Havia certa vez um rei sábio e bom que já se encontrava no fim de sua vida.
Certo dia pressentindo a chegada da morte chamou seu único filho que o sucederia no trono, tirou do dedo um anel e o deu dizendo:” Meu filho, quando for rei leva sempre contigo este anel. Nele há uma inscrição, quando estiveres vivendo situações extremas, de glória ou de dor, tira e lê o que há nele”.
O rei morreu e o seu filho passou a reinar em seu lugar sempre usando o anel que o pai deixara. Passado algum tempo surgiram conflitos com um reino vizinho que acabaram culminando numa terrível guerra.
O jovem rei, a frente de seu exército, partiu para enfrentar o inimigo. No auge da batalha seus companheiros lutavam bravamente, mortos, feridos, tristeza, dor. O rei lembra-se do anel, tira-o e lê a inscrição: Isso também passará!
E ele continuou a luta, perde batalhas, vence outras, mas ao final saiu vitorioso.
Retorna então ao seu reino e coberto de glória entra em triunfo na cidade. O povo o aclama.
Neste momento ele se lembra de seu velho e sábio pai, tira o anel e lê: Isso também passará!
Todas as coisas na terra passam, os dia de dificuldades passarão, passarão também os dias de amargura e solidão, as dores, as lágrimas, as frustrações que nos fazem chorar, um dia passarão.
Os dias de glória, de triunfo em que nos julgamos maiores e melhores do que os outros, igualmente passarão.
Essa vaidade interna que nos faz sentir como o centro do universo um dia passará.
Dias de tristeza, dias de felicidade são lições necessárias que na terra passam deixando em nosso coração as experiências acumuladas.
Se hoje para nós é um dia desses repletos de amargura paremos um instante.
Com o coração entregue a Deus ouçamos Ele nos dizer: Isso também passará!
(Mensagem enviada por Wagner Vitoriano)
Um comentário:
Como usar as palavras
Certa vez, uma jovem foi ter com o bom homem, São Filipe Neri, para confessar seus pecados. Ele já conhecia muito bem uma de suas falhas: não que ela fosse má, mas costumava falar dos vizinhos, deduzindo histórias sobre eles. Essas histórias passavam de boca em boca e acabavam fazendo mal, sem nenhum proveito para ninguém.
São Filipe lhe disse:
– “Minha filha, você age mal falando dos outros; tenho que lhe passar uma penitência. Você deverá comprar uma galinha no mercado e depois caminhar para fora da cidade. Enquanto for andando, deverá ir arrancando as penas e espalhando-as. Não pare até ter depenado completamente a ave. Quando tiver feito isso, volte e me conte".
Ela pensou com seus botões que era mesmo uma penitência muito singular! Mas não objetou. Comprou a galinha, saiu caminhando e arrancando as penas, como ele lhe dissera. Depois, voltou e reportou a São Filipe:
– "Minha filha" – disse o Santo – "você completou a primeira parte da penitência. Agora vem o resto."
– "Sim, e o que é, padre?"
– "Você deverá voltar pelo mesmo caminho e catar todas as penas."
– "Mas, padre, é impossível! A esta hora, o vento já as espalhou em todas as direções. Posso até conseguir algumas, mas não todas!"
– "É verdade, minha filha. E não é isso mesmo que acontece com as palavras tolas que você deixa sair? Não é verdade que você inventa histórias que vão sendo espalhadas por aí, de boca em boca, até ficarem fora do seu alcance? Será que você conseguiria seguí-las e cancelá-las, se desejasse?"
– "Não, padre..."
– "Então, minha filha, quando você sentir vontade de dizer coisas indelicadas sobre seus vizinhos, feche os lábios. Não espalhe essas penas, pequenas e maldosas, pelo seu caminho."
By William Bennett, em “O Livro das Virtudes II – O Compasso Moral”.
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