sexta-feira, 15 de junho de 2012

ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO - FAGNER

quinta-feira, 14 de junho de 2012

FRANCISCO DE MATOS E MELO, DESCANSE EM PAZ!

O Matos partiu para outra dimensão ontem. Foi para o Templo Celeste o Capelão da Amizade. Compartilho a crônica que dediquei ao seu oceânico coração.



O humano ser, quando ultrapassa as nuvens embaçadas da trivialidade e pisa no platô da profundidade, descobre o verdadeiro sabor daquele pedaço de pão espiritual feito Boa Nova: “De graça recebeste; de graça dai!”.

A gratuidade, dom superior, força que impulsiona as pessoas à entrega e ao serviço do outro sem busca de recompensa, quando inocula alguém, torna-o irremediavelmente benfazejo ao ambiente que habita.

O “Matos”, nascido Francisco de Matos e Melo no distrito de Ibiapaba, em Crateús, é um homem que carrega desde a quinta-feira em que nasceu, aos 29 de março de 1939, esse princípio vital. Seu coração é uma antena invariavelmente sintonizada com as ondas da generosidade.

Por isso a vida sempre lhe abriu o largo sorriso. Nasceu bem-aventurado. Único varão da prole de Gilberto de Paiva Melo e Filomena da Silva Matos. Bendito entre mulheres de nomes aureolados: Terezinha, Neide, Maria do Carmo, Conceição, Maria das Graças e Socorro – suas irmãs, com as quais nutriu uma relação de ternura, ganhando o primeiro apelido: Teté. O segundo foi Pantico.

Quando ainda vestia o gibão da infância, mudou-se para a fazenda do seu avô, José de Sousa Melo, o popular Zé Melo das Catingueiras. De lá, sob os auspícios dos avós e das tias Adalgisa, Terezinha e Maristela, foi para a cidade ser iniciado nos escaninhos escolares e nos balcões da atividade laboral. Naqueles, deslumbrou-se com o mundo dos fonemas através das professoras Iolanda Lima, Maria Águeda e Lúcia Frota, sequenciando na Escola Técnica de Comércio Padre Juvêncio; nestes, realizou um longo e profícuo percurso. Começou como vendedor do Armazém Ceará, depois trabalhou como civil no Batalhão e, posteriormente, serviu ao Exército Brasileiro como Cabo. No meio militar, por conta de sua postura agregadora, do seu jeitão pacífico, da sua sacerdotal cordialidade, surgiu o terceiro e mais popular apelido: Capelão. Em 1962, mediante concurso público, ingressa nos quadros do Banco do Brasil, instituição em que despendeu sua força de trabalho até 1994, ano de sua aposentadoria. No exercício do cargo de gerente, instalou as agências de Iracema e Nova Russas. Trabalhou, também, nas cidades de Ipu (onde tem raízes familiares), Tauá e Paracuru.

Até nos galanteios o jovem Matos exalava o perfume do espírito servidor. Na década de 1960, costumava exercitar seus préstimos levando as donzelas amigas para as tertúlias. Uma delas, a professora Anália Maria Alves de Melo, descobriu o seu poço jorrante de romantismo. Iniciaram um idílio que os levou ao altar da Igreja de Santo Anastácio, na cidade de Tamboril, no ano de 1973, e os fez colocar no mundo três filhos: Éthel Alves Matos, cirurgiã-dentista, Érica Alves Melo, arquiteta, e Luiz Gilberto Alves Melo, bancário e universitário.

No seu álbum de registros da dedicação ao próximo, consta sua passagem pela diretoria de várias casas associativas como Crateús Clube, Sargento Hermínio e Lions Clube, além das presidências da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) e da Sociedade Crateuense de Tiro, Caça e Pesca (Clube Caça e Pesca).

Por reconhecimento popular, é detentor de título de cidadania nos municípios de Iracema, Ipu e Paracuru.

Nos dias atuais, Matos se divide entre a brisa marítima da Capital e as noites enluaradas da fazenda Várzea Grande, em Crateús. Adora prestigiar eventos literários. Encontrei-o no lançamento do livro “Crateús: 100 Anos!”, da Academia de Letras de Crateús. Estava acompanhado de sua inseparável esposa, Anália, e amigas. Uma delas me confidenciou: - Estou preocupada com o Matos. Acho que ele está meio calado e pensativo.

Quiçá a resposta esteja na avaliação de outro amigo seu, aqui em Fortaleza: - Solícito e educado. Assim defino o Matos. É uma pessoa de tamanha sensibilidade que talvez o impeça de ser completamente feliz, como afirmou Jean de La Bruyére: “Os grandes corações nunca estão totalmente felizes; falta-lhes a felicidade dos outros”.


(Júnior Bonfim)

*******************************************

Novo comentário sobre a postagem:

Parabéns Junior por esse grande comentário que vc faz deste que grande cidadão Crateuene Francisco Matos(CAPELÃO). Deus estava precisando de uma pessoa que toda sua vida só mpraticou o bem. Que DEUS a tenha num bom lugar.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

CONJUNTURA NACIONAL

Evoluindo com o povo

Dia 28/5/2012. Câmara Municipal de Mirante da Serra/RO. Populares faziam pressão sobre a Casa legislativa por melhorias prometidas e não cumpridas. De repente, um vereador toma a palavra para manifestar sobre o tumulto. E tasca:

- "Meu povo, fico feliz pela presença de todos, isso é democracia, mas vocês precisam entender que Mirante da Serra evoluiu muito, quando eu cheguei aqui há 30 anos não tinha estrada, energia e nem hospital..."

É interrompido por um impaciente ouvinte.

- "É, o senhor esquece que há 30 anos aqui nem cidade tinha; como queria ter alguma coisa?"

O vereador não deixa a peteca cair:

- Isso é para você ver que estamos trabalhando para o povo e pelo povo. Já temos hospital e até rua asfaltada. Parabéns para nós que estamos evoluindo".

O tumulto se agiganta. Sobre o vereador cai uma onda de apupos.

Águas correntes e sujas

A CPI das Águas Correntes inunda os dutos da política com torrentes de sujeira. A cada semana, emergem mais informações sobre sócios com contratos milionários, pagamentos extraordinários, ligações espúrias, versões estapafúrdias. E o que essa torrente provoca? Muita confusão na cabeça de quem se atreve a acompanhar o caso. A CPI do Cachoeira mais parece uma Torre de Babel. Muito se fala e pouco se presta atenção. Todos os implicados, sem exceção, se dizem inocentes. Os depoimentos acumulam argumentos que não são questionados, comprovados, avaliados devidamente. A essa altura, a barafunda se estabelece. 10 a 10 ou 0 a 0, conforme a interpretação de cada pessoa que acompanha o imbróglio. O bate-boca de ontem poderá se repetir hoje.

Que confa...!

O desembargador Tourinho Neto, do TRF da 1ª região, do DF, reconheceu como ilegais as interceptações telefônicas da operação Monte Carlo, da PF. A operação desmontou o grupo de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Ou seja, considera nulas as provas decorrentes desses grampos. E agora?

O povo

"Há no mundo uma raça de homens com instintos sagrados e luminosos, com divinas bondades do coração, com uma inteligência serena e lúcida, com dedicações profundas, cheias de amor pelo trabalho e de adoração pelo bem, que sofrem, que se lamentam em vão. Estes Homens são o Povo". (Eça de Queiroz)

Rio+20

O Brasil sediará por quase duas semanas o maior evento mundial sobre a sustentabilidade do planeta. Mas as expectativas não são animadoras. Os chefões das Nações mais importantes não se farão presentes, preferindo mandar representantes. Cientistas e ambientalistas estão descrentes. Alegam que as conquistas da Rio 92 foram abandonadas. A globalização seria a barreira contra a regulamentação. Mesmo assim resta a esperança de que grupos organizados façam pressão, propiciando clima favorável aos avanços.

Mais um pito público

A presidente Dilma, com seus pitos rotineiros em ministros, reforça a identidade de centralizadora e durona. Quem ganhou o mais recente puxão de orelhas foi seu "amigo" Mendes Ribeiro, ministro da Agricultura. Que falou sobre... Código Florestal, ou seja, um tema que faz parte da agenda da... agricultura. Mendes apenas adiantou que poderia haver um acordo sobre os vetos feitos pela presidente ao texto aprovado pela Câmara e juntados numa nova MP. Ou seja, trabalhava com a ideia da harmonia, consenso, pacificação. Foi desautorizado pelo assessor de imprensa da presidência. A mando da presidente. O puxão de orelhas foi mal recebido pelo PMDB, partido de Mendes. Dilma poderia simplesmente ter dado um telefonema e pedido ao ministro para desmentir o acordo em torno da nova MP. Que amizade estranha essa entre o ministro e a presidente.

Seca e inverno

A seca no NO mostra a desolação da paisagem. Carcaças de animais tragados pela fome. As chuvas no Estado de SP aumentaram o número de mortes em 45%. Em 10 horas, a capital registrou, nesta segunda-feira, 271 raios. Cada região com sua tragédia característica.

PT x PT

O PT contra o PT. Ou melhor, alas contra alas. O PT do prefeito João Costa, do Recife, é contra a cúpula partidária. Que escolheu o senador Humberto Costa como candidato a prefeito da capital pernambucana.

PSB terá nome

O PSB do governador Eduardo Campos, ao concluir que a coisa fica feia para as bandas do PT, decidiu lançar candidato próprio em Recife. Campos se sentiu liberado para deixar a aliança com o PT. Seu candidato deverá ser um dos quatro secretários de Estado que deixaram a máquina: Geraldo Júlio, ex-titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico; Tadeu Alencar, ex-chefe da Casa Civil; Danilo Cabral, ex de Cidades; e Sileno Guedes, antes secretário de Articulação Social. Os dois mais cotados são Geraldo Julio e Danilo Cabral.

PSB contra PT

Em Fortaleza, os irmãos Gomes - Cid, governador, Ciro e Ivo - decidiram romper com o PT, da prefeita Luizianne, que indicou Elmano Freitas como candidato a prefeito. O PSB dos três indicará um nome do partido.

Slim...slim...

Anotem aí: nos próximos tempos, um nome vai fazer plim...plim... digo, slim...slim... nos ouvidos nacionais. O nome? Carlos Slim. Que vai expandir a tecnologia 4G no Brasil. Dono da Claro, Embratel e NET, vai investir mais R$ 10 bilhões no setor. Bom, o cara é o mais rico do mundo. Slim! Está falado.

Em João Pessoa

Em João Pessoa, a disputa no PSB é mais acirrada que a situação do PT em Recife. O governador Ricardo Coutinho/PSB convidou o atual prefeito Luciano Agra/PSB a desistir da reeleição. Lançou o nome de Estelizabel Bezerra/PSB. Lembrando. Ricardo Coutinho foi eleito prefeito de João Pessoa tendo o apoio do PMDB, em 2004, que indicou o seu vice, Manoel Júnior. Em 2008, Ricardo foi reeleito tendo como companheiro de chapa Luciano Agra, seu secretário de planejamento. Venceu as eleições, em chapa formada pelo PSB, PSDB e DEM contra o PMDB e o PT. No final do ano passado, o PSB começou a preparar substituição do nome para disputar a eleição de 2012. Agra, que assumiu em definitivo a prefeitura de João Pessoa com a renuncia de Ricardo, era visto por esse como muito técnico. Luciano renunciara ao direito à reeleição. E lançou Estelizabel Bezerra, jornalista alinhada ao movimento feminista. Voltou atrás. Há dias, enviou carta a Eduardo Campos e ao governador da Coutinho informando do desejo de disputar a reeleição.

O leque

Em resposta, o governador disse que o PSB mantinha a candidatura de Estelizabel Bezerra, exonerada por Luciano em fevereiro, tão logo foi lançada como sua substituta. O prefeito de João Pessoa enviou aliados à sede do partido para registrar sua candidatura na convenção, ocorrida domingo. Pois bem, Estelizabel venceu Agra na convenção do PSB: 305 votos contra 142 votos. Ricardo Coutinho conclamou os filiados para votar em Estelizabel. Outras candidaturas já postas : PMDB: José Maranhão, ex-governador por três mandatos; PSDB : Cícero Lucena, que votou em Maranhão em 2010, por ser arquirval de Ricardo. PT : Luciano Cartaxo, deputado estadual; vice-governador do Maranhão (2009/2010). PPS : Nonato Bandeira, ex-secretário de comunicação de Ricardo, tanto no período em que foi prefeito de João Pessoa (2005/2010) quanto no governo do Estado. Até março era o melhor amigo de Ricardo. PTN : Toinho do Sopão. Informações enviadas por Elson de Carvalho Filho. A quem agradeço.

Em BH, PT de Pimentel vence

Em BH, o ministro Fernando Pimentel levou a melhor e indicará o vice na chapa do prefeito Marcio Lacerda, candidato do PSB à reeleição. Patrus Ananias está se distanciando do partido. Não teria mais clima no petismo mineiro.

Vieram e não me encontraram

Otávio Mangabeira foi governador da Bahia, ministro de Relações Exteriores e um sábio da velha política. Tinha um amor todo especial à língua. E cuidava do português a todo preço. Chega uma comissão de professoras ao palácio, Mangabeira as recebe no salão.

- Governador, nós viemos aqui conversar com V. Excelência sobre a situação do ensino na Bahia. (Deviam, claro, ter dito "vimos", que é o presente. "Viemos" é o passado.).

Mangabeira respondeu apenas:

- Que pena, senhoras professoras, vieram e não me encontraram. E voltou para o gabinete.

Dirceu à la Collor

José Dirceu conclamou a juventude socialista a fazer sua defesa face à ameaça de eventual condenação no STF, que vai julgar, a partir de agosto, o caso dos mensaleiros. Dirceu fez entusiasmado discurso em evento da UNE. Ao melhor estilo Collor, convidou a estudantada a tomar as ruas para fazer sua defesa. Não pediu - registre-se - que os jovens pintassem a cara de vermelho, a cor do PT. O ex-líder estudantil, convenhamos, exagerou na dose.

Copa, até agora 27 bi

O TCU fez as contas. Até o momento, as obras para a realização da Copa somam R$ 27,140 bilhões. O TCU considera financiamentos oferecidos por bancos federais, investimentos feitos por agentes privados, pelas estatais e pelas esferas de governo estaduais e municipais. A mobilidade urbana conta com a fatia maior: R$ 12,004 bilhões. Os aeroportos deverão consumir R$ 7,4 bilhões. Os 12 estádios da Copa custarão R$ 6,778 bilhões.

Obras paralisadas

Começa-se a achar o responsável pela paralisação de obras do PAC: a Casa Civil do Planalto. Os projetos chegam por lá. E a Casa Civil "senta em cima", dizem as línguas. Ferinas, mas com alta credibilidade. Com a palavra, a ministra Gleisi.

Forças pedem mais

As Forças Armadas, atualmente não muito armadas por conta da precariedade de seus equipamentos, reivindicam melhores condições de trabalho e salários condignos. A Marinha lidera esse movimento reivindicatório. Começa-se a ouvir um clamor mais explícito das Forças. Sinais dos tempos de pressão e mobilização da sociedade mais organizada?

Impressões

Marconi Perillo (PSDB/GO) respondeu as questões de senadores e deputados. Saiu-se bem. Apresentou documentos. Mais adiante, a confusão se instalou quando o relator perguntou se ele, governador, quebraria seus sigilos telefônico e bancário. Agnelo Queiroz (PT/DF) está se preparando com afinco. Vai depor hoje. Impressão é a de que contrários se enfrentarão. Mais jogadas de defesa e ataque.

PIB de 2,3%

2,3% de crescimento em 2012. Menos que os 2,7% do ano passado. Economia em baixa, emprego na gangorra, mensalão na bancada da decisão, CPI das Águas Correntes em clima de balbúrdia - terão influência no processo eleitoral? Resposta: nos espaços onde houver polarização entre tucanos e petistas.

A bola da vez

Depois dos 100 bilhões de euros que a Espanha ganha do BC europeu para o seu setor bancário, a bola da vez será a Itália. A dívida pública italiana é maior do que a dívida da Espanha - 120% do PIB - mas o déficit orçamentário é menor - 3,9% ante os 8,5% da Espanha. Nos últimos 3 meses, o PIB italiano caiu 0,8%.

Suavemente

José Maria Alkmin, mineiro dos velhos tempos, ex-ministro da Fazenda, ex-deputado, foi advogado de um crime bárbaro. No júri, conseguiu oito anos para o réu. Recorreu. Novo júri, 30 anos. O réu ficou desesperado:

- A culpa foi do senhor, dr. Alkmin. Eu pedi para não recorrer. Agora vou passar 30 anos na cadeia.

- Calma, meu filho, não é bem assim. Nada é como a gente pensa da primeira vez. Primeiro, não são 30, são 15. Se você se comportar bem, cumpre só 15. Depois, esses 15 são feitos de dias e noites. Quando a gente está dormindo tanto faz estar solto como preso. Então, não são 15 anos, são 7 e meio. E, por último, meu filho, você não vai cumprir esses 7 anos e meio de uma vez só. Vai ser dia a dia, dia a dia. Suavemente.

Da coleção de historinhas de Sebastião Nery.

Conselho aos comandantes do planeta

Esta coluna dedica sua última nota a pequenos conselhos a políticos, governantes e líderes nacionais. Na última coluna, o espaço foi destinado à presidente Dilma Rousseff. Hoje, sua atenção se volta aos comandantes do planeta, presentes ou não Conferência da ONU, Rio + 20.

1. A Rio+20 é a grande oportunidade que as Nações planetárias dispõem para fazer ajustes fortes nos botões do futuro. Urge controlar os excessos e ajustar o exagerado consumismo que leva à degradação do meio ambiente.

2. Países com índices diferentes de desenvolvimento devem procurar meios e métodos para compor uma pauta comum e condizente com a sustentabilidade da vida planetária.

3. Ao crescimento econômico - meta finalista dos países - deve corresponder desenvolvimento social e proteção ambiental. Países que se desenvolveram bem antes e mais provocaram danos ao meio ambiente devem reconhecer suas responsabilidades e oferecer sua contrapartida para a melhoria da condição humana.

____________

(Gaudêncio Torquato)

terça-feira, 12 de junho de 2012

OBSERVATÓRIO

Na Semana que passou celebrou-se o meio ambiente. Segundo Antonio Luis Francisco, o meio ambiente é “um tema cada vez mais recorrente no dia a dia dos governos, das empresas e das pessoas. Embora o planeta ainda sofra bastante os efeitos do desenvolvimento da humanidade, a conscientização quanto à necessidade de preservá-lo tem sido ampliada, com muitas iniciativas — pequenas ou grandes — que visam proteger o que temos de melhor: a natureza”.

O MEIO AMBIENTE

Eis um assunto essencial para os candidatos a Prefeito: a preservação do meio ambiente, o cuidado com os recursos naturais. Por que ninguém estabelece, como meta de campanha, que a cidade atinja um índice de ser a mais arborizada do planeta. Em regiões quentes como a nossa, por que não inserir no programa de governo a edificação de bosques, ampliação da área plantada, a disseminação de pulmões verdes na delimitação urbana? Mais árvores, mais sombras, mais espelhos d’água = clima mais ameno. Melhor qualidade de vida.

DEFINIÇÃO

Esta semana pode ser decisiva para as Oposições Unidas em Crateús. Virá a lume uma pesquisa encomendada para saber o índice de popularidade dos pré-candidatos. Vários cenários foram desenhados. Obviamente, com os dados na mão, estaremos próximos da decisão definitiva da chapa. A esta altura, todos correm contra o tempo. O prazo limite para a realização das convenções que escolherão os candidatos expira-se no final deste mês. O tempo urge.

NOVO ORIENTE

Sábado passado, em Novo Oriente, na casa do Vice-Prefeito Godofredo, o Godô, foi anunciada a aliança do seu grupo (liderado por Nenen Coelho e Rodrigão) com o grupo de Neto Vidal. Foi uma espécie de reação ao anúncio de rompimento promovido pelo ex-prefeito Valdeci Coelho. O espaço da ampla residência de Godô foi pequeno para a grande multidão que lá acorreu. Neto Vidal mostrou força. Levou um grupo expressivo de lideranças oposicionistas e fez um discurso inflamado. Godô pediu a união de todos e anunciou que pretende fazer a diferença no município.

NOVO ORIENTE II

Após Rodrigão, que conclamou o empenho de todos, ocorreu o recado mais duro da noite, dado pelo Deputado Nenen Coelho. Depois de uma longa explanação sobre os últimos episódios da política de Novo Oriente, em que ficou claro o seu empenho e ajuda para a ascensão política de Valdeci, Nenen declarou guerra ao primo. Mostrou que foi construída a maior e melhor aliança em favor da população de novorientense. Disse que, ali, Neto Vidal representava um grupo forte com ramificação estadual e federal. Por trás dele estava o apoio de um grande contingente de lideranças populares, vereadores, do vice-governador Domingos Filho e do Deputado Federal Domingos Neto. Essa junção de forças permitirá que a próxima gestão viabilize mais obras e realizações que a atual.

INDEPENDÊNCIA

Independência vive um momento de indefinição. Um problema de saúde ocorrido com o pré-candidato Valterlin Coutinho suscitou dúvidas na população sobre a candidatura oposicionista. No grupo da situação permanece, também, um clima de apreensão. O doutor Bezaliel, o nome mais forte do bloco, enfrenta resistências.

IPAPORANGA

O líder Nilson Moreira vai enfrentar o mais duro teste à sua liderança nas eleições deste ano. Sua esposa, a Prefeita Ybsen Keith Catunda Lima, enfrentará o ex-Prefeito Antonio Alves Melo, o Toinho Contábil. Desde 1988 Nilson vem obtendo sucessivas vitórias. Este ano enfrentará um ex-aliado, que também já esteve à frente da municipalidade. Toinho e Keith são candidatos carismáticos. É uma disputa que promete.

PORANGA

Em Poranga estão praticamente certas as candidaturas de Cárlisson Emerson, atual vice-prefeito, e do professor Adriano. Pesquisas apontam favoritismo para o doutor Cárlisson, profissional da área de saúde. Independente de quem seja o eleito, essa eleição marcará época: depois de muitos anos, a cadeira de Prefeito do município serrano será ocupada por alguém que não possui o sobrenome Pinho.

TAMBORIL

A disputa em Tamboril deverá ser polarizada por Ramiro Júnior, candidato do Prefeito Jeová, e o vereador Pedro Calisto, candidato da oposição. Pesquisas apontam leve vantagem para o candidato Ramiro. Em casos assim, repercutirá muito a candidatura que der mais volume à campanha. É aguardar para ver.

PARA REFLETIR

“É triste pensar que a natureza fala e que o gênero humano não a ouve”. (Victor Hugo)


(Júnior Bonfim, na edição de hoje do Jornal Gazeta do Centro Oeste, de Crateús, Ceará)

15 ANOS DA GAZETA

O biógrafo Lira Neto, na acurada pesquisa que realizou sobre o escritor e político cearense José de Alencar, relata com detalhes a intimidade dos jornais com a produção literária no período imperial.

Os periódicos de uma maneira geral se constituíam no principal estuário da efervescência cultural daquelas distantes eras.

O estilo literário do cearense de Messejana, também conhecido como romance de costumes, em que se destacam livros como Diva, Lucíola e A Viuvinha, passando pelos romances regionalistas tipo O Sertanejo e O Tronco do Ipê, incursionando pelos históricos As Minas de Prata e A Guerra dos Mascates, até chegar ao mundo indianista por meio de Iracema e O Guarani, foi sempre inicialmente festejado na imprensa. Os jornais da época publicavam, em primeiríssima mão, capítulos de suas obras.

Mais do que pergaminhos noticiosos, os jornais cumpriram ao longo da história a solene missão de fornecer aos apreciadores da leitura a porção estrelada dos fonemas, o delicado perfume da crônica, o fermento sedutor da poesia.

Nesta edição o Jornal Gazeta do Centro Oeste finca o mourão dos quinze anos de existência, saúda a alegria vital e estende à retina de todos a faixa de feliz aniversário!

Há uma década e meia João Aguiar idealizou este quinzenário. Convidou amigos e autoridades, preparou uma grande festa e exibiu o recém nascido à luneta da comunidade sob paternal emoção.

Depois de algum tempo passou a tocha para César Vale, que o pôs no topo do console: é o mais longevo forno de formação e informação escrita da nossa centenária cidade. Poucos sabem ou imaginam ou têm ciência ou se dão conta de quão meticulosa ou árdua ou exigente é a tarefa de organizar um Jornal. Hercúlea função.

Sei que o seu editor às vezes encetou campanhas em que recebeu pedradas de incompreensão. Polemista arrojado, já levantou bandeiras fulgurantes, como aquelas bordadas com as cores da nossa flora, exibindo as palavras de ordem de defesa do meio ambiente. Em outros momentos, esposou posicionamentos políticos que geraram reações adversas. Não quero aqui entrar nesse terreno. Não quero por na mesa de hoje o cálice amargo ou derramar o líquido ácido, apesar de sabê-los indispensáveis ao ofício jornalístico.

Quero, em especial, reconhecer o contributo saudável. Valorizar o mérito prazeroso. Enaltecer a dignificante edificação.

O Jornal Gazeta do Centro é responsável por grande parte do banquete cultural que a cidade de Crateús hoje experimenta.

Como o periodismo dos tempos do Império, aqui tivemos a oportunidade de conhecer em primeira mão a fluência literária de bons mestres das letras.

Algumas pessoas se revelaram luminares da escrita, talentosos manejadores das palavras através da incubadora deste periódico. A cidade hoje festeja nomes que se revelaram exímios cronistas pelas colunas da Gazeta. Flávio Machado é um exemplo desse movimento de fecundidade literária.

O nosso Silogeu, a Academia de Letras de Crateús, teve seu primeiro estalo levado aos tímpanos da população por estas páginas. Quantos e quantos movimentos outros de emoção e sensibilidade, de alegria e cidadania emergiram do leito deste Jornal?

Aqui se ouviu o primeiro grito contra a algazarra, o barulho ensurdecedor, a perturbação do sossego alheio. Daqui explodiu uma luta renhida contra a poluição e em favor do equilíbrio sonoro.

Só para citar outro exemplo: quem não lembra de ter lido as garrafais letras que denunciavam a crueldade ante o tombamento injustificado de árvores centenárias? Foi por estas páginas que escorreram as primeiras lágrimas oriundas daquelas caudalosas raízes...

Por dever de justiça impõe-se que reconheçamos a dedicação obstinada, a tenacidade guerreira do editor destas páginas. Este tem sido um Jornal forjado por múltiplos colaboradores, mas que se sustenta em uma só coluna: César Vale. Sei que não raro o concreto do tempo o açoita. Espero que não o desestimule.

Nesta edição desejo, de coração, que o único veículo de comunicação local com capilaridade nacional continue a ser um elo integrador da conterraneidade. Mas que, sobretudo, sobre tudo, continue sendo um semeador de letras que fortaleçam o espírito, animem a esperança e alimentem o altruísmo humano.

(Júnior Bonfim, na edição de hoje do Jornal Gazeta do Centro Oeste, de Crateús, Ceará)

segunda-feira, 11 de junho de 2012

PARABÉNS, MARÍLIA!



Hoje é dia de cantar Parabéns para Marília, primeira filha do nosso sangue.

Cachoeira de espontaneidade, imantada de expansividade, desprovida de malícias e madrinha da bateria da boa vontade, encanta a todos que com ela convivem.

Sem esforços artificiais, adentra com naturalidade na mina delicada da nossa alma e se faz hóspede definitiva do espaço mais íntimo do nosso coração.

TE AMAMOS!


(Júnior Bonfim)

***********************************************

Oi, Marília!

Depois da preciosidade que o teu pai te dedicou fica difícil pra gente escrever alguma coisa, contudo manifesto carinhosamente o meu desejo de feliz aniversário e vida promissora, nesta simples estrofe:


Doce Marília, que Deus

Borde os teus dias risonhos

E ornamente os teus sonhos

Como tu sonhas Marília!...

Que exales em abundância

Os halos da juventude

Com muita graça e saúde

No coração da família!...


(Dideus Sales)

AMANHÃ É DIA DA EDIÇÃO DE ANIVERSÁRIO DO JORNAL GAZETA DO CENTRO OESTE



CAÇADORES DE TESOUROS




Nunca o implacável tempo deu um mero sinal de cansaço na função de arrastar o mundo em redemoinho voraz, consumindo tudo, devorando a todos e deixando escassas imagens estampadas no ar, como vulto de um passado.

Ele sempre transpassou borrifando um ácido corrosivo na pele das coisas que se alteram, impreterivelmente, compondo aparêcias sombreadas decorrentes de um lento processo de metamorfose.

É quando a nossa atenção se volta para outro rumo, para o que é mais ostentoso aos olhos, sempre sequiosos por uma novidade, sedentos por mudanças.

E assim, as essências das épocas caem num esquecimento impiedoso, sem data prevista para acabar. É como se bebesse a água de um dos rios de Hades na Grécia antiga, o célebre e lamacento Lete, que cruza a morada dos mortos com seu fluido aquoso a provocar um demente olvidamento. A realidade transitória das coisas, como os homens, está sujeita a esta maresia, mesmo que esteja bem longe do mar. É necessária uma compleição forte para burlar o zelo profano do tempo em nos repostar como poeira da eternidade, e só conseguem este grande feito os tesouros verdadeiramente determinados, os que já deixaram em seu pretérito a feição da imortalidade.

A estes, que brilham mesmo na escuridão momentânea do esquecimento, o destino sempre dará um jeito para que voltem a cintilar, fazendo com que alguns devolutos cidadãos se transformem em caçadores de talentos perdidos, incumbindo-se da nobre missão de procurá-los: — Oh, doce brisa do norte, avistaste algum disperso poeta por aí? Saímos a revirar as entranhas abissais da terra, investigando nas fendas do tempo, auscultando seu tíbio sopro e até pomo-nos a catar nos entulhos abandonados pelos desleixados entes queridos, tudo para redescobri-los e salvá-los, e a isso nos dispomos.

Como os três mosqueteiros de Alexandre Dumas, Athos, Porthos e Aramis, partimos, eu e meus intrépidos companheiros: Edmilson Providência, um cabra bem oh xente, que veste o manto da composição poética, e o nobre historiador Flávio Machado, rumo à aventura, numa atitude que já se tornou bem habitual.

Havia começado “a busca”, casualmente, numa pesquisa de campo nos distritos de Crateús para o Livro dos 100 Anos, quando admirado soube da existência do poeta de Monte Nebo, Nelson Sabóia Barros, nascido no sopé da Serra Grande e de lá partiu, maturado e afeito ave migrante, para se revelar na distante cidade de Sobral, sob os olhares do poderoso Dom José Tupinambá da Frota.

A esse, Monte Nebo com certeza lhe dará mérito, e louvará a sua gloria como se deve exaltar a um filho querido que transporta nos ombros e nos versos a história de seu lugar.

Era como se levássemos uma quartinha com as águas do rio Mnemósine, a contraparte do Lete, e ao chegarmos no Curral Velho dos Bonfim aspergimos a água benta da memória e pululou poetas de todo canto, como se estivessem em sortilégio por muito tempo e agora vicejam e versejam ao vento. O Curral Velho é um grande celeiro de poetas. Só tivemos que separar direitinho, com ajuda do vate Dideus Sales, o enganoso joio do essencial trigo.

O Bastiãozinho, debaixo de uma velha casa alpendrada, observava-nos com um olhar penetrante e com certeza já sabia o que fazíamos por ali, pois nada disse e nada perguntou. Devia refletir sobre o destino de outro vate, seu amigo, que fora morar na cidade aos cuidados da família, o ativo e falante Datim Bonfim que gosta de recitar: “Tem quatro coisas no mundo/ Que faz eu trocer o camim/ Uma rodia de cascavel/ Uma briga de guaxinim/ Dos bebos do Curral Velho/ Ser morador dos Bonfim”.

O poeta Junior Bonfim, essência e pó do extremado nectário do Curral Velho, foi quem nos lembrou, no Livro do Centenário: “Foi um fidalgo das letras que teve a graça de alcançar os píncaros da glória!”. E saímos à procura dele - José Coriolano de Souza Lima, o Príncipe dos Poetas - um grande crateuense.
O pesquisador incansável, inquiridor metódico, um perfeito historiógrafo, Flávio Machado, liga-me dizendo que no Livro “Meus Avos” de Raimundo Raul Correia Lima, na página 247, poderia encontrar os dados exatos do poeta.

E vi entre as páginas amareladas deste livro, que conta a história da família correia Lima, a grande festa em homenagem ao vate crateuense.

A missa solene, no dia 30 de novembro de 1947, um ensolarado domingo, já havia acabado e o Pe. José Maria Moreira do Bonfim abençoou a lápide em que se encontram os restos mortais do poeta, quando todos foram convidados a se dirigir ao largo, no lado esquerdo da matriz, onde um pano encobria, como surpresa, um monumento.

O prefeito, Dr. Afonso de Almeida Vale, depois de descerrar o busto revelando um rosto fino sob um cabelo ondulado, o nariz afilado e um brônzeo olhar de poeta perscrutador, foi primeiro a falar. Advogado, de palavra fácil, exímio orador, encantou a plateia que se aglomeravam em círculo apurando a audição para ouvi-lo melhor. O doutor aproveitou a ocasião e mostrou seus dotes de excelente declamador, recitando o poema Crateús: “..... terra, onde a alvorada/ Primeira pra mim raiou!/ Onde a primeira morada/ Meu pai querido assentou! // Onde o galo, à madrugada/ Cantando me despertou!/ Onde à primeira alvorada/ Ouvi-lhe o có-corô-cô!”

Uma salva de palmas ecoou infundindo inveja aos badalos dos sinos que assistiam do alto das duas torres da matriz. Os vereadores presentes, Leônidas Bezerra de Melo, Chico Gomes, Tobias Soares Resende entre outros, olhavam sentindo vontade de ter sido deles aquele momento de exaltação ao digníssimo poeta. Encerrada a festa, todos se dirigiram a suas casas, buscando repousar para mais uma semana de trabalho.

A quem afirme que a vida é uma lousa e o destino quando quer escrever um novo caso precisa apagar o anterior, só para confirmar que esquecer é uma necessidade. Mas isso é para as lembranças imediatas e passageiras. O que se viveu intensamente nas cordas do coração, não se pode desprezar; as pegadas marcadas na alma são indestrutíveis.
Mas o implacável tempo que nunca deu um mero sinal de cansaço na função de arrastar o mundo em redemoinho voraz, fez o busto sumir, desaparecendo, levando até a lembrança do poeta.

Dizem que a família o retirou pelo descaso e abandono com que se encontrava em plena praça, comprovando que a ingratidão tem memória curta.
Foi quando os três mosqueteiros, como uma infalível cavalaria, entraram em ação numa descomedida busca pelo torso do poeta. Conjecturava-se: — Um busto tão pesado não pode ter saído a andar por ai, ou criado asas imitando a imaginação de poeta Coriolano! Por fim, alguém afirmou: — Tenho certeza de que o busto foi derretido! Uma tristeza enorme apossou-se dos animados caçadores de poetas, deixando-os em desalento profundo e, com olha incrédulo, perguntávamos ao vazio: — Como pode um líquido brônzeo que representa nossa poesia, escoar pelo ralo da ingratidão e desaparecer nas coxias da ignorância?

Como Aramis, um racionalista, detalhista e corajoso, o poeta Edmilson Lopes logo arranjou novas soluções e mobilizou a família inteira do poeta, espalhada pelos lugares por onde ele palmilhou o seu encantamento e seu valor. Premedita-se uma nova festa como aquela do domingo batido de sol, no ano 47, quando um novo busto resplandecerá na Praça José Coriolano, provando que o coração do poeta ainda pulsa e sua mente ainda vive.

E sinto-me um pouco o Athos, desacreditado e desiludido com os tristes fatos da vida, mas já mandei fazer uma roupa nova, como aquela de primoroso brim que minha mãe sempre me presenteava no natal para ir à praça. Tomara que na festa do retorno do Poeta José Coriolano, tenha o saboroso bolo de milho e o delicioso aluá feito com água do memorável Poti, para reviver alguns momentos felicidade. E antes que me esqueça, meu(minha) querido(a) amigo(a), você também está convidado.

Raimundo Candido