domingo, 8 de agosto de 2010

DIA DOS PAIS


Embora meu pai esteja em outra plataforma espiritual, posto que há seis anos deixou o nosso convivio, é da sua marcante e imorredoura presença que recolho a bússola que me orienta no cotidiano.

O amor ao trabalho, a alegria de servir, o desprendimento consequente, a abundância da mesa, a repulsa à acodomação, o prazer de construir o edificio da amizade!

Recordando-o, escrevi este soneto:

“Meu querido pai, corpulento e afobado homem
De cor vermelha e idéias levemente escuras
Diviso-te espargindo, ombro e abdômen,
O sereno prestativo de tua arrojada figura.

Tinhas vários nomes e eu, um único jeito,
De abrandar tua explosão temperamental:
Ao invés da faca da palavra, o mutismo do olhar -
Denso como o caju, cortante como o punhal.

Adorava teus contornos de astúcia, o ás de precipitação
O comercial espírito, o passo afobado, a alma em flor,
O palpitante núcleo do peito, lagoa sempre em ebulição

Que num fevereiro e ensolarado sábado se evaporou.
Pois é. E o mesmo rio que abriu tuas comportas de emoção
Um dia, como em redemoinho, de súbito te levou!”


(Júnior Bonfim)


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Olá Júnior,

Parabéns pelo dia dos pais e pelo belo soneto em homenagem a seu pai.

Um abraço,

Dalinha Catunda


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Poeta, que bela homenagem!

A palavra tem um poder de reviver tão forte, tão real...

Parabéns Junior.

Raimundo Candido

2 comentários:

Dalinha Catunda disse...

Olá Júnior,
Parabéns pelo dia dos pais e pelo belo soneto em homenagem a seu pai.
Um abraço,
Dalinha Catunda

Anônimo disse...

Poeta, que bela homenagem!A palavra tem um poder de reviver tão forte,tão real...
Parabéns Junior.

Raimundo Candido