quinta-feira, 20 de maio de 2010

FELICITAÇÕES II

Amado Ir.’. Bonfim

Designaram-me para vir trazer ao amigo e irmão, que hoje comemora suas bodas, palavras da sua lira. Para tanto, melhor paradigma não há que o grande Rui Barbosa.

Assim como o velho Rui, você é Político, Advogado, Jornalista e Poeta, nascido no sertão do Crateús, no dia 20 de maio, há pouquíssimos anos, sorrindo pela vida, não demonstra o tamanho da estrada percorrida.

Sabemos que ainda não foi à Haia, apenas por falta de oportunidade, mas, também sabemos que com sabedoria, força e beleza prega a paz em nossas várias colunas, em todos os seus dias de existência.

Sabemos, que como ele, o velho Rui, lá pelos idos da redemocratização, você lutou pela volta das eleições diretas em nosso país e pela promulgação da Constituição. Hoje, luta com todas as suas letras, nas suas diversas trincheiras, pelo fim da escravidão humana, representada pela pouca luz, sombreada pela ignorância, algoz dos homens que ainda não são livres e de bons costumes.

Neste dia festivo, em sua homenagem, para aguçar seus dedos irrequietos, citamos algumas pérolas do velho Rui:

“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.”

“Eu não troco a justiça pela soberba. Eu não deixo o direito pela força. Eu não esqueço a fraternidade pela tolerância. Eu não substituo a fé pela superstição ou a realidade pelo ídolo.”

“A esperança é o mais tenaz dos sentimentos humanos! Maior que a tristeza de não haver vencido é a vergonha de não ter lutado.”

“O escritor curto em idéias e fatos será, naturalmente, um autor de idéias curtas, assim como de um sujeito de escasso miolo na cachola, de uma cabeça de coco velado, não se poderá esperar senão breves análises e chochas tolices.”

“Em cada processo, com o escritor, comparece a juízo a própria liberdade. Se os fracos não tem a força das armas, que se armem com a força do seu direito.”

“A existência do elemento servil é a maior das abominações. Um povo cuja fé se petrificou, é um povo cuja liberdade se perdeu. A soberania da força não pode ter limites senão na força.”

“Outrora se amilhavam asnos, porcos e galinhas. Hoje em dia há galinheiros, pocilgas e estrebarias oficiais, onde se amilham escritores.”

“Não há outro meio de atalhar o arbítrio, senão dar contornos definidos e inequívocos à condição que o limita.”

Finalizando Rui, disse ele certa vez; “No culto dos grandes homens não pode entrar a adulação”.

Kant, se aqui estivesse meu caro Bonfim, lhe diria:

“As pessoas deveriam ser tratadas como um fim em si mesmas, e não como um meio. No reino dos fins, tudo tem ou um preço ou uma dignidade. Quando uma coisa tem preço, pode ser substituída por algo equivalente; por outro lado, a coisa que se acha acima de todo preço, e por isso não admite qualquer equivalência, compreende uma dignidade.”

E, para finalizar, citamos Montesquieu, que certa vez escreveu:

“A injustiça feita a um só homem é uma ameaça feita a todos.”


Portanto, amigo Bonfim, nós aqui reunidos, em nome G.’. A.’. D.’. U.’., te desejamos muitas felicidades. Parabéns.

(Advogado Flávio Magalhães)

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