quinta-feira, 28 de julho de 2011

CONVITE


Amig@s,

A Academia de Letras de Crateús abre suas portas para receber uma nova leva de acadêmicos. Tomarão posse no sodalício crateuense Ana Cristina do Vale Gomes, Cheyla Mota, José Maria Bonfim de Morais, José Rodrigues Neto, Juarez Leitão, Karla Gomes, Paulo Nazareno e Silas Falcão. O evento, aberto à população de modo geral, ocorrerá no próximo sábado, dia 30 de julho, às 19:00 hs, no Teatro Rosa Morais.

RELEMBRANDO DOM HELDER CÂMARA, O ÚNICO BRASILEIRO INDICADO QUATRO VEZES PARA O NOBEL DA PAZ

Há doze anos o mundo se despedia de Dom Hélder Câmara, o cearense que se fez bispo dos pobres, santo rebelde, mestre da paz.

Era um homem que teve a rara habilidade de conciliar a condição de ser essencialmente midiático com a de pastor humildemente carismático.

Veja algumas de sua frases:


quarta-feira, 27 de julho de 2011

LANÇAMENTO

Foi extremamente prestigiado o lançamento do livro do poeta Dideus Sales ontem no Centro Cultural OBOÉ.

Dimas Macedo, da Academia Cearense de Letras, foi o cerimonialista. Juarez Leitão, o apresentador. Em belo discurso Juarez ressaltou que a poesia popular - tão bem representada por Dideus - é a fonte primária, é a nascente, é o filete original de todas as poesias.

Ao final, Dideus agradeceu a todos dizendo mais ou menos as seguintes palavras:

"Nunca imaginei que - depois de ceder aos encantos do mundo mágico do sertão e, depois, das serras, do litoral e das urbes – viraria um oleiro da palavra.

Minha modesta poesia é pura terra, terra pura, barro de afeto, argila sentimental. Pois tudo – plantas, aves, seres de todas as cores - tudo vem da terra. Assim, terra sou. Pertenço a esse espaço sagrado da fecundidade.

Todos vocês que me enobrecem esta noite com a honra das suas presenças, só podem ouvir uma palavra da minha boca: obrigado. Grato estou, graças vos dou. Agradeço de coração.

Sou um singelo lavrador que adora lançar sementes de amizade. Foi uma semente de amizade que plantei quando apertei a mão de Juarez Leitão pela primeira vez..."


(E citou quase todos os presentes...)

CONJUNTURA NACIONAL

Quatro chinelas


O médico Francisco Ibiapina, do Jaguaribe, Ceará, tratava com muito zelo de um cliente recém-casado e acometido de forte gripe. O clínico fazia prescrições sobre o regime alimentar e sugeria cautelas para evitar recaída. A um lado, a jovem esposa presenciava a conversa, silenciosa e atenta aos conselhos do médico. Fixando nela os olhos amorosos e não se conformando com a desarrumação de sua lua de mel, o doente cochichou um pedido com voz rouquenha:

- Seu doutô: fazerá mal quatro chinela debaixo da minha rede?

Causo contado pelo historiador Leonardo Mota.


Sinal amarelo


Há um grande sinal amarelo nos faróis que iluminam a trajetória das principais economias mundiais. E esse sinal começa a ser aceso nos Estados Unidos. Dia 2 de agosto é o prazo fatal para sabermos se o sinal é de perigo. A questão gira em torno da dívida interna dos EUA, de US$ 14,3 trilhões. Os republicanos querem aumentar a dívida em apenas (?) US$ 1 trilhão. Os democratas propõem um aumento de US$ 2,4 trilhões e um corte de despesas de US$ 2,7 trilhões. Se o aumento não for suficiente, a Nação de economia mais forte do mundo dará um calote. A economia poderá contrair em até 5% e o resto do mundo, entre 3% e 4%. Os investidores começam a escolher uma moeda para substituir o dólar. Por enquanto, o franco suíço.


E por aqui?


O Brasil, desta feita, receberá impactos mais fortes que os da crise de 2008. O país, dizem os analistas, gastou muita munição para suportar os efeitos daquela crise. A gastança não teve limites. Somos um território cheio de riquezas. O futuro é promissor. Mas, em termos imediatos, não seremos uma ilha de segurança no meio de um oceano revolto.


Dólar baixo


O dólar chegou ao patamar mais baixo desde 1999: R$ 1,54. A exportação brasileira levanta a bandeira do SOS. E a China abocanha os mercados mundiais.


Gasolina pode subir?


Será que este consultor foi contaminado pelo vírus do catastrofismo, aquele que Fernando Henrique identificava quando presidente da República? Pode ser. Mas não dá para fazer leitura otimista, quando vemos, por exemplo, o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, fazer a previsão sobre aumento da gasolina. Segundo Gabrielli, com a crise do mercado de etanol e a alta venda de carros flexíveis, que podem usar a gasolina ou o etanol, houve um aumento de 19% da demanda de gasolina em 2010, fazendo com que nossa capacidade de produção desse combustível chegasse ao limite. As refinarias estariam trabalhando no limite e, por isso, o preço doméstico poderá receber reajuste.


A carta de Pagot


Luiz Antônio Pagot saiu magoado do DNIT. O ex-diretor geral do órgão despediu-se em tom amargurado. Foi aplaudido pelos funcionários. E escreveu uma carta pessoal para a presidente Dilma. Lacrou a carta. O conteúdo deve ser bombástico. Ali deve haver um relato de decisões tomadas e atores responsáveis por elas. Pagot quer dizer que não era ele o único a tomar decisões. Infere-se que os nomes de todos os grandes responsáveis pelas decisões e apadrinhados lá estão.


Decifrando Haddad


Há uma grande interrogação nas frentes políticas sobre as razões que levam o ex-presidente Luiz Inácio a escolher o nome de Fernando Haddad, ministro da Educação, como candidato do PT à prefeitura de São Paulo em 2012. Tentemos decifrar as razões: 1. Lula é muito intuitivo. Conhece profundamente a alma eleitoral. Sabe que o povo gosta de novidades. 2. Haddad encarna a novidade que o maior eleitorado do país quer ver, simbolismo encarnado também pela então candidata Dilma Rousseff; 3. Marta Suplicy, com alta rejeição, tende a cair na reta final de campanha; 4. PT precisa sair da velha pista onde correm os mesmos e velhos atletas; 5. A campanha de 2012 deverá ser caracterizada como um palco de novos atores: além de Haddad, deverão aparecer Gabriel Chalita, pelo PMDB, e um perfil também novo, oriundo do PSDB. Da floresta tucana, o único com feição antiga capaz de boa performance seria José Serra. Que rejeita a candidatura.


Prévias


O desafio de Fernando Haddad é passar pelas prévias. Como se sabe, o PT tem defendido, ao longo de sua história, a realização de prévias partidárias, de onde sai o candidato. Lula, mesmo, já passou por elas. Agora, porém, receoso de que seu candidato, Haddad, perca as prévias para Marta Suplicy, Lula estaria minimizando sua importância. Como se trata do dono da flauta petista (quem é dono da flauta, dá o tom), é provável que não haja prévias na seara petista. A turma da Marta deve chiar.


Um Chile de miséria


A presidente Dilma arrumou um novo mote para embalar o programa Brasil Sem Miséria. Promete tirar das margens sociais "Um Chile de miséria", no caso 16 milhões de brasileiros que vivem nas últimas fraldas da pirâmide social. O discurso tem forte apelo de marketing. Sobre o aspecto operacional, há muitas curvas a serem enfrentadas.


Crime contra a Humanidade


Quem diria, hein, o paraíso terrestre com clima de inferno. A Noruega e os países nórdicos se elevam, na visão de muitas Nações, ao patamar mais alto da excelência de vida. A imagem que se tem deles é a de harmonia, equilíbrio, ajustamento social, respeito ao ser humano, solidariedade, paz. O brutal assassinato de 76 pessoas por um descendente de viking - um rapaz alto e louro - com toques de frieza polar arremata a tese de Samuel P. Huntington, de que a maior ameaça às Nações democráticas provém do fundamentalismo de caráter ideológico/religioso. Esse louco desvairado tem uma visão maniqueísta da civilização. Na longa carta que escreveu, para explicar a monstruosidade que cometeu, chega a criticar, inclusive, o Brasil, pela miscigenação de raças. Deve passar 30 anos na prisão. Será condenado por crime contra a Humanidade.


Mexendo com as panelas


Fugir da azáfama cotidiana em troca de minutos de fruição é um permanente desafio das pessoas que militam na esfera pública. A ministra Eliana Calmon, corregedora nacional da Justiça, refugia-se na cozinha e gosta de fazer coisas complicadas, como folheados. Tem um livro de Receitas Especiais, de 300 páginas. O ministro do Esporte, Orlando Silva, é um artista na cozinha: faz coisas maravilhosas como vatapá e caruru. O senador Aloysio Nunes Ferreira oferece aos convidados um divino risoto de frutos do mar. O advogado-geral da União, Luis Inácio Adams, faz uma imbatível picanha. Jarbas Vasconcelos, o senador pernambucano, só recebe elogios quando oferece carne de sol aos convidados. Banhada por longas horas no leite. É bom também no cozido. Deve haver uma boa centena de políticos, ministros e juízes que não fariam vergonha nas melhores cozinhas de São Paulo.


A máfia no mundo


Alessandra Dino e Walter Fanganiello Maierovitch, especialistas em matéria de máfias transnacionais, organizaram e lançaram a obra "Novas Tendências da Criminalidade Transnacional Mafiosa". Reúne, em nove perspectivas complementares, as características das organizações criminosas. "A globalização dos mercados aumentou as oportunidades e os modos de colaboração entre máfias e colarinhos brancos". O livro saiu pela Editora UNESP.


Skaf e as concessões


Paulo Skaf, presidente da FIESP/CIESP, ergue a bandeira da democratização no campo da energia. Aciona o TCU para que a Corte faça cumprir a disposição normativa de abrir as concessões no setor elétrico, evitando a prática antidemocrática de renovação automática. Nos anos de 2015/2016, deverão ser renovadas 112 concessões de empresas de geração de energia, 9 linhas de transmissão e 27 linhas de distribuição. A abertura das licitações, segundo estudos realizados pela FIESP, traria muitos benefícios à sociedade, a partir, por exemplo, do barateamento do custo da energia.


"Só quero os ócro"


O oftalmologista Manoel Teixeira de Araújo recebeu a mulher em seu consultório, em São João do Sabugi, para um exame de vista. Convidou a paciente para ler a tabuleta, para a qual a apontava: "Por favor, a senhora pode ler estas letras"? Em sua sertaneja ingenuidade, a mulher respondeu com calma e muita convicção: "Doutor, ler mesmo eu não sei não, mas essa menina que tá aqui pode fazer isso por mim. O que eu quero mermo é os ócro. Só os ócro". Divertido causo narrado por Valério Mesquita.


Recesso e tumulto


Cresce a expectativa na esfera política com o fim do recesso do Congresso. O pano de fundo reúne ingredientes que ainda não foram de todo digeridos pelo corpo parlamentar: a faxina no Ministério dos Transportes, a lerdeza no preenchimento de cargos do segundo escalão; a votação da PEC 300 e da Emenda 29; a pauta fiscal/tributária, encaminhada pelo Executivo. Vai haver certo tumulto. Os líderes começam a encomendar escudos mais duros.


Lixo, prioridade um


A questão do lixo, em São Paulo, foi motivo de uma audiência pública no dia 25 último. A logística para a operação do lixo é muito complicada. Quanto maior a área a ser cuidada, maior a complexidade da operação. A questão é: um grupo novo pode, em pouquíssimo tempo, preparar e apresentar um plano de trabalho de alta envergadura ?


200 aterros


Ainda sobre lixo: o Estado de São Paulo precisa regularizar cerca de 200 aterros sanitários para substituírem os famosos lixões irregulares. Coisa urgente. Uma licença para esta atividade aguarda na fila há quase três anos. A situação carece solução urgente, mas o Poder Público retarda o processo. A continuar assim, a regularização dos aterros não será vista por nenhum dos leitores. Coisa de um século.


Igrejas sortidas


Edir Macedo, o bispo-mor da Igreja Universal e comandante do Grupo Record, pede aos fiéis 20 dias de abstinência de comunicação. Nada de TV, rádio, jornais ou revistas. Como ficaria a Record sem os fiéis da Universal? Bem, muito bem. O contingente de telespectadores é pequeno. A Record captou outros públicos. E, claro, com os fiéis enchendo os cultos, mais dízimo. Ou seja, trata-se de uma operação lucrativa. Já a Igreja Mundial do Poder de Deus, do pastor Valdemiro Santiago, está negociando o uso do SBT nas madrugadas. Por uma bolada de R$ 300 milhões por ano.


Sede de poder


Nordeste, capital da sede
E é com sede que a sede cresce
E o Poder a poder da sede
Não deseja que a sede cesse.

Quem sepulta um cristão na rede
Vai vivendo a poder de prece
É sertão num pé de parede
Vendo tudo morrer de "EDE"
Pois ali já beberam o "S".

(Prosa Morena - Jessier Quirino)


Conselho às autoridades monetárias


Esta coluna dedica sua última nota a pequenos conselhos a políticos, governantes e líderes nacionais. Na última coluna, o espaço foi destinado aos pré-candidatos. Hoje, sua atenção se volta às autoridades monetárias:

1. Os EUA estão na iminência de um calote, caso o governo Obama não consiga aumentar o teto da dívida americana em US$ 2,4 trilhões.

2. A Zona do Euro vive intensa expectativa ante a situação crítica da Grécia, que poderá desandar e puxar pela ladeira as pedrinhas do dominó, gerando uma crise em cadeia nas economias interdependentes.

3. Diante dessa moldura, as autoridades monetárias devem abrir todos os sentidos, aproveitando a oportunidade para tomar medidas de precaução, não deixando as decisões essenciais para a última hora.


(Gaudêncio Torquato)

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terça-feira, 26 de julho de 2011

OBSERVATÓRIO


Escrevo esta coluna sob o olhar grave e pleno de autoridade do Padre Cícero Romão Batista. Estou em Juazeiro do Norte. Aqui, como cantou Luiz Gonzaga, olhando para o horto, a gente sente que ele está vivo, o Padre não está morto. Juazeiro, cidade que lidera o arranjo urbanístico, o conglomerado de urbes oficializado como Região Metropolitana do Cariri, conclui efusivamente a celebração do centenário. Em 22 de julho de 1911 nascia a cidade de Juazeiro.

ORIGEM

À margem direita do rio Batateira, na estrada real que ligava Crato a Missão Velha, no local denominado Tabuleiro Grande, havia um imponente e frondoso Juazeiro. Marca de todo pé de juazeiro, aquele também se mantinha verdejante mesmo sob o rigor das maiores secas. (Juazeiro é palavra tupi-portuguêsa: jua ou iu-à significa "fruto de espinho” - em virtude da grande quantidade de espinhos que defendem os ramos da árvore). Defronte a esse imenso Juazeiro, o Padre Pedro Ribeiro de Carvalho erigiu uma capelinha em homenagem a Nossa Senhora das Dores. Em seu entorno, havia um pequeno núcleo de casas. O povoado não teve grande desenvolvimento até o dia em que o Padre Cícero ali fincou seu cajado, há cerca de 130 anos. A fama do vigário se espalhou por todo o Nordeste e, junto com ela, veio o surto progressista do lugar. O resto da história todos conhecem.

A COINCIDÊNCIA

Coincidentemente Crateús também celebra, este ano, o seu centenário. Outra coincidência: a metrópole do Cariri vive um momento de inquietude política. Malgrado a cidade ter sido bafejada com um número significativo de obras (Hospital Regional, Metrô, Universidades, revitalização urbana, praças etc), há um visível processo de desconforto em relação ao Prefeito Municipal, eleito em 2008 com a mais expressiva maioria já registrada no município. É como se exalasse, de cada poro da urbe, um sentimento de decepção. Nada disso, entretanto, evitou que os movimentos organizados da sociedade civil e a população como um todo se empenhassem na realização das comemorações: atos cívicos, debates sociais, eventos religiosos (shows católicos e evangélicos em praça pública), homenagens memoriais, desfiles de rua, apresentações artísticas, competições esportivas, festivais etc.

O MOMENTO

Ambas as cidades se debatem com um momento de angústia em cima de fios extremados: Juazeiro em razão de um vultoso e incontrolável crescimento desacompanhado de uma orientação de planejamento; Crateús em busca de um rumo efetivo e substantivo de crescimento. Com o advento da globalização, esse fenômeno planetário de encurtamento das distâncias, inexiste obstáculos, fronteiras, muros ou limites ao progresso de um povo. Aquela velha argumentação – Crateús é fim de linha - que servia de escudo para justificar nossa acomodação, foi à lona. O interiorano jovem crateuense tem, hoje, acesso às mesmas informações do mais urbanizado europeu simplesmente teclando um computador. Podemos nos libertar de quaisquer amarras. Desenvolvamos sentimentos progressistas. Sonhemos alto.

ACL

A Academia de Letras de Crateús abre suas portas para receber uma nova leva de acadêmicos. Tomarão posse no sodalício crateuense Ana Cristina do Vale Gomes, Cheyla Mota, José Maria Bonfim de Morais, José Rodrigues Neto, Juarez Leitão, Karla Gomes, Paulo Nazareno e Silas Falcão. O evento, aberto à população de modo geral, ocorrerá no próximo sábado, dia 30 de julho, às 19:00 hs, no Teatro Rosa Morais.

LIVRO

A ALC prepara um livro relativo ao centenário de Crateús. A edição da obra contará com o apoio do causídico e empresário Estênio Campelo, atuando como um patrono das letras.

DIDEUS

Por falar em livro, Dideus Sales lança hoje, no Centro Cultural OBOÉ da Rua Maria Tomásia, 531, em Fortaleza, o livro de poemas “Jitiranas de Luz”. Como bem lembra Juarez Leitão, “este livro é uma inspirada e sonorosa viagem pelas coisas sublimes e espontâneas do Ceará. Um abraço generoso às raízes. Uma cuia de água fresca das nascentes telúricas do sertão. O Ceará original”.

PARA REFLETIR

“Em cada sala, um altar; em cada quintal, uma oficina”. (Padre Cícero)

(Júnior Bonfim, na edição de hoje do Jornal Gazeta do Centro Oeste, Crateús, Ceará)


segunda-feira, 25 de julho de 2011

CONVITE

Clique na imagem para visualizar melhor:


O SERTÃO SE FAZ EM VERSOS


Pequenas flores que se abrem em sorrisos azuis-arroxeados, muitas vezes, em tons violetas, esverdeados ou vermelhos-púrpuras, conforme os ângulos de incidência de luz, as Jitiranas são plantas que afloram sob as primeiras carícias das chuvas no sertão. A simplicidade e a beleza delicada desta planta viram metáfora para o poeta Dideus Sales expressar, ao longo de 27 poemas sua admiração pelo interior cearense.

Com o curioso nome de "Jitiranas de Luz", Sales batiza seu 12º livro. A nova coleção de poemas será lançada amanhã, às 19h30, no Centro Cultural Oboé. A obra, cujos poemas haviam sidos publicados primeiramente na revista "Gente de Ação", editada por ele mesmo, fala de gestos, situações, sentimentos, prazeres e dissabores do cotidiano.

Cada poema, é acompanhado por uma ilustração produzida pelo artista plástico cearense Audifax Rios. Ele e o poeta são amigos há mais de 20 anos e a parceria já rendeu aos dois diversos projetos.

Poesia

Dideus Sales começou cedo à carreira no mundo da métrica, ainda, na rádio Educadora de Crateús, sua cidade natal. O poeta apresentava um programa de fim de tarde, no qual recitava poemas, apresentava cantorias e realizava contação de causos. Ali permaneceu por dez anos, partindo em seguida para as rádios Príncipe Imperial, de Crateús; Difusora dos Inhamuns; em Tauá, Itataia; em Santa Quitéria e Canoa FM, em Aracati. Nesta cidade, ele vive há 15 anos, ao lado da esposa, Bel, e dos filhos, Matheus e Vitória.

Além do trabalho como radialista, o despertar para a poesia veio da convivência com importantes nomes da cultura nordestina, como o repentista Geraldo Amâncio e o poeta Patativa do Assaré. Sales revela que a amizade com Patativa foi fundamental para o amadurecimento poético e o gosto pelo gênero popular. "Em 1980, fui á casa de Patativa, mostrei meus versos e ele gostou. Ficamos amigos. Lembro que o acompanhei em algumas viagens por cidades do interior do Ceará. Patativa era uma pessoa muito generosa e simples", diz.

"Jitiranas de Luz" dá sequência ao trabalho realizado por Dideus Sales, a partir de versos laborados por alguém que guarda dentro de si o lirismo e a sabedoria do povo sertanejo. O poeta discursa a própria vida, despontando-se como o intérprete das muitas linguagens e facetas que assomam o sertão, onde personagens saltam em meio aos seus sonhares, anseios e esperanças. O livro apresenta ao leitor poemas de caráter social a exemplo de "O mugido do boi", sobre o sofrimento do sertanejo diante dos rigores da estiagem; e o introspectivo "Cada minuto que morre". Nas palavras do pesquisador Gilmar de Carvalho: "Dideus continua a cantar seu canto, a encantar seus leitores com suas rimas, com sua viola imaginária, cruzando o arco da rabeca, falando dos temas eternos, como o amor, a morte e a terra castigada pelo sol".

O poeta cearense Dideus Sales lança na terça-feira, no Centro Cultural Oboé, seu 12º livro. "Jitiranas de Luz" reúne uma série de poemas inspirados nas belezas e encantos do sertão nordestino

Poema
Jitiranas de Luz
Dideus Sales

EXPRESSÃO GRÁFICA
2011
128 PÁGINAS
R$ 20

Lançamento amanhã, às 19h30, no Centro Cultural Oboé (Rua Maria Tomásia, 531 - Aldeota). Contatos: (85) 3264.7038

ANA CECÍLIA SOARES
REPÓRTER

domingo, 24 de julho de 2011

A BELA ITÁLIA AO SOM DE UMA MÚSICA ITALIANA - Champagne - Peppino di Capri



Champagne
Pepino Di Capri



Champagne per brindare a un incontro
con te che già eri di un'altro
ricordi c´era stato un'invito
stasera si va tutti a casa mia.

Così cominciava la festa
e già ti girava la testa
per me non contavano gli altri
seguivo con lo sguardo solo te.

Se vuoi ti accompagno se vuoi
la scusa più banale per rimanere soli io e te
e poi gettare via i perché amarti come sei
la prima volta l´ultima.

Champagne per un dolce segreto
per noi un amore proibito
ormai resta solo un bicchiere
ed un ricordo da gettare via.

Lo so mi guardate lo so
mi sembra una pazzia
brindare solo senza compagnia
ma io, io devo festeggiare
la fine di un amore
cameriere champagne....

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Champanhe Pepino Di Capri
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Para brindar um encontro
Com você que já era de um outro
Você se lembra que eu te fiz um convite
Esta noite vamos todos para minha casa

Assim começamos a festa
E você já estava tonta
Para mim não contavam os outros
Eu te seguia com o meu olhar

Se você quiser, eu te acompanho
Se você quiser a desculpa mais banal
Para ficarmos somente eu e você
E depois me entregar a você, porque te amar é como se fosse
A primeira vez, e a última

Champanhe para um doce segredo
Para nós um amor proibido
No entanto resta somente um copo
E de uma lembrança da minha ilusão

Eu sei, prestem atenção, eu sei
Que é sempre um tédio
Brindar sozinho sem companhia, mas
Mas eu, eu devo festejar
O final de um amor
Garçom, champanhe