quinta-feira, 20 de março de 2014

LIRA NETO - ACADÊMICO HONORÁRIO DA AMLEF


É com emocionada alegria que anuncio: o mais destacado biógrafo brasileiro da atualidade, Lira Neto, será agraciado com o título de Acadêmico Honorário da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza - AMLEF.



O Fortalezense Lira Neto – que nos últimos anos ganhou notoriedade nacional com a publicação de livros biográficos calcados em rigorosas pesquisas – há muito tempo é merecedor do reconhecimento dos militantes das letras de seu estado de origem.



Cursou Filosofia (Faculdade de Filosofia de Fortaleza), Letras (Universidade Estadual do Ceará) e Jornalismo (Universidade Federal do Ceará). Como jornalista, começou como revisor do Diário do Nordeste e posteriormente transferiu-se para o jornal O Povo, no qual ocupou entre outras funções as de repórter especial, editor de cultura e ombudsman.



Radicado hoje na cidade de São Paulo, possui artigos, entrevistas e reportagens publicados em alguns dos principais jornais e revistas do Brasil.



Em 2007, foi agraciado com o Prêmio Jabuti de Literatura, na categoria melhor biografia do ano, pelo livro O inimigo do Rei: Uma biografia de José de Alencar ou a mirabolante aventura de um romancista que colecionava desafetos, azucrinava D. Pedro II e acabou inventando o Brasil (Editora Globo).



Grandes vultos da história brasileira – como Getúlio Vargas, Padre Cícero Romão Batista e Maysa – tiveram dados inéditos de suas trajetórias revelados sob as tintas da expertise jornalística de Lira Neto.



A AMLEF, ao inserir João de Lira Neto em sua galeria de honra, assume a vanguarda desse sarau de louvor ao mérito. É o primeiro sodalício de letras cearense que formaliza esse preito.



Parabéns ao acadêmico Gonzaga Mota, nosso Diretor Cultural, pela idéia!



Parabéns a todos os membros da AMLEF!

quarta-feira, 19 de março de 2014

CONJUNTURA NACIONAL

Conjunção rachativa

Abro a coluna com uma historinha da BA.

Grande de nome e pequeno de corpo, magricela, esperto, inteligente, José Antônio Wagner Castro Alves Araújo de Abreu, sobrinho-neto de Castro Alves, herdou o DNA, o talento e a vadiagem existencial do poeta. Não gostava de estudar. No esporte, era bom em tudo. Colega de Sebastião Nery, no primeiro ano do seminário menor, na BA, em 42, na aula de português, o padre Correia lhe perguntou o que era "mas".

- É uma conjunção.

- Certo, mas que conjunção?

Zé Antônio olhou para um lado, para o outro e respondeu:

- Conjunção rachativa, professor.

- Não existe isso, Zé Antônio.

- Existe, professor. Quando a gente quer falar mal de alguém, sempre diz assim - Fulano até que é um bom sujeito, mas... E aí racha com ele.

O clima ambiental

Nem chuva demais, nem seca de menos. Não é o que ocorre em nossa natureza tropical. Refiro-me ao ambiente político. Não se distinguem, ainda, águas caudalosas descendo em direção ao oceano da política e nem a temperatura tórrida, sufocante, capaz de matar bode na caatinga. Não. Estamos vivenciando tempos com certa nebulosidade, com o céu povoado de nuvens plúmbeas, sem ameaça de catástrofe. O que tem muitos significados: nesse ambiente, Dilma continua como franca favorita; Eduardo Campos, por ver enxergar a pasmaceira, bota mais ácido em seu discurso; e Aécio Neves, por falta de grandes ideias para o país, tira do colete o nome de um vice que poderia movimentar a roda gigante da campanha. Quem? Fernando Henrique. Ele mesmo.

FHC como vice?

É possível. (Na política, tudo é possível). Basta ele querer. Pois um nome de peso, mais denso do que o de Aécio, na chapa majoritária Federal, seria um impacto. Dizem que FHC autorizou inserir seu nome nas pesquisas junto com o nome de Aécio. Procurei sondar: tucanos de bicos longos me disseram que nada é improvável. Ou seja, que depende de Fernando Henrique. Seria uma chapa tucana puro sangue. O fato é que seria algo menor para ele. Que está inteiro, correndo mundo, fazendo palestras e vivendo um novo casamento. Sua candidatura teria o mérito de agregar os tucanos paulistas e atrair grupamentos sediados na classe média. Classe média tradicional, não a classe média emergente, essa que se designa também por classe média C, localizada no pavimento inferior das classes médias (alta, média e baixa). Este consultor não aposta nessa firula.

Luiz Inácio não toparia

Ante essa estratégia, que se desenvolve no calor de debates internos e pesquisas encomendadas pelo PSDB, começa-se a abrir a hipótese de que a bicada tucana receberia uma estocada petista. Qual? Luiz Inácio Lula da Silva, candidato a vice. Bom, puríssima especulação. Lula não toparia tal empreendimento. Por que? Primeiro, porque arrebentaria a aliança com o PMDB, perda de quatro minutos de TV e corrida frenética dos exércitos peemedebistas em direção aos oposicionistas. Seria um embate histórico, única maneira de se chegar ao clímax da polarização entre os dois partidos. O Brasil seria dividido meio a meio. O ódio, a indignação, as estocadas de ambos os lados. Guerra sanguinolenta. Este consultor não põe um fio de cabelo na cabeça desta hipótese.

Lula não é ela

Lula acaba de dizer em São José dos Pinhais, no PR, por ocasião do lançamento da campanha da senadora Gleisi Hoffmann ao Governo: "votem em mim, votem nela. Porque ela sou eu". Luiz Inácio é conhecido por suas tiradas esquisitas. Mas querer se colocar no papel de todos os candidatos petistas, incluindo as mulheres candidatas, é, por assim dizer, uma inversão de perfis e de valores nunca vista "na história deste país". É claro que ele ainda é o maior cabo eleitoral tupiniquim, mas a auto-estima, quando chega ao topo do Himalaia, pode extrapolar e entrar, de maneira abrupta, no terreno da demência. Ocorre que Lula é assim (apertem e deslizem os indicadores das mãos um contra o outro) com Deus.

José Saramago

"Se tens um coração de ferro, bom proveito. O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia."

"Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar."

"Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo."

"O que as vitórias têm de mal é que não são definitivas. O que as derrotas têm de bom é que também não são definitivas."

Água secando urnas

A falta d'água nas torneiras, nos próximos tempos, poderá ajudar a faltar votos nas urnas. De quem? De candidatos que encarnem os Poderes. O eleitor tende a distribuir as culpas pelos governantes, principalmente o eleitorado da base da pirâmide. Racionamento de água vai fechar algumas torneiras. E deixar os eleitores indignados, abrindo as imprecações.

Urnas sem luz

No caso da energia, o governo Federal acionará as usinas elétricas. Nesse caso, as raivas só ocorreriam se os rombos - os bilhões para as distribuidoras - chegarem aos bolsos dos consumidores. Em forma de aumentos, de inflação, enfim, menos grana para pagar a cesta básica. Espera-se que o estouro da boiada não ocorra antes de outubro. O represamento das ondas de indignação é mais provável após a abertura das urnas. Nesse caso, Inês estará morta e vai adiantar pouco chorar.

O fator Copa

Este consultor já adiantou neste espaço sua visão sobre o fator Copa do Mundo no processo eleitoral de outubro. Os oposicionistas trabalham com a hipótese de que uma derrota do Brasil na Copa poderá azedar o ânimo nacional e isto ter consequências negativas sobre a candidatura de Dilma. Se o Brasil tiver boa performance, mas não ganhar a Copa, sustentam outros, os efeitos seriam tênues. E se o Brasil for o campeão mundial de futebol, Dilma estará consagrada já no primeiro turno, argumentam uns. Este consultor tende a crer que esporte e política são territórios bastante definidos. Por isso mesmo, os eleitores não tentarão imbricar um no outro. As questões de acesso aos estádios, as dificuldades de operação da Copa, os serviços de apoio, esses, sim, poderão resultar em manifestações e quebradeiras.

Blocão quebrado

O blocão interpartidário, criado com a finalidade de fazer pressão sobre o governo, acabou fragmentado, disperso e, se quiserem, transformou-se em quimera. Ninguém tenha dúvidas. O presidencialismo de caráter imperial que temos no Brasil é capaz de aliciar blocos, blocões, bloquinhos, boquinhas e bocarras. O rolo compressor formado por 250 deputados deu em nada. Bastou o governo afrouxar as torneiras e atender às demandas de grupos. O PMDB resiste ainda porque, conforme se viu, a "reforma ministerial" passou ao largo da bancada na Câmara Federal.

As igrejas e o voto

As igrejas evangélicas terão mais influência na campanha eleitoral que a igreja católica. Simples : os evangélicos são mais fechados, verticais, atendem a comandos, orientam-se de acordo com as normas emanadas de seus pastores. Os católicos são dispersos e não têm lideranças fortes, capazes de orientar o eleitorado. Resposta simplista para uma questão complexa. Mas pode ser a abertura para uma esquentada discussão.

A dança das pesquisas

Os partidos estão fazendo pesquisas. Mas não soltam. Não têm interesse. A próxima pesquisa eleitoral em SP deverá ser mais uma rodada do Datafolha. Há versões e contraversões. Uma delas aponta para uma quedinha do governador Alckmin. Que hoje estaria na faixa dos 30%. Mas pesquisa nesse momento abre apenas conversa. Tudo é flagrante do instante.

Skaf com os dois lados

Começa a ganhar força hipótese sobre a moldura eleitoral paulista. À princípio, a polarização PT versus PSDB tenderia levar Padilha e Alckmin ao segundo turno. À princípio. No meio e no final, a hipótese começa a definhar. O eleitorado está saturado de 20 anos de tucanato. O forte eleitorado de classe média - média/média e não média/baixa - expande a contundência contra o petismo. A reação ao prefeito Haddad é amostra disso. Paulo Skaf, do PSDB, insere-se nesse retrato como o perfil asséptico, vitaminado pelo empreendedorismo, sem contaminação com o vírus da velha política. Uma alternativa à polarização. Donde, pode se pinçar a hipótese: tem boas condições de entrar no segundo turno. Na segunda rodada, teria o apoio dos petistas contra Alckmin; se o opositor for o Padilha, ganharia a preferência dos tucanos. Resumo da ópera: Skaf não é remota possibilidade, mas opção que se torna, a cada dia, mais sólida.

Hecatombe na economia

Dilma Rousseff continua favorita porque as bases macroeconômicas deste ano, neste momento, continuam muito parecidas com as do ano passado. A economia é a locomotiva. A política são os carros da composição. Se a locomotiva está em bom estado, o trem correrá tranquilamente pelos trilhos. Haverá percalços ? Analistas econômicos se dividem.

Os não votos

É bem possível que a abstenção, os votos nulos e brancos somem, este ano, cerca de 30%. Pode até ser mais que isso. A depender do clima ambiental da segunda quinzena de setembro. Muito quente, maior número de não votos. Clima agradável, menor número de não votos.

Melhor escolaridade

Pesquisa feita pelo economista Marcio Pochmann a pedido do Sindeepres, maior sindicato laboral representativo do setor de Terceirização (sob o comando competente de Genival Beserra), divulgada ontem, 18, mostra melhora significativa na escolaridade dos trabalhadores desse segmento: 57% dos entrevistados possuem ensino médio completo ou incompleto, 28% estudaram até o nível fundamental e 5% concluíram algum curso superior. Foram consultados 813 trabalhadores terceirizados no Estado de SP.

Tendência mundial

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), os contratos clássicos de trabalho tendem a ceder espaço a outras modalidades mais modernas e flexíveis nos países desenvolvidos, seguidos pelos emergentes. Quatro em cada 10 terceirizados entrevistados - 42% da amostragem - são funcionários de uma prestadora de serviços há menos de doze meses. Apenas 5% trabalham há mais de oito anos com o mesmo empregador, o que evidencia que a transformação do mercado de trabalho começa realmente a chegar nas bandas de cá.

Guerra Fria?

Gorbachev, o cara da Perestroika, faz um alerta: cuidado, pessoal, não resgatem as condições da Guerra Fria. Tudo por conta da Crimeia e sua anexação à Rússia. O alerta do Gorba é dirigido a Putin e a Obama. Será que, em plenos meados da segunda década do século XXI, o planeta ainda pensa em guerra entre as potências?

Eduardo e Collor?

Esta é uma incógnita. Lula teria atirado pesado em Eduardo Campos em recente almoço com empresários. Chega a versão de que dissera: "A minha grande preocupação é repetir o que aconteceu em 1989: que venha um desconhecido, que se apresente muito bem, jovem. e nós vimos o que deu". Imediatamente, veio a ideia de que a comparação era com Collor. Este consultor está pasmo. Os dois pernambucanos, mesmo separados, fizeram juras de eterna amizade.

Conselho aos candidatos a deputado

Esta coluna dedica sua última nota a pequenos conselhos a políticos, governantes, membros dos Poderes e líderes nacionais. Na última coluna, o espaço foi destinado aos assessores de candidatos e marqueteiros.

1. O clima eleitoral deste ano favorece candidatos a deputados que mais se identifiquem com os problemas e demandas de regiões. Daí a importância de mapear as situações regionais.

2. O eleitor procura perfis mais próximos ao seu cotidiano, aqueles que conhecem as localidades e lá apareçam de maneira continuada. Recriminam os chamados deputados "Copa do Mundo", aqueles que só visitam a região de quatro em quatro anos.

3. Essa tendência aponta para a regionalização do voto, em outros termos, no voto mais distritalizado. Atentem para a tendência, senhores candidatos.

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(Gaudêncio Torquato)

terça-feira, 18 de março de 2014

HEITOR MARAVILHA

Quem se aventura nesse ofício de engenho e arte que é a edificação de palavras, a arquitetura de frases, a construção de parágrafos, vez por outra se depara com a ausência da argamassa de assuntos. Confesso que assim estava em relação a minha primeira crônica laborada no ano de 2008.

Caminhando pelas ruas centrais de Crateús, transportei-me no pensamento e fiquei à cata de tijolos de idéias. Que mensagem apresentar naquele inicio de ano? Quais as sílabas primeiras a publicar?

De repente, em plena Rua Barão do Rio Branco, alguém me estendeu os braços, ensaiando trejeitos femininos e abrindo um sorriso esparramado como o céu. Era o Heitor Cavalcante de Almeida, o Heitor Maravilha.

Conheci-o há algum tempo. Como um filme em velocidade acima do normal, recordei algumas facetas da sua personalidade.

Primeiro, a sua presença, que lembra alegria. Compulsivamente brincalhão, o Heitor nos oferecia diariamente a lição que “a vida não deve ser levada tão a sério”. Agregou ao nome o epíteto ‘MARAVILHA’ porque, além de assim cumprimentar os demais, era uma figura permanentemente maravilhada com a existência.

Contou-me certa ocasião que, no Carnaval de 1996, exatamente quando se debatia com uma enorme crise financeira pessoal, teve a ideia de se juntar aos carreteiros da cidade e formar o bloco carnavalesco “Maravilha e Carreteiros”. Comemorou intensamente o período momino e, na quarta-feira da vida, renasceu das cinzas e se firmou como um próspero comerciante.

Daí talvez decorra uma outra característica singular que cultivava: a capacidade de superação. Sim, um dos maiores desafios que enfrentamos na atualidade é o de trabalharmos positivamente com as perdas e frustrações que nos são postas. Heitor descobriu o segredo de passar incólume pelos abalos sísmicos existenciais.

Internamente, julgo que aprendeu a polir a pedra bruta da vida numa construtiva irmandade que pertenceu e que tem como prioridade erigir templos à virtude.

Demais disso, foi um bom camarada, solidário companheiro que cultivou a árvore da amizade com a dedicação afetiva de um jardineiro fiel. Basta citar, como exemplo maior disso, o vínculo fraternal que o unia ao inesquecível Flávio Lima.

O certo é que aquele encontro com o Maravilha me fez refletir sobre as ânsias e expectativas da nossa comuna naquele 2008. Urge que transportemos para o coletivo valores que individualmente podemos alimentar.

Absorta em dificuldades de toda ordem, a cidade precisava despertar. 2008, ano eleitoral, era para por à prova nosso fulgor pela superação. Poderíamos mostrar que, tal qual Fênix, éramos capazes de renascer das cinzas das dificuldades, eliminar as notícias desairosas e publicar uma nova era, de promissora reconstrução.

Por isso, a despeito de qualquer contratempo, maravilhei-me com aquele 2008! Heitor desencarnou e eu recordei aquele episódio. Sua alma saltitante, baile de alegria em nossa desafiadora rotina, jardim de tulipas na aridez cotidiana, permanecerá aberta como uma perfumada jitirana azul à beira da estrada da vida!

(Júnior Bonfim)

OBSERVATÓRIO

Na eleição de 2004, Paulo Nazareno, após quebrar as resistências internas, emplacou Carlos Felipe como o candidato à sua sucessão. Passo seguinte buscava construir um arco de alianças que garantisse a vitória. Concluiu que o grupo político liderado por Chico Frota e Marcelo Machado poderia ser o fiel da balança e os procurou para uma tratativa. (Chico Frota, agropecuarista e comerciante, político por muito tempo militante, reservado e vertical como as carnaúbas do sertão, viveu e apreendeu muita coisa em se tratando de eleição). Após desenhar os cenários daquele pleito, Paulo acenou com a possibilidade de se coligarem. Chico Frota resistia. Após ter exercido cargo de Secretário de Obras, estava magoado com os fatos que precipitaram sua saída da Secretaria. Já no limite do prazo das convenções, notando a resistência, Paulo resolveu insistir e começou relembrar as divergências que haviam tido com líderes da coligação adversária. Visivelmente incomodado, Chico Frota resolveu enterrar de vez qualquer esperança e fulminou: “Doutor Paulo, em política, adversário é o que faz raiva por último”. A conversa encerrou. Poucas horas depois, Chico Frota e Marcelo Machado eram recebidos com festa na Convenção que escolheu a chapa vitoriosa de Zé Almir e Luizinho Sales.

EVENTOS

No final de semana passado Crateús foi palco de dois eventos importantes: um, administrativo, a inauguração da Policlínica; o outro, partidário, o encontro regional do Partido dos Trabalhadores. Ambos com repercussão nas eleições vindouras. O PT regional se fortaleceu no prélio municipal passado. Além de ser poder em vários municípios, conquistou duas Prefeituras: Ipaporanga e Ararendá. Agora, uma terceira, que por sinal é a mais importante da região, poderá cair-lhe no colo: Crateús. Carlos Felipe deverá renunciar até 04 de abril e entregar a Chefia do Executivo crateuense para Mauro Soares. Apesar da fidelidade que tem devotado a Felipe, Mauro Soares deverá impor estilo próprio, até por suas vinculações políticas históricas. Inevitavelmente, o ‘núcleo duro’ do poder local mudará de mãos. Em que pese alguns integrantes da cúpula atual continuarem, o grupo hegemônico, aquele que dará as cartas na gestão, será composto por outras pessoas.

NA INAUGURAÇÃO...

Da Policlínica Raimundo Soares Rezende nenhum dos três senadores cearenses estava presente. São os efeitos das articulações pré-eleitorais. José Pimentel, do PT, está próximo de Luiziane Lins na defesa de uma candidatura própria do partido; Eunício Oliveira namora com setores da oposição e trilha um caminho sem volta em busca do Palácio da Abolição; Inácio Arruda, do PCdoB, correligionário do Prefeito Carlos Felipe, não compareceu porque o governador já emitiu sinais claros de que não apoia o seu projeto de reeleição para o Senado.

O MOTOR...

Da Política é movido pelo combustível fóssil da conveniência e com fortes aditivos de crueldade no quesito falta de consideração. Por isso a lição de Chico Frota: “o adversário é o que faz raiva por último”. Eunício Oliveira, Tasso Jereissati, Luiziane Lins, Roberto Pessoa, Lúcio Alcântara e Sérgio Novaes estão unidos em torno de um objetivo comum de busca da alternância de poder no Ceará. O resultado? O tempo dirá.

MAIS MÉDICOS,

O polêmico programa do Governo Federal, foi o tema do Programa Roda Viva, da TV Cultura, no dia 10 de março. Exibido em cadeia nacional, o programa teve como entrevistado o crateuense Florentino de Araújo Cardoso, que é o atual Presidente da Associação Médica Brasileira. Após argumentar que o nosso problema não se restringe à questão da quantidade de profissionais, mas à qualidade dos serviços (sobretudo a ausência de infraestrutura), Florentino fez sérias restrições ao processo de importação dos médicos cubanos, que aqui estão sob regime de exploração, em total desrespeito à leis brasileiras em vigor.

HEITOR

Cavalcante de Almeida, o Heitor Maravilha, desencarnou. Deixou-nos no final de semana passado uma das figuras mais irmanadas com a alegria que conheci. Deixou-nos um legado de superação, um jeito leve de tocar a existência, um arvoredo de amizades, um indomável amor à vida. Certamente, descansa sorrindo (vide crônica ao lado).

QUASE POESIA

É o livro que Humberto Rodrigues Paz lança no próximo dia 22, na Academia de Letras de Crateús. Profissional da engenharia, esta é indiscutivelmente a sua mais fulgurante construção: a edificação da poesia, pilastras com desenho de árvores em sinfonia, concreto desarmado saltitando na betoneira da melodia!

PARA REFLETIR

“Cada um pensa em mudar a humanidade, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo”. (Leon Tolstoi)

(Júnior Bonfim, na edição de hoje do Jornal Gazeta do Centro Oeste, Crateús, Ceará)