quinta-feira, 14 de junho de 2012

FRANCISCO DE MATOS E MELO, DESCANSE EM PAZ!

O Matos partiu para outra dimensão ontem. Foi para o Templo Celeste o Capelão da Amizade. Compartilho a crônica que dediquei ao seu oceânico coração.



O humano ser, quando ultrapassa as nuvens embaçadas da trivialidade e pisa no platô da profundidade, descobre o verdadeiro sabor daquele pedaço de pão espiritual feito Boa Nova: “De graça recebeste; de graça dai!”.

A gratuidade, dom superior, força que impulsiona as pessoas à entrega e ao serviço do outro sem busca de recompensa, quando inocula alguém, torna-o irremediavelmente benfazejo ao ambiente que habita.

O “Matos”, nascido Francisco de Matos e Melo no distrito de Ibiapaba, em Crateús, é um homem que carrega desde a quinta-feira em que nasceu, aos 29 de março de 1939, esse princípio vital. Seu coração é uma antena invariavelmente sintonizada com as ondas da generosidade.

Por isso a vida sempre lhe abriu o largo sorriso. Nasceu bem-aventurado. Único varão da prole de Gilberto de Paiva Melo e Filomena da Silva Matos. Bendito entre mulheres de nomes aureolados: Terezinha, Neide, Maria do Carmo, Conceição, Maria das Graças e Socorro – suas irmãs, com as quais nutriu uma relação de ternura, ganhando o primeiro apelido: Teté. O segundo foi Pantico.

Quando ainda vestia o gibão da infância, mudou-se para a fazenda do seu avô, José de Sousa Melo, o popular Zé Melo das Catingueiras. De lá, sob os auspícios dos avós e das tias Adalgisa, Terezinha e Maristela, foi para a cidade ser iniciado nos escaninhos escolares e nos balcões da atividade laboral. Naqueles, deslumbrou-se com o mundo dos fonemas através das professoras Iolanda Lima, Maria Águeda e Lúcia Frota, sequenciando na Escola Técnica de Comércio Padre Juvêncio; nestes, realizou um longo e profícuo percurso. Começou como vendedor do Armazém Ceará, depois trabalhou como civil no Batalhão e, posteriormente, serviu ao Exército Brasileiro como Cabo. No meio militar, por conta de sua postura agregadora, do seu jeitão pacífico, da sua sacerdotal cordialidade, surgiu o terceiro e mais popular apelido: Capelão. Em 1962, mediante concurso público, ingressa nos quadros do Banco do Brasil, instituição em que despendeu sua força de trabalho até 1994, ano de sua aposentadoria. No exercício do cargo de gerente, instalou as agências de Iracema e Nova Russas. Trabalhou, também, nas cidades de Ipu (onde tem raízes familiares), Tauá e Paracuru.

Até nos galanteios o jovem Matos exalava o perfume do espírito servidor. Na década de 1960, costumava exercitar seus préstimos levando as donzelas amigas para as tertúlias. Uma delas, a professora Anália Maria Alves de Melo, descobriu o seu poço jorrante de romantismo. Iniciaram um idílio que os levou ao altar da Igreja de Santo Anastácio, na cidade de Tamboril, no ano de 1973, e os fez colocar no mundo três filhos: Éthel Alves Matos, cirurgiã-dentista, Érica Alves Melo, arquiteta, e Luiz Gilberto Alves Melo, bancário e universitário.

No seu álbum de registros da dedicação ao próximo, consta sua passagem pela diretoria de várias casas associativas como Crateús Clube, Sargento Hermínio e Lions Clube, além das presidências da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) e da Sociedade Crateuense de Tiro, Caça e Pesca (Clube Caça e Pesca).

Por reconhecimento popular, é detentor de título de cidadania nos municípios de Iracema, Ipu e Paracuru.

Nos dias atuais, Matos se divide entre a brisa marítima da Capital e as noites enluaradas da fazenda Várzea Grande, em Crateús. Adora prestigiar eventos literários. Encontrei-o no lançamento do livro “Crateús: 100 Anos!”, da Academia de Letras de Crateús. Estava acompanhado de sua inseparável esposa, Anália, e amigas. Uma delas me confidenciou: - Estou preocupada com o Matos. Acho que ele está meio calado e pensativo.

Quiçá a resposta esteja na avaliação de outro amigo seu, aqui em Fortaleza: - Solícito e educado. Assim defino o Matos. É uma pessoa de tamanha sensibilidade que talvez o impeça de ser completamente feliz, como afirmou Jean de La Bruyére: “Os grandes corações nunca estão totalmente felizes; falta-lhes a felicidade dos outros”.


(Júnior Bonfim)

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Novo comentário sobre a postagem:

Parabéns Junior por esse grande comentário que vc faz deste que grande cidadão Crateuene Francisco Matos(CAPELÃO). Deus estava precisando de uma pessoa que toda sua vida só mpraticou o bem. Que DEUS a tenha num bom lugar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns Junior por essa grande comentário que vc faz deste que grande cidadão Crateuene Francisco Matos(CAPELÃO) Deus estava precisando de uma pessoa que toda sua vida só mpraticou o bem. Que DEUS a tenha num bom lugar.