quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

A TAPIOCA

É uma herança indígena,

Derivada da mandioca.

Guloseima que os índios,

Comiam em suas ocas.

E o nordestino adotou,

Por certo ele aprovou,

Em sua mesa a tapioca.

*

Quem jamais provou,

Precisa experimentar,

A tapioca de goma

Feita no meu Ceará.

Presença confirmada

Em todas as camadas,

Das terras de Alencar.

*

Há quem use na tapioca,

Novos ingredientes.

Recheada e colorida,

Com sabores diferentes.

Mas eu amo a tradicional,

Feita em minha terra natal,

Com sabor da minha gente.

*

Feita com a goma molhada.

E temperada apenas com sal.

Depois de úmida e peneirada

Dá-se continuidade ao ritual.

Com a frigideira bem quente

Destas que tem antiaderente

Conclui-se a receita afinal.

*

Frigideira estando no ponto,

Preste bastante atenção:

Coloque no fundo dela

Uma pequena porção

Da goma bem espalhada,

Que em seguida será virada

E está pronta a produção.

*

Mas tem só uma coisinha:

Eu não cheguei a explicar.

É que a boa tapioqueira

Sempre vira a tapioca no ar.

Se você não tem boa mão,

Nem quer sujar seu chão,

Invente seu jeito de virar.

*

Com um café quentinho

Eu comia em meu sertão,

Tapioca com muita nata,

Como manda a tradição.

E para ser muito sincera,

Tendo manteiga da terra,

Eu até dispensava o pão.

*

A tapioca é uma iguaria

Da culinária Nordestina.

Mas hoje já se espalhou,

Pois também é peregrina.

E percorre nos alforjes

Do nordestino que foge,

Buscado uma melhor sina.

*

Texto: Dalinha Aragão

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