sexta-feira, 27 de julho de 2012

MY WAY - FRANK SINATRA

quarta-feira, 25 de julho de 2012

CONJUNTURA NACIONAL

Abro a coluna com o deputado Newton Cardoso, ex-governador de Minas Gerais, fonte cheia de histórias hilárias.

Assumiu o governo de Minas e, no dia seguinte, foi ao aeroporto para viajar no helicóptero da administração estadual. Ao tomar conhecimento de que aquele "trem" tinha o nome de seu adversário, foi logo dando bronca no piloto:

- Não entro de jeito nenhum nesse trem com o nome do Hélio( ).

O piloto, constrangido, respondeu:

- Mas governador, esse helicóptero é do governo do Estado e não do ex-governador Hélio.

Newtão não quis saber:

- Esse trem agora vai se chamar Newtoncóptero. Falei e tá falado.

Outra historinha envolvendo o folclórico ex-governador. Resolveu passear de carro com a família. O carro pifou na estrada. O mecânico, que o socorreu, diagnosticou:

- São os burrinhos dos freios; estão danificados. Acho bom trocar logo esses burrinhos.

Cardoso deu a bronca:

- Calma, seu mecânico, meus filhos não descerão dos burrinhos de jeito nenhum.

Mensalão na reta final

O mensalão, ufa, chega à reta final. 3 de agosto, início da partida. Previsão de término: segunda quinzena de setembro. São 38 réus, 50 mil páginas de documentos, 90 horas de julgamento, 15 sessões do plenário, 600 testemunhas em 42 cidades brasileiras. Fase de inquirição de testemunhas: 4 anos. Alegação final dos réus tem 2,8 mil páginas. Voto do relator Joaquim Barbosa tem mil páginas. Voto do revisor Ricardo Lewandowski, também mil páginas. Para efeito de comparação, lembremo-nos do caso Collor: 8 réus, 38 páginas de processo (1994). O interesse é tão grande que o STF está pedindo reforço de segurança junto à Força Nacional. Mídias nacional e internacional com luzes e holofotes acesos.

Projeções

Hipótese 1: condenação de todos os réus. Penas duras. Menos provável. Hipótese 2: absolvição de todos os réus. Pouco provável. Hipótese 3: condenação de alguns e absolvição de outros. Razoável. Esta é uma projeção por muitos considerada a mais viável. As penas serão variadas. Mas poucos acreditam em penas muito duras. Os operadores do esquema poderão receber penas mais pesadas. O caso mais emblemático a suscitar dúvidas e interrogações envolve o ex-ministro José Dirceu. Haverá novidades, como a versão mais recente do ex-deputado Roberto Jefferson, que denunciou o esquema: Lula ordenou a operação. Esta é a bombástica declaração do advogado de Jefferson, Luiz Francisco Corrêa Barbosa. Como se recorda, logo após denunciar o caso, o presidente do PTB inocentou Lula: "eu contei e as lágrimas desceram dos olhos dele. O presidente Lula é inocente nisso".

Estratégias

Entre as estratégias dos advogados de defesa, uma das mais anunciadas diz respeito ao desdobramento dos casos, o que poderia, caso a tese fosse aceita, fazer com que os autos dos processos de alguns réus voltem às instâncias inferiores, permanecendo no STF apenas os processos abrigando réus com prerrogativas de foro, conforme visão do ministro Marco Aurélio Mello. Outros defenderão o argumento de que os recursos do mensalão provinham do caixa 2 de campanhas. Há, ainda, os que defenderão a ideia de que alguns réus não tomavam conhecimento e nem eram responsáveis pelo caixa do PT.

O fator Russomanno

A última pesquisa Datafolha sobre os candidatos à prefeito de São Paulo tem aberto grande polêmica sobre os competidores, a partir da hipótese sobre os dois competidores que entrarão no corredor do segundo turno. Dois dados surpreenderam: o crescimento de 2 pontos de Celso Russomanno, do PRB, que chegou aos 26% e a expansão da taxa de rejeição de José Serra, que chega aos 37%. Minha interpretação: Russomanno abocanhou uns pontinhos que eram do cantor Netinho de Paula, que se retirou do pleito; Serra, que é conhecido por quase todo o eleitorado de 8,5 milhões, aumenta rejeição nas margens, onde não é bem avaliado. Seu desafio será o de diminuir drasticamente a rejeição, algo entre 15% a 20%. Mas a grande pergunta é: Russomanno sustentará seu índice?

Projeções

Vamos à história. Em julho de 2008, Marta liderava o pleito, seguida por Geraldo Alckmin. Marta chegou a ter 35%, enquanto Alckmin exibia confortáveis 32%. O prefeito Kassab, que assumira no lugar de Serra, tinha 8%. Na oportunidade, este consultor fez para ele a leitura: poderia quebrar a polarização entre PT x PSDB por meio de uma campanha positiva, alegre, jovial, para cima. E assim ele fez. Subia degraus a cada pesquisa. Quebrou a polarização. Passou Marta Suplicy e desbancou Alckmin. A história derruba a tese de que a polarização é algo irremovível. Pode, sim, ser ultrapassada. Nesse caso, há possibilidades de crescimento para Fernando Haddad e Gabriel Chalita. Será difícil para Russomanno sustentar sua taxa. Terá apenas 2 minutos e alguns segundos de TV e rádio.

TV, o comício eletrônico

Que ninguém se engane. A TV será o maior cabo eleitoral da campanha municipal nos municípios que contam com mídia eletrônica. Será a vitrine de candidatos e de suas propostas. O fluxo de atenção obedecerá a uma lógica: início dos programas de rádio e TV (21 de agosto) até 5 de setembro, boa audiência. Eleitores querem saber quem é quem e quais são as propostas. De 5 a 20 de setembro, queda da audiência. O eleitorado, após tomar conhecimento das campanhas de cada candidato, faz um intervalo. Assiste, esporadicamente, alguns programas. À medida que a campanha se aproxima do final, a audiência tende a crescer. Os eleitores querem conferir abordagens e consolidar suas visões/julgamentos/decisões sobre candidaturas.

Balança capenga

Há mistério cercando os pesos da balança da Anatel. A Agência avaliou desempenho das operadoras, pede providências e compromissos com qualidade. Até aí tudo bem. Entre Claro, Vivo, TIM e Oi, esta última é a que apresenta menor índice de reclamação. Da moldura avaliativa, emerge a instigante questão : por que a Vivo não foi punida pela Anatel? Há mais complexidade em alguns chips que imagina nossa pequena capacidade de compreensão.

Desemprego e eleições

Só agora começam a aparecer os primeiros sinais de desaceleração da economia, a partir do freio na indústria. O mercado de trabalho é o território dos efeitos. Anuncia-se, aqui e ali, fechamento de postos de trabalho. O desemprego começa a mostrar sua carranca. Eleições sob um pano de fundo de contingentes desempregados apontam para o perfil de um eleitor contrariado, nervoso, insatisfeito, indignado. Os danos serão mais visíveis nos maiores centros eleitorais, a partir de São Paulo.

Mensalão e eleições

O mensalão terá repercussão sobre o processo eleitoral? A primeira leitura é a de que os eleitores conseguirão distinguir as coisas. Mas, nas capitais onde se constata polarização clássica entre petistas e tucanos, é previsível que o discurso do mensalão frequente a mesa dos debates. Haverá, como se sabe, alguns debates, promovidos pelas redes de TV. E é provável que o assunto acenda a polêmica principalmente na segunda metade de setembro.

Parcerias

Nas 85 maiores cidades do país - com mais de 200 mil eleitores - PMDB e PT dobraram as alianças. Nesse grupo, em 2008, o PMDB apoiava 10 candidatos petistas. Hoje, apoia 20. Já a recíproca mudou um pouco. Em 2008, o PT apoiava um peemedebista em 6 cidades. Hoje, endossa um peemedebista em 3 cidades. O PMDB também reduziu acordos com o PSDB. Já o PSB do governador Eduardo Campos diminuiu o apoio aos candidatos petistas, privilegiando seus próprios quadros. E manteve acordos com o PSDB e o PSD do prefeito Kassab. Resumo do quadro: PMDB dá sinais de expandir aliança com PT e PSB faz o caminho inverso, expressa distanciamento.

Obama e a economia

Barack Obama está com dificuldades de expandir o cofre da campanha. Em 2008, conseguiu juntar quase US$ 600 milhões. Hoje, não chegou a captar US$ 100 milhões. É a economia, estúpido. O empate com Mitt Romney tem como desenho de fundo a posição nada confortável da economia norte-americana.

Pacto de não agressão?

José Serra quer firmar pacto de não agressão com Celso Russomanno. Quem acredita nisso? Difícil. Na hora H, todos os candidatos puxam a navalha cortante da expressão.

SOS para as crianças

A cada ciclo de férias, a pauta de tragédias se expande. Continuam a morrer crianças em hotéis e parques de diversão no país nesses tempos de insegurança geral. É assustador! A última morte foi segunda feira, em um hotel de Águas de São Pedro. Uma criança de 4 anos brincava num balanço. Uma das barras de sustentação do brinquedo caiu sobre a menina. O Estado não fiscaliza nem pune os desvios que se acumulam. Vidas humanas destruídas na esteira da irresponsabilidade. Vamos apoiar entidades como a ONG Férias Vivas, fundada por Fernando Pinto Zacharias e Silvia Maria Basile.

Trabalho perde função

Há greves em 7 ministérios, em agências e autarquias Federais. Calcula-se em 150 mil o número de servidores abarcados pelos movimentos. Pela lógica, o Ministério do Trabalho e Emprego seria a entidade a negociar com as lideranças das greves. Pois bem, o Ministério não cuida disso. A pasta está esvaziada. Primeiro, porque Dilma percebeu que ali é um território muito disputado pelas Centrais sindicais, a partir da Força Sindical. Por isso, baixou um decreto transferindo ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão a responsabilidade de negociar com os servidores públicos e gerir o cadastro nacional das entidades sindicais que representam o funcionalismo. Ou seja, o Ministério do Trabalho perdeu peso na frente de articulação com os servidores.

54º Congresso de Hotéis

De 26 a 28 de julho, o CONOTEL 2012 reunirá autoridades, gestores e executivos da cadeia hoteleira para debater as principais questões do setor no Centro de Eventos Fecomercio, na capital paulista. Na abertura do evento, este consultor fará uma análise da conjuntura neste momento em que o setor conta com a aprovação do Plano Brasil Maior pela presidente Dilma Rousseff. O Congresso deve contar também com a presença de Valdir Moysés Simão, secretário executivo do Ministério do Turismo; Maurício Lucena Do Val, diretor de Políticas de Comércio e Serviços do MDIC; Marco Antônio Viana Leite do Ministério do Desenvolvimento Agrário; Valéria Barros, do SEBRAE Nacional; Ângela Pimenta Peres, do SESI; Enrico Ferni, presidente da ABIH Nacional; e Bruno Omori, da ABIH/SP. O evento é uma realização das quatro principais entidades do setor : ABIH Nacional (Associação Nacional da Indústria de Hotéis), FBHA (Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação), e FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil e Resorts Brasil). Entre os temas abordados, "Brasil como ambiente macroeconômico para aceleração do turismo"; "Modelos internacionais da relação de parceria entre governo e hotelaria"; e "Inovação como ferramenta preventiva contra estagnação do mercado hoteleiro".

Conselho às autoridades policiais

Esta coluna dedica sua última nota a pequenos conselhos a políticos, governantes e líderes nacionais. Na última coluna, o espaço foi destinado aos candidatos e seus assessores. Hoje, sua atenção se volta às autoridades policiais:

1. A insegurança voltou a provocar pânico em São Paulo. O momento é propício para uma profunda reflexão sobre a capacitação dos quadros policiais. Que devem receber urgente orientação/treinamento sobre condutas de abordagem dos cidadãos.

2. É inadmissível que os assustadores eventos policiais, que culminaram com o assassinato de um publicitário e de um imigrante italiano, sejam debitados na conta da banalização, como se fossem casos normais. A população quer ver atos e decisões substantivas voltadas para aperfeiçoar as ações da polícia.

3. Caso persistam as situações de extrema violência, como as que se viram em São Paulo, nos últimos dias, a indignação social culminará com o repúdio aos governantes do momento. E a arma que o povo usará será o voto.

"Se tens um coração de ferro, bom proveito. O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia". (José Saramago)

"Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar". (José Saramago)

"O que as vitórias têm de mal é que não são definitivas. O que as derrotas têm de bom é que também não são definitivas". (José Saramago)

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(Gaudêncio Torquato)

PARA REFLETIR

Jesus, porém, chamou-os e disse: “Vós sabeis que os chefes das nações têm poder sobre elas e os grandes as oprimem. Entre vós não deverá ser assim. Quem quiser tornar-se grande, torne-se vosso servidor; quem quiser ser o primeiro, seja vosso servo. 28Pois, o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate em favor de muitos”. (Do Evangelho de hoje)

terça-feira, 24 de julho de 2012

CONSIDERAI MIRAR O SOL



O carrossel da vida, o encarrilhamento das obrigações diárias, o acorrentamento à necessidade de cumprir prazos, o imperativo dos compromissos profissionais, a inafastabilidade da peleja permanente pela sobrevivência – constituem invariavelmente óbice à imprescindível abertura das asas da alma à liberdade do voo.

Por óbvio, isso nos impede de mirar seres, coisas, objetos e pessoas sem as peles artificiais que as revestem. O tsunami das convenções grupais é tão violento que faz submergir qualquer ilha de resistência ao roldão do lugar comum. Somos todos arrastados pelas caudalosas ondas que lavam o cérebro da coletividade. Pensamos conforme nos orienta a cartilha do grupo ao qual estamos filiados. Agimos segundo seu fascículo conceitual. Rezamos em sintonia com aquele catecismo imposto pelo núcleo religioso cujo fio de fé professamos.

Nesses tempos de campanha eleitoral aflora a convicção de que a política é uma das arenas em que mais veementemente explode esse ímpeto gladiador alimentado pela passionalidade. Tornamo-nos instrumentos desse combustível fóssil extraído do poço tubular raso dos interesses.

Deixamos de observar valores simplesmente porque quem os exibe não está na arquibancada do nosso time. Olvidamos de resaltar virtudes em razão dos protagonistas utilizarem carteiras de filiação diferenciadas da nossa. Descuramos reconhecer méritos em razão da origem ideológica de quem os ostenta.

Ninguém imagina quão grato fico quando recebo um telefonema cobrando a escritura desta Crônica. É que essa doce e solitária faina laboral no roçado germinal das letras me obriga a pensar, silenciar, meditar e sopesar. Impulsiona-me a deixar a caverna do cotidiano embaçador e perscrutar o vagalume do sonho. Força-me a mirar de frente o sol!

E, mirando a clareza solar, sentir o aroma inebriante do arco-íris da liberdade! Mergulhar entre os balseiros da essencialidade!
O fato é que, desse espaço introspectivo, às vezes fico impressionado com a fúria descomunal, a acidez verbal, o hálito de fogo que alguns costumam exalar no movimento de um prélio urnístico. Por que tanta dificuldade em controlar o tigre interior?

Nessa esteira, vez por outra, quando o nosso terreiro é iluminado por um relâmpago de lucidez, nos indagamos: temos mesmo que nos deixar levar pela correnteza do mundo? É inevitável sermos alcançado por esse redemoinho?

Consideremos que a resposta seja NÃO!

Consideremos a possibilidade de retirarmos a blusa. Caminharmos, cabelo ao vento, embalados pela sinfonia da natureza, sem chapéu, sem óculos, sem metal e sem enfeites. Contemplarmos a gratuidade mágica de pisar na terra nua, molhar os pés no primeiro pingo d’água encontrado.

Consideremos a alternativa de nos abstermos de pronunciar palavras vãs. Fazermos uma pausa na batalha. Contermos o espírito de contenda e apenas esparramarmos o átomo da admiração para festejar a querida presença da generosidade no nosso entorno.

Consideremos a abertura de uma concessão à benevolência. Consideremos compartilhar uma refeição temperada com os ingredientes da tolerância.

Consideremos, por fim, um gesto de afeto ao despojamento total, a busca de uma maior intimidade com o desapego. Consideremos uma inflexão rumo à sensibilidade, o ato heroico de admitir a ternura em nosso dia a dia. Consideremos mirar o Sol!

(Júnior Bonfim, na edição de hoje do Jornal Gazeta do Centro Oeste, Crateús, Ceará)

OBSERVATÓRIO

Winston Churchill foi uma lenda que sacudiu a Europa no século passado. Oficial no Exército Britânico, firmou-se como um político conservador. Consagrou-se como exímio orador; entrou para a História como estadista notável. Historiador, escritor e artista, é o único primeiro-ministro britânico a ter recebido o Prêmio Nobel de Literatura e o primeiro político europeu Cidadão Honorário dos Estados Unidos. Quando, ainda jovem, acabou de pronunciar seu discurso de estréia na Câmara dos Comuns, foi perguntar a um velho parlamentar, amigo de seu pai, o que tinha achado do seu primeiro desempenho naquela assembleia de vedetes políticas. O velho pôs a mão no ombro de Churchill e disse: - Meu jovem, você cometeu um grande erro. Foi muito brilhante neste seu primeiro discurso na casa. Isso é imperdoável. Devia ter começado um pouco mais na sombra. Devia ter gaguejado um pouco. Com a inteligência que demonstrou hoje, deve ter conquistado, no mínimo, uns trinta inimigos. O talento "assusta".

CHURCHILL

Àquela ocasião o futuro estadista maior da Inglaterra fez ouvido de mercador. Continuou determinado, firme e ousado na defesa dos princípios que cultivava. Em 1940, o destino trágico da Inglaterra e da maior parte da Europa parecia inevitável. O exército alemão avançava por toda parte. Os Ingleses reconheceram em Churchill o único nome capaz de liderar o País, pois previra ainda nos anos 30 aquela dramática situação. Com uma retórica contundente, anunciou ao País: “Eu diria à Casa, como disse àqueles que se juntaram a este governo: nada tenho a oferecer senão sangue, trabalho, lágrimas e suor. Temos diante de nós um desafio dos mais graves. Temos diante de nós muitos, muitos e longos meses de luta e sofrimento. Os senhores perguntam: qual o nosso plano de ação? Posso dizer: é travar guerra, por mar, terra e ar, com todo o nosso poder e com toda a força que Deus nos possa dar; travar guerra contra uma monstruosa tirania jamais suplantada no sombrio e lamentável catálogo dos crimes humanos. ...” Cinco anos depois celebrava a vitória sobre o nazismo. Quando se descortina uma nova campanha eleitoral, sinto o quanto precisamos de políticos com o sangue azul dos estadistas...

A CAMPANHA ELEITORAL

Cada vez mais se cristaliza na cabeça da população a ideia de que eleição é igual a concurso público. É uma disputa em que deve prevalecer, acima de tudo, a igualdade de condições. Nenhum dos candidatos que estão legal e legitimamente inseridos na disputa pode receber tratamento diferenciado. Todos estão rigorosamente obrigados a cumprir as regras estabelecidas. A obediência à Lei Eleitoral vincula todos. Em sentido reverso, quem realizar conduta vedada pode sofrer as reprimendas legais. Não basta apenas obter a vitória. Ela tem que ocorrer de maneira clara, induvidosa, sem qualquer mancha de ilicitude. Em um concurso, quando um candidato é flagrado “colando” ou tentando burlar as normas, é afastado do certame. O mesmo raciocínio vale para o processo eleitoral. Um candidato que ganha uma eleição usando de artifícios ilegais - artimanhas eleitoreiras, realizando propaganda criminosa, abusando de poder político ou econômico – pode ganhar a eleição e depois perder na Justiça. No pleito passado, somaram-se mais de duzentos e sessenta prefeitos que perderam seus mandatos. Portanto, todo cuidado é pouco. Às vezes o postulante recebe o diploma como vitorioso e, após uma condenação, é obrigado a entregar o cargo para o segundo colocado.

TAC’s

O Ministério Público e a Justiça Eleitoral estão mais rigorosos na fiscalização do cumprimento das regras que orientam a pugna pelo sufrágio popular. Em Crateús foi extremamente louvável o protagonismo do Ministério Público, liderando de maneira vanguardista a celebração de TAC’s (Termos de Ajustamento de Conduta) com as emissoras de rádio e com os partidos políticos. Garantiu-se a realização de uma campanha leve, despoluída e respeitosa. Oxalá todos cumpram os termos pactuados. Com efeito, após a eliminação dos showmícios, do barulho ensurdecedor, da poluição visual e seus consectários, o eleitor poderá, enfim, se atentar para o que é mais importante: os candidatos, sua história, suas propostas, seus compromissos.

DIVULGACAND

E, aqui, vem o principal: quem já se deteve a ler e avaliar as propostas dos candidatos? É possível acessá-las pela internet. No site do TSE (www.tse.jus.br), clique em “eleições”, em seguida no item “eleições 2012” e, quando abrir a página, em DivulgaCand2012 - o sistema de divulgação dos registros de candidaturas. Selecione o estado e, na caixa de pesquisa, insira o nome da sua cidade. A partir daí poderá visualizar os principais dados e informações dos candidatos, inclusive as propostas dos que almejam conquistar a Prefeitura. Dos cinco candidatos postos em Crateús, apenas Eduardo Machado não protocolou suas propostas (ou ainda estão pendentes de divulgação); os demais enviaram. Ali se pode ver, por exemplo, que todos os candidatos estão assumindo o compromisso de realizar concurso público. Só Carlos Felipe fala em “seleção de temporários”.

SEDE DA OAB

Os operadores do direito que militam na região de Crateús têm agora uma casa própria, um ponto de apoio, uma sede definitiva. “Nós temos agora a nossa referência, a nossa casa”. A declaração é do advogado José Almir Claudino Sales, com 30 anos de advocacia e que foi homenageado na quinta-feira, dia 19 de julho, pela Subseção de Crateús, juntamente com os também advogados José Eudes Soares de Oliveira e Rozária Neta Bonfim Lacerda. Agradecido pelo apoio dos Presidentes Estadual e Nacional da OAB, Valdetário Monteiro e Ophir Cavalcante, o presidente da Subseção, Ismael Pedrosa Machado, disse que estava sendo concretizado um sonho de 15 anos. Ele lembrou que a realização do projeto se deve também aos ex-presidentes da Subseção de Crateús, que “deram valorosa contribuição”.

PARA REFLETIR

“Todas as grandes coisas são simples. E muitas podem ser expressas numa só palavra: liberdade; justiça; honra; dever; piedade; esperança”. (Winston Churchill)

(Júnior Bonfim, na edição de hoje do Jornal Gazeta do Centro Oeste, Crateús, Ceará)