quarta-feira, 21 de março de 2012

OBSERVATÓRIO



Os cinemas brasileiros estão exibindo o filme A DAMA DE FERRO, que narra a história de Margareth Thatcher, a primeira mulher a assumir o cargo de primeira-ministra na Grã-Bretanha, durante um período de grande turbulência social. No ano de 1979, quando assumiu, a Europa se encontrava em um período de recessão econômica, elevadas taxas de inflação, altos índices de desempregos e uma quase incontornável crise petrolífera. Buscou colocar em prática aquilo que disse sobre o nosso País: “Parece-me bem claro que o Brasil não teve ainda um bom governo, capaz de atuar com base em princípios, na defesa da liberdade, sob o império da lei e com uma administração profissional. Bastaria um período assim, acompanhado da verdadeira liberdade empresarial, para que o país se tornasse realmente próspero”.

CRATEÚS

Mutatis mutandis – mudando o que tem de ser mudado – e guardadas as imprescindíveis proporções, a conjuntura atual por que passa o município de Crateús guarda semelhança com um quadro de crise: queixas em todos os setores. No entanto, antes de realizar uma avaliação profunda e delinear rumos para solução dos nossos desafios estratégicos, a grande maioria dos dirigentes partidários (tanto da situação quanto da oposição) está ávida para discutir nomes, pré-candidatos – como se uma vitória eleitoral resolvesse os dilemas. Ora, os enormes problemas que assolam o município, em especial nas áreas vitais da Administração e que afetam diretamente a vida dos cidadãos, reclamam um olhar mais sério e uma análise mais profunda. Bem acima das vaidades pessoais.

O EIXO DA CAMPANHA

A campanha que se avizinha revela-se um terreno fértil para o lançamento das sementes da sinceridade: o município precisa se preparar para realizar uma intervenção cirúrgica que exigirá o empenho e a colaboração de todos. As principais mazelas que assolam a vida pública (o fisiologismo, o clientelismo, o nepotismo dentre outros) precisam ser eliminadas. Não adianta depositar a esperança dessa renovação em uma pessoa. Mas é óbvio que o nome a ser escolhido precisa preencher os requisitos que indiquem essa possibilidade. Tem que preencher o perfil adequado. Celebrar em praça pública compromissos claros e simples. Não prometer o céu na terra. Dizer sem rodeios que vai cortar na própria pele, reduzir gorduras, eliminar privilégios, confrontar interesses poderosos, sanear as finanças. E que isto exigirá compreensão e sacrifício.

NOMES

O quadro eleitoral indica que teremos quatro candidaturas: a do PV, a do PSOL, a da situação e a das Oposições Unidas (PMDB, PSDB, DEM, PTB, PDT, PSD, PPS, PHS, PSL, PMN e PRTB). O PV já definiu que o nome é o de João Coelho Soriano, o Maçaroca. O PSOL discute nomes como Alexandre Maia, Paulo Giovane ou Adriana Calaça. O Prefeito Carlos Felipe está indeciso quanto a postular uma reeleição. Disse que tem dois obstáculos a transpor. Anunciou que vai sondar o apelo popular em torno de quatro possíveis candidatos: o vice, Mauro Soares, o Secretário Elder Leitão, o empresário Gerardo Teles e o Deputado Pierre Aguiar. Nesse quarteto, se prevalecer a pressão da cúpula do PCdoB – que deseja manter um dos seus quadros – o nome mais cotado é o de Pierre.

NOMES II

Na oposição há uma profusão de nomes: dezesseis! Sábado passado a Comissão Coordenadora das Oposições Unidas divulgou uma Nota em que assenta duas ações imediatas: 1. Elaboração de um Programa de Governo para a próxima gestão; 2. Definição de critérios para escolha do candidato do grupo e que irá colocar em prática esse Programa de Governo. Deliberou por coletar opiniões e sugestões da comunidade para a elaboração desse plano, realizando o Seminário PLANEJA CRATEÚS no próximo dia 31 de março, a partir das 8:00 hs da manhã, no auditório do CREA, na rua Auton Aragão, 505. Com isso, fica patente que o candidato só será oficializado no mês de abril.

PREOCUPAÇÃO

Prefeitos, cuidado! Muito cuidado! Este é o último ano do atual mandato. Todos os gestores deverão concentrar seus esforços em cumprir a legislação. Há um conjunto de normas (nas áreas eleitoral, administrativa, penal, financeira e fiscal) que obrigam os Agentes Públicos no período das eleições e no último ano de mandato. É vedado, por exemplo, gastar com publicidade acima da média dos últimos três anos, aumentar a dívida do município, usar a máquina em benefício de determinada candidatura, deixar restos a pagar sem o respectivo lastro financeiro, realizar shows artísticos nos três meses que antecedem o pleito, contratar operação de crédito por antecipação da receita etc. Antigamente, ter o comando da Prefeitura em período eleitoral era motivo de euforia e quase certeza de vitória. Hoje é motivo de grande preocupação. Os Agentes Políticos (Prefeitos e Secretários) têm que pisar em ovos...

PARA REFLETIR

“Se as coisas são inatingíveis...ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A mágica presença das estrelas!”

(Mário Quintana)

(Júnior Bonfim, na edição de hoje do Jornal Gazeta do Centro Oeste, Crateús, Ceará)

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