sexta-feira, 12 de novembro de 2010

FREDERICO CHOPIN


Paris encerra o bicentenário de Frederico Chopin (Frederyk Franciszek Chopin). Chopin nasceu em Zelazowa, próximo a Varsóvia, no dia 22 de fevereiro de 1810. Faleceu em Paris, próximo La Place de La Concordie, em 17 de outubro de 1849.

Ao se ir da Polônia, Chopin trazia consigo uma pequena urna de prata, contendo a terra de sua Pátria. Foi um presente de seu professor de música Joseph Elsner, para que ele nunca esquecesse sua terra. Ao ser sepultado em Paris, após a missa de Requiem de Mozart, na Igreja de Madeleine, no cemitério de Père Lachaise, levou consigo a urna preciosa com a terra valiosa de seu chão.

Ao deixar sua terra, com seus olhos repletos de saudades e de melancolia, voltava-se para os céus para fitar as estrelas e encontrar sua terra querida. "O sol da França, bem longe do meu céu da minha Polônia. Vejo os olhos de minha mãe. Lágrimas plenas a se irem no seu rosto, e ela exclamando: " Frederico você será um grande músico, e a Polônia será orgulhosa de você", escrevia Chopin.

O maior dos maiores compositores poloneses, o mais polonês de todos poloneses é oriundo de uma mistura ancestral. O pai imigrante francês, Nicolau Chopin, professor, fundador dos Lycées (Liceus), casou-se com Justina Krzyzanomiska, descendente de classe nobre polonesa. De suas três sonatas, a primeira em Si menor, ele a escreveu com apenas 11 anos. Partiu aos 20 anos para a Alemanha, para depois amar Paris. Passou algum tempo na Espanha, mas vendo-se engolfado em sangramento, pediu para morrer em Paris.

Ninguém foi mais harmonioso, criativo e cativante que Chopin. Suas sonatas, concertos para o piano, são hinos de liberdade, o amor a terra, o sepultar da escravidão. Suas músicas tão românticas eram as únicas permitidas no jugo russo ou germânico. Um céu de estrelas, quando uma sonata de Chopin se derrama sobre nós. Chopin, poeta do piano, gênio do sentimento, como Beethoven é das multidões.

O cemitério em Paris, onde já estive, é o mais cheio de flores e saudades do inesquecível compositor. O amor à terra se afinca nos poloneses. João Paulo II a beijava a cada canto que ia. A terra é mãe, pelo menos para os irmãos poloneses.

(José Maria Bonfim de Morais - cardiologista, na edição de hoje do Diário do Nordeste)

Nenhum comentário: