sábado, 5 de novembro de 2011

PRIMA DARA: INVADIMOS O BLOG DO PAI PARA TE PARABENIZAR!



Parabéns, minha princesa! Sejas sempre essa maravilhosa e meiga menina. É meu desejo que os anjos do Senhor te cubram de luz e Deus abençoe seus caminhos, para que vivas repleta de muita saúde, paz, amor e cercada com todo carinho que só uma família unida pode proporcionar.

Te amo prima, linda.

Beijos

Marília Freire Bonfim

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Parabéns Dara!

Muitos anos de vida, prima amada. “O dia amanheceu especialmente mais cedo hoje, para lhe dar os parabéns; o sol está mais brilhante, para iluminar ainda mais o seu grande dia; as nuvens se esconderam, para preparar uma surpresa pra você; o pôr do sol será mais lento para a lua vir com as estrelas e festejar com você;” E quando chegar a noite não se esqueça de agradecer o seu dia, assim como eu agradeço por você ser a minha prima que amo tanto, e que Deus ilumine os seus passos, todos seus sonhos se realizem, continue sendo sempre essa menina, linda, inteligente, dócil e com muitas outras qualidades , que muito admiro.

TE AMO MUITO DARINHA!

Beijos da sua prima.

Marguerrite Freire Bonfim.

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DARA,

Apesar de só nos vermos apenas em festas de família e em alguns feriados, eu tenho um carinho muito grande por você e acredito que qualquer pessoa que te veja a primeira vez sinta o mesmo. Devido à sua pureza e alegria, não é difícil se apegar a ti. Por isso nessa data tão importante te desejo toda a felicidade do mundo que só Deus, pode lhe proporcionar.

Parabéns, Dara!

Beijos!

Hermano Freire Bonfim


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E, por fim, uma música:

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

EDMILSON PROVIDÊNCIA, FELIZ ANIVERSÁRIO!

Meu caro providência:

Permita-me que, no dia do seu aniversário, publique o seu lamento.

Aniversário não é apenas momento de festiva animação, é também um instante para uma boa reflexão.

Esta sua música nos convida a isso.

Por isso, vamos curtí-la:




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Olá Júnior,

Edmilson faz aniversário, e nós ganhamos de você esta significante postagem com o belo "Lamento da Natureza", um poema musicado de nosso caro Edmilson Providência.

Ganhei de Edmilson o cd e o livro, "Sertanejo, Oh! XENTE" escutei o cd mais de uma vez e já li o livro.
Muito bom os dois.
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Parabéns Júnior pela postagem e a Edmilson pelas criações e pelo aniversário passado.

Meu abraço,


Dalinha

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

FRANCISCO DE ALMEIDA - O MAIS EXTRAORDINÁRIO ARTISTA VIVO DE CRATEÚS

Reparto hoje um texto prenhe de beleza e sensibilidade da italiana Anna Caramagno sobre o nosso conterrâneo Francisco de Almeida, o Almeidinha. Depois do dia de finados, nada melhor que ler algo sobre um dos seres que mais encarnam o milagre da ressureição. Quanto mais as adversidades buscam fragilizar o De Almeida, mais ele se robustece, sua obra se agiganta e, por coinsequência, melhor escala o pico da glória. Mas, deleitem-se com o texto:









PANORAMA XILOGRÁFICO


Um amigo tinha-me dito, como um aviso, que ele era assim como um duende do bosque, uma pessoa cheia de magia... lhe recebe com um sorriso e com um sorriso se despede... um artista, Francisco de Almeida, jovial, que difunde alegria e que, como um alquimista moderno, mistura os pigmentos, cria as suas cores, colocando para fora o que tem dentro... enigmas, certezas, sonhos e medos. Desenrola informações e detalhes sobre sua obra com a mesma facilidade com que desenrola um grande painel no qual está trabalhando agora...

Doze metros de papel no qual surgem Nossas Senhoras rodeadas de velas, girassóis e anjinhos, quase altares suspensos no ar, índios atléticos – irônico retrato de si próprio - mulheres suaves e sinuosas, um pouco guerreiras um pouco deusas, e os costumeiros símbolos espalhados aqui e ali... cruzes, estrelas, chamas, peixes. Fundo negro e manchas de cores diversas, um dragão vermelho, os mandacarus verdes com centenas de espinhos brancos, até mesmo uma homenagem especial a um "artista de rua" - como ele o define - um amigo conterrâneo que já se foi, inventor criativo de uma realidade inexistente que não
fazia mal a ninguém, um doutor imaginário, que divertia, com suas estórias, a cidade toda, e que agora deixou um vazio.

O painel vai ornamentar o palco do Teatro de Crateús, cidade do Ceará onde Francisco de Almeida nasceu. E, para comemorar o centenário de fundação da cidade, como não voltar-se ao seu artista e filho ilustre? Partiu de lá, quando tinha 15 anos, para conhecer o "mundo". Chega em Fortaleza só, sem nada, trabalha como desenhista técnico em estúdios de arquitetura e depois um curso de pintura e um de xilogravura no Museu de Arte da UFC, com Sebastião de Paula, mudam-lhe a vida. Agora faz 17 anos que faz xilogravura... para ele é uma aventura, gosta de experimentar, inovar, mudar estilo, inventar instrumentos de trabalho... Faz tudo, mas tudo mesmo, à mão, a prensa arruinaria as matrizes e os papéis... Imprime as tintas sentado sobre o papel, pernas abertas e uma simples colher de
pau de cozinha na mão e ali, com grande paciência, centímetro por centímetro, cria delicadamente obras de arte... Os desafios, percebemos, não o assustam, e por isso sempre preferiu grandes superfícies, macro xilogravuras em branco e preto que propõem um universo dentro da sua cabeça... ícones e temáticas religiosas principalmente - de todas as religiões misturadas entre si, entenda-se bem - rodeado no seu quartinho-oficina de estatuetas de Iemanjá, São Francisco, Nossa Senhora de Fátima, São Jorge e São Sebastião, luzes divinas que o protegem e o inspiram.

O pai era ourives e é por isso que os seus personagens são ricamente adornados de pingentes, tornozeleiras, braceletes, colares, brincos, correntes, coroas de ouro e prata... evocações da oficina paterna onde o pequeno Francisco brincava. A mãe era costureira e bordadeira, atividade que deixou sugestões de fios, bordas e arabescos, sempre presentes na sua obra. O resto é tudo fruto da sua fantasia, sereias, seres alados, reis e rainhas, criaturas mitológicas.

Agora dedica-se principalmente a painéis de grandes dimensões, panoramas xilográficos que necessitam de grandes espaços para serem vistos... é um modo de utilizar as matrizes de forma mais criativa, misturando-as entre si, decompondo-as, eliminando elementos ou exaltando outros... obras onde a intervenção do autor é ainda mais forte... um trabalho de composição manual, muito mais que uma simples xilogravura... aproxima, sobrepõe, inverte, num jogo de cobre/descobre, insere imagens fotográficas com um sistema similar àquele dos decalques, insere sinais gráficos como um grafiteiro...

O sistema de enrolar as folhas de papel em duas bobinas que correm ao longo da mesa sobre correntes de bicicleta - foi inventado por ele, assim como a ferramenta-colher (uma colher com um longo bastão) usado para imprimir a cor, inventou também moldes de plástico para posicionar como pontos de referência durante a fase de composição e, para proteger o papel, durante a impressão da cor, pensou numa folha de plástico transparente... Tudo rudimentar, simples, econômico para um resultado majestoso, preciso... meses e meses de trabalho para realizar um painel de 20 metros de comprimento por 1,5 m de altura com o título "Os Quatro Elementos I - O Dia e a Noite", apresentado na VII Bienal de Artes Visuais do Mercosul - Porto Alegre (Rio Grande do Sul). Obra que pode ser considerada, para quem for apaixonado pelo Guinness dos recordes, a maior xilogravura do mundo.

Tantas exposições coletivas e individuais, salões de arte - inclusive no exterior - que ele tem participado, tem obras expostas na Pinacoteca de São Paulo, no Museu de Arte Contemporânea do Centro Dragão do Mar de Fortaleza, tantos prêmios recebidos, o mais recente da XVI Unifor Plástica que lhe permitirá visitar a próxima Bienal de Veneza...

Na minha bola de cristal prevejo um encontro brilhante entre a cidade, mágica e lunar, e o artista, cheio de alma e luz.

Anna Caramagno

(Texto original em italiano, tradução de Pedro Humberto)

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

OBSERVATÓRIO


O livro “As Mil e Uma Noites” é um compêndio de histórias e contos populares do Oriente e do sul da Ásia. Em suas variadas versões há, porém, um fio lógico: os contos estão organizados como uma série de histórias em cadeia narrados por Xerazade, esposa do rei Xariar. Este rei, vítima da infidelidade de sua primeira esposa, desposa uma noiva diferente todas as noites, mandando matá-las na manhã seguinte. Xerazade, filha de um alto funcionário nos reinos muçulmanos, foi a escolhida do sultão em certa ocasião e conseguiu a façanha de escapar do destino das suas antecessoras. Como? Usando uma sábia e inteligente estratégia de contar histórias maravilhosas sobre diversos temas que captam a curiosidade do rei. Ao amanhecer, Xerazade interrompia cada conto para continuá-lo na noite seguinte, o que a mantinha viva ao longo de várias noites - as mil e uma do título - ao fim das quais o rei já se arrependeu de seu comportamento e desistiu de executá-la.


FIDELIDADE

A fidelidade, ou seu antônimo, a infidelidade, é tema relevante na literatura porque sempre alimentou as mais diversas facetas da atividade humana, principalmente a intimidade do amor e a luta política. Neste último campo, as batalhas se renovam. A fidelidade partidária foi tema recorrente no período que startou a contagem regressiva de um ano para a eleição de 2012. Vários políticos mudaram de sigla partidária nos primeiros dias do mês de outubro. Quem não é detentor de mandato, nenhum reproche pode sofrer. No entanto, aqueles que exercem delegação popular por força do voto do povo, podem ser alcançados pela legislação. A regra é clara no sentido de que o ocupante de vaga do partido somente poderá se desfiliar levando consigo o mandato se houver justa causa. A Resolução nº 22.610/07 conceitua o que é justa causa. Vejamos: Art. 1º – O partido político interessado pode pedir, perante a Justiça Eleitoral, a decretação da perda de cargo eletivo em decorrência de desfiliação partidária sem justa causa. § 1º – Considera-se justa causa:
I) incorporação ou fusão do partido;
II) criação de novo partido;
III) mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;
IV) grave discriminação pessoal.


FIDELIDADE II


Isso significa, que para justificar a sua desfiliação sem perder o mandato, o político terá que enquadrar-se em um dos incisos acima. Quem não participou da incorporação ou fusão de partido, subscreveu a criação de novo partido, provou mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário, bem como ter sofrido grave discriminação pessoal, em tese corre o risco de perder o mandato. Sucede que, para que haja declaração de perda de mandato, a justiça eleitoral há que ser provocada. Quem pode fazer essa provocação? O partido interessado. E se este não o fizer? Diz a Resolução: Quando o partido político não formular o pedido dentro de 30 (trinta) dias da desfiliação, pode fazê-lo, em nome próprio, nos 30 (trinta) subseqüentes, quem tenha interesse jurídico ou o Ministério Público Eleitoral. Em Crateús, pelo menos até o fechamento desta edição, nenhum partido requereu vaga. O prazo se expira esta semana. E, possivelmente, nada acontecerá, porque houve entendimento prévio no sentido das vagas não serem requeridas. A política da boa convivência, ou a popular conveniência, é a explicação.


CANDIDATURAS


É óbvio que, com o início do período de defeso para mudança de partido, começam as especulações em torno dos prováveis cenários com os quais nos defrontaremos na eleição do ano que vem. Há uma possibilidade de termos quatro candidaturas: a do atual Prefeito, Carlos Felipe, do PCdoB, candidato a reeleição; a do PSOL, que poderá repetir Alexandre Maia ou experimentar um outro nome, como Paulo Giovani ou Adriana Calaça; a do PV, que já lançou João Coelho Soriano, o Maçaroca; e a do blocão das oposições, ainda indefinido. O Prefeito deve sair com o bordão da continuidade, suscitando um discurso de comparação com gestões anteriores. Deve fixar como eixo do debate o binômio presente/passado. O desafio das oposições é alterar esse eixo, inserindo o dístico presente/futuro. Há que se mudar o foco e qualificar a discussão eleitoral. Ao invés de justificar os equívocos do presente apontando os erros do passado, urge se mostrar quem melhor pode liderar o povo, sob o farol da excelência, rumo ao futuro. Esse é o desafio. Demais disso, é preciso que nos libertemos do discurso tóxico que se tonifica na grosseria, na agressão pessoal, na covardia do anonimato e na baixaria. A luta política deve ser travada com grandeza e pautada no combate de idéias. Este seria o melhor presente que a cidade poderia receber na sua primeira eleição municipal pós-centenário.


CENTENÁRIO


Os crateuenses que residem fora das fronteiras do município preparam-se para participar dos eventos comemorativos do centenário da cidade. Soube que a rede hoteleira da cidade estará lotada no período magno.


FILME SOBRE DOM FRAGOSO

O cineasta Francis Vale, que tem raízes em Crateús, lançou um documentário sobre o Dom Antonio Batista Fragoso. “Nosso objetivo é retratar Dom Fragoso e seu exemplo. O filme é uma síntese de sua história. Só de conversa com ele tínhamos um material de mais de duas horas de gravação. O documentário começa e termina com depoimentos dele, além de intervenção de várias pessoas que com ele conviveram”, informa. Além dos depoimentos, o filme exibe ainda fotos, documentos, jornais e imagens do religioso que revolucionou a nossa Diocese.


PARA REFLETIR


“Vi neste grande homem uma lição de vida. Um homem, filho de camponeses, que lavrou a terra e plantou. Que mostrou na prática as ideias de organização popular. Ele ensinou que para conquistar a terra, é preciso cuidar dela e não fugir dos desafios”. (Francis Vale, sobre Dom Fragoso)


(Júnior Bonfim, na edição de hoje do Jornal Gazeta do Centro Oeste, Crateús, Ceará)

A RELIGIÃO EM CRATEÚS!


Pelas raízes do latim, Religião significa “religar”. Religião é, portanto, o mergulho que o ser humano realiza no amoroso lago da transcendência, rumo ao Infinito. Nesse sentido, todos os humanos nadam ou estão aptos a nadar nas águas cristalinas da religião.

Em Crateús, embora existam poucos registros, a tradição oral assegura que os primeiros seres a realizarem essa experiência de ‘religação’ foram os índios: os Poti-Jaras, depois Poti-Guaras, que usavam a terra como o palco em que dançavam em honra do seu ser supremo, o Deus Tupã. Dos Potiguaras foi extraído o nome “Poti”, que significa ‘rio pequeno’, afluente de um grande rio.

Porém, aqui chegou o homem branco e intentou um processo de dizimação da história, das raízes e da cultura indígenas. (O tio Zezé registrou, em seu livro História da Paróquia de Crateús, um depoimento de Heleno Sabóia Barros, cidadão do Monte Nebo, que narra como foram traiçoeiramente eliminados os nativos daquela região. Uma pequena gruta – apelidada de “gruta dos caboclos” ou “a furna dos índios” - juntamente com algumas ossadas, é o único monumento-relíquia à cultura indígena).

Uma baiana chamada Luíza, com esperteza de coelho e passos firme como a rocha, se apoderou deste território e erigiu uma capela em louvor ao baiano Senhor do Bonfim, cuja imagem aqui chegou sobre os ombros de escravos.

Por muito tempo, esta freguesia esteve eclesiasticamente sob jurisdição maranhense. Só vinte e dois anos antes de ser elevada à categoria de cidade é que a nossa Paróquia vinculou-se hierarquicamente à Igreja do Ceará.

Porém, não só em torno da Cruz – símbolo do catolicismo – se reuniram os seres para dar vazão à religiosidade. A partir da quarta década do século passado, através de outras Instituições, começaram a ganhar corpo as mais diversas facetas de manifestação religiosa. As Igrejas Evangélicas se proliferaram. Hoje, há dezenas espalhadas pelos mais variados bairros da urbe.

Em alguns casos, esse conjunto de tradições e interpretações filosóficas das doutrinas e religiões, sob cada rótulo esotérico específico, recebeu o petardo da hostilidade ou teve que enfrentar as barrancas da adversidade, como foi o caso da Maçonaria, por exemplo. Embora não seja uma religião, a Maçonaria é religiosa, pois prega a prevalência do espírito sobre a matéria e reconhece a existência de um único princípio criador, regulador, absoluto, supremo e infinito ao qual dá o nome de GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO.

Conta o Egbert Torres Martins, empresário do ramo de combustíveis e um dos maçons mais antigos da nossa cidade, que na década de 1950, quando foi fundada a primeira Loja Maçônica de Crateús, houve um princípio de movimento hostil. O então vigário paroquial, o saudoso Padre Bonfim, zeloso guardador da ortodoxia católica, peregrinou pelos bairros da cidade insuflando os fiéis a apedrejarem o prédio do templo maçônico – que funcionaria na Rua Coronel Jiló. Sucede que os maçons se articularam junto às autoridades estaduais e o Secretário de Segurança Pública fez chegar às mãos do Monsenhor José Maria Moreira do Bonfim um documento em que o responsabilizava por qualquer dano ou ato atentatório à integridade dos membros da Maçonaria. E o diligente pastor viu-se obrigado a realizar um novo périplo pelas casas dos fiéis desfazendo a orientação anterior...

O certo é que, por ocasião dos atuais festejos, a cidade acariciada pelo rio Poti celebra o ecumenismo. Católicos, protestantes, crentes, ateus, testemunhas de Jeová, admiradores de Kardec, freqüentadores dos terrenos de umbanda, militantes dos diversos grêmios de crença e apreciadores das causas do espírito de todos os matizes cultivam uma respeitosa relação.

O principal, o que importa, o maior dos mandamentos, como bem ensinou o Jovem de Nazaré, é o amor. E isso nos faz lembrar o famoso diálogo entre o frei brasileiro Leonardo Boff e o iluminado líder tibetano Dalai Lama: “A melhor religião é a que mais te aproxima de Deus, do Infinito. (...) É aquela que te faz melhor, mais compassivo, mais sensível, mais desapegado, mais amoroso, mais humanitário, mais responsável.. Mais ético… A religião que conseguir fazer isso de ti é a melhor religião…”


Que este centenário faça de cada crateuense um dedicado militante da verdadeira religião, aquela que nos religa ao Infinito e nos torna mais próximos da finitude humana, ou seja, nos torna melhores!


(Júnior Bonfim, na edição de hoje do Jornal Gazeta do Centro Oeste, Crateús, Ceará)


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Caro Junior Bonfim,

Sobre a "estoria" da fundação da loja maçônica.

Em 1970, quando fui admitido na confraria, eu entrevistei dois personagens que viveram este momento:

Edmar Lopes Martins,um dos fundadores da Loja e meu cunhado, e José Maria Moreira do Bomfim, Pe. Bomfim e meu tio.

Os fundadores da Loja Maçonica Deus e Crateus nº 20, sofreram sim, por parte do Vigário, Pe. Bomfim (pupilo de Dom Jose Tupinambá da Frota) forte campanha reacionária a instalação da Loja Maçonica mas, tudo do púlpito da Matriz do Senhor do BOM FIM.

Nem O Sr. Edmar Lopes Martins e nem o Pe. Bomfim, narraram esta intenção de apedrejamento do prédio aonde a Loja funcionou cerca de 10 anos. Tal comportamento não era próprio do Pe. Bomfim e nem do pacato povo Cristão de Crateus.

Enfim, caro JB, fui secretario da amada Deus e Crateus nº20, por mais de 12 anos, e procurei no acervo da Loja, li Atas, deste a fundação e outras datas pertinentes, e não encontrei nenhum registro sobre o assunto e nem tão pouco sobre a intervenção da Secretaria de Segurança Publica do Ceará.

Tudo fora intriga das oposições, que perdurou até os últimos dias da sua gloriosa VIDA.

obs: a Educação de Crateus deve-se a quatro entidades: Luiz Bezerra, José Maria Moreira do Bomfim, Luiz de Araujo Melo e Maria Delite Menezes Teixeira.

O resto, é o resto.

(Luiz Bonfim)

terça-feira, 1 de novembro de 2011

ESTECOM - SETENTA LAMPARINAS



Quem se achava naquele amplo pátio, onde já corria uma leve brisa noturna, se embevecia ao ver os corredores sempre superlotados de joviais alunos, tão logo um aguardado sino soava, avisando o intervalo. Ali, naquela febril algazarra estudantil, foi onde realmente teve inicio a nossa firme cidadania. Antes de ser uma cidade culta e amadurecida, Crateús foi ao colégio. Adquiriu na Escola Técnica de Comércio Padre Juvêncio, quase todo o centenário tesouro antropológico e cultural que se funde com o que aprendemos, com o que projetamos, com o que sonhamos e vivemos desde aqueles duros anos de bancos escolares, norteados por inesquecíveis mestres e o mais influente deles foi, sem duvida, o inexorável tempo.

A Escola Técnica apaga, nesse cálido ano de 2011, setenta árduas velinhas, que as ouso chamar de “As Setenta Lamparinias” em homenagem a um dos momentos mais grandiosos promovido por seu corpo discente, na figura de seu grêmio estudantil, pois se atreveu a existir numa época bastante difícil, que nos faz recordar a morte de quatro estudantes: Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, inspirando a revolução constitucionalista de 1932 e que acabou desabando na passagem da Coluna Miguel-Prestes pela nossa terrinha, numa grande façanha de uns poéticos revoltosos.

No dia 1º de abril de 1964 um golpe militar derruba o presidente João Goulart, estava instituída a famigerada ditadura militar. A resistência a essa aberração só existiu pelos atos heróicos proveniente da corajosa alma estudantil, no qual muito foram presos, foram mortos ou simplesmente desapareceram como uma leve fumaça no ar.
Crateús era espreitada noite e dia, por causa do eminente, singular e “ameaçador” Bispo “Comunista” Don Antonio Batista Fragoso. Época em que a nossa luzidia energia elétrica advinha de um potente motor a óleo. Alguém, pontualmente às 22 horas, o desligava para que os cidadãos pudessem repousar e ainda fazia um receoso sinal para que os seres noctívagos começassem a vaguear pelos cantos de nossas casas e pelos recantos de nossas mentes, já que na claridade do dia nos sobrava o que se temer.
O dia-a-dia seguia bucolicamente simples quando um digníssimo prefeito enviou uma mensagem para a entediada câmara dos vereadores, que a rejeitou por algum motivo escuso e que feriria os seus interesses, levando o nosso gestor crateuense, Dr. Olavo Frota, a tomar uma brutal atitude ditatorial, trancar a Casa de Força e jogar a chave lá dentro. Ficamos as escuras, entreguem às figuras de nossos pesadelos noturnos, já que as aflições diurnas sobravam pelas esquinas. De qualquer reunião, mesmo sem nada urdir, logo chegava o seu desfecho às ouças militares, pois era também uma época de gratuitos dedos-duros, de vis delatores.

O Grêmio Estudantil da Escola Técnica, tendo como Presidente um inteligente jovem chamado Neto Gonçalves, a Vice-Presidência era exercida pelo tranquilo Manoel Messias Coriolano e na Oratória Oficial, já treinando sua famosa eloqüência, o dinâmico Juarez Leitão, resolve tomar providências urgentes. Conspiram em surdina, tramam uma inusitada PASSEATA DAS LAMPARINAS em protesto ao ato insano de se jogar na escuridão esta terna cidade que estava a necessitar, como o restante do país, de muita luz. Centenas de alunos preparam suas lamparinas como uns luzidios mosquetões de guerra. Mas tão rápido quanto telegrafia, a noticia chega aos ouvidos da caserna.

O Neto Gonçalves estava bem nervoso quando o ordenança de um poderoso coronel chegou a Radio Educadora, local onde trabalhava, para o levar. Manoel Messias corre para avisar o restante do grupo. O Coronel já abanava o dedo em riste no nariz do pobre Neto, lhe impondo as ameaças de mil doloridas borrachadas nos lombos, quando de súbito uma porta se abre, era o restante do grêmio estudantil da Escola Técnica, que vinha em seu socorro.

— Que é isso, Coronel? Para que tanta pancada num pobre homem, doente e raquítico, divida tudo isso conosco, dá menos pancada para cada um.

Era o Juarez leitão soltando sua persuasiva lábia para convencer o coronel a não cometer a atrocidade de bater no Neto. Quem tem o dom da oratória leva consigo uma varinha de condão, com a propriedade de desfazer o não e de negar o sim como num passe de mágica. E aos pouco tudo foi se acalmando, de tal modo que já estavam até tomando um gostoso cafezinho trazido pelo mesmo ordenança que tinha ido buscar o Neto.

O Militar pede aos gremistas que não realizem a tal passeata das lamparinas, o estudante Juarez indaga: — O que o senhor nos garante, coronel? Responde de imediato o oficial: — Garanto que, bem antes da passeata de vocês, já tenho arrombado a casa de força e ligado a energia. Manda o ordenança levar os meninos de volta para que impedissem a marcha das lamparinas, a tempo. Muitos militares já estavam nas ruas, de prontidão e com poderosas metralhadoras nas mãos.

Centenas de estudantes também já os aguardavam na praça da matriz com suas lamparinas acesas, e ali mesmo no monumento chamado pitoco do Seu Raimundo Bezerra, as depositaram, com suas bruxuleantes luzes a clarear o bojo de uma época em que ainda estava por vir carregada com muita escuridão.

Pelo setuagenário ano da Escola Técnica de Comércio Padre Juvêncio, a nos lembrar do sábio sacerdote que lhe emprestou o nome e que gostava de beber água das fontes puras e cristalinas, proveniente lá das nascentes dos Tucuns, esperamos que a Escola continue sendo essa pura fonte de sabedoria e coragem. E também para que a luz se fortaleça em cada flamulazinha que se amolda hoje, em seus bancos escolares, como aquelas outras esperançosas lamparinas que continuaram clareando na escuridão, é o que sinceramente desejamos, por mais setenta vezes sete, as abundantes forças em prontidão para que a renomada Estecom prossiga, sempre a nos iluminar.

Raimundo Candido

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Paulo Nazareno disse...

Obrigado Raimundinho. Vai nao vai nos presenteia e nos ilumina.


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João Silas Falcão Soares disse...

Poeta, muito interessante receber estas informações sobre a Passeata das Lamparinas. Outra vez, parabéns.



(Fonte: blog da Academia de Letras de Crateús - ALC)

WALDONYS E ESQUADRILHA DA FUMAÇA (SONHO DE ÍCARO)




Clipe Gravado em Pirassununga SP, em 2009, Direção Pedro Brasil, Cameras Marcus Vinicius e Edilson Freire, Fotos de Ricardo Beccari. Editado e Finalizado em Fortaleza Ce. HD Produções

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

DIMAS MACEDO FALA SOBRE Amores e Clamores da Cidade


Desde a minha juventude, lembro que a defesa da Justiça e da democracia se interpôs na minha caminhada. É por isso, com certeza, que escolhi a profissão que exerço: ser advogado. Sei que a palavra e o seu significado me seduzem até a exaustão, e que a ética e os valores supremos da beleza estão na raiz do meu equilíbrio psíquico, mas sem a busca incessante da Justiça sei também que não faz sentido viver.

Sempre me aproximei daqueles que defendem esses valores, que lutam pela afirmação da cultura popular, que clamam no deserto contra a injustiça e a perversão do capital, que sabem palmilhar seus caminhos, instalando neles a iluminação, sem nunca reclamar a busca do tempo que se foi.

A afirmação da cultura, para a minha visão pessoal, não está nas Universidades, tampouco nas Academias, esses nichos de petulância e de quase nenhuma produção, mas naqueles que fazem a cultura prosperar, em todos os quadrantes do mundo e especialmente no sertão.

Os grandes produtores de cultura do Ceará não estão somente em Fortaleza, como pensavam, até bem pouco tempo, os pesquisadores eruditos, mas em toda extensão da terra de Alencar. Patativa do Assaré, Dideus Sales, Oswald Barroso e Gilmar de Carvalho conheceram ou conhecem o Ceará e as suas tradições muito mais do que os poetas que mourejam no Ideal; ou muito mais do que os eruditos que estudam a extensão da sua ignorância nos corredores do Benfica.

Júnior Bonfim, poeta e pastor de estrelas nas margens do Poty, com banca de advogado em Fortaleza, é um dos nomes da cultura cearense que resplende em todo o Ceará. Sabe os ofícios da Justiça e da reparação da Igualdade, o alfabeto da Ética e os inventários máximos que se plantam nos rios da cultura.

É poeta de vários instrumentos, viajante lírico dos melhores e arauto de uma épica que se quer, a qualquer custo, incrustada em nossos corações. A emoção se coloca no centro das suas preocupações. O tecido amoroso o envolve. E a poesia por ele praticada é toda ela uma imensa jitirana de luz, brilhando entre veredas de sol, iluminando os cafundós do nosso empedernido sertão.

E para além de poeta e de autor de livro de poemas que se impõe aos ofícios da leitura, Júnior Bonfim é produtor de cultura que não para nunca de criar. Exemplo desse seu desassombro de esteta é o seu livro de crônicas e ensaios Amores e Clamores da Cidade (Fortaleza, Expressão Gráfica, 2008), que agora tive o privilégio de reler, para o meu grande deleite pessoal.

Trata-se de uma radiografia e de um inventário de amores (e de clamores) da cidade que o viu nascer, em que se mesclam personagens e cenários, e paisagens e fulgores de um estilo de vida que se quer, também, fazer representar, tamanha a verossimilhança dos afetos e o recorte à clef dos atores com os quais o escritor Júnior Bonfim interage.

Não me vou alongar nesta exposição. Digo tão somente que Júnior Bonfim para mim é irmão, porque preza o Direito, sabe defender a Justiça e sustentar a Ética do desejo pela urbe, como se o tecido das relações urbanas fosse a morada do ser e a reprodução da cena social.


(Dimas Macedo, poeta, procurador de Justiça, crítico literário, professor universitário e membro da Academia Cearense de Letras)


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Parabéns, Júnior, pela palavras do poeta Dimas Macedo.

Concordo plenamente com tudo que ele escreveu.

Sérgio Moraes

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O peito crateuense se infla de orgulho ao ver o grandioso talento do poeta Junior Bonfim como porta-bandeira deste nosso rincão!

Raimundo Candido

CELEBRANDO DRUMMOND


Na data em que se celebra o nascimento de Carlos Drummond de Andrade, um dos maiores nomes da poesia e prosa brasileira, vale narrar as peripécias de sua infância mineira, o tempo compartilhado entre o funcionalismo público e o vasto trabalho de traduções literárias e a trajetória do poeta consagrado na liberdade de seus versos, contos e crônicas.

Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.

Mineiro de Itabira, nascido em 31 de outubro de 1902, Carlos Drummond de Andrade demonstrou desde cedo seu senso irônico e cético, sendo expulso do colégio por "insubordinação mental". A carreira de escritor teve início no jornal Diário de Minas, local em que viu nascer o movimento modernista mineiro. Mais tarde, os jornais Correio da Manhã e Jornal do Brasil também contariam com a pena de Drummond.

As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.

Formado em Farmácia, devido à pressão familiar por um diploma, sua dedicação espontânea era reservada para A Revista, veículo que visava afirmar o modernismo em território mineiro. Em 1934, a carreira no serviço público levou-o a respirar ares cariocas, ingressando no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, onde aposentou em 1962.

Alguns, achando bárbaro o espetáculo
prefeririam (os delicados) morrer.

Enquanto suas obras, em versiprosa, ganhavam o mundo sendo traduzidas para idiomas vários como inglês, espanhol, italiano, alemão, francês, etc., Drummond realizava aqui, em terras tupiniquins, o belo trabalho de trazer para o português obras de Balzac, Proust, Molière, García Lorca, entre outros.

Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.

A vida lhe soprou pela última vez em 17 de agosto de 1987, mas fiel aos seus próprios ensinamentos, Drummond tratou de entender que a vida é uma ordem e, assim, para honrar os versos de outrora, eternizou-se na literatura de nosso país, sendo hoje merecedor de nossos louros e glórias.

(Fonte: Migalhas)

A MENSAGEM DO JOVEM DE NAZARÉ NO DIA DE HOJE

Naquele tempo, dizia Jesus ao chefe dos fariseus que o tinha convidado:

“Quando deres um almoço ou um jantar, não convides teus amigos nem teus irmãos nem teus parentes nem teus vizinhos ricos. Pois estes poderiam também convidar-te e isto já seria a tua recompensa. Pelo contrário, quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. Então serás feliz! Porque eles não te podem retribuir. Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos”.



(LUCAS 14,12-14)