quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

AO LAURO, MEU IRMÃO


Falou, Gozé, hoje para nós o tempo é de sol.
Já se passaram os vagões da ingenuidade,
As areias da ilusão, a distância do girassol,
Os nomes loucos de criança, o curral da saudade.

Passaram, passou... agora é simplesmente
Extrair do canteiro a radiosa maçã,
Colocar na mesa o pão permanente
E marchar sorrindo a buscar o amanhã.

(Adormeço no ar o meu encanto invisível,
Outorgo-te o mar grande, o luar feminino.
Meu irmão, eu sou feiticeiro inacessível.
A luta te fez homem, a poesia me faz menino).

Ninguém derrotará nossa alegria de aço.
Temos política nas veias, firmeza nos passos,
Somos livres no olhar, profundos de coração.

Há que sonhar, lutar e viver semeando.
Recebestes a luz, agora tens uma missão:
Desenvolve essa aurora e prossegue amando.



(Júnior Bonfim, in Poesias Adolescentes e Maduras)

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