira, véspera do feriado, para trabalhar. Hora de chegada: 6h30 da manhã. Entendi porque o Bradesco produz montanhas de lucros.

Bilac Pinto

O deputado Bilac Pinto (PR-MG) põe fé na hipótese: Aécio Neves é melhor candidato de oposição que José Serra.

Um ponto final

O deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) não vê a hora de o Congresso por um final ponto no capítulo da crise política.

Goes, o boêmio

O governador Waldez Goes, do Amapá, é um boêmio de carteira assinada. E comprovada. A performance de danças de carimbo, que executa com a esposa, impressiona. Não fosse político, poderia ganhar a vida como cantor e animador. O homem sabe se virar.

Garibaldi entre duas viúvas

O senador Garibaldi Alves, ex-presidente do Senado e presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, foi sincero em sua locução. Referindo-se à bateria de denúncias que atinge as casas congressuais, disse estar emparedado por duas viúvas: a viúva do senador Jefferson Peres, que lhe solicitou e foi atendida no pleito de transformar em dinheiro os créditos de passagens não usadas pelo parlamentar; e a viúva, a União, que recebe o tiroteio da mídia.

O candidato Chinaglia

Arlindo Chinaglia (PT-SP) sonha em ser candidato ao governo de São Paulo em 2010. Trata-se de um perfil asséptico. Distante de grandes polêmicas. Sua condição dependerá do clima social e econômico no início do próximo ano.

Lobão, o energético

O ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, garante que não faltará energia ao país. Temos energia por todos os lados, de fontes múltiplas. Pela conversa de Lobão, Deus decretou: "se faltar energia no mundo, o Brasil será a fonte de suprimento". Que Deus ajude Lobão a cumprir as promessas.

Dória, exemplo de eficácia

Por último, um exemplo de eficácia: Joao Dória. Que comandou um grupo de 350 pessoas. Sem usar muito o apito. O Fórum de Comandatuba passou o Brasil a limpo. Já começou a dar resultados. Câmara e Senado já começaram a definir novos rumos em matéria de passagens e verbas indenizatórias. Líderes políticos com poder de decisão, empresários com poder de influência, jornalistas com poder de formação de opinião podem, sim, fazer o Brasil avançar.

Conselho

Deixo, ao final, que os Conselhos aos mandatários e líderes do país, que formam a última Nota desta Coluna, sejam, excepcionalmente, pensados pelos leitores.

(Por Gaudêncio Torquato)

quinta-feira, 23 de abril de 2009

GILMAR MENDES NEGA CRISE INSTITUCIONAL NO STF E DIZ QUE BATE-BOCA ESTÁ SUPERADO



O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes, negou nesta quinta-feira que exista uma crise institucional na Suprema Corte. Mendes, que protagonizou um bate-boca na sessão de ontem com o colega Joaquim Barbosa disse que o assunto está "superado" e que o importante é reconhecer que o trabalho do STF tem sido exemplar.

Para o presidente, o episódio não deixa marcas. "Sobre este assunto não vou falar. Está superado. Não há crise, não há arranhão. O tribunal tem trabalhado muito bem. Nós temos resultados expressivos. Vocês podem avaliar que a imagem do Judiciário é a melhor possível", disse o ministro.

Questionado se o cancelamento da sessão de hoje teria sido motivado pela troca de ofensas de ontem, Mendes desconversou. "Houve uma decisão da Corte nesse sentido", afirmou.

O mal estar teve início depois que Mendes, ao proclamar o resultado de um julgamento, fez críticas à visão apresentada por Barbosa sobre o caso. O ministro reagiu cobrando respeito do presidente da Corte.

Os ministros do STF divulgaram uma nota oficial para reafirmar a confiança em Mendes. A nota é assinada por oito dos 11 ministros do Supremo, uma vez que Barbosa e o próprio Mendes não subscrevem o comunicado. A ministra Ellen Gracie também não assinou o texto porque está fora de Brasília, em viagem ao exterior.

MÁRCIO FALCÃO, da Folha Online, em Brasília

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A NOTA DOS MINISTROS EM APOIO A GILMAR MENDES


"Os ministros do Supremo Tribunal Federal que subscrevem esta nota, reunidos após a sessão plenária de 22 de abril de 2009, reafirmam a confiança e o respeito ao senhor ministro Gilmar Mendes na sua atuação institucional como presidente do Supremo, lamentando o episódio ocorrido nesta data."

Celso de Mello, Marco Aurélio, Cezar Peluso, Carlos Ayres Britto, Eros Grau, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Menezes Direito.

P.S.: A nota é assinada por oito dos 11 ministros do STF, uma vez que Barbosa e o próprio Mendes não subscrevem o comunicado. A ministra Ellen Gracie também não assinou o texto porque está fora de Brasília, em viagem ao exterior.



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OS BASTIDORES


A altercação que opôs o presidente do STF, Gilmar Mendes, e o ministro Joaquim Barbosa abriu uma crise no tribunal. Coisa inédita.

Oito dos onze ministros viram-se compelidos a realizar uma reunião de emergência. Foi convocada pelo vice-presidente do Supremo, Cezar Peluso.

Ocorreu na noite desta quarta (22), no gabinete da presidência do STF. Gilmar e Joaquim, embora estivessem no prédio, não participaram.

Ellen Gracie, em viagem ao exterior, também não. Entre os oito presentes, houve reprovação unânime ao comportamento de Joaquim Barbosa.

Divergiram, porém, na forma de reagir. Peluso sugeriu uma censura pública a Joaquim. Foi apoiado por Carlos Alberto Menezes Direito.

Marco Aurélio Mello, um desafeto de Joaquim, divergiu. Disse que não subscreveria nenhum documento que contivesse censura a um colega.

Insinuou que uma reprimenda explícita poderia abrir caminho para um pedido de impeachment contra Joaquim no Senado.

Disse de resto que, sentindo-se irremediavelmente ofendido, Gilmar teria a possibilidade de representar judicialmente contra o ofensor.

Lero vai, lero vem decidiu-se sondar os ânimos de Joaquim. Celso de Mello e Carlos Ayres Britto deslocaram-se até o gabinete dele.

Passado o rififi que eletrificara o plenário e provocara a interrupção prematura da sessão, informara-se que Joaquim fora para casa. Era lorota.

O ministro fora reuminar os rancores em seu gabinete. Foi ali que Celso de Mello e Ayres Britto encareceram a Joaquim que se retratasse publicamente.

Joaquim, porém, não se deu por achado. Disse que lamentava o ocorrido. Mas soou decidido: “Não retiro nada do que disse”.

De volta à sala em que os demais ministros os aguardavam, os dois “embaixadores” informaram que retratação não haveria.

Retomou-se, então, o debate acerca dos termos da nota que seria divulgada à imprensa. A turma dos panos quentes prevaleceu sobre Peluso e Menezes Direito.

Em vez da censura a Joaquim, optou-se por um texto que prestigiasse o presidente do STF. Coisa curta, subscrita por todos.

Os oito reafirmaram “a confiança e o respeito ao senhor ministro Gilmar Mendes”. E lamentaram o ocorrido.

Ouvido pelo repórter, um dos signatários da nota disse: “Em quase 20 anos de Supremo, jamais vivenciei situação tão deprimente e constrangedora”.

Chamara-lhe especial atenção o trecho do bate-boca em que Joaquim dissera a Gilmar que não é um “de seus capangas do Mato Grosso”.

Outro ministro ouvido pelo repórter não chegara a perder o humor. Mas, entre risos, deu uma idéia do futuro reservado a Joaquim Barbosa:

“Ele virou o ministro 10 a 1”. Em português claro: os dez colegas de Joaquim devem levá-lo ao freezer.

Disemina-se a impressão de que o juiz do mensalão está passando das medidas.

Estaria confundindo, na visão dos colegas, o salutar o exercício da divergência jurídica com a descortesia.

Dono de etiqueta peculiar, Joaquim já se havia estranhado com o próprio Gilmar, com Eros Grau e com Marco Aurélio Mello.

Gilmar sempre manteve com ele relações glaciais. Eros Grau ameaçara interpelá-lo judicialmente. Mas reacuara. Marco Aurélio recusa-lhe até o cumprimento.

Em privado, Celso de Mello também vinha reclamando do comportamento de Joaquim numa das turmas do tribunal.

Parte dos ministros do Supremo tem o hábito de fazer caminhadas ao redor do prédio do tribunal no intervalo das sessões. Uma forma de “esticar as pernas”.

Costumavam convidar Joaquim Barbosa, que padece dores na coluna, para compartilhar dos “passeios”. Talvez não o convidem mais.

Indicado por Lula, Joaquim Barbosa tornou-se personagem notório ao converter em réus os 40 denunciados da “quadrilha” do mensalão.

O ministro brigão completa 70 anos em 2024. Até lá, a menos que Barbosa decida aposentar-se antes da hora, os colegas terão de aturá-lo.

Por precaução, o STF decidiu suspender a sessão marcada para a tarde desta quinta (23).

Receava-se que Joaquim desse nova demonstração pública de desapreço a Gilmar. Torce-se para que, nos próximos dias, os ânimos voltem a serenar.

Escrito por Josias de Souza

CIRO GOMES INSULTA MINISTÉRIO PÚBLICO E DEPUTADOS



Entre as muitas reações às medidas anunciadas pelo presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), contra a "farra das passagens", a do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) foi a mais "raivosa". Indignado, ele chamou colegas de "babacas" e falou palavrões enquanto conversava com jornalistas.

Ao negar em plenário que tenha emitido passagens de sua cota para a sua mãe ir a Nova York (EUA), Ciro foi mais moderado. "Trata-se de leviana e grosseira mentira aquilo que foi feito, envolvendo pelo menos o nome de minha mãe, octogenária", disse.

Minutos depois, no entanto, Ciro, ex-candidato a presidente da República, repetiu por diversas vezes aos jornalistas que creditavam a informação ao Ministério Público: "Ministério Público é o caralho! Não tenho medo de ninguém. Da imprensa, de deputados". "Pode escrever o caralho aí", disse.

Ainda muito irritado, o deputado criticou as medidas, anunciadas ontem, que vetam o uso da cota por familiares, chamando alguns colegas, sem dar nomes, de "babacas". "Até ontem era tudo [o uso de passagens] lícito, então por que mudou? É um bando de babaca", disse.

Em referência a Fernando Gabeira (PV-RJ), o deputado do Ceará também fez críticas a colegas que "se dizem do grupo dos éticos, mas dão passagens aos seus parentes". Ciro disse que não só não usou sua cota para sua mãe como devolveu, desde 2007, R$ 189 mil aos cofres públicos.

Na última pesquisa Datafolha, feita em março, Ciro aparece em primeiro ou em segundo lugar na corrida presidencial, a depender do cenário.

Além dele, o deputado Sílvio Costa (PMN-PE) também fez fortes críticas a Temer. Ele afirmou que vai recorrer em plenário caso seja aprovado o ato da Mesa que acaba com o uso da cota para parentes. "Não é justo que mulher e filhos não possam vir a Brasília. Quer dizer que agora eu venho para Brasília e minha mulher fica lá? Assim vocês querem que eu me separe. É preciso acabar com essa hipocrisia. Ou a Câmara tem a coragem de falar a verdade ou cada dia vamos apanhar mais", disse, para logo a seguir ser aplaudido por colegas.

Integrantes do PT, em reunião na tarde de ontem, também criticaram o presidente da Casa. O entendimento é que não se pode tomar atitudes de acordo com reportagens publicadas na imprensa. Ao contrário, Gabeira, que também teve seu nome envolvido no escândalo das passagens, foi à tribuna para defender Temer e dizer que em dez dias vai anunciar uma proposta de redução de custos "indolor" aos deputados.

Gabeira, que admitiu ter cedido passagens a uma de suas filhas, afirmou que já solicitou um levantamento para devolução do dinheiro e que passou "por um corredor polonês na imprensa". "Eu arranhei minha imagem espontaneamente [ao admitir a emissão da passagem]. Não poderia trabalhar aqui fingindo que eu não usei."

(MARIA CLARA CABRAL - da Folha de S.Paulo, em Brasília)

NA REAL



O furacão tornou-se uma brisa fria

Na semana encerrada no dia 17/4, os principais mercados de ações globais consolidaram uma alta contínua de seis semanas. Se considerarmos a elevação dos preços das ações norte-americanas nas últimas quatro semanas a conclusão é impressionante: trata-se da maior alta em setenta anos. Algo notável se observarmos que as variáveis fundamentais mais importantes (situação do emprego e do consumo, a produção industrial, a melhoria da liquidez e a estabilidade do sistema financeiro) ainda não apresentaram uma reversão marcante nas expectativas. De toda forma, é possível ser afirmativo no sentido de que a estratégia de provisão de muita liquidez por parte de governos e bancos centrais está a funcionar. Há que se notar também que os resultados do primeiro trimestre do ano do setor financeiro têm sido em linha ou melhores que o esperado pelos investidores e analistas. De uma forma geral, os desempenhos não são nada bons. Ao contrário: a queda de rentabilidade das empresas globais é gigantesca. Todavia, analistas e investidores parecem acreditar que grande parte destes fatos já está refletida nos preços dos ativos. Se isto é verdade ou não, verificaremos no futuro. Mas há sinais sólidos de estabilização da crise. É preciso reconhecer este fato. Sem entusiasmo, ainda.

Dois riscos que merecem atenção: inflação e moedas

Nos últimos doze meses economistas proeminentes consideravam o risco de deflação considerável e alguns o julgavam muito provável. Depois da injeção de trilhões na economia, começam a pipocar por todos os lados análises de quando o Fed e seus parceiros internacionais começarão a subir as taxas de juros básicos com o objetivo de evitar a inflação. Nada mal que surja esta discussão. Trata-se de algo saudável levando-se em conta o quanto se discute abertamente a possibilidade de uma longa depressão (cujo risco ainda não está totalmente afastado). Somente o Fed injetou US$ 800 bi no sistema financeiro nos últimos oito meses. Na reunião da próxima semana do banco central americano não se espera nenhuma ação. Contudo, é muito provável que daqui para frente os diretores do Fed e dos principais BCs do mundo comecem a dar sinais de como sairemos deste processo de forte estímulo monetário. O objetivo é não criar novas bolhas especulativas. Preste atenção neste noticiário que deve também influenciar fortemente a política monetária do banco central brasileiro. As taxas de juros dos títulos de 5 e 10 anos do Tesouro Americano serão os indicadores mais importantes deste processo. O segundo risco é o possível movimento entre as principais moedas do mundo. O dólar foi o repouso do capital medroso nos últimos meses. Não é certo que o será num cenário mais tranqüilo. Há fortes apostas de que a moeda dos EUA possa sofrer ataques especulativos nos próximos meses. Processos especulativos com moedas são ainda mais nefastos que os processos inflacionários.

Por falar em economistas...

...vale a pena ler o que escreveu sobre eles o economista britânico Anatole Kaletsky, num artigo intitulado "Adeus homo economicus", reproduzido nas páginas do UOL.
Vai um aperitivo:
"Adam Smith foi um economista? John Maynard Keynes, David Ricardo ou Joseph Schumpeter também foram? Segundo os padrões dos economistas acadêmicos de hoje, a resposta é não. Smith, Ricardo e Keynes não produziram modelos matemáticos. O trabalho deles carecia do 'rigor analítico' e da lógica dedutiva precisa exigida pela economia moderna. E nenhum deles produziu uma previsão econométrica (apesar de Keynes e Schumpeter terem sido matemáticos competentes). Se qualquer um destes gigantes da economia se candidatasse hoje a um emprego em uma universidade, eles seriam rejeitados. Se você acha que estamos exagerando, pergunte a si mesmo que papel os economistas acadêmicos exerceram na atual crise. Quantos tiveram algo útil a dizer a respeito do maior colapso em 70 anos? A verdade é ainda pior do que esta questão retórica sugere: não apenas os economistas, como profissão, fracassaram em conduzir o mundo para fora da crise, como também foram os principais responsáveis por nos conduzir até ela."

Metais preciosos em baixa

Nem tudo que brilha é ouro. Nos últimos tempos o desempenho dos metais preciosos foi brilhante. Altas e mais altas em função do medo em relação à estabilidade do sistema financeiro, bem como os temores de que a inflação se intensifique ou mesmo torne-se descontrolada no futuro (hiperinflação). O cenário mais calmo está jogando as cotações dos metais preciosos para baixo. Um bom sinal, sem dúvida. É parte da boa safra de notícias nas últimas seis semanas. É possível que esta tendência de curto prazo possa se cristalizar em um processo de queda de médio prazo. Atenção!

Volatilidade ainda alta

Apesar do cenário melhor nas últimas semanas isto não significa que estamos convencidos de que a crise está sendo superada. Ainda temos um longo processo para que isto possa ser afirmado. Para ilustrar o que estamos a afirmar utilizemos dois índices de volatilidade: o índice de volatilidade da Bolsa de Chicago que mede o risco (volatilidade) embutido nas 100 principais ações do NASDAQ. Este índice gravita no momento ao redor de 39-42 pontos. No período de outubro a dezembro do ano passado, estava ao redor de 70 pontos. Vê-se uma grande melhoria. Todavia, antes da crise do ano passado, por volta de agosto, este índice estava entre 18-23 pontos. No caso do índice de volatilidade da Bolsa de Chicago que mede o risco das ações do S&P500 (500 maiores empresas dos EUA), os números são semelhantes: entre outubro e dezembro o indicador estava ao redor de 75-80 pontos, no momento gira ao redor de 40 pontos e por volta de agosto estava entre 16 e 20 pontos. De uma forma geral, podemos dizer que o risco hoje á o dobro de antes da instalação da crise financeira em meados no ano passado. Algo muito sério.

Meirelles dá sinais sobre o momento e o futuro

As várias entrevistas e declarações do Ministro Presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, sobre o cenário econômico devem ser lidas nas entrelinhas. Como costuma ser o caso dos presidentes de BCs os quais lidam, digamos assim, com assuntos conjunturalmente delicados. Quando Meirelles afirma que (i) é "prematuro" dizer que a taxa de juros de um dígito será alcançada no curto prazo em função de "fatores conjunturais (queda da atividade)" e "fatores estruturais (queda do risco país)" e que (ii) "não sabemos como será a conjugação destes fatores no futuro", ele muito provavelmente quer dizer que tudo depende da crise externa no curto prazo e de maior controle fiscal no médio e longo prazo. Há alertas de todos os lados por parte do presidente do BC. A queda da arrecadação e a estabilidade da relação dívida X PIB são destaques dentre as maiores preocupações do Presidente do BC. "Vamos aguardar o desenvolvimento da crise, a retomada das atividades, para ver como a economia brasileira vai se equilibrar (grifo nosso) mais a frente". Vê-se aqui uma afirmação de moderação frente ao intenso processo de maiores gastos públicos, bem como relativa folga monetária. No que se refere ao spread bancário há certo silêncio de Meirelles. Ele disse que "O Banco Central e a Fazenda estão trabalhando nisso...". Ora, Meirelles sabe que a questão é bem mais complexa do que tem sido comentado na imprensa e dentro e fora do governo.

O Calendário não ajuda muito (ou nada)

É provável que a crise internacional afete o Brasil bem menos que o esperado. Há sinais de que é isto que pode acontecer. Um início de recuperação da atividade econômica, sobretudo do emprego, pode ocorrer entre o último trimestre deste ano e o primeiro do ano que vem. Todavia, há mais coisas entre o céu e a terra nesta matéria... O tal "equilíbrio" sobre o qual menciona Henrique Meirelles é uma relação sadia entre (i) a taxa de inflação, (ii) o superávit primário que permite uma queda consistente do endividamento público e (iii) a retomada do crescimento do PIB. O problema desta equação é que, numa fase de forte expansão fiscal, não há razão objetiva para que o governo (liderado pela Fazenda e pelo gabinete presidencial) retome uma política de maior contenção fiscal no exato momento do processo eleitoral de 2010. Convenhamos que é difícil imaginar o ministro Guido Mantega e ainda muito mais difícil no caso do presidente Lula anunciando medidas de contenção fiscal em meio à campanha eleitoral do ano que vem. Meirelles sabe disto e já começou a sinalizar agora que moderação fiscal é essencial. Talvez esta seja a senha para a saída de Meirelles do BC, sabidamente um apaixonado pela idéia de ser candidato ao governo de Goiás.

O calendário é da política

Meirelles deu de negar, nos últimos dias, que esteja de malas prontas para embarcar num partido político até setembro e desembarcar do Banco Central. Diz que seu compromisso com Lula vai até o fim do mandato do atual presidente. Pode ser. É bom, porém, não apostar alto nessa ficha. Meirelles está ainda mordido pela política e sua ida para o BC em 2003 foi um ponto fora da curva, que apenas adiou seus planos de governar Goiás e, quem sabe, chegar mais alto um pouco na República. Embora Meirelles esteja se mostrando um pouco menos "duro" na condução da política monetária e até se omitindo diante da farra fiscal que se delineia no horizonte, ele ainda é um incômodo nos novos rumos econômicos traçados por Dilma Roussef e Guido Mantega com o incentivo – mais até do que isso, sob pressão – do presidente Lula. A saída de Meirelles, ainda cioso da independência do BC, substituído por um funcionário de carreira do BC, facilitaria o trabalho do Planalto, que já tem bem enquadrados o BNDES, a Caixa Econômica Federal e mais recentemente o Banco do Brasil. Lula não fará força para Meirelles ficar. Pelo contrário...

Os números reais do Orçamento

Com a redução da meta de superávit primário de 3,8% do PIB para 2,5% (que pode virar 1,5%) deste ano, o governo informa que liberou mais ou menos R$ 40 bilhões para garantir os investimentos, que por sua parte, garantirão que o PIB nacional chegará com um crescimento positivo ao final do ano em pelo menos 2%. Isto no ano, pois no último trimestre, pelo binóculo de Mantega, ele estará aquecido em algo entre 4% e 5%. A questão é se este volume de recursos vai mesmo para investimentos produtivos ou para investimentos de bom retorno eleitoral. Somente com os aumentos devidos aos funcionários a partir de julho, serão consumidos mais R$ 29 bilhões. As novas renúncias fiscais – produtos da linha branca, mais materiais de construção – também não foram contabilizadas. Além do mais, o déficit da Previdência Social cresceu 16% de janeiro a março deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Convoque-se um contador, rápido!

Poupança: uma questão eleitoral

O governo inteiro já está convencido de que precisa mudar as regras de remuneração da caderneta de poupança, daqui até a próxima reunião do Copom. Caso contrário, os juros não poderão cair muito mais do que cairão no dia 29. Sabe, mas se "péla" de medo de sofrer algum desgaste político se não se explicar bem ou cometer alguma barbeiragem. O fantasma do "confisco da poupança" de Collor ronda o Planalto. Pelo mesmo motivo, o presidente Lula não quer se intrometer diretamente na confusão jurídica do ressarcimento de possíveis perdas que os poupadores tiveram com os planos econômicos heterodoxos anteriores ao Plano Real. Deixou para o Banco Central esta tarefa, mesmo sabendo também do interesse dos bancos estatais e que no final, conforme a decisão do STF, pode sobrar para o governo, pois foi ele quem impôs aos bancos as regras de correção que estão sendo agora contestadas.

Petrobras: gastos e mais gastos

Não se constituiu em uma "surpresa" as notas registradas na imprensa sobre os gastos da estatal do "petróleo é nosso" com a ONG Fórum das Entidades Negras da Bahia, terra do presidente da empresa José Sérgio Gabrielli e de seu amigo político Jaques Wagner. Há dúvidas sobre a qualidade dos gastos da estatal, sobretudo no quesito eficiência, já há tempos. Analistas especializados no setor de petróleo comentam "à boca pequena" sobre o aumento sistemático e relevante dos gastos da Petrobras desde o início da primeira administração do presidente Lula. Obviamente, a Petrobras é parte integrante (senão atriz principal) da promoção da cultura brasileira via apoio a uma gama elástica de eventos, projetos, filmes, etc. Logo, há poucos críticos dispostos a atentar e comentar sobre a evolução das contas e dos informes financeiros da empresa. Além disso, a Petrobras é grande emissora de títulos no mercado local e externo. Razão para a moderação dos analistas em seus relatórios. Assim sendo, tudo fica sob certo silêncio. De vez em quando, pipocam informações aqui e ali sobre os gastos da Petrobras. Tal qual surgem os poços de petróleo na vastidão do mar...

Críticas que são elogios

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, seguindo a senda reaberta recentemente pelo presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB/SP), diante dos flagrantes registrados pela imprensa, de "patrocínios companheiros" da empresa que ele dirige, atacou a mídia por divulgar essas notícias. Está virando moda num mundo político em que o presidente da República não lê jornais para não ter "azia". Indignação de Gabrielli à parte, a realidade é que a Petrobras está ficando politizada demais. Aliás, o próprio admite que os preços da gasolina têm um componente político. Esta semana, a companhia, trocou o presidente de sua subsidiária de biocombustíveis, inaugurada há apenas nove meses: saiu o funcionário de carreira, Alan Kardec e entrou o ex-ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, um dos postulantes do PT ao governo do Rio Grande do Sul. E tem o caminhão de dinheiro para ONGs petistas na Bahia (nota acima) onde se diz que Gabrielli é candidato a um das vagas baianas no Senado no ano que vem. Quando às críticas à imprensa do tipo da sacada por Gabrielli e de outros, jornalistas sérios as consideram como um troféu. Graves e preocupantes, no caso, seriam os elogios.

O amor nos tempos do bispo

Fernando Lugo Méndez, atual presidente do Paraguai, ex-bispo que se tornou político proeminente da chamada "esquerda" de nosso continente, é daqueles personagens latino-americanos que cabem com perfeição na literatura de Gabriel Garcia Marquéz. O primeiro mandatário do Paraguai é conhecido pelas suas bravatas sobre a exploração que o Brasil impõe ao pobre país por meio da Hidrelétrica de Itaipu, além das clássicas idéias sobre a exploração capitalista do ser humano. Todavia, o que o ex-bispo gosta mesmo é daqueles amores noturnos com as moças pobres de seu rebanho religioso. É certo que teve um filho (agora reconhecido) de Viviana Carillo há cerca de dois anos "depois de uma longa relação". Vejam só! Agora aparece uma pobre senhora, Benigna Leguizamón, de 27 anos, que alega ter um filho com o bispo-galã Lugo de 57 anos. As mulheres indignadas de seu gabinete clamam ao presidente que faça um exame de DNA. Ou será um vexame de DNA? Não consta que as indignadas tenham renunciado a seus cargos junto ao presidente-bispo e galã. No romance Del amor y otros demonios, Gabriel Garcia Marquéz conta-nos sobre Sierva Maria Todos los Ángeles, uma menina abandonada por sua família e criada entre os escravos. Mordida por um cachorro raivoso, lá pelas tantas e depois de várias tentativas de tratamento, é internada num convento passando a receber a generosa ajuda do Padre Cayetano Delaura. Tentado "pelas coisas do demônio" aquele obrero de Dios torna-se um caliente apaixonado. Ah! O amor! Tudo isto (em Marquéz) se passa 200 anos atrás, mas poderia ser reescrito em terras paraguaias por estes tempos, não é mesmo?

A vice sucessão I

Todos os movimentos do presidente da Câmara, Michel Temer, têm um objetivo: ganhar a vaga de vice na chapa de Dilma Roussef, reservada pelo Planalto ao PMDB. Faltou combinar com Lula, a quem caberá a palavra final, e que tem uma alentada lista de nomes peemedebistas à frente do de Temer. Lula não tem nenhuma predileção por Temer, que no primeiro mandado do petista foi um dos líderes do chamado "PMDB (nem tanto assim) de oposição".

A vice sucessão II

Todos os movimentos do candidato a candidato presidencial Ciro Gomes e seu partidos visam unicamente ampliar o espaço dos dois para tentar alijar o PMDB da posição de o escolhido por Lula para formar a dupla governista com Dilma Roussef em 2010. Esforço vão. Lula não vai contrariar o PMDB que já está dando trabalho, em termos regionais em Minas Gerais, na Bahia, no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no Pará, em São Paulo...

A vice sucessão III

Ciro Gomes às vezes aponta, como uma espécie de alerta para Brasília, para a possibilidade de fazer um dobradinha com Aécio Neves, que tem entre seus aliados em Minas o PSB. Neto de Tancredo, porém, Aécio não é de aventuras nem pode, mesmo com todo o seu prestígio nas Gerais, se dar ao luxo de ficar quatro anos sem mandato.

(Por José Marcio Mendonça e Francisco Petros)

terça-feira, 21 de abril de 2009

UM GRANDE MINEIRO



MINEIROS:

O PRIMEIRO COMPROMISSO DE MINAS É COM
A LIBERDADE.

LIBERDADE É O OUTRO NOME DE MINAS.


(Tancredo Neves: discurso de posse no governo de MG em 1983).

TIRADENTES




TIRADENTES - O MÁRTIR DA INCONFIDÊNCIA DO BRASIL
1792 - 1992

A história da Independência
poderia ser assim...
Estamos em Vila Rica,
anos oitenta no fim,
o século é dezoito
e para um grupo afoito
haverá batizado sim.

Na noite cheia de sombras
“amanhã é o batizado”
é a senha que corre célere
já com seu dia marcado
por alguns conspiradores
cujos sofrimentos, dores,
tornam qualquer, revoltado .

Assinara um decreto:
o local governador
ordenando a derrama
espalhando o terror
com rigorosa cobrança
de quem já sem esperança
se entregava ao medo e à dor.

E Vila Rica adormece
com a rebelião no ar,
sonhando com Independência
que cansavam de esperar,
numa luta sempre em vão
soprando na escuridão
mensagem que vai chegar.

E tal mensagem chegou
com vivas à liberdade
Palácio da Cachoeira
local de fraternidade...
Dragões de Minas à frente
de um povo mui sorridente
festejando na cidade.

Tomaram Real Fazenda
em plena revolução,
governo de Barbacena
o primeiro na prisão
e emissários, desvario
Bahia, São Paulo e Rio
dando as novas à Nação.

Minas agora está livre
tem governo Nacional
enfim, Independência,
guerra contra Portugal.
A liberdade tardia
brotava naquele dia
provinda de um ideal.

Mas a verdadeira história
se fez muito diferente...
Governador não foi preso
o povo sempre indiferente
não se levantou jamais.
Tiradentes nunca mais
se viu livre novamente.

O Mártir preso no Rio
sofreu uma traição
delatado em Vila Rica
por um coronel vilão,
Joaquim Silvério dos Reis
por causa de alguns mil réis
entregou cirurgião.

Joaquim José da Silva,
parte de mãe , Xavier,
de sete irmãos , era o quarto
filho como outro qualquer
ficou órfão aos onze anos
foi esquecer desenganos
com o padrinho e a mulher.

Ouviu histórias de ouro
na Vila de São José
conheceu todas as lutas
sonhou com Europa até.
Viu fortunas se fazerem
minas de ouro empobrecerem
mas no país tinha fé.

Desiludido tropeiro
e minerador sem sorte,
resolveu ser um alferes
alto, magro, vesgo e forte.
Descendente português
bom conversador se fez
tendo em coragem suporte.

Da Capital da Colônia
a bela Rio de Janeiro,
voltou para Vila Rica
comandante patrulheiro
de um caminho de diamantes
onde nunca viu como antes
ser roubado o brasileiro.

Vila ...Rica? O ouro preto?
Um Joaquim ... Mais um José ...
Capitania de Minas
Tira ouro...Tira fé.
Barbaria, Barbacena
Lusa Coroa sem pena,
sobra de ouro pouca é.

Mas o tempo foi passando
nenhuma promoção vinha
por ser ele brasileiro
que bajulação não tinha.
Levantou então a voz
ante uma opressão feroz
que dominação continha.

Tira esperança, futuro
tempo é duro, sobra é pouca
tudo vai para Lisboa
a Rainha é uma louca
opressão, derrama, lágrimas
de gritar a voz é rouca.

E na Vila Rica em ouro
Igrejas e procissões,
sobradões de muito luxo
e mais manifestações.
Surgiram Cartas Chilenas
escritas a duas penas
cantando as situações.

Qual n’outras partes do mundo,
luta contra tirania
viva, movia as nações.
O homem, ser livre, devia,
poder pensar livremente
e matar rapidamente
o medo que emudecia.

E em vista a Declaração
de que homens nascem iguais
com inalienáveis direitos,
tornaram-se então normais,
busca da felicidade
da vida e da liberdade
de um novo mundo, ideais.

Maciel e Tiradentes
promovem reunião,
na Casa de Paula Freire,
em plena conspiração.
Muitos são os convidados
poetas e até prelados
em prol da libertação.

Proclamação da República,
Nova Constituição,
Sede em São João Del Rei
o final da escravidão,
com uma Universidade
em Vila Rica, a cidade,
como uma compensação.

Mas como aqui foi contado,
alguém de “mau coração“
fez divulgar surdamente
aquela revolução.
Foi a derrama suspensa
com a surpresa não se pensa,
surte fruto a delação.

Esmagada rebelião,
sem um tiro disparado,
começaram as prisões
em um grupo amedrontado.
Com o alferes ausente,
cada membro inconfidente
entrega-se apavorado.

Tiradentes enganado,
duplamente, por Silvério
parte do Rio p’rá São Paulo
envolto ainda em mistério.
Vencido pela tortura
Padre Inácio não segura
o seu segredo mais sério.

Relata onde está o alferes:
Na Rua dos Latoeiros
tramando planos de fuga.
E o herói levam armeiros
que com bacamarte na mão
uma última reação
tenta em gestos derradeiros.

Pouco a pouco, inconfidentes
sob agressão se renderam.
Primeiro foi Alvarenga,
e os demais o sucederam.
Só Gonzaga resistiu
pois contra, prova não viu,
e os fatos só o absolveram.

Tira o fado... Tira o medo
imprudência dos mazombos
caça à Maciel, Rolim,
devassa, estrondos e rombos.
A poesia naufraga
Peixoto, Manuel, Gonzaga
a causa se faz escombros.

Em três interrogatórios,
alferes tudo negou
mas no quarto, em janeiro,
resolveu e confessou
toda a culpa ele assumiu
ser chefe único, mentiu
e aos seus amigos salvou.

Dez vidas ele daria
se assim ele as tivesse
para salvar seus amigos.
E como assim Deus quisesse
uma única ele a deu
de um corpo que se abateu.
Ato que nos enrubesce!...

Cruel dar a vida... A única,
patíbulo sem gemido
feito em quartos, credo ora,
Cristo em sedição punido
único de trinta e quatro.
Pedro Américo no esquadro
o retrata embevecido.

Tiradentes está morto,
bater dos tambores cresce,
um ser balança no ar,
mas causa não adormece.
Do Largo da Lampadosa
a idéia maravilhosa
até hoje nos aquece.

Os pensamentos rebeldes,
gestos desobedientes,
desejos de liberdade,
são sempre ingredientes,
por homens livres, buscados
nas sombras dos enforcados
como o foi “O Tiradentes “.

Autor: Antonio Carlos Tórtoro

TRABALHO PREMIADO NO
I CONCURSO NACIONAL DE LITERATURA DE CORDEL
- AMOR- CPERP -
EM HOMENAGEM AO BICENTENÁRIO DE
JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER

2o. lugar

domingo, 19 de abril de 2009

SOBRE A ACADEMIA DE LETRAS DE CRATEÚS

Olá Júnior,

Mesmo não deixando, sempre, comentários, acompanho seu blog.
Acho de extrema importância a criação de uma Academia de Literatura em Crateús.

Agregar os diferentes valores culturais é acrescentar um algo mais a cidade.

Veja Ipu, uma cidade bem menor, com sua Academia em pleno funcionamento, organizando lançamentos e assim atuando, abre as mais diversas possibilidades para os que se dedicam a arte do escrever.

Sou de Ipueiras moro no Rio de Janeiro. Sou membro da ABLC. Academia Brasileira de Literatura de Cordel.

Adoro as plenárias, onde podemos, entre outros assuntos, mostrar nossos trabalhos oralmente, apreciar diferentes trabalhos e render homenagens aos nomes consagrados de nossa literatura popular. Publicar todo ano uma antologia e mais do que isso, a confraternização de poetas de diferentes estados, predominando os estados do Nordeste.

Se a vista não me engana, na foto vejo: Bento Raimundo cantador e sanfoneiro amigo que sempre encontro no meio do ano quando passo temporada no Ceará.

Espero que Crateús leve em frente a boa idéia de uma Academia.

Um abraço,

Dalinha Catunda

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NOTA DO BLOG: O Bento Raimundo está na foto. Aliás, da esquerda para a direita, estão: Lourival Veras, Elias de França, Júnior Bonfim, Cimar Melo, Edilson Macedo, Carlos Bonfim, Lucas Evangelista, Bento Raimundo, Edmilson Severiano e César Vale.

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Veja mais sobre Dalinha Catunda em http://cantinhodadalinha.blogspot.com/

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INVERNADA

Dalinha Catunda

No tempo da invernada
O canto da passarada
Encanto meu coração.

Borboletas fazem festa
Sapos afinam sua orquestra
Canta e sorrir o sertão.

Chananas bordam o chão.
Entre salsas e muçambês.
Nos galhos do sabiá
A brancura do florescer.

Carnaúbas batem palmas,
Sentindo o frescor da brisa.
O sol por entre as nuvens,
Meio apagado desliza.

É a estação das chuvas
Trazendo seu esplendor.
É a peitica cantando,
Seu canto repetidor.

É a presença do campina,
Os arrulhos da fogo-pago.
É a alegria do verde,
Que com a chuva brotou.

É a enxada no ombro,
Do nosso agricultor,
Que não carece de esmola
Nem foge ao seu labor.