sábado, 19 de setembro de 2009

TCM LANÇA "PORTAL DA TRANSPARÊNCIA"


O Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) promoveu hoje um evento em defesa do interesse público e lá marcamos presença. Foi o lançamento do PORTAL DA TRANSPARÊNCIA.

Foi no Espaço Mix do Centro Dragão do Mar e teve a seguinte sequência:

* 16 horas - Abertura e composição da mesa: Presidente do TCM, Ernesto Sabóia; Conselheiro Luiz Sérgio Gadelha; Secretário de Cultura Auto Filho e Francisco de Assis Soares.

* 16h20min às 16h40min - Fala do Sr. Francisco de Assis Soares, criador da Comunidade Virtual Controle Social das Contas Públicas.

* 16h40min às 17h10min - Fala do Presidente do TCM/CE, Ernesto Saboia. Lançamento do Portal da Transparência.

* 17h10min às 17h40min - Leitura de folheto de cordel sobre controle social, apresentado por José Maria Fortaleza.

* 17h40min às 18h - Apresentação da peça “O Despeito”

18h às 18h30min - Sorteio de um computador.

O portal pode ser acessado pelo link: http://www.tcm.ce.gov.br/transparencia/

Vale a pena conferir!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

CONJUNTURA NACIONAL

GRANDE PROLE

Da Bahia, vem a historinha. José de Almeida, contador do BB, fazia o cadastro da agência. Um dia, chega Heroino Pita, fazendeiro. Que respondeu na bucha o formulário? Nome, idade, imóveis, renda anual, dívidas. Aí vem a pergunta:

- Quantos filhos o sr. tem?

- 8 filhos

- Tudo isso? O senhor tem uma prole grande.

Heroino, entre sorridente e cabreiro, faz o gesto com as duas mãos:

- Não, senhor. É normal. Normal.

BOANERGES E A SALADA DE 32 FRUTAS

Boanerges, barrigão de fora da camisa, vozeirão que ecoava pelos corredores, era proprietário da mais velha pensão de João Pessoa, nos idos de 60, a Hospedaria Pedro Américo, numa ladeirinha do Ponto de Cem Réis, onde se abrigava a estudantada que vinha de Souza, Cajazeiras, Uiraúna, Patos, Santa Luzia, enfim, de lá dos grotões da Paraíba. A "dormida", ali, quebrava o galho, mas a comida – era consenso - não satisfazia o apetite nem dos mais famélicos. Era ruim de fechar a boca. Vez ou outra, aparecia uma carne de sol. Mais dura que sola de sapato. De manhã, no café, o "véio" servia uma famosa salada de frutas. Que propagava com essa abundância frutífera: "Salada Pedro Américo com 32 frutas". Mas havia um porém na maldita: "era feita com uma maçã e 31 bananas". Um dia, a turma viu Boanerges saindo do quarto, o primeiro do corredor, escova de dentes na boca, resmungando um nhocnhocnhoc qualquer. De repente, para diante da mesa onde dois fregueses, que não o conheciam, trocavam impressões:

- Que comidinha ruim dos infernos. Isso é comida de porco.

- Veja essa banana d'água. Tá mais dura do que cipó de aroeira.

O "véio" ouve a indignação, baixa a cabeça, aproxima-se mais ainda dos dois, tira a escova de dentes e sopra bem na cara dos fregueses a massa da pasta, enquanto solta o vozeirão amedrontador:

- Vocês dois aí, prestem atenção: essa comida não é pra engordar macho, não, senhor. É apenas pra encher a pança. É procês não morrerem de fome. Se não tiverem gostando, chispem, chispem, vão embora!

Os dois se entreolharam, pagaram a conta e foram bater em outra freguesia.

CENÁRIO PAULISTA

O mundo gira e a política paulista roda. A cada dia, novos fatos e versões se sobrepõem aos fatos antigos. Vamos lá. Gabriel Chalita, o vereador tucano ligado a Geraldo Alckmin, está prestes a ingressar no PSB. Tem até o final deste mês de setembro para decidir. Está em fase de consulta, incluindo o presidente do partido, Eduardo Campos, governador de Pernambuco. Chalita quer ser senador paulista. Não teria vez no PSDB. Mas há o fator Alckmin.

SOBRE REIS

O rei de Uganda comia sozinho. Ninguém podia vê-lo comendo. Uma de suas mulheres dava-lhe a comida. Mas tinha de virar o rosto. "O leão come sozinho", dizia o povo. Quando não gostava da comida, mandava chamar o cozinheiro e espetava a lança em seu coração. Se uma servente tossia durante a refeição, era castigada com a morte. Se alguém entrasse de repente, também morria. E o povo dizia: "o leão matou três enquanto comia". (Elias Canetti)

PROBABILIDADES

Para sair do PSDB, Chalita teria de pedir licença ao amigo do peito, Geraldo Alckmin. Que lidera a corrida para o governo, pontuando quase 50%. Ocorre que Alckmin não é (ou não era até esta semana) o candidato de José Serra para o governo. O candidato governista é (ou era) Aloysio Nunes Ferreira, chefe da casa Civil. Mas Aloysio tem dificuldade em pontuar no ranking. Por isso mesmo, saiu a versão de que Serra já começa a admitir o nome de Alckmin. Até porque se o ex-governador não sair para o governo e ganhar uma das duas vagas para o Senado, na chapa governista, queimaria o nome de Quércia, a quem já foi prometida uma vaga. Quércia não teria chance se Geraldo sair para o Senado. Isso porque governistas e oposicionistas (leia-se PT) elegeriam, cada um, um senador. Ou seja, Alckmin e Mercadante, por exemplo.

QUÉRCIA FAZ PRESSÃO

Prevendo que Alckmin poderia ganhar uma vaga para o Senado, Quércia procurou seus aliados Serra e Kassab e teria colocado a hipótese : se ambos forem candidatos ao Senado, ele, Quércia estaria rifado. Portanto, Serra deveria aceitar o fato que se torna, a cada dia, mais real : Alckmin para o governo. Vamos acompanhar os próximos passos.

CHALITA E O PT

Quem está muito interessado no ingresso de Chalita no PSB é o PT. Que vê a possibilidade de uma alavacangem na candidatura petista ao governo. Chalita conta com uma ampla rede religiosa, reunida pelo Grupo Canção Nova, da Igreja Católica. Ele é quase venerado por esse grupo. E poderia encarnar o perfil do moderno, do novo, ou seja, de uma Nova Canção aos ouvidos do eleitorado. Lembrando mais uma vez: Alckmin não deixaria Chalita fazer o jogo do PT.

O CENÁRIO CARIOCA

Já no Rio de Janeiro, quem dá um passo adiante é o ex-prefeito César Maia, o mais estudioso de política entre os nossos governantes. Que começa a pensar alto e explícito em torno de sua candidatura ao Governo do Estado. Maia seria apoiado pelo PSDB de José Serra, que teria no Rio um amplo palanque. E o PSDB dispensaria Fernando Gabeira da candidatura ao governo, liberando-o para o que ele sonha: ser senador. Serra contaria, nesse caso, com o palanque de César Maia e até poderia envolver o PV de Gabeira no segundo turno. Há muitas dúvidas sobre a divisão dos verdes no segundo turno. Há quem garanta que fechará com Dilma, outros com Serra. Hoje, pende mais para Serra.

"Para desvirginar o labirinto
Do velho metafísico mistério
Comi meus olhos crus no cemitério
Numa antropofagia de faminto." (Augusto dos Anjos)

DILMA, A DÚVIDA

A dúvida acima se ampara na boataria dos últimos dias, que dá conta do rebaixamento de Dilma Rousseff no ranking das pré-candidaturas. Já esteve mais cotada que hoje. Os quase cinco pontos que perdeu, nos últimos tempos, a colocam sob o teto das inquietações. Volta-se falar não na doença, mas na índole autoritária e arrogante da ministra. Lula, que continua fechado com a candidatura de sua ministra, já esteve mais firme. Hoje, usa a régua do pragmatismo. Se der, deu; se não der resultados, tirará da cartola outro nome. Quem sabe, Ciro. Ou Palocci.

PMDB e PT

Nas últimas semanas, expandiu-se a versão de que a aliança entre PMDB e PT já foi mais segura. A partir do momento em que o PT começa a movimentar as pedrinhas na lagoa dos Estados, as marolas tendem a afastar o PMDB de suas proximidades. No Rio, por exemplo, Sérgio Cabral já começa a perceber que o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, se firma como candidato petista ao governo. Ademais, Cabral está insatisfeito com a posição federal sobre os royalties do Pré-Sal. A salmoura dos choques recentes tem contribuído para afastá-lo um pouco mais do Palácio do Planalto.

O QUADRO MINEIRO

Em Minas Gerais, Hélio Costa, ministro das Comunicações, pré-candidato ao governo pelo PMDB, ensaia uma união com o PMDB de Newton Cardoso. O patrono dessa unidade se chama Orestes Quércia. Como Quércia, em São Paulo, apoia Serra, é bem provável que, em Minas, Hélio Costa seja candidato de uma coligação envolvendo tucanos, peemedebistas e democratas. Aécio Neves estaria por trás dessa equação. E o PMDB, assim, se afastaria também em Minas do PT.

SOBRE REIS

O rei de Kitara era alimentado por um cozinheiro. Que, ao trazer a refeição, espetava o garfo na carne, cortava um pedaço e o colocava na boca do rei. Repetia o gesto quatro vezes. Se, por acaso, tocasse nos dentes do rei com o garfo, era castigado com a morte. (Elias Canetti)

CESARE BATTISTI

E o caso Cesare Battisti, hein? O placar é de 4 a 3 a favor da extradição. O ministro Marco Aurélio pediu vistas. Comenta-se que votaria contra a extradição sob o argumento de que os crimes atribuídos a Battisti estariam prescritos no Brasil. Pergunta curiosa: os juízes brasileiros podem julgar o mérito de crimes previstos pelas leis italianas? Se a prescrição na Itália não combinar com o tempo da prescrição prevista pelas leis brasileiras, o que valerá? A lei italiana, onde os crimes teriam sido cometidos, ou a lei brasileira? Pode um país julgar o mérito de uma legislação de outra Nação? Este escriba quer simplesmente provocar o animus animandi dos juristas.

"Somos, ainda, sobre todos os outros, o povo das esplêndidas frases golpeantes, das imagens e dos símbolos." (Euclides da Cunha)

EXÉRCITO NA MÍNGUA

Qual é a Força mais próxima ao povo brasileiro? A Aeronáutica? Creio que não. Esta voa longe. Trata-se da Marinha? Creio que não. Esta navega nos oceanos, espaço distante do dia a dia dos mortais. O Exército? Sim. Ele está mais próximo. Os verdes circulam pelas ruas. Tanques e caminhões, vez ou outra, passam pela nossa vista. O Exército até que limpou aquela imagem dura dos anos ditatoriais. Pois bem, o Exército, que está mais perto de nós, está à beira da míngua. Até o expediente da segunda-feira poderá deixar de existir. Faltam recursos até para comida dos recrutas. Mas o Brasil ostenta, como pavão, as cores orgulhosas de aviões de caças, submarinos, helicópteros sofisticados. Cada Força com sua força.

E MARCO AURÉLIO, HEIN?

O ministro Marco Aurélio, do STF, até hoje não disse se vai aceitar ou não o recurso apresentado pela Câmara dos Deputados contra a liminar que determina a entrega à Folha de S.Paulo de 70 mil notas de despesas com verbas indenizatórias. A Câmara espera o julgamento do mérito. Segundo a Câmara, as informações solicitadas pela Folha podem ser acessadas no site eletrônico. Mas a Folha quer papel. Ademais, a Câmara não pode entregar notas sobre contas telefônicas, sob pena de infringir o sigilo telefônico resguardado pela Constituição. Mais ainda: se outros meios de comunicação fizerem a mesma solicitação, seria necessária grande gráfica para imprimir os impressos desejados, além da logística de transporte. Serão algumas toneladas. E se o STF julgar o mérito e acolher o ponto de vista da Câmara, quem arcará com o prejuízo?

TOFFOLI, QUASE CERTO?

Dizem que José Antonio Dias Toffoli é nome quase certo de Lula para assumir o lugar do falecido ministro Carlos Alberto Direito. E que, entrando no Supremo, já poderia julgar o pedido de extradição de Cesare Battisti. Algo não combina. O ministro da Justiça, Tarso Genro, abre a boca para defender a liberdade de Battisti. Tarso Genro é candidato ao governo do RS pelo PT. Toffoli já foi advogado do PT. Se começar no Supremo dando um voto de caráter político, entrará na mais Alta Corte com o pé esquerdo. Vão dizer que vota sob encomenda. Poderia, simplesmente, nesse caso, abster-se.

JUNITI SAITO QUASE SAIU

Nos bastidores, comenta-se que o ministro da Aeronáutica, Juniti Saito, quase pedia o boné a Lula. Teria ficado contrariado contra a decisão antecipada do presidente de comprar os aviões Rafale, da França. Como Lula deu meia volta, Saito voltou a por o boné. Mas algo ficou nos ares.

CONSELHO AO MINISTRO MARCO AURÉLIO

Esta coluna dedica sua última nota a pequenos conselhos a políticos, governantes e líderes nacionais. Na edição passada, o espaço foi destinado ao presidente Lula. Hoje, volta sua atenção ao ministro do STF, Marco Aurélio Mello:

1. Vossa Excelência é considerado um ministro técnico, culto, preparado, independente. Nos últimos tempos, sombras têm se projetado sobre sua imagem, a partir de posicionamentos ainda não muito claros.

2. O pedido de vistas sobre o caso Cesare Batistti cria celeuma no mundo jurídico, eis que não se consegue enxergar em sua decisão motivação técnica. Dizem, até, que, nesse ínterim, o presidente da República nomeará o substituto para a vaga do falecido ministro Carlos Alberto Direito. Nesse caso, o indicado deverá participar do julgamento.

3. A sociedade aguarda com grande atenção seu parecer. Sob uma questão de fundo: se é verdade que os eventuais crimes cometidos por Batistti teriam sido prescritos sob a legislação brasileira, pode nossa Justiça julgar o mérito de outras legislações? Se na Itália, os crimes não foram prescritos, pode a justiça brasileira tomar uma decisão contrária?

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(Por Gaudêncio Torquato)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

TUDO É AMOR



Vida - É o Amor existencial.

Razão - É o Amor que pondera.

Estudo - É o Amor que analisa.

Ciência - É o Amor que investiga.

Filosofia - É o Amor que pensa.

Religião - É o Amor que busca Deus.

Verdade - É o Amor que se eterniza.

Ideal - É o Amor que se eleva.

Fé - É o Amor que se transcende.

Esperança - É o Amor que sonha.

Caridade - É o Amor que auxilia.

Fraternidade - É o Amor que se expande.

Sacrifício - É o Amor que se esforça.

Renúncia - É o Amor que se depura.

Simpatia - É o Amor que sorri.

Altruísmo - É o Amor que se engrandece.

Trabalho - É o Amor que constrói.

Indiferença - É o Amor que se esconde.

Desespero - É o Amor que se desgoverna.

Paixão - É o Amor que se desequilibra.

Ciúme - É o Amor que se desvaira.

Egoísmo - É o Amor que se animaliza.

Orgulho - É o Amor que enlouquece.

Sensualismo - É o Amor que se envenena

Vaidade - É o Amor que se embriaga.

Finalmente, o ódio, que julgas ser antítese do Amor, não é senão o próprio Amor que adoeceu gravemente.



(Dádiva de Francisco Cândido Xavier)

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Paulo Nazareno disse:


Fosse alemão,françês,italiano,etc seria tido como gênio ou até mesmo prêmio Nobel de Literatura pela obra literária.

Inteligência luminosa,asceta e de bondade contagiante.

Sem formação acadêmica,destila filosofia,psicologia,sociologia e outras áreas do conhecimento humano que só o mais profundo amor pode explicar sua genialidade.

De tantos rios da minha vida(vem aí meu livro: "o rio e a vida")veio dele um dos principais afluentes.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

OBSERVATÓRIO

Figura folclórica na cidade, o comerciante Zito Severino, estimulado por amigos, resolveu se candidatar a vereador no ano 2000. Com um discurso singular, recheado de frases aparentemente descabidas porém de efeito impactante, sua candidatura começou a ganhar corpo. No dia de um comício no bairro da Ilha, primo Zito anunciou que ali seria seu grande dia. Iria fazer um discurso e definir a vitória. Um grande contingente de admiradores foi mobilizado. Ante uma multidão ávida para ouví-lo, o locutor anuncia a fala do candidato. Zito, microfone em punho, começa a discorrer sobre a sua promissora caminhada rumo à Câmara Municipal. Diz que conta com “apoios de vinte e cinco qualidades”, ressalta a emoção de estrear no bairro da Ilha e que vai “tirar muitos votos nessas cabeças de alto”. Ao final pede que todos votem nele e, na hora de dizer o número... dá um branco e diz errado. A reação foi instantânea: a multidão o corrige dizendo o número correto.

Após o evento, diante de um pequeno grupo de amigos, Zito confessou que havia errado propositadamente. Ou seja, aquilo tinha sido uma jogada de marketing para fixar o número na memória coletiva.

Conclusão: em um comício – segundo Paulo Nazareno – o que fica são essas tiradas inusitadas ou os deslizes verbais.


CID

O governador Cid Gomes esteve em Crateús no inicio do mês para lançar varias ações governamentais, dentre elas o Ronda do Quarteirão, a recuperação asfáltica da cidade e a Policlínica. Ao mencionar a área de saúde, o Chefe do executivo estadual discorreu sobre a importância, para os homens, do exame da próstata, o popular teste do dedo. Foi a deixa para a exploração maldosa, a insinuação maledicente. De um naúncio carregado de ações produtivas e conseqüentes, o que mais se comentou foi algo irrelevante.


LIDER X GERENTE

Ram Charas e Larry Bossidy, autores do livro Execução: a disciplina para atingir resultados, discorrem com muita propriedade sobre a distinção e integração entre as facetas de líder e gerente. Líder é o que mobiliza emocionalmente as pessoas, acende o sonho coletivo e o direciona com a adesão dos outros. Gerente é o que se prende aos resultados, concentra-se no cumprimento das metas estabelecidas e segue a trilha da materialização do que foi planejado. Um político que ocupa função no Executivo há que buscar o equilíbrio destas duas características. Esta é a barreira que desafia o Prefeito Carlos Felipe. Para chegar a Prefeitura, construiu uma boa imagem de líder. Uma vez nela, amargou um veloz processo de corrosão da sua credibilidade inicial. Homem vontadoso e trabalhador, poderia se recuperar pela via gerencial, mas nesta também tem tropeçado, sobretudo por ter entregue a hegemonia desse projeto ao feudo partidário do PCdoB, agremiação contaminada por um vírus ideológico carcomido e preconceituoso.

AVANÇAR SEMPRE

Quando a população, sedenta por novos ares, apostou todas as fichas em Carlos Felipe, imaginou que o jovem médico iria fazer uma gestão acima da média. Pensou-o capaz de ser o grande líder e excepcional gerente, que conclamasse todas as forças vivas da cidade e apresentasse uma agenda agregadora. Se essa trilha se revelou equivocada, outra há de ser buscada. Longe de se quedar a frustração, o povo precisa continuar alinhavando alternativas. E tem feito.


NOME

Dentre as alternativas que são postas nas mesas de discussões, uma se revela com grande musculatura subjetiva e força objetiva. Figura testada e aprovada, amplamente conhecida, com trânsito em todas as esferas de poder. Já pertenceu ao Legislativo estadual, onde deixou um rastro inolvidável de trabalho frutífero e dedicação reconhecida. Ocupou com brilhantismo importante função no Executivo, respondendo por uma Secretaria de Estado extremamente delicada e espinhosa. Hoje, exerce função judicante, sendo vice-presidente da Corte de Contas dos Municípios cearenses. Tem conseguido destaque e granjeado respeito pela aplicação do principio da imparcialidade como Juiz das contas publicas. Seu nome: Manoel Bezerra Veras.

NOME II

No próximo ano, por uma articulação consensual dos seus pares, Manoel Veras deverá assumir a Presidência do Tribunal de Contas dos Municípios. Mesmo já dispondo de tempo para requerer aposentadoria, Veras pretende coroar o seu trabalho no TCM assumindo a principal posição na Corte, quando planeja desenvolver importantes projetos. Empós, montado no alazão da experiência e com o alforje do conhecimento acumulado, estará livre para atender qualquer chamamento público. Curtido pelo sol da maturidade, Manoel construiu pontes de diálogo respeitoso com as mais expressivas lideranças que militam no município e que comandam o estado. Ao redor do seu nome, agrega nomes de todos os matizes, de grandes partidos e pequenas agremiações, além de um expressivo contingente de vereadores e líderes comunitários somariam nesse projeto. Desnecessário dizer que contaria com o apoio entusiasmado de Cid Gomes e Domingos Filho, Ciro Gomes e Tasso Jereissati.


NOME III

Homem de vida pessoal organizada, com família encaminhada na vida (a esposa, medica destacada, é diretora do Instituto de Prevenção do Câncer, a filha é advogada e o filho, concludente de medicina), é obvio que essa postulação, para Manoel Veras, só se justificaria por uma razão sentimental: oferecer à terra natal a oportunidade de conhecer um patamar qualificado de gestão, libertando Crateús da mesmice negativa e reinserindo-a na vanguarda desenvolvimentista.


PARA REFLETIR


“Talvez a primeira grandeza de uma profissão seja a de unir homens; só há um luxo verdadeiro: o das relações humanas”. (Saint-Exupéry, Terra dos Homens)


(Por Júnior Bonfim – na edição de hoje do Jornal Gazeta do Centro Oeste, Crateús, Ceará)

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Liduína disse:

Parabéns pelo blog. Inteligente e sensível.

PENSAR A CIDADE

O filósofo Platão relata, em Teeteto, um episódio protagonizado por seu mestre Sócrates. Segundo informa Platão, interrogam a Sócrates:

- Afinal, qual a tua profissão?

- A mesma da minha mãe – responde o pensador.

- Mas tua mãe é parteira! – exclamam os interrogadores.

E Sócrates arremata:

- Eu também. Sou parteiro de idéias.

Parto da premissa que o útero da nossa urbe é prenhe de parteiros de idéias – atentos observadores que processam a paisagem que possuímos e pincelam o quadro ideal de outra que povoa o seu imaginário.

A essas pessoas, que transitam pelas esburacadas vias do anonimato, falta apenas as conchas auriculares do cérebro que dirige a maquina pública, os ouvidos do poder político. Urge que se abra espaço, uma fresta ao menos, para que na sala escura do poder adentre o raio luminoso da inventividade popular, da criatividade que palpita no coração da cidadania.

Dar vazão às idéias é abrir a mente ao portal do sonho. No fundo, planejar é sonhar. Ou organizar o sonho, transformando-o em semente para ser lançada no solo fértil da realização.

O planejamento público é essa tarefa mobilizadora, desafio contagiante, de sistematizar o desejo coletivo, numa dinâmica interativa.

Basta que lancemos o olhar sobre o corpo da cidade de Crateús para sentirmos os efeitos da ausência desse planejamento compartilhado.

Exemplos simples confirmam essa assertiva. Há uma indústria cerâmica no bairro dos Venâncios, outra no outro extremo da cidade, no bairro Ponte Preta. Um complexo industrial foi erigido no bairro Fátima I, atrás da escola Santa Inês. Na saída para Novo Oriente, próximo a Justiça do Trabalho, funciona outro parque fabril. Quando a cidade se planeja, o setor de indústria se localiza em uma única área, estrategicamente disposta para compatibilizar o desenvolvimento com o respeito à qualidade de vida das pessoas e o meio ambiente.

Onde estão nossas áreas verdes? Como o pulmão para o ser humano, a cidade precisa de espaços verdes que propiciem a integração dos que a habitam com a energia revitalizadora da Natureza. Há alguns anos foi desenhado um projeto estupendo de recuperação do leito urbano do nosso rio chamado Parque Ecológico do Rio Poty. Além da recuperação da mata ciliar, prevê a otimização da orla fluvial a partir da construção de equipamentos coletivos de lazer, atividades físicas e divertimento. É imperioso que se priorize a execução desse projeto, essencial para a oxigenação da cidade.

Cidade de feição meramente horizontal, Crateús precisa estimular o crescimento vertical, que facilita a concentração de pessoas e diminui a demanda de serviços de infra-estrutura, em geral onerosos aos cofres públicos. A cada nova rua que se abre, aumenta a demanda por pavimentação, iluminação publica e saneamento básico, dentre outros. Na medida em que se investe na construção de edifícios, em áreas onde já estão disponibilizados os serviços básicos, diminui-se o ônus do erário.

É obvio que essas perorações têm um único objetivo: frisar a necessidade de pensarmos a cidade. Definirmos o seu rumo. Em uma palavra: planejá-la! Com espírito desarmado, com o horizonte aberto para o futuro, com o coração palpitando de sonhos revolucionários, com a alma sintonizada nas energias vitais. Tarefa impossível? Jamais. Basta que o poder público reúna os nossos anônimos parteiros de idéias e se lhes dê assento e palavra, vez e voz, dignidade e respeito.


(Por Júnior Bonfim – na edição de hoje do Jornal Gazeta do Centro Oeste, Crateús, Ceará)