sábado, 8 de agosto de 2009

JÚNIOR BONFIM: O CRONISTA DA NOSSA REALIDADE



(Por Zacharias Bezerra de Oliveira*)

Amores e Clamores da Cidade, lançado este ano por Júnior Bonfim, é uma obra que não pode deixar de ser lida por quem se interessa pelos fatos históricos do Ceará. Dividido em temáticas, segundo sugere o próprio título, o autor discorre sobre Crateús, a Terra que lhe deu o berço, passando por Brasília, onde esteve por breve temporada. Em relação ao Tempo, Júnior Bonfim estende seus pertinentes comentários sobre efemérides, como a passagem da Coluna Prestes por sua cidade e a importância de datas, como a Páscoa, o Dia do Trabalho, das Mães, Finados e o tempo certo de se homenagear.


As pessoas que fazem a diferença para a nossa realidade são bem lembradas pelo cronista: o artista Francisco de Almeida, cujo trabalho enfeita a capa de seu livro, Monsenhor Moraes, o eterno vigário do Ipu, Dom Fragoso, a professora Rosa Moraes, Dom Jacinto, Felipe Moraes, Dona Delite e tantos outros e outras são lembrados nas crônicas de Júnior Bonfim, como pessoas que fazem a diferença na sociedade cearense, notadamente na região de Crateús.


Atuando na militância jurídica em Fortaleza, o advogado Júnior Bonfim fala sobre a Arte da Advocacia na temática dedicada às vocações. A política, a culinária, o ensino e a literatura são temas que o autor aborda com propriedade em sua obra. Por falar nisso, o autor foi um dos participantes da experiência vocacional iniciada por Dom Fragoso, em 1980, denominada “seminaristas no meio do povo”, mas isso ele também conta no seu livro.


Quanto aos clamores, as crônicas de Júnior Bonfim são contundentes. O meio ambiente desgastado e o descaso com a nossa cidade de Crateús são retratados com a veemência, a segurança e a leveza que ele sabe muito bem utilizar. Embora refira-se especificamente a sua cidade natal, as críticas e os apelos à conservação e preservação, servem tanto para a nossa capital, quanto para qualquer outra cidade.


Como já foi dito e repetido pelo escritor Juarez Leitão: “Existe em Júnior Bonfim um sentido especial de perceber o mundo, um olho atento que vislumbra e absolve o trivial para dele retirar lições e construir o seu discurso ético”. Amores e clamores da cidade é um livro para ser lido e saboreado, como quem degusta as mais finas iguarias. Nele encontramos sabor e saber, além de grandes ensinamentos e sabedoria. É,pois, um verdadeiro retrato da nossa realidade.


*Jornalista

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

CONJUNTURA NACIONAL

O MILAGRE

José Maria Alkmin, a raposa mineira, mestre da arte política, chegava da Europa com cinco garrafas enroladas na pasta. A Alfândega quis saber o que era.

- Água milagrosa de Fátima.

- Mas tudo isso?

- Lá em Minas o pessoal acredita muito nos milagres da água de Fátima. Não dá para quem quer.

- O senhor pode desenrolar?

- Pois não, meu filho.

- Mas, deputado, isso é uísque.

- Ué, não é que já se deu o milagre?

O CALVÁRIO SARNEYCO

O calvário de Sarney terá continuidade. A decisão de continuar no comando do Senado, aliás, um legítimo direito, não redundará em sustação da onda negativa que o afoga. Sarney terá maioria no Conselho de Ética, sendo previsível que os recursos contra ele sejam jogados no arquivo morto. Mas a fumaça espalha-se pelo ambiente social. Um comandante frágil perde força. Sob o risco de fazer naufragar o navio que comanda. O Senado é, hoje, um espaço contaminado. As teses a respeito do fechamento da Câmara Alta ganham aplausos. É uma pena.

COLLOR APOPLÉTICO

Que Collor sempre transmitiu uma imagem atlética, isso todos sabem, desde os tempos em que fazia cooper, como presidente, arrebanhando um grupo de jornalistas. Na segunda à tarde, sua imagem era de um apoplético. O senador quase estourou. Feições crispadas, voz embargada, olhos querendo pular da órbita. Mais um pouco e o ex-presidente partiria para o desforço físico. Este escriba confessa: nunca viu uma expressão tão indignada no ambiente parlamentar. E tudo por conta de uma historinha.

A RAZÃO COLLORIDA

O motivo para o ataque furibundo foi uma lembrancinha feita pelo senador Pedro Simon: Renan Calheiros teria ido a Pequim, na China, naquela famosa viagem feita por Collor, quando teria decidido, no jantar em que comeram pato laqueado, ser candidato à presidência da República. Simon arrematou falando das traições de Renan, que rebateu com vigor, lembrando que há 35 anos, o senador gaúcho se compraz em falar mal de Sarney. Collor aproveitou a deixa e atirou verbos contra Pedro, o gaúcho que, de repente, ficou amedrontado, após esta exacerbação: "engula, digira as palavras, fazendo delas o que bem lhe aprouver".

RECUO SIMÔNICO

Pedro Simon, sob o choque da contundência collorida, recuou taticamente. Ficou praticamente isolado, porque, mesmo os apartes em seu favor, como os dos senadores Jarbas Vasconcellos e Cristovam Buarque, eram melodicamente mais suaves que a dureza da força bruta do esquadro sarneysista.

DESMENTIDO

Novidade na parada? Collor nega o famoso jantar, em Pequim, onde os comensais teriam brindado com bastante saquê a decisão de anunciar sua candidatura à presidência da República. Garantiu que a candidatura foi sugerida por Marcos Coimbra, dono do instituto de pesquisas Vox Populi, amparado em pesquisa eleitoral. A pesquisa sinalizaria um espaço ponderável para uma candidatura alternativa.

A LIBERDADE DE FUMAR

A lei anti-fumo, que começa a vigorar em São Paulo, nos próximos dias, causa polêmica. Este escriba, mesmo não sendo fumante, reconhece o direito de fumantes usarem e abusarem do vício em lugares mais abertos de restaurantes, bares etc. Felizmente, o bom senso começa a aparecer com a liberação do cigarro nos palcos. O cigarro e o charuto foram parceiros importantes de atores e atrizes em momentos singulares dos palcos cinematográficos. Sem eles, algumas cenas não teriam tanto impacto. Os climas esfumaçados nas películas em preto e branco constituem uma cena à parte.

MOTOTÁXIS NA EMBOSCADA

A lei dos mototáxis, sancionada por Lula, poderia ser também chamada de "lei da atração fatal". Morre uma quantidade de motoqueiros por mês em São Paulo. Imaginem, agora, um mototaxista, desses que fazem questão de demonstrar suas habilidades entre as filas de carros na Avenida 23 de Maio, levando na garupa um sujeito mais apressadinho. As mortes no trânsito paulistano serão multiplicadas.

KASSAB É CONTRA

Felizmente, a prefeitura de São Paulo é contra a aplicação dessa lei. Um projeto de lei para regulamentar o serviço até foi protocolado na Câmara de Vereadores pelo vereador Ricardo Teixeira (PSDB). Já o vereador Waldih Mutran é autor da lei, de 1998, que proíbe mototáxi na capital. Como a lei federal deixa para as Prefeituras a decisão de regulamentar o serviço, em São Paulo, a boa notícia é: o prefeito Kassab descarta sua regulamentação. Parabéns.

PALANQUE NORDESTINO

José Serra, o governador noctívago, até que enfim abriu os olhos para a realidade: decidiu descobrir o Nordeste. Depois de ir a Exu, onde comeu bode assado e farofa de bolão, em uma visita-homenagem à memória de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, irá a algumas capitais. Dilma frequenta a região, que tem cerca de 30% dos votos do país, praticamente todas as semanas. Serra decidiu fazer o périplo após reunião de trabalho com Sérgio Guerra, presidente do PSDB, Rodrigo Maia, presidente do DEM, e José Agripino, líder do DEM.


VACCAREZZA

O deputado Cândido Vaccarezza está com um pé no Palácio do Planalto. É o mais forte candidato a substituto do ministro José Múcio na Pasta de Relações Institucionais. Vaccarezza é um perfil suave. Conversa com todos os grupos. Gosta de aparar as arestas.

BATALHA DAS 40 HORAS

A próxima movimentação dos trabalhadores nos corredores congressuais será pela redução da jornada de trabalho. As Centrais Sindicais prometem muita fogueira em torno da jornada de 40 horas. O desemprego será o pano de fundo. O ministro Lupi estará ao lado dos bumbos. Esse sorridente ministro não se comove com o choro dos setores produtivos.

PDT VAI DE CIRO

O PDT paulista, que tem chancela de Paulinho da Força, luta pela candidatura Ciro Gomes ao governo de São Paulo. Ciro, conhecido pela contundência com que esbraveja contra José Serra, seria o candidato de Lula. Nos bastidores, a conversa é outra: Ciro seria boi de piranha. O candidato ao governo, pelo PT, se chama Antônio Palocci, que está perto de conseguir a absolvição pelo STF. Palocci é o nome mais palatável entre as celebridades petistas. Simpático ao empresariado. Mas... e os votos?

SUÍNA NO NORDESTE

A gripe suína chega ao Nordeste. Junta a fome com a vontade de comer. As projeções apontam para a expansão da pandemia na região. Mas as autoridades dizem que tudo está sob controle.

PAC EMPACADO

De 11.990 obras do PAC, apenas 7% foram concluídas. Dinheiro? Há bastante. Mas a gestão sofre de congestão. Dor de cabeça para dona Dilma Rousseff, que soa para os nordestinos como dona "Dilma do Chefe". No Nordeste, Lula tem a seu favor 80% do eleitorado.

O CAÇADOR

"Ele não monta para a raposa a mesma armadilha que usa para pegar o lobo. Ele não coloca a isca onde ninguém vai morder. Ele conhece bem a sua presa, seus hábitos e esconderijos, e caça de acordo com esses conhecimentos". (Robert Greene)

O PROTOGÊNICO

Protógenes Queiroz, o delegado polêmico, tem dúvidas sobre seu futuro político. Deputado? Senador? Teria sido mordido pela mosca azul? Pois bem, pesquisa de um Instituto teria lhe dado vantagem para o Senado, em São Paulo, em 2010. Este escriba tem dúvidas sobre essa viabilidade.

CONSELHO AOS SENADORES

Esta coluna dedica sua última nota a pequenos conselhos a políticos, governantes e líderes nacionais. Na edição passada, o espaço foi destinado ao senador José Sarney. Hoje, volta sua atenção aos senadores:

1. Procurem equacionar o imbróglio que toma conta do Senado. A protelação do affaire Sarney afeta ao conjunto da Casa.

2. Evitem o palavrório chulo, que rebaixa ainda mais o perfil dos representantes.

3. Ouçam o eco das ruas. Façam funcionar o regimento interno. Votem de acordo com suas consciências. E se submetam, depois, ao crivo da opinião pública.

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(Por Gaudêncio Torquato)

terça-feira, 4 de agosto de 2009

DO SUSTO DO BLOG E DA BELA SURPRESA!

Júnior, obrigado pela publicação.

Ressalto, no entanto, que sou "das antigas" e não conhecia esse tal de blog. Confesso estar um pouco assustado ao ver minha foto lançada no mundo ao lado de minha esposa Edvanda e de um primo ilustre.

Fiquei feliz ao ser identificado pela amiga Dalinha (de Ipueiras), por isso aproveito o ensejo para manifestar-me.
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Querida Dalinha, leio todas suas belas poesias publicadas no Jornal do Leitor, do O POVO. Parabéns.

Em verdade, o Boaventura Bonfim (Joaquim Boaventura Furtado Bonfim) é justamente seu velho amigo Kakim, filho da Dona Maria Bonfim, do Barrocão, lá de Crateús.

Tenho saudades de sua irmã Rosinha - que toca violão, canta e encanta com sua belíssima voz -, do seu irmão Eduardo, um gentleman, de Dona Neuza, sua mãe, um doce, e de você, que, além de tudo, é dona de uma beleza hollywoodiana.

Saudades do Barrocão!

Um forte abraço,

Boaventura Bonfim.

Fortaleza (CE), 4.8.2009.

JUAREZ LEITÃO - DISCURSO NO LANÇAMENTO DO LIVRO "AMORES E CLAMORES DA CIDADE" - PARTE I

JUAREZ LEITÃO - DISCURSO NO LANÇAMENTO DO LIVRO "AMORES E CLAMORES DA CIDADE" - PARTE II

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

DISCURSO DE BOAVENTURA SOBRE "CLAUDINO SALES"


Estimado primo Júnior Bonfim,

Meu discurso feito de improviso, mas gravado no meu celular, por ocasião da missa de 7º dia do Dr. Claudino Sales, no dia 29 de junho de 2009, na Igreja do Cristo Rei, em Fortaleza-CE.

Eis a transcrição do discurso:

"Boa noite a todos. Meu nome é Boaventura Bonfim, sou filho de Crateús, do Sr. Antônio Bonfim, do Banco do Brasil, e Dona Maria Bonfim.

Tive a sorte de ser vizinho dessa abençoada família: Dr. Salim, Dona Francy e seus amados e lindos rebentos, em nossa querida rua do Barrocão.

Compelido por uma força superior a mim, subi a este púlpito com o propósito de homenagear um grande homem: Dr. Claudino Sales, nosso querido Dr. Salim. Faz sete dias que Dr. Salim retornou a casa do grande Pai. Quando digo retornou, faço-o na condição de estudante de Teologia e Filosofia, pois me acosto a uma corrente teológico-filosófica que defende plenamente que nós não somos seres humanos que estamos aqui para uma experiência espiritual. Somos seres espirituais que estamos na terra para uma experiência humana. No fim, refluímos, retornamos à nossa essência: o espírito.

E assim não foi diferente com o Dr. Claudino Sales. Mas o Dr. Salim não passou pela vida em brancas nuvens, embora em plácido repouso tenha adormecido, pois foi um homem de ação, de muita luta, seja como Advogado, na vida forense; como Deputado, na política, ou como Secretário de Estado.

Por todas as obras feitas pelo Dr. Claudino Sales, ele merece que o seu nome seja figurado no panteão dos homens ilustres do Estado do Ceará.

Homem de refinada educação, sempre recebeu a todos com a mesma lhaneza que lhe era peculiar.

Dono de uma belíssima oratória, suas palavras fluíam docemente de sua boca, hauridas do seu doce coração. Porém, quando necessário, ele sabia utilizar o bisturi da linguagem, para aparar as arestas criadas por seus adversários.

Homem bom. Bom filho, bom irmão, bom marido, bom pai, bom avô, bom amigo e bom vizinho. Dr. Claudino Sales é um grande exemplo de vida.

Hoje a família lamenta e chora a perda desse ente querido, mas ficará sempre confortada pela felicidade de ter convivido com um homem de bem. Obrigado”.


Júnior, autorizo-o a publicar o discurso literalmente. Obrigado.

Um forte abraço do primo, leitor e admirador, extensivo a toda a sua abençoada e bela família.

Fortaleza (CE), 3 de agosto de 2009.

Boaventura Bonfim.


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Dalinha Catunda deixou um novo comentário sobre a sua postagem "DISCURSO DE BOAVENTURA SOBRE "CLAUDINO SALES"":

Olá Júnior,

Tenho acompanhado tudo que você posta sobre o lançamento de seu livro.

E vejo que temos amigos comuns.

Descobri Renato Bomfim, meu conterrâneo e amigo.

E gostaria que você me confirmasse se Boaventura Bomfim, é o Joaquim.

Se for também foi meu amigo quando bem jovem. E muito me hospedei na casa de Dona Maria Bonfim, onde seresta e violões faziam a festa.

Saudades do Barrocão!!!

Um abraço,

Dalinha

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Cara Dalinha:

Realmente, é o Joaquim Boaventura.

Que bom sabermos de amizades comuns!

Na Paz,

Júnior Bonfim

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Oi Júnior,

Amei saber que é realmente o "Kakin" era assim que nos dirigíamos a ele. Quando bem jovens, nós( eu minhas irmãs e irmãos) Frequentávamos a casa de Dona Maria Bonfim.

Eles passavam dias lá em casa em Ipueiras e nós em Crateus. Era uma troca maravilhosa.

Ainda hoje sentimos muita saudades deles. E dos tempos maravilhosos.

A amizade, ficou adormecida pelos desencontros. Mas continua imensa em nosso coração. repasse isso a ele.

Estive em Ipueiras para as tradicionais festas do meio do ano. Lá encontrei nosso amigo Bento Raimundo.

Tente influenciá-lo para dedicar-se a Academia de Crateús. Eu sempre estou falando com ele da importância de fazer parte de uma academia.

Parabéns pelo lançamento do: Amores e Clamores da Cidade, e muito sucesso.

Carinhosamente,

Dalinha

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Vanda Claudino Sales disse...

Dr. Junior Bonfim, Dr. Boaventura (o Kakinho dos meus tempos de adolescente..): chorei ao ler o discurso que o Dr. Boaventura fez, quando da missa de sétimo dia do meu pai.

Foi lindo o discurso, foi lindo o seu gesto, publicando-o.

Nesse final de semana de comemoração dos dia dos pais, em que a saudade bate mais forte (como se fosse possível), foi um gesto carinhoso e emocionante, fazer essa leitura...aos dois amigos, com respeito, o meu abraço e o da minha família...

10 DICAS PARA REDUZIR O ESTRESSE NO TRABALHO


É notório que cada vez mais os profissionais se deparam com o aumento de exigências no mercado de trabalho. O resultado são pessoas estressadas que mesmo ao saírem do ambiente organizacional levam consigo um comportamento de ansiedade e que quando não sabem lidar com essa situação, têm a vida pessoal afetada. Imaginar uma empresa onde não há fatores estressantes é utopia. Então, o que fazer? Abaixo 10 dicas que podem ser adotadas para melhorar sua qualidade de vida.

1 - Faça um planejamento das atividades que são realizadas diariamente e dê prioridade às ações consideradas mais urgentes.

2 - Se existe uma data para a entrega de um relatório, por exemplo, tente preparar o material com dois dias de antecedência. Isso permitirá que seja feita uma revisão, possíveis alterações e você evitará ser "cobrado".

3 - Caso algum colega esteja com complicações para concluir um trabalho, se possível ofereça ajuda. Muitas vezes, nossas atividades estão diretamente relacionadas às responsabilidades do profissional que senta ao lado.

4 - Hoje, inúmeros profissionais têm o computador como instrumento de trabalho. Escolha um fundo de tela que transmita sentimentos bons. Assim que ligar o micro, você poderá ver uma paisagem, um sorriso de uma criança ou até uma ilustração que o faça dar um breve sorriso.

5 - Há pessoas que melhoram a produtividade ao escutarem música. Faça uma seleção de seu repertório preferido e use os fones de ouvido para escutar melodias que o relaxem.

6 - Sua mesa também merece atenção. Claro que a presença de determinados objetos e documentos é fundamental para o exercício das suas atividades. No entanto, não custa dar um toque pessoal e colocar um porta-retrato, um acessório de escritório, algo que expresse sua personalidade.

7 - Na hora do almoço, procure uma companhia agradável. Uma boa conversa com um colega sempre relaxa a mente.

8 - Caso você sinta-se muito tenso e não consiga realizar uma determinada atividade, dê uma "paradinha estratégica" de pouco minutos e tome um cafezinho ou mesmo uma água para refrescar os neurônios. Outra dica interessante é sair um pouco do ambiente fechado para respirar fundo. Abrir a janela da sala e olhar para o mundo "lá fora", pode até ajudá-lo a ter uma boa ideia.

9 - Quando sua musculatura começar a reclamar, levante-se da cadeira por uns cinco minutos, por turno, e faça alguns exercícios laborais.

10 - Se a organização em que você trabalha possui ações voltadas para a melhoria da qualidade de vida no trabalho, aproveite cada oportunidade. Não deixe de passear ou, então, participar de algum campeonato com seus colegas. Nesses eventos, a descontração contagia a todos.


(Fonte: rh.com.br)

domingo, 2 de agosto de 2009

VINTE ANOS DA TRISTE PARTIDA DO "REI DO BAIÃO"


(trabalho de Wellington Mendes da Silva)


1909

Januário José dos santos, vindo dos Quidutes e dos Anselmos. Conhecido tocador de fole de 8 baixos, subiu a encosta da Serra do Araripe com destino à chapada. Mas ficou na Fazenda Caiçara, quase no sopé da Serra, na fazenda do Barão do Exú, bem onde começava o Rio Brígida que ia desembocar no São Francisco.

Ana Batista de Jesus, ou simplesmente Santana. Era uma cabocla bonita, e deixava muito olhar na esteira do seu caminho, sedentos daqueles olhos bonitos , daquele gingado de marrã bravia. Daí o cuidado de Efigênia, sua mãe, conhecida por por Figênia.

Espantava os mais afoitos, animava os de melhor qualidade. E Januário caíra nas suas graças. E na Igreja de Exú, em Setembro de 1909, o casamento foi feito, sem arranjo, sem arrumação e principalmente sem samba.
Claro: o único tocador de forró da região era o noivo...
E numa casucha construída com os amigos, Januário lá se foi morar com Santana, morena formosa e de olhos estranhamente verdes, que endoidavam os cabras. E Januário tinha pressa, não ia perder tempo depois dos sacramentos...

" Fez cum ela o sanfoneiro
Um casamento feliz
E dos nove qui nascêro
Um desses nove é Luiz..."

1912

No dia 13 de Dezembro, uma sexta-feira, nasce, na fazenda Caiçara, terras do barão de Exu, o segundo de nove filhos do casal Januário José dos Santos e Ana Batista de Jesus, que na pia batismal da matriz de Exu recebe o nome de Luiz (por ser o dia de Santa Luzia) Gonzaga (por sugestão do vigário) Nascimento (por ter nascido em dezembro, também mês de nascimento de Jesus Cristo.

1915

Nasce no dia 05 de Janeiro, Humberto Cavalcanti Teixeira

1920

Luiz Gonzaga, com apenas 8 (oito) anos de idade substitui um sanfoneiro em festa tradicional na fazenda Caiçara, no Araripe, Exu, a pedido de amigos do pai; canta e toca a noite inteira e, pela primeira vez, recebe o que hoje se chamaria cachê; o dinheiro - 20$000 - "amolece" o espírito da mãe, que não o queria sanfoneiro. A partir daí, os convites para animar festas - ou sambas, como se dizia na época -, tornam-se freqüentes. Antes mesmo de completar 16 anos, "Luiz de Januário", "Lula"ou Luiz Gonzaga já é nome conhecido no Araripe e em toda a redondeza, como Canoa Brava, Viração, Bodocó e Rancharia.

1921

Em Carnaíba das Flores, município Pernambucano do sertão do Alto Pajeú, nasce em 27 de Fevereiro José de Souza Dantas Filho, que viria a ser um dos mais importantes parceiros na obra de Luiz Gonzaga.

1926

Início real de sua vida artística, quando tocou seu primeiro "samba"ganhando dinheiro. Começou também a estudar no grupo de escoteiros de um sargento da polícia do Rio de Janeiro chamado Aprígio. Seu amigo Gilberto Aires, filho do Cel. Aires, o convenceu a mudar-se para a cidade, deixando o Araripe. Hospedaram-se na casa de Da. Vitalina e o amigo Gilberto foi seu primeiro empresário.

1928

Apaixona-se pela primeira vez por uma donzela sacudida que apareceu pelas bandas do Araripe. Pensa em noivado mas seus planos vão por água à baixo quando sua mãe descobre a trama, pondo fim na história por não achar que a pretendida juntava condições para ser sua nora.

1929

Em uma festa de véspera de ano novo viu pela primeira vez Nazarena, da família Saraiva. Apaixona-se, mas, sendo repelido pelo pai desta, o coronel Raimundo Delgado, o ameaça de morte. Avisados pelo próprio Delgado, Januário e Santana aplicam uma surra no rapazote que, revoltado, decide fugir de casa, indo a pé até o Crato onde vende a sua sanfoninha por 80 mil réis.Segue para Fortaleza e voluntariamente alista-se no exército depois de mentir a respeito da sua idade. Primeiro disse que tinha 18 anos mas, avisado que mesmo assim necessitaria da autorização dos pais, apresenta-se como se tivesse 21 anos.

1930

Estoura a revolução de 30 no Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraíba. Ingressa nas fileiras do exército ganhando um soldo de 21 mil réis. O então soldado 122, corneteiro, segue com o vigésimo segundo Batalhão de Caçadores para Souza, PB; ainda em missão, segue para o Pará, Ceará e Piauí, interior do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Campo Grande. Ganha fama no exército e um apelido: "Bico de Aço", por ser exímio corneteiro. De passagem por Juiz de Fora, conhece Domingos Ambrósio, que lhe ensina mais alguns truques na sanfona.

1936

Nasce na cidade de Petrolina (PE), filho de Francisco Avelino dos Santos e Laudemira Sales dos Santos, o Padre João Câncio, que mais tarde viria a ser o idealizador da Missa do Vaqueiro e contaria até o fim de suas atividades eclesiástica, em 1981, com o apoio de Luiz Gonzaga.

1939

Deixa o exército ficando provisoriamente na sede do Batalhão de Guardas do Rio de Janeiro, mas, aventureiro, segue para São Paulo; desembarca na Estação da Luz e, nas imediações, compra a sua primeira sanfona branca (todas as suas sanfonas seguintes seriam de cor branca) de 120 baixos. Nesse mesmo ano volta ao Rio de Janeiro, onde faz amizades e, aproveitando o aprimoramento que fizera nos tempos da caserna com o Dominguinhos Ambrósio, que lhe ensinara os segredos do acordeon, inicia a carreira artística, divertindo marinheiros e desocupados em geral no Mangue, lugar também freqüentado por malandros e prostitutas. Explode a segunda Guerra Mundial. O Brasil é literalmente invadido pela música estrangeira, principalmente a Norte Americana.Conhece o violonista Sepetiba. É o ano em que se apresenta pela primeira vez em um palco, no cabaré O Tabu na Rua Mem de Sá.

1940

Conhece o guitarrista português Xavier Pinheiro, Amirton Vallin, na boate Elite e outros artistas que, como ele, disputam à duras penas um lugar ao Sol. Toca todo tipo de música, de Blues a Fox Trotes; imita artistas famosos da época, como Manezinho Araújo, Augusto Calheiros e Antenógenes Silva. Começa a apresentar-se em programas de rádio, como calouro. Suas incursões no programa de calouros de Ary Barroso, interpretando tangos e valsas, lhe garantem, no máximo, uma nota 2,5 quando o total seria nota 5.

Numa das casas noturnas onde tocava no Mangue, é desafiado por um grupo de estudantes nordestinos - entre eles o futuro Ministro da Justiça, Armando Falcão - que exigem que toque algo "lá da terra", coisa que Gonzaga tinha abandonado. Depois de treinar em casa durante semanas apresenta-se diante dos mesmos Universitários tocando "Pé de Serra"e "Vira e Mexe". É aplaudido não só pêlos rapazes como por toda a casa. Volta ao programa de Ary Barroso, onde conquista a nota máxima.

1941

O Estado Novo comemora seu quarto aniversário. Vai ao ar a primeira radionovela brasileira: Em Busca da Felicidade. Num Bar da Lapa, Rio, conhece Januário França, que lhe transmite recado do humorista Genésio Arruda para acompanha-lo numa gravação da RCA Victor, por indicação de Almirante e Ari Barroso. Aceita e dá-se bem. Logo é contratado para gravar um disco solo, por indicação do Diretor Artístico Ernesto Matos. Grava, então, ao invés de um e Vários discos.

Nos anos seguintes grava cerca de 30 discos 78 rpm, muitos choros, valsas e mazurcas, todos em solo pois a Victor insiste em não lhe permitir cantar em seus discos, que até então eram só instrumentais. Inicia na Rádio Clube do Brasil para onde foi levado por Renato Mource, substituindo Antenógenes Silva no programa Alma do Sertão. A firma era na época a Victor.

Também neste ano conheceu César de Alencar na Rádio Clube do Brasil, quando o mesmo era o locutor do programa Alma do sertão sob o comando de Renato Mource. Foi quando apareceu Dino, violonista de sete cordas que tinha a mania de apelidar todo mundo. Ao ver a cara redonda de Luiz Gonzaga Dino imediatamente o chamou de Lua, apelido que Paulo Gracindo e César de Alencar se encarregaram de divulgar.

1942

Começa a fazer sucesso e as emissoras de rádio a se interessar, de fato, pelo novo cartaz. No mesmo ano nasce em Garanhuns José Domingos de Morais que viria a ser o sanfoneiro Dominguinhos, de quem Luiz Gonzaga se tornou um segundo pai e que o tratava como "pai impostor". Luiz Gonzaga começa a fazer sucesso e as emissoras de rádio a se interessar, de fato, pelo novo cartaz. Enquanto isso, o Brasil declara guerra à Alemanha e seus aliados.

1943

Trazido pelas mãos do radialista Almirante - que também foi responsável pela descoberta de Gonzaga - o sanfoneiro catarinense Pedro Raimundo estréia na Rádio Nacional com suas roupas de gaúcho. Inspirado nêle, Gonzagão passa a se apresentar vestido de nordestino. Nessa época, irritado com a interpretação dada por Manezinho Araújo para a sua "Dezessete e Setecentos", parceria com Miguel Lima, o sanfoneiro passa a canta-la. Chovem cartas pedindo que ele continue cantando e a RCA acaba se convencendo a deixá-lo gravar com sua voz. O disco de estréia seria Dansa Mariquinha, outra parceria com Miguel Lima, e que seria gravado em 1945.

1944

É despedido da Rádio Tamoio e, imediatamente, contratado por Cr$ 1.600,00 pela Rádio Nacional, onde o então radialista Paulo Gracindo divulga seu apelido "Lua", por causa do seu rosto redondo e rosado. Ataulfo Alves e Mário Lago são os destaques do ano na área musical, com Atire a Primeira Pedra.

1945

Consegue então o que desejava. Grava seu primeiro disco tocando e cantando, a mazurca Dansa Mariquinha, parceria com Miguel Lima, primeira gravação com o dito e chama a atenção pelo timbre de voz e desenvoltura no cantar. Nesse mesmo ano, e ainda em parceria com Lima grava outros dois discos interpretando Penerô Xerém e Cortando Pano.

Querendo dar um rumo mais nordestino para suas composições, Gonzagão procura o maestro e compositor Lauro Maia, para que este coloque letras em suas melodias. Maia porém apresenta-lhe o cunhado, o advogado cearense Humberto Cavalcanti Teixeira, com quem Luiz Gonzaga viria a compor vários clássicos.

Os instrumentos usados originariamente (viola, botijão, pandeiro e rabeca ) foram substituídos por acordeão, triângulo e zabumba.

No dia 22 de setembro, nasce de uma relação com a cantora Odaléia Guedes dos Santos o Seu filho Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior

1946

Inicia sua parceria com Humberto Teixeira, e grava No Meu Pé de Serra. O sucesso é imediato e enorme. Ao mesmo tempo, o seu nome começa a correr o mundo: Europa, EUA, Japão... Além de No Meu Pé de Serra compôs, entre outras, com Teixeira, Baião, Asa Branca, Juazeiro, Légua Tirana, Assum Preto, Paraíba, etc. Os Quatro Ases e Um Coringa estouram com Baião e Luiz está em todas cantando A Moda da Mula Preta, de Raul Torres e com a marchinha carnavalesca Quer Ir Mais Eu, parceria também com Miguel Lima. Entusiasmado com o sucesso Gonzaga resolve voltar à Exú e nasce, em parceria com Humberto, Respeita Januário. A parceria duraria até 1979, quando falece Humberto Teixeira.

1947

Em Março, grava Asa Branca. É sua primeira gravação com o selo RCA Victor. Essa música rapidamente se torna um de seus maiores sucessos, recebendo as mais diferentes interpretações e gravações em vários países como Israel, Itália, EUA. Em Hollywood é cantada no filme Romance Carioca (Nancy Goes To Rio) por Carmen Miranda. Nesse mesmo ano os destaques musicais são, além de Asa Branca, O Pirata da Perna de Pau e Eu Quero é Rosetar, de João de Barros e Haroldo Lobo e Milton de Oliveira, respectivamente, que por sinal não se tem informações de gravação destas duas músicas por Gonzaga. Também no ano de 1947 aconteceu o primeiro encontro de Luiz Gonzaga com Zé Dantas, em Recife (PE).

1948

Casa-se com a professora pernambucana Helena Neves Cavalcanti. Os dois se conheceram nos bastidores da Rádio Nacional, quando a moça foi procurá-lo para saber se tinha recebido as cartas que lhe havia enviado. Luiz alegou que não tinha tempo de responder correspondências. Helena perguntou porque ele não contratava uma secretária para tal serviço. "Pois está contratada ", foi a resposta. E no dia 16 de Junho do mesmo ano casaram-se. E adotaram uma menina que foi batizada com o nome Rosa do Nascimento, a Rosinha.

1949

Devido a popularidade alcançada, Humberto Teixeira decide candidatar-se à Deputado, diminuindo muito seu trabalho junto ao Rei. Luiz Gonzaga conhece então em Recife o médico pernambucano José de Souza Dantas. Mais tarde Gonzaga diria que este era mais adequado para parceiro que o advogado, pois embora fosse nordestino Humberto Teixeira não saía de Copacabana, não sabia nem mesmo chegar na casa de Gonzaga na zona Norte. O Zé Dantas não, era homem do campo. "Eu sentia até o cheiro de bode nele", dizia Gonzaga. No dia 27 de outubro grava o baião Vem Morena em parceria com Zé Dantas e o forró Forró de Mané Vito. Neste msmo ano faz sua primeira gravação de Baião, fruto de sua parceria com Humberto Teixeira. A parceria com Zé Dantas terminaria com a morte deste em 1962 no Rio.

1950

Ganha, depois de uma apresentação em São Paulo o título de Rei do Baião.Grava a toada Assum Preto e os Baiões Qui Nem Jiló e Paraíba. Está no auge da carreira. Paraíba é gravada pela cantora japonesa Keiko Ikuta, versão de Kikuo Furuno, em disco RCA J-55006-A. No lado B, foi gravada Baião de Dois.Emilinha Borba também grava Paraíba, e é o ano da inauguração da primeira emissora de televisão da América Latina, a PRF-3, Tv Tupy. Neste mesmo ano regrava o sucesso Vira e Mexe em 78 Rpm. Nesta mesmo ano desponta como um dos maiores vendedores de disco que se tem notícia na história da MPB. É o ano em que perde sua mãe, Santana.

1951

Um jornal carioca publica que "Luiz Gonzaga, velho e superado, acaba de assinar contrato com uma firma para viajar pelo Brasil". Puro preconceito, pois Gonzaga reinou soberano de 45 a 55, 56. As 17 prensas da RCA Victor trabalhavam exclusivamente para ele. Neste mesmo ano sofre um desastre de automóvel que comoveu o País, o que motivou a composição Baião da Penha e uma reportagem especial na revista O Cruzeiro. Em março deste ano encerrou seu contrato com a Rádio Nacional e firmou um novo com a Rádio Mayrink Veiga, mesmo oficialmente vinculado à Rádio Cultura de São Paulo.

1952

Voltando do seu pé de serra Luiz Gonzaga passou por Caruaru onde resolveu fazer um show. Foi mal recebido pelo proprietário do Cinema Caruaru, o Sr. Santino Cursino, sob a alegação de que "o meu cinema, o melhor da cidade não vai servir de palco prá tocador de harmônica ".

1953

Nasce, em parceria com Zé Dantas a pungente Vozes da Seca - este é o ano de uma grande seca no Nordeste. Compõe também, com Hervê Cordovil, A Vida do Viajante, que Gonzaguinha recriaria em 1979 para surpresa de Gonzaga, que nem se lembrava da letra. Esta gravação foi incluída no LP "Gonzaguinha da Vida", 064-4228410-B, Emi-Odeon. Foi neste ano que ao lado de Zé Dantas e Paulo Roberto, participou do programa da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, No Mundo do Baião, vivendo sua fase de ouro até 1954.

1954

Transferiu-se para São Paulo e suas apresentações ficaram cada vez mais restritas à cidades do interior e do ciclo Junino. Seus discos porém continuavam a ser reprensados. Gonzagão convida Jackson do Pandeiro e sua mulher Almira, para o Rio de Janeiro. Fariam grande sucesso com seus cocos e são considerados o lado urbano da música nordestina, enquanto Gonzaga seria o agreste. É o ano em que Gonzaga conhece Dominguinhos, que tocava ao lado dos irmãos Morais, em um grupo intitulado Os Três Pingüins. Este fato deu-se em Olinda.
Já no Sertão Pernambucano, em Serrita, nas Caatingas do sítio Lages, era encontrado morto, no dia 08 do mês de Julho, o vaqueiro Raimundo Jacó, primo de Luiz Gonzaga, fato que depois viria a originar a Missa do Vaqueiro.

1955

Luiz Gonzaga grava seus primeiros discos compactos de 45 rpm. Também neste mesmo ano gravou o seu primeiro LP de 10 polegadas, 33 rpm, pela RCA Victor. Uma Compilação dos discos de 78 RPM.

1956

A Lei 1544/56, de autoria do então Deputado Federal Humberto Cavalcanti Teixeira, que limita a execução de músicas estrangeiras no Brasil é aprovada. Começo das tentativas de aproximação do vaqueiro Zé Marcolino - José Marcolino com o Rei do Baião, através de correspondências que, segundo o próprio nunca chegaram às suas mãos. O encontro pessoal se daria mais tarde no ano de 1960.

1957

Grava o primeiro disco com composição de Onildo Almeida. Em um lado A Feira de Caruaru e no outro Capital do Agreste de Onildo Almeida e Nelson Barbalho.

1958

Começa o apogeu da Bossa Nova com João Gilberto, Tom Jobin, Vinícius e outros. O movimento cresce com adesão de Carlos Lira, Roberto Menescal, Baden e outros mais. Luiz Gonzaga por sua vez gravou seu primeiro LP de 12 polegadas, 33 rpm. Pela RCA Victor. XAMEGO

1961

Luiz Gonzaga entra para a Maçonaria. Neste ano compõe com Lourival Silva e grava Alvorada de Paz, em homenagem ao então Presidente da República Jânio Quadros, que renunciaria sete mêses após assumir a Presidência.
Conheceu pessoalmente José Marcolino - o Zé Marcolino, de quem gravaria depois várias obras.

1962

Ano da morte do poeta, folclorista e parceiro Zé Dantas. Neste mesmo ano lança os seus primeiros compactos simples e duplo, 33 rpm, pela RCA Victor.

1963

De sua parceria com Nelson Barbalho grava A Morte do Vaqueiro no mesmo ano conhece o poeta popular cearense Patativa do Assaré . O clima político é tenso, e os brasileiros decidem em plebiscito a volta do sistema presidencialista.

1964

Grava a composição A Triste Partida de Patativa do Assaré. O sucesso é total principalmente junto ao nordestino que vive no Sul. Grava também, no LP O Sanfoneiro do Povo de Deus a primeira composição de Gonzaguinha, "Lembrança de Primavera".

1965

Asa Branca é gravada por Geraldo Vandré em seu Lp "Hora de Lutar". Gilberto jovem, um compositor jovem da Bahia começa a citar Luiz Gonzaga em suas entrevistas, como uma de suas maiores influências. Mais adiante Luiz Gonzaga gravaria duas composições de Vandré (Para Não Dizer Que Não Falei das Flores e Fica Mal Com Deus), como retribuição.

1966

Sinval Sá lança o livro O Sanfoneiro do Riacho da Brígida - Vida e Andanças de Luiz Gonzaga - O Rei do Baião. O sanfoneiro é impedido de cantar no festival FIC 66, a música São os do Norte Que Vêm, de Capiba e Ariano Suassuna.

1968

Um pouco fora de destaque no cenário musical, Luiz Gonzaga viu seu nome novamente em ascensão depois que, nesta ano, Carlos Imperial espalhou no Rio de Janeiro que o conjunto Inglês The Beatles acabara de gravar a música Asa Branca. Não era verdade, mas foi o que bastou para que Gonzaga voltasse às manchetes. E por um longo tempo Gonzaga sempre falou em entrevistas, do interesse "dos cabeludos de Liverpool por essa música".

1970

Para os anos 70 estava reservada a explosão dos ritmos estrangeiros, particularmente o Rock'n'roll, oriundo dos anos 50, onde encontrava defensores como Cely e Tony Campelo, Carlos Gonzaga, etc. Era a presença em nossa música os Beatles, Ingleses. Dos Estados Unidos chegava a música de Elvis Presley. No Brasil era a vez de Roberto Carlos que já vinha com o seu programa Jovem Guarda. Carlos Imperial, Erasmo Carlos etc., davam força ao movimento.
1971

Lança o LP "O Canto Jovem de Luiz Gonzaga". O produtor Rildo Hora alega que "este disco não é para sucesso e sim uma homenagem para a juventude. Em Londres Caetano Veloso grava Asa Branca, assim como Sérgio Mendes e seu Brasil 77. É o ano do primeiro contato do então desconhecido Fagner com Luiz Gonzaga, no Rio. O sanfoneiro apresenta-se em Guarapari fazendo sucesso entre os hippies de então. Foi também do ano de 1971 que, por iniciativa do Padre João Câncio, com o apoio do cantor Luiz Gonzaga - primo de Raimundo Jacó - e pelo poeta Pedro Bandeira, famoso repentista do Cariri, realizou-se a primeira Missa do vaqueiro, no sítio Lages, na cidade de Serrita, em pleno sertão Pernambucano, como homenagem a Raimundo Jacó, que teria sido morto morto por um companheiro, e principalmente em forma de tributo ao vaqueiro nordestino. Mas a principal preocupação do Pe. Joâo Câncio era trazer de volta para a igreja os vaqueiros. Com a celebração o Padre Vaqueiro conseguiu ver seu desejo realizado.

1972

Pelas mãos de Capinam apresenta o espetáculo "Luiz Gonzaga Volta Para Curtir" no Teatro Teresa Raquel, no Rio de Janeiro. Sob a direção de Jorge Salomão e Capinam, o delírio é total, e é a primeira vez que Gonzagão enfrenta uma platéia somente de jovens.

1973

Deixa a RCA Victor e passa para a Odeon, por um breve espaço de tempo, embalado pelo sucesso reconquistado. Tenta lançar sua candidatura a deputado Federal pelo então MDB mas desiste logo da idéia, quando sentiu que os votos que obteria seria em troca de favores. Inezita Barroso grava Asa Branca como também o cantor grego Demis Roussos, sob nome de White Wings, com letra em inglês. O então Governador de Pernambuco Eraldo Gueiros Leite, seriamente preocupado com o clima de discórdia e violência reinante em Exu, pediu para que Luiz Gonzaga tentasse apaziguar os conflitos entre famílias tradicionais daquela cidade. Neste mesmo ano por iniciativa da Prefeitura do Município de Serrita, foi erigida a estátua de Raimundo Jacó, esculpida por Jota Mendes, artista de Petrolina. Também neste ano grava seu primeiro LP pela Emi Odeon.

1974

É construído o Parque Nacional do Vaqueiro, e criada em 24 de Outubro desse mesmo ano a Associação dos Vaqueiros do Alto Sertão Pernambucano.

1976

O Projeto Minerva dedica um especial à obra de Luiz Gonzaga. Neste mesmo ano grava seu primeiro compacto simples de 33 rpm pelo selo Jangada, com a música Samarica Parteira de Zé Dantas. A música ocupou as duas faces do disco.

1977

Estréia no "Seis e Meia", no Teatro João Caetano ao lado de Carmélia Alves. O sucesso é total, inclusive com grande afluência de jovens ao Teatro.

1978

É lançado no mercado um disco como forma de menção especial a Luiz Gonzaga, - a Grande Música do Brasil, a Grande Música de Luiz Gonzaga, pela Copacabana, produzido por Marcus Pereira com arranjos e direção de orquestra a cargo do maestro Guerra Peixe. É uma versão sinfônica de clássicos da obra de Luiz Gonzaga.
Foi também o ano da morte de Januário, no dia 11 de Junho.

1979

Morre o compositor, advogado e instrumentista Humberto Teixeira. E Luiz Gonzaga grava o Disco Eu e Meu Pai em homenagem a Januário.

1980

Em Fortaleza, depois de ser literalmente atropelado pêlos seus fãs e por fiéis da igreja, Luiz Gonzaga canta para o Papa João Paulo II. Recebe do sumo pontífice a expressão - Obrigado Cantador. Foi um dos mais emocionantes e gratificantes momentos da vida do sanfoneiro, que novamente pensou em candidatar-se a política mas desistiu aconselhado por amigos.

1981

Recebe os dois únicos discos de ouro de toda sua carreira. A RCA Victor presta-lhe significativa homenagem pelo marco de seus 40 anos de carreira, com o lançamento do disco A Festa: Apresenta-se no festival de verão do Guarujá, na praia de Pitangueiras, ao lado do veterano Osmar Macedo, co-fundador do Trio Elétrico Dodô e Osmar. Neste mesmo ano visita o então Presidente da República Aureliano Chaves, pedindo-lhe que intervenha em Exu, devido às rixas entre as famílias Saraiva, Alencar e Sampaio, fato que acontece poucos dias depois terminando com uma rivalidade que já durava alguma décadas. Grava Junto com Gonzaguinha o Disco Descanso em Casa , Moro no Mundo. Os dois fizeram juntos incríveis apresentações por todo Brasil.

1982

Atendendo convite da cantora Nazaré Pereira, lá radicada, viaja para a França apresentando-se em Paris no teatro Bobinot. A cantora fazia sucesso com a música Cheiro da Carolina e decidiu levar o Rei para a França o conhecer. Na platéia, entre outros, estavam Maria Bethânia, Celso Furtado e o ex-ministro Nascimento e Silva.

1983

Lança o disco 70 anos de sanfona e simpatia.

1984

Luiz Gonzaga canta no disco de Gal Costa - Profana em uma faixa em homenagem a Jackson do Pandeiro. Grava seu primeiro LP com o Cearense Raimundo Fagner.

1985


É agraciado com o troféu Nipper de Ouro. Além dele, somente o cantor Nelson Gonçalves recebe tal troféu.

1986


Vai à França pela segunda vez, apresentando-se no dia 6 de Julho no Halle de La Villete, ao lado de Fafá de Belém, Alceu Valença, Moraes Moreira, Armandinho Macedo, entre outros artistas que faziam parte da comitiva o “Couleurs Brésil”.

1988

A RCA Victor lança uma caixa luxuosa com cinco LPs, batizada de 50 Anos de Chão, cobrindo a carreira de Gonzaga desde as primeiras gravações instrumentais. Fagner produz o segundo LP de encontro com o Rei.

1989

Grava seu primeiro LP pela Copacabana, seguidos de mais três LPs, que seriam os últimos de sua carreira; (Verificar na discografia) No dia 06 de Junho, Luiz Gonzaga sobe pela última vez num palco, com o auxílio de uma cadeira de rodas. A platéia presente no teatro Guararapes no Centro de Convenções no Recife não podia prever que não mais veria o velho Lua. Ao lado de Dominguinhos, Gonzaguinha, Alceu Valença e vários outros amigos e parceiros, e desobedecendo à ordens médicas, Gonzagão levantou-se apoiado no microfone e, com sua voz forte e anasalada, apesar de um pouco trêmula, fez pequeno discurso louvando o forró e dizendo: “Quero ser lembrado como o sanfoneiro que amou e cantou muito o seu povo, o sertão, que cantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes, os valentes, os covardes, o amor...”

De osteoporose, Luiz Gonzaga morreu no dia 02 de Agosto de 1989, às 05.15 h, no Hospital Santa Joana, no Recife, onde dera entrada há 42 dias. Seu corpo foi velado na Assembléia Legislativa do Estado e o Governo de Pernambuco decretou luto oficial por três dias. No dia 13 de dezembro, Gonzaguinha, Fagner, Elba Ramalho, Domiguinhos, Joãozinho do Exu e Joquinha Gonzaga cantam a meia noite parabéns para Luiz Gonzaga, em Show realizado em Exu. Nesse mesmo dia, pela manhã, foi inaugurado em Exu por Domiguinhos e Gonzaguinha o Museu do Gonzagão.

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Dalinha Catunda disse...

Olá Júnior,

Luiz Gonzaga, o nosso eterno rei do baião, ainda é tão presente em rádios e forrós que apesar de sua passagem para outro plano continua muito vivo na lembrança de todos nós.

Ele realmente escreveu sua história com as cores fortes do sertão.

Obrigada por compartilhar com os amigos este texto e relembrar a partida do Velho Lua.

Um abraço,

Dalinha Catunda