terça-feira, 15 de maio de 2012

OBSERVATÓRIO

Os próximos dias serão decisivos para a pugna eleitoral de outubro vindouro. Semana passada o PMDB definiu o nome do seu pré-candidato a Prefeito: Ivan Monte Claudino. O Vereador Márcio Cavalcante, que disputava com Ivan, votou em si mesmo. Dois outros membros do Diretório se abstiveram. Os demais sufragaram o nome de Ivan. A expectativa em torno dessa escolha é justificável porque, nas Oposições Unidas, há um consenso: a cabeça da chapa deverá ficar com um partido da base aliada do Governo Estadual. Como o PSB, agremiação do Governador, e o PSD, linha auxiliar imediata, estão sem quadros disponíveis para o embate no momento, a escolha recairá sobre o nome do PMDB. A Comissão Coordenadora encaminhará, de agora em diante, os passos para a escolha da chapa completa.

O CAMINHO

Desde o início, houve um entendimento para que a definição da chapa oposicionista ocorresse democraticamente, ou seja, de baixo para cima. Os líderes maiores respeitaram isso. Não há um registro sequer de interferência dos Deputados Domingos Neto, Hermínio Rezende ou Nenen Coelho – que apóiam o movimento – no sentido de direcionar a escolha. O vice-governador Domingos Filho, o ex-Deputado Antonio dos Santos e outros líderes de expressiva influência no município também deixaram os aliados à vontade, a fim de que ninguém pudesse argumentar que houve imposição.

MORAR EM CRATEÚS

É óbvio que, até chegar a ser escolhido pré-candidato, Ivan teve que enfrentar resistências. Alguns oposicionistas argumentaram que o candidato deveria ser alguém que reside em Crateús. Esse debate deve ser respeitado e enfrentado. Para alguém ser candidato no Brasil tem que preencher as chamadas “condições de elegibilidade”. Estas são condições legalmente exigidas para todo cidadão que se proponha a exercer cargo público eletivo. Estão dispostas no artigo 14, § 3º, da Constituição Federal. Vejamos: Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: (...) § 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei: I - a nacionalidade brasileira; II - o pleno exercício dos direitos políticos; III - o alistamento eleitoral; IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; V - a filiação partidária; VI - a idade mínima de: (...) c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; d) dezoito anos para Vereador.

MORAR EM CRATEÚS II

Resumindo: para postular uma candidatura a pessoa há que preencher os seguintes requisitos: nacionalidade brasileira, o pleno exercício dos direitos políticos, o alistamento eleitoral, o domicílio eleitoral na circunscrição, a filiação partidária e a idade mínima exigida. A pergunta é: o senhor Ivan Monte Claudino preenche esses requisitos legais? Sim. Então, do ponto de vista da lei, ele pode ser o candidato. Agora tratemos das razões políticas. Nos últimos quarenta anos só tivemos duas pessoas à frente da Prefeitura que nunca moraram fora de Crateús: Lionete Camerino e Leandro Martins. Antonio Lins, prefeito que antecedeu Lionete, era bancário no Maranhão quando foi convocado para ser o candidato. Após o Leandro Martins, tivemos Sérgio Morais, Zé Almir, Nenzé, Paulo Nazareno e Carlos Felipe. Sérgio Morais, figura leve e agradável, em verdade tornou-se crateuense por laços de trabalho e matrimônio. Zé Almir, Nenzé, Paulo Nazareno e Carlos Felipe tiveram que residir alguns anos fora de Crateús para obterem as respectivas formaturas. Portanto, não é o fato de residir na cidade que vai garantir se a pessoa poderá ter um bom ou mau desempenho como Prefeito. Vínculos afetivos, umbilicais, históricos e sociais com a cidade todos têm. O que sinalizará se o candidato pode oferecer um contributo à altura do que a comunidade espera é o seu preparo pessoal, sua visão de mundo, seus traços de caráter, a sua capacidade de traduzir o anseio popular.

OAB

A carência de magistrados e servidores na comarca de Crateús será discutida em audiência pública a ser realizada hoje, às 9 horas, no auditório do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA) do município, na Rua Auton Aragão. O vácuo da ausência de prestação jurisdicional gera um enorme sentimento de abandono nas pessoas. Nos últimos conflitos entre administradores e administrados, notadamente nas negociações entre Servidores e Prefeitura, os munícipes têm sido salvos pela atuação firme, corajosa e altiva do Ministério Público, através do doutor José Arteiro Soares Goiano. Às vésperas de mais uma eleição municipal – via de regra acirrada – é inconcebível que uma cidade do porte de Crateús padeça de magistrados.

BARROS PINHO

No próximo dia 25 de maio José Maria Barros Pinho completaria 73 anos. Era um pescador de sonhos da bacia Poty-Parnaíba. Nasceu no Piauí, mas pertencia ao mesmo redemoinho telúrico fluvial nosso. Tinha na pele a marca das jitiranas do Crateús. Deixou-nos 12 belíssimas obras literárias. Membro da Academia Cearense de Letras, vereador, deputado estadual, prefeito de Fortaleza, secretário de Cultura do Estado, presidente do Instituto de Previdência do Município de Fortaleza e, por último, presidente da Fundação de Cultura de Maracanaú. Era barro e era pinho! Tinha a força germinal da terra e o lirismo contagiante dos pinheiros. Era barro e era pinho!

PARA REFLETIR

“Na antífona com que abre o seu livro “Circo Encantado”, publicado em 1975, Barros Pinho anuncia a chegada do encantamento na vereda das águas/ na poeira do sol. E, ao fechar o livro, parte com o que restou do espetáculo: aqui vai o circo/trapézio quebrado/areia nos pés/palhaços na rua. Agora, ainda sob o impacto de sua partida inesperada, tropeçamos nos destroços do ciclone emocional que caiu sobre nós. O circo encantado de sua poesia, o aconchego de sua convivência, sua visão crítica do mundo e os demais exercícios de inteligência com que nos brindava na tribuna do parlamento, na academia e na mesa do bar se espalham por todos os cantos da memória aflita e dolorosa de seus companheiros”. (Juarez Leitão)

(Júnior Bonfim, na edição de hoje do Jornal Gazeta do Centro Oeste, Crateús, Ceará)

2 comentários:

Blog do Zaca disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Blog do Zaca disse...

Júnior Bonfim,vamos ser claro.Os partidos de Crateús,todos com exeção do PSDB,fazem parte da base do gonverno.O vice gonvernador votou em sua terra Tauá,na deputada Patricia Saboia que é do PDT e faz parte da base do gonverno.Junior Bonfim,entendenmos que esses Homens que você citou,realmente são lideranças,mas nos queremos indicar o Candidato de oposição é por pesquisa popular.Vamos respeitar a soberania popular porque na eleiçaõ passada,você arquitetou o mesmo golpe e a população deu a resposta,então não caia no mesmo erro.Quanto ao acordado de que o candidato deveria ser da base aliada do gonverno,você misturou as bolas,isso foi acordado ai em Fortaleza,entre vocês,porque aqui em Crateús,entre os partidos isso nunca existiu.Pra terminar eu te faço uma pergunta,vocês vão lançar esse candidato sem combinar com o povo? e a comição dos critérios que você e o deputado nenem Coelho criram? cadê?